São necessários pelo menos mais 300 especialistas em cibersegurança
Faltam pelo menos 300 profissionais para suprir as atuais necessidades de recrutamento, num mercado com cerca de 1.500 experts em cibersegurança. Recrutar no estrangeiro é já uma opção.
Com o crescimento das ameaças e dos ataques de segurança, as empresas estão cada vez mais preocupadas e consciencializadas com o tema da cibersegurança e faltam, pelo menos, 300 profissionais para suprir as atuais necessidades de recrutamento das organizações, num mercado que conta com cerca de 1.500 pessoas especializadas em cibersegurança. Recrutar no estrangeiro é já uma opção, revela a Michael Page.
Os ataques de ransonware multiplicam-se — só nos últimos seis meses a S21sec rastreou um total de 1.694 vítimas em 101 países — e as empresas portuguesas estão igualmente vulneráveis, com Portugal a surgir na 31.ª posição alerta o Threat Landscape Report, da S21sec. E faltam profissionais para responder às necessidades de segurança das empresas, para mais numa altura onde muitas equipas trabalham de forma remota parcial ou a 100%.
“Dado que se trata de um mercado nicho, existe muita pressão sobre as empresas e candidatos que detêm estas competências. Como em qualquer área onde a procura é muito forte, os candidatos movem-se pelo desafio técnico dos projetos, pelo setor e condições financeiras”, refere Vasco Teixeira, senior manager da Michael Page, citado em comunicado.
“Há uns anos, a função de responsável pela segurança digital de uma empresa significava que se ocupava da instalação dos antivírus, fazer backups, atualizar os sistemas e do bloqueio de acesso a sites e redes sociais. Atualmente, a realidade é outra, e as empresas mostram mais proatividade em relação à cibersegurança, recrutando profissionais com elevado nível de especialização, cuja função é saber equilibrar a necessidade de inovação da empresa com a continua proteção do negócio”, acrescenta.
As empresas procuram perfis com conhecimentos técnicos e soft skills que lhes permitam lidar com acontecimentos de natureza imprevisível. “A prioridade para reforçar a estrutura de equipas de segurança com perfis de read team e pentesting, relativamente a outros perfis mais preventivos como de blue team, é uma tendência crescente”, aponta a empresa de recursos humanos.
A alta necessidade do mercado confrontada com a escassez de mão de obra — um problema que a Michael Page relaciona com a “escassa oferta de formação de ensino superior na área da cibersegurança” e com a “complexidade das competências necessárias à função” — obriga o recrutamento de profissionais especializados em IT, nomeadamente ligados a projetos de segurança ofensiva, a realizar-se cada vez mais em mercados de trabalho internacionais.
O mais recente caso de ciberataque de grande dimensão em Portugal foi o da Vodafone, alvo de um ataque informático que derrubou o grosso das redes e serviços da companhia, incluindo os serviços assentes na rede móvel, como os dados móveis, as chamadas de telemóvel e as mensagens de texto, o serviço de telefone fixo, o serviço de televisão, entre outros serviços para clientes empresariais.
Mas a Vodafone não é caso único. Aliás, junta-se a uma lista cada vez mais extensa de vítimas portuguesas de ciberataques mediáticos. Entidades como a TAP, o Parlamento, o Grupo Impresa, a Altice e a EDP são alguns dos nomes que já constam dessa mesma lista.
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