“Dia histórico”, “notícia positiva” ou “sinal importantíssimo”, a reação dos setores ao alívio das restrições Covid
Em reação ao alívio de medidas, o dirigente da APEFE sinaliza que "é um dia histórico", enquanto a secretária-geral da AHRESP diz que são "notícias positivas". A APCC fala em "sinal importantíssimo".
“Hoje é um dia histórico”. É deste modo que Álvaro Covões, diretor da promotora Everything Is New, se congratula com o alívio de medidas anunciado pelo Governo. Nesse sentido, o também dirigente da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE) apela aos portugueses que “apoiem a Cultura”, após as “quebras gigantescas” provocadas pela pandemia.
“O alívio das medidas para nós é um alívio pessoal, profissional e até económico porque, de facto o nosso setor, principalmente o dos espetáculos ao vivo, teve uma quebra gigantesca nestes 23 meses“, afirmou Álvaro Covões, em declarações à RTP3.
Esta reação surge poucas horas depois de o Executivo ter anunciado um alívio nas medidas de combate à pandemia, nomeadamente pondo fim à exigência de certificado digital para os restaurantes, espetáculos culturais, hotelaria e ginásios, bem como terminando com a exigência de teste negativo para grandes eventos, bares e discotecas, recintos desportivos entre outras medidas.
Neste contexto, o dirigente da APEFE sinaliza que o setor aguarda com “imensa ansiedade” a entrada em vigor das novas medidas, que estão dependentes da promulgação do Presidente da República e da publicação da resolução de Conselho de Ministros em Diário da República. Apesar de não se comprometer com uma data concreta, a ministra de Estado e da Presidência sublinhou que estas podem entrar em vigor “nos próximos dias”.
“Hoje é um dia histórico e esperamos que agora os portugueses apoiem a cultura, vão mais a espetáculos e leiam mais“, referiu Álvaro Covões, recordando que o setor dos espetáculos ao vivo teve uma quebra de 85% dos espectadores, face ao registado no período homólogo, penalizados pelas das medidas tomadas para conter a pandemia.
À semelhança de Álvaro Covões, também Ana Jacinto vê com bons olhos o alívio de restrições, referindo que são “notícias positivas”, apesar de admitir que não está surpreendida com a decisão, dado a elevada taxa de cobertura vacinal em Portugal e o facto de o pico de infeções já ter sido ultrapassado, estando, por isso, os casos de infeção a diminuir.
No entanto, a responsável alerta para a situação financeira das empresas. “É evidente que estas empresas, quer de restauração, quer de turismo estão muito fragilizadas. Foram quase dois anos desastrosos e a verdade é que estas empresas precisam de ser apoiadas e precisamos de medidas concretas”, afirmou a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), em declarações à RTP3.
A secretária-geral AHRESP lembrou ainda a “conjuntura difícil” que as empresas estão a enfrentar, nomeadamente devido à “escalada alucinante dos preços da energia e combustíveis”, que estão a ter um forte impacto nos”custos das matérias-primas, custos de produção, de distribuição”. “Tudo isto tem efeitos diretos nos nossos setores de atividade num momento em que as empresas estão ainda muito debilitadas e ainda não estão na tão desejada retoma”, concluiu.
Também a Associação Portuguesa de Bares e Discotecas vê “com agrado” o fim da obrigatoriedade de apresentação de teste negativo para os bares e discotecas, mas pediu uma “campanha massiva” de promoção de Portugal no estrangeiro para o regresso do turismo. Atualmente, “já há alguns clientes estrangeiros” nos bares e discotecas, “mas nada que se compare com os níveis pré-pandemia”, afirmou Ricardo Tavares à Agência Lusa, estimando que os turistas sejam hoje 5% do número que havia antes da Covid-19. Além disso, o responsável solicitou ainda um “apoio musculado” às empresas do setor após “dois anos muito difíceis” devido à pandemia.
Por outro lado, a Associação Centros Comerciais (APCC) destacou que o alívio das medidas “são um sinal importantíssimo no sentido de reconquistar a confiança de todos os agentes económicos”, destacou o presidente executivo da APCC, Rodrigo Moita de Deus, em declarações à agência Lusa. Recorde-se que além das medidas acima mencionadas, o Governo levantou os limites de lotação aos estabelecimentos comerciais.
(Notícia atualizada com mais informação às 16h56)
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