Supremo absolve seguradora por atropelamento mortal com carro elétrico em Gondomar

  • Lusa
  • 19 Abril 2022

Decisão do STJ dá razão à seguradora, revogando o acórdão da Relação do Porto, e confirma a decisão da primeira instância que tinha absolvido a ré.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) absolveu uma seguradora que tinha sido condenada pelo Tribunal da Relação do Porto a indemnizar os pais de uma jovem atropelada mortalmente em Gondomar por um carro elétrico, pela sua circulação “silenciosa”.

O acórdão, datado de 15 de março e a que a Lusa teve acesso, deu razão à seguradora e revogou o acórdão da Relação, confirmando a decisão da primeira instância que tinha absolvido a ré. A decisão teve um voto de vencido do juiz relator Luís Espírito Santo, que confirmaria o veredicto do Tribunal da Relação do Porto.

O caso remonta a 24 de outubro de 2017, quando a jovem foi colhida por um veículo numa avenida em Gondomar, no distrito do Porto. Os pais da vítima instauraram uma ação contra a seguradora a exigir uma indemnização de 150 mil euros. A primeira instância julgou a ação totalmente improcedente com a absolvição da ré do pedido, considerando que o atropelamento ficou a dever-se a culpa exclusiva da vítima, que agiu de forma “imprudente” ao dar início à travessia da estrada sem ter observado previamente se o podia fazer em segurança.

Inconformados com a decisão, os pais da vítima recorreram para a Relação do Porto, que condenou a seguradora a pagar uma indemnização de 27.400 euros, correspondente “à medida do risco causal do acidente imputável à circulação do automóvel, fixado em 20% no concurso com a culpa da vítima”. Os juízes desembargadores consideraram os veículos elétricos “um novo risco expressivo, que pode afetar os peões nas vias públicas”, pois estes, habituados ao barulho dos carros de combustão, ainda não os reconhecem como um perigo.

No entanto, o acórdão do STJ refere que a ilação tirada pela segunda instância se mostra “excessiva”, porque o acidente ocorreu em 2017, já depois da entrada em vigor dos regulamentos europeus, que determinaram a instalação do sistema de aviso sonoro de veículo (AVAS) para compensar a falta de sinais audíveis nos veículos elétricos híbridos e nos veículos elétricos.

Nesse sentido, os juízes conselheiros consideraram que seria imperioso questionar se o veículo elétrico seguro na ré estava ou não munido do apontado sistema sonoro e, para tal, as mencionadas características “deveriam ter sido objeto oportuno de alegação e prova, o que não aconteceu”.

O STJ concluiu ainda que o Tribunal nunca poderia fazer impender sobre um veículo elétrico um risco, estimado em 20%, pela sua circulação silenciosa sem apurar se esse facto “teria sido ou não determinante para o atropelamento, ou se esse silêncio passaria sempre desapercebido face ao ruído do restante trânsito”.

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Seguradora Cardif e Gasol Foundation aliam-se no apoio a crianças vulneráveis em Lisboa

  • ECO Seguros
  • 19 Abril 2022

Iniciativa marca estreia da Fundação dos irmãos basquetebolistas Gasol em Portugal e vai impactar famílias com crianças entre 8 e 11 anos, em situação de vulnerabilidade social na região de Lisboa.

A seguradora BNP Paribas Cardif Iberia estabeleceu uma parceria com a Gasol Foundation, trazendo para Portugal um projeto que pretende reduzir a obesidade infantil. O projeto iniciado no primeiro trimestre de 2022 “vai impactar cerca de 45 famílias em situação de vulnerabilidade socioeconómica em Portugal, através de um programa de intervenção intensivo, que irá incidir na criação de hábitos de vida mais saudáveis nas crianças“.

Esta é a primeira vez que a Gasol Foundation realiza um projeto em Portugal. “O programa vai impactar mais de 45 famílias de meninos e meninas entre 8 e 11 anos, provenientes de famílias em situação de vulnerabilidade social da região de Lisboa, que se encontram em 3 instituições de Solidariedade Social e envolverá 9 educadores,” detalha comunicado da seguradora que, em Portugal, opera através da Cardif Assurance Vie e Cardif Risques Divers.

«Estamos muito entusiasmados e orgulhosos com o início desta parceria com a Gasol Foundation para Portugal e Espanha. Com os projetos SEÍSMO, em Espanha, e SAFALÍN, em Portugal, vamos trabalhar no terreno e impactar diretamente diversas crianças e as suas famílias, promovendo hábitos de vida saudável. Sabemos que os riscos associados à problemática da obesidade passam pela literacia e educação e, em Portugal, através da Gasol Foundation, queremos empoderar as famílias e compartilhar com elas ferramentas saudáveis para que possam aplicar no seu dia-a-dia», refere Tanneguy Rérolle, CEO do BNP Paribas Cardif Iberia.

O SAFALÍN (Saúde, Famílias, Infância) é um programa que tem por objetivo promover hábitos saudáveis junto de crianças entre os 6 e 12 anos e suas famílias que vivem numa situação de vulnerabilidade e pretende capacitá-las com ferramentas saudáveis ​​para que possam aplicar nas suas rotinas familiares. Piloto em Portugal, este programa já criou impacto na Catalunha, através de workshops para mais de 50 famílias sensibilizadas para a “importância dos «4 planetas da Galáxia Saudável», os 4 pilares necessários para promover estilos de vida saudáveis: Aumento da atividade física diária, melhoria dos hábitos alimentares, cumprimento das recomendações de horário e qualidade de sono e promoção do bem-estar emocional”.

Em Espanha e Portugal, o BNP Paribas Cardif une forças com a Gasol Foundation, que trabalha para reduzir a obesidade infantil promovendo hábitos saudáveis ​​nas crianças e famílias, bem como capacitando as crianças para atingirem todo o seu potencial”, comenta Cristina Ribes, Diretora Executiva da Gasol Foundation em Espanha, onde a iniciativa abrange cerca de 4 mil crianças de 17 estabelecimentos de ensino na região de Madrid.

Com diversos programas de intervenção em Espanha e nos Estados Unidos, a Fundação criada pelos irmãos espanhóis Paul e Marc Gasol, ex-jogadores da NBA e atletas olímpicos, tem como missão diminuir a obesidade infantil através da investigação, ações de sensibilização e programas holísticos orientados à promoção de hábitos de vida saudáveis entre famílias e crianças em situação de vulnerabilidade socioeconómica.

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Gomes Cravinho testa positivo à Covid

  • ECO
  • 19 Abril 2022

O ministro dos Negócios Estrangeiro anunciou esta terça-feira que testou positivo à Covid. No Twitter escreveu que "tem apenas sintomas muito ligeiros".

João Gomes Cravinho está em teletrabalho esta semana depois de ter testado positivo à Covid-19. Na rede social Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que tinha “sintomas muito ligeiros” e lembrou que o “vírus continua connosco”.

“Temos de continuar atentos”, acrescentou o ministro, que na semana passada fez uma visita oficial a Luanda, a primeira do seu novo mandato à frente das Necessidades. O uso obrigatório da máscara em certos espaços públicos, em particular nas escolas, está a ser bastante criticado pelos partidos.

Esta terça-feira, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, anunciou que nas próximas duas semanas a Direção Geral de Saúde (DGS) estaria em condições de reavaliar esta medida e até aliviar as restrições. “A DGS poderá reanalisar esta medida, nomeadamente o uso das máscaras, e poderá eventualmente dentro de uma ou duas semanas proceder ao alívio destas restrições, nomeadamente nas escolas”, disse.

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Produção de seguros cresce 22% até março com Vida em destaque

  • ECO Seguros
  • 19 Abril 2022

Venda de PPR disparou 71,5% no acumulado até março, enquanto Acidentes de Trabalho e Doença suportaram movimento positivo na produção dos seguros de não Vida, indicam números da APS.

As vendas de seguros, contabilizadas pela produção emitida, cresceram 16,9% no primeiro trimestre em termos reais (+21,9% em base nominal), totalizando 3,4 mil milhões de euros, uma evolução que reflete incremento nominal de 40,5% nos ramos Vida, totalizando 1,79 mil milhões e de 6,3% no negócio de Não Vida, somando 1,61 mil milhões de euros em produção emitida de seguro direto.

A dinâmica no setor dos seguros de Vida – reforçando o seu peso (de 45,7% um ano antes) para 52,7% na estrutura de produção do setor – beneficiou de acréscimo a rondar 300 milhões de euros em produtos de Capitalização, que venderam mais 43,3%, até perto de 1,03 mil milhões de euros e da colocação de PPR (poupança-reforma), que cresceu 71,5%, face ao período homólogo de 2021, totalizando 486,5 milhões de euros no período entre janeiro e março de 2022, revelam indicadores divulgados pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

Já no setor de Não Vida, cuja quota na estrutura de produção desceu 7 pp, de 54,3% para 47,3%, a progressão de 1,9% (descontado efeito da inflação) reflete sobretudo aumento registado na produção de seguros de Acidentes e Doença (+5%), ultrapassando 704 milhões de euros no agregado Acidentes de Trabalho (+4,7%) e Doença (+5,2%, para 355,8 milhões de euros). O seguro Automóvel, com variação real negativa (-1,6%) totalizou cerca de 528,8 milhões de euros, apontando crescimento nominal de 2,6% no acumulado desde janeiro.

Quanto à distribuição por canais, os dados da APS relativos a março mostram os bancos a responder por 47% das vendas totais, predominando em 75% no negócio Vida e a operar uma quota de 15% nos seguros Não Vida.

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Novo diretor executivo da Startup Lisboa vem do Dubai

Nome do novo diretor executivo terá sido já apresentado pela autarquia liderada por Carlos Moedas e aprovado em assembleia geral pelos associados da incubadora.

Gil Azevedo será o novo diretor executivo da Startup Lisboa, apurou a Pessoas/ECO. O profissional, há cerca de dez anos a trabalhar no banco Emirates Islamic, vai substituir Miguel Fontes, depois de o gestor da incubadora de startups ter assumido o cargo de secretário de Estado do Trabalho.

A Câmara Municipal de Lisboa e a Startup Lisboa não comentam, mas de acordo com a informação recolhida pela Pessoas/ECO o nome do profissional terá sido já apresentado pela autarquia liderada por Carlos Moedas e aprovado em assembleia geral pelos associados da incubadora.

Os associados — além da CML, IAPMEI e o Montepio, desde 2019 a Startup Lisboa conta ainda entre os associados com a Delta Cafés, a Roland Berger e a Universidade Católica Portuguesa — optaram assim por um profissional vindo fora do ecossistema de startups e, há cerca de 10 anos, a residir no Dubai, para liderar a incubadora instalada no Hub Criativo do Beato. Desde setembro de 2015, Gil Azevedo é senior vice president, head of consummer banking do Emirates Islamic.

Antes de ingressar no Emirates Islamic, Gil Azevedo esteve cerca de 11 anos ligado à Mckinsey & Company, primeiro como business analyst e no último ano como associate principal, segundo a informação que consta no seu perfil de LinkedIn.

Gil Azevedo tem formação em Management and Industrial Engineering pelo Instituto Superior Técnico e um MBA pela Columbia University em Nova Iorque.

O profissional irá assumir funções no ano em que a Startup Lisboa assinala dez anos de existência, tendo nesse período incubado mais de 400 startups, que criaram 4.500 postos de trabalho e levantaram 340 milhões de euros de investimento.

Em mãos tem igualmente o desafio de gestão do Hub Criativo do Hub, cuja abertura — com a entrada em funcionamento de espaços como a Factory e a instalação da Claranet até ao final do ano, por exemplo — é apontada para 2022.

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BES: Juiz Ivo Rosa já se apresentou e vai iniciar instrução na próxima semana

  • Lusa
  • 19 Abril 2022

Uma vez que se verificaram férias judiciais entre 9 e 18 de abril, o juiz do TCIC só esta terça-feira voltou ao trabalho, depois de um período de baixa.

O juiz Ivo Rosa já se apresentou ao serviço no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, e vai dar início às diligências de instrução do processo BES/GES na próxima semana, confirmou esta terça-feira fonte judiciária à Lusa.

Após um primeiro adiamento no dia 21 de fevereiro, devido a problemas de saúde do juiz de instrução – que efetuou, entretanto, uma cirurgia -, a primeira sessão passou para 29 de março, mas o arranque da instrução deste caso sofreu novo adiamento devido ao prolongamento da baixa médica de Ivo Rosa até 15 de abril.

Uma vez que se verificaram férias judiciais entre 9 e 18 de abril, o juiz do TCIC só esta terça voltou ao trabalho. A instrução do processo tem agora como próxima data agendada o dia 26 de abril, às 14:00, para o qual tinha sido anteriormente fixada a inquirição de quatro testemunhas arroladas pelo arguido João Pereira, entre as quais o ex-banqueiro José Maria Ricciardi. O processo conta com 30 arguidos (23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes.

O mais mediático arguido deste caso é o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES) Ricardo Salgado, acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa (um), burla qualificada (29), corrupção ativa (12), branqueamento de capitais (sete), falsificação de documento (nove), infidelidade (cinco) e manipulação de mercado (dois).

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o Ministério Público (MP), cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

São ainda arguidos Morais Pires, José Manuel Espírito Santo, Isabel Almeida, Manuel F. Espírito Santo, Francisco Machado da Cruz, António Soares, Alexandre Cadosch, Michel Creton, Cláudia Boal Faria, Pedro Cohen Serra, Paulo Carrageta Ferreira, Pedro de Almeida e Costa, João Alexandre Silva, Nuno Escudeiro, Pedro Góis Pinto, João Martins Pereira, Paulo Nacif Jorge, Maria Beatriz Pascoa, Frederico Ferreira, Luís Miguel Neves, Rui Santos e Alexandre Monteiro.

As sete empresas acusadas são a Espírito Santo Internacional, Rioforte Investments, Eurofin Private Investment, Espírito Santo irmãos – Sociedade Gestora de Participações Sociais, ES Tourism Europe, Espírito Santo Resources Limited e ES Resources (Portugal), pelos crimes de burla qualificada, corrupção passiva, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

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Espanhóis são dos europeus que mais querem poupar, indica estudo

  • Servimedia
  • 19 Abril 2022

Num inquérito realizado entre a população francesa, espanhola e portuguesa, revelou que a intenção dos espanhóis de poupar é superior.

O atual contexto económico internacional está a fazer com que as pessoas prestem mais atenção aos seus orçamentos, procurem formas de poupar e adotem uma atitude mais prudente e oportunista em 2022, de acordo com o Barómetro Europeu para melhorar as práticas de compra da Oney e Harris Interactive, o que indica que a intenção dos espanhóis de poupar é maior do que em outros países europeus, noticia a Servimedia.

A Oney, especialista em pagamentos e financiamento ao consumidor e líder em pagamentos a prestações em vários países europeus, realizou um inquérito entre a população francesa, espanhola e portuguesa, em colaboração com Harris Interactive, para saber como os cidadãos gerem os seus orçamentos no início do ano.

Este estudo revela os receios comuns dos europeus no atual contexto económico internacional, o que leva a uma tendência crescente para prestar mais atenção ao seu orçamento. A gestão orçamental está a tornar-se uma prioridade, e os pagamentos em prestações (BNPL ou comprar agora, pagar mais tarde), já estabelecidos nos hábitos de consumo, estão a aumentar em popularidade como instrumento para apoiar o consumo e gerir orçamentos pessoais.

38% dos europeus acreditam que o seu poder de compra diminuiu no último ano e 73% que o conflito na Ucrânia irá afetar a sua capacidade de consumo. Além disso, 75% estão mais conscientes do orçamento do que no ano passado.

Metade dos utilizadores de pagamentos a prestações esperam utilizar este tipo de pagamentos com maior frequência em 2022 e 75% dos inquiridos acreditam que os pagamentos a prestações lhes permitem continuar a fazer compras sem ficarem com saldo negativo.

Poder de compra

No início deste ano, os consumidores dos três países inquiridos tinham uma visão semelhante: o seu poder de compra não irá aumentar este ano. De facto, mais de um terço (38%) pensam que será “mais fraco” do que no ano passado, um sentimento expresso com mais força pelos franceses (44%; +10 pontos em relação a 2021). Os consumidores destes países esperam mesmo reduzir as suas despesas nos próximos meses: 44% definem-se a si próprios como “poupados”.

Esta tendência reflete-se no comportamento dos inquiridos: globalmente, 92% dizem que procurarão mais descontos e promoções, enquanto 87% planeiam reduzir as compras “por prazer”. Entre os países inquiridos, os espanhóis têm uma intenção de poupar mais do que noutros países europeus.

O conflito russo-ucraniano parece intensificar esta tendência de poupança: quase três quartos (73%) receiam que a parte do seu orçamento atribuída às despesas de consumo aumente nos próximos meses, pois esperam que a inflação faça subir os preços dos bens de consumo.

Embora 75% dos inquiridos nos três países afirmem ter estado mais atentos ao seu orçamento nos últimos 12 meses, 40% dos europeus ainda admitem que enfrentam regularmente contas a descoberto no final do mês e 12% deles todos os meses, a maioria dos quais com um valor igual ou inferior a 200 euros.

Para lidar com isto, os consumidores estão à procura de novas soluções. 63% dos europeus dizem que a compra de produtos em segunda mão ou a utilização de comparadores de preços online são novas formas de controlar o seu orçamento.

O pagamento a prestações está também a tornar-se uma forma popular de ganhar controlo orçamental, para 42% dos consumidores nos três países europeus inquiridos: 49% em França, 42% em Espanha e 36% em Portugal. Além disso, 78% dizem que utilizam pagamentos em prestações para evitar o saque das suas poupanças, e 75% para evitar o saque a descoberto.

Finalmente, o estudo confirma que os consumidores são atraídos pela facilidade de utilização dos pagamentos em prestações: 55% utilizam este tipo de pagamento para evitar ter de contrair um empréstimo.

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Uso da máscara vai ser reavaliado nas próximas duas semanas, diz Lacerda Sales

  • Lusa
  • 19 Abril 2022

"Temos indicadores que podem permitir que nos próximos tempos, oito ou 15 dias, a DGS reanalise todo este processo", disse Lacerda Sales, antes de acrescentar que as restrições podem ser aliviadas.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou esta terça-feira que o uso da máscara, nomeadamente nas escolas, vai ser reavaliado nas próximas duas semanas e terá em conta o índice de transmissibilidade e mortalidade da covid-19.

Neste momento temos indicadores que podem permitir que nos próximos tempos, oito ou 15 dias, a Direção-Geral da Saúde (DGS) reanalise todo este processo e, se estes indicadores se mantiverem, poderá aliviar estas restrições”, disse aos jornalistas António Lacerda Sales, quando questionado sobre a posição do Conselho Nacional de Saúde, que contestou a manutenção do uso de máscara nas escolas.

O secretário de Estado, que falava no final de uma cerimónia que assinalou a aquisição de 45 novas ambulâncias do INEM, sustentou que é importante neste momento passar o período da Páscoa, tendo em conta que é uma altura de maior mobilidade social, e também do início de aulas.

É bom que se possa deixar decorrer estes próximos dias para se perceber se este período de maior mobilidade social teve algum impacto naquilo que é a incidência, que até agora se tem mostrado decrescente”, frisou António Lacerda Sales, referindo que atualmente Portugal está com 577 casos de infeção por 100 mil habitantes nos últimos sete dias e o índice de transmissibilidade é inferior a um.

Segundo o governante, estes indicadores não têm provocado um impacto na mortalidade geral. “Mediante estes bons indicadores e, se os mantivermos na próxima semana ou durante as próximas duas semanas, garantidamente que a DGS poderá reanalisar esta medida, nomeadamente o uso das máscaras, e poderá eventualmente dentro de uma ou duas semanas proceder ao alívio destas restrições, nomeadamente nas escolas”, sublinhou.

António Lacerda Sales ressalvou ainda que “esta decisão é iminentemente técnica” e que “as boas decisões políticas se apoiam sempre em boas decisões técnicas”.

No dia em que começou o terceiro período do ano letivo, o Conselho Nacional de Saúde tornou pública a sua posição contra a manutenção do uso de máscara nas escolas, considerando que a infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 entre a comunidade educativa “não tem uma dimensão objetiva que o justifique”.

Aquele órgão consultivo do Governo liderado pelo epidemiologista Henrique Barros “vê com apreensão a insistência” no uso de máscara “no contexto das escolas e creches”, considerando que “esta medida de proteção individual”, sendo de “aplicação proporcional”, deve “restringir-se a outros contextos mais específicos”, como serviços de saúde ou lares, e “não à comunidade escolar, onde a infeção não tem uma dimensão objetiva que o justifique”.

Na quarta-feira, a diretora-geral da Saúde disse que, apesar de a covid-19 nas crianças ser “habitualmente ligeira”, o fim do uso da máscara nas escolas “é um risco ainda grande com a transmissibilidade que ainda existe”.

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EDP Brasil prevê anunciar investimentos em dois grandes projetos solares em 2022

  • Lusa
  • 19 Abril 2022

"O Brasil tem muita hídrica. A capacidade instalada da energia hídrica representa 58% do total de todas as tecnologias", diz o presidente da empresa, João Marques da Cruz.

A EDP Brasil planeia investir em dois novos projetos de energia solar de grande dimensão no Brasil em 2022, na região sudeste e no nordeste do país, disse esta terça-feira à Lusa o presidente da empresa, João Marques da Cruz.

Estamos a trabalhar para que neste ano se possa anunciar mais dois parques [de energia solar no Brasil]. Um no sudeste, no estado de São Paulo, e outro no nordeste. Acreditamos que um destes vá aparecer a muito curto prazo, estamos a ultimar as condições para divulgar, pois não podemos divulgar os detalhes, mas acreditamos que a muito curto prazo haverá mais este [segundo parque de energia solar] e mais para o fim do ano haverá o terceiro”, afirmou Marques da Cruz.

“É este o nosso objetivo, termos três usinas [parques] solares em parceira com a EDP Renováveis neste ano [no Brasil]”, acrescentou o executivo. Em outubro do ano passado, a empresa anunciou um grande investimento em energia solar no chamado complexo Monte Verde, que deverá produzir 209 megawatt (MW) a partir de 2024, numa parceria com a EDP Renováveis, no estado do Rio Grande do Norte, localizado na região nordeste do Brasil.

Os próximos empreendimentos de energia solar da EDP Brasil também devem ter entre 200 e 250 megawatts (MW) de capacidade, e significarão uma expansão da parceria com a EDP Renováveis no país sul-americano, segundo Marques da Cruz. O gestor explicou que estes empreendimentos planeados e que devem ser anunciados em 2022 terão “o mesmo modelo, que é uma parceira 50% – 50% com a EDP Renováveis, a ligar sobretudo usinas de dimensão semelhantes, entre 200MW e 300MW.”

Marques da Cruz também considerou que há grande potencial para desenvolver novas fontes renováveis no Brasil e lembrou que tanto energia solar quanto a eólica representam uma pequena percentagem da produção total do país. “O Brasil tem muita hídrica [energia hidroelétrica]. A capacidade instalada da energia hídrica representa 58% do total de todas as tecnologias, evidente que a hídrica é renovável, por isto se considera que no seu conjunto o Brasil tem muito energia renovável, mas se nos pensarmos nas novas renováveis, solar e eólica, o Brasil tem pouco”, explicou.

O executivo da EDP Brasil acrescentou que a produção de energia solar já instalada no Brasil, ou seja, que está em operação, representa entre 4% e 5% do total. “Estou a falar daquilo que está a produzir agora e a energia eólica é menos do que isto. As novas energias renováveis [correspondem] a menos de 8% do que é produzido. Por isto, não se pode dizer que é muito. Eu acho que o Brasil tem grande potencial de aumentar [produção de energia] quer eólica, quer solar”, frisou Marques da Cruz.

“É importante [também] que um país com a dimensão continental do Brasil continue a investir em linhas de transmissão, que é o complemento de energia renovável para que o Brasil fique mais independente das crises hídricas e para que os consumidores, as pessoas brasileiras, não paguem faturas com bandeiras vermelhas quando não chove. A única solução é aumentar a penetração das renováveis, o peso das renováveis, no ‘mix’ total da gerarão no Brasil”, acrescentou.

Questionado sobre o recente plano do Governo brasileiro de incentivar investimentos em hidrogénio verde como uma solução para mitigar dificuldades com o uso do carvão e do petróleo e sobre uma possível participação da empresa na criação e expansão deste mercado, o presidente da EDP Brasil confirmou interesse e contou que a empresa já desenvolve um pequeno projeto no estado do Ceará.

“O interesse [em hidrogénio verde] existe […]. A EDP tem um projeto em curso, que é um projeto de pesquisa e desenvolvimento no Ceará em que vamos produzir neste ano as primeiras moléculas de hidrogénio verde em ambiente industrial no Brasil. É um projeto pequeno, são 3 MW, mas é um projeto que achamos importante, porque nos posiciona e capacita nosso pessoal”, contou Marques da Cruz.

“Nós estamos interessando em investir quer em projetos de mobilidade, por exemplo, autocarros que tenham como abastecimento hidrogénio verde ou [energia] elétrica. Mobilidade quer [com energia] elétrica quer com hidrogénio [verde] são interesses de curto prazo da EDP no Brasil. O grupo EDP tem uma estratégia global para o hidrogénio verde e o Brasil faz parte destes mercados […]. Não tenho dúvidas de que é o futuro e a EDP quer estar alinhada com o futuro, por isto o hidrogénio faz parte quer da narrativa quer da prática da EDP”, concluiu.

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Inverno mais seco desde 1931 afunda geração hídrica da EDP no primeiro trimestre

Elétrica aumentou a produção de eletricidade no arranque do ano, mas o inverno mais seco em quase um século afundou a geração hídrica em 64%.

O inverno mais seco desde 1931 em Portugal levou a EDP EDP 0,13% a produzir menos 64% de eletricidade através da geração hídrica na Península Ibérica no primeiro trimestre do ano. Ainda assim, a elétrica nacional conseguiu aumentar a produção de eletricidade em 3% neste período: compensou a quebra no hídrico com a geração através do gás, das eólicas e do carvão.

A EDP produziu 17TWh (Terawatts-hora) no primeiro trimestre do ano, um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo anunciou ao mercado, e isto antes de apresentar as contas trimestrais no dia 5 de maio.

Nem tudo foram boas notícias. Pouco choveu durante o inverno e a situação de seca levou o Governo de Portugal a suspender a produção de energia hidroelétrica em algumas barragens do país.

Com as barragens paradas, a EDP viu a geração hídrica afundar 64% na Península Ibérica, onde produziu apenas 1,55TWh no primeiro trimestre — 2,6TWh abaixo da média.

“Este volume de geração hídrica extremamente baixo implicou uma posição curta de geração no mercado grossista de eletricidade, uma vez que cerca de 100% dos volumes de geração esperados estavam cobertos por preços fixos com os clientes”, explica a companhia elétrica liderada por Miguel Stilwell D’Andrade, assumindo que “esta combinação não correlacionada resultou num impacto negativo relevante no primeiro trimestre, que deverá ser mitigado nos próximos trimestres por uma produção térmica acima do esperado”.

A EDP compensou essa quebra com aumentos de produção nas eólicas (+11% para 8,96TWh), Gás na Península Ibérica (+159% para 2TWh) e Carvão (+34% para 1,8TWh, apesar de ter deixado de produzir no Brasil) nos três primeiros meses do ano.

De acordo com a EDP, as energias renováveis representaram 75% da eletricidade gerada no primeiro trimestre.

A elétrica adianta ainda que eletricidade distribuída em Portugal aumentou 3% no arranque do ano, “justificada principalmente pela recuperação do setor da indústria e serviços”. Por outro lado, em Espanha, a eletricidade distribuída diminuiu 3% face ao período homólogo.

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Primeira delatora da Lava Jato entre os detidos em Portugal no caso do avião com droga

  • Lusa
  • 19 Abril 2022

Nelma Kodama foi a primeira delatora da Lava Jato e condenada a 18 anos de prisão em 2014 devido ao crime de lavagem de dinheiro. Saiu em 2017 graças a um indulto presidencial.

A primeira delatora da Lava Jato foi detida esta terça-feira num hotel de luxo em Portugal na sequência de uma operação conjunta entre as policias portuguesas e brasileiras no caso do avião com droga que transportou João Loureiro em janeiro de 2021.

Segundo a imprensa brasileira, que cita fontes da Polícia Federal do Brasil, Nelma Kodama foi detida no âmbito da Operação Descobrimento, que tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína.

A Polícia Federal avança que estão a ser cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados brasileiros da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco.

Em Portugal, a PJ acompanhada por polícias brasileiros cumpre três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva no Porto e em Braga. Fonte da Polícia Federal brasileira disse à Lusa que os “dois presos em Portugal são brasileiros”.

Nelma Kodama foi a primeira delatora da Lava Jato e foi condenada a 18 anos de prisão em 2014 devido ao crime de lavagem de dinheiro. A sua pena de prisão terminou, contudo, em 2017, graças a um indulto decretado pelo então Presidente brasileiro, Michel Temer.

A brasileira foi esta terça detida em Portugal no âmbito de investigações que tiveram início em fevereiro de 2021, quando o avião Dassault Falcon 900 da empresa OMI, pertencente a um grupo privado português de aviação, aterrou no aeroporto internacional de Salvador para abastecimento e, após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 quilogramas de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.

A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa que atuava nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar a carga), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).

A Justiça brasileira decretou ainda medidas patrimoniais de apreensão, sequestro de imóveis e congelamento de valores em contas bancárias usadas pelos suspeitos.

Em 27 de janeiro de 2021, o empresário João Loureiro descolou do Aeródromo Municipal de Tires, em Cascais, rumo ao Brasil, tendo aterrado no aeroporto de Salvador, no estado da Bahia, e posteriormente, descolado de Salvador para o aeroporto de Jundiaí, no Estado de São Paulo, onde ficou estacionado cerca de uma semana.

O Falcon 900 descolou depois de Jundiaí rumo a Salvador e, durante o voo, o comandante detetou falhas mecânicas, tendo solicitado uma inspeção técnica à aeronave.

De acordo com o manifesto de voo da Omni, a que a Lusa teve acesso, na viagem de Jundiaí para Salvador, realizada em 6 de fevereiro de 2021, seguiam a bordo, como passageiros, os empresários João Loureiro e Mansur Herédia, de nacionalidade espanhola, que se encontra em paradeiro incerto.

Em abril do ano passado, as autoridades brasileiras descartaram qualquer ligação do advogado João Loureiro ao caso de tráfico de cocaína num avião.

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PSD alerta para “tiques de maioria” antes do debate do Programa de Estabilidade

  • Lusa
  • 19 Abril 2022

"O que exortamos é que o Governo retire o documento que entregou e possa entregar um verdadeiro Programa de Estabilidade”, disse o deputado Duarte Pacheco.

O PSD pediu esta terça-feira ao Governo que substitua o “simples papel” que entregou no parlamento por “um verdadeiro Programa de Estabilidade”, alertando que o executivo já pode estar a apresentar “tiques de maioria”.

Em conferência de imprensa no parlamento, na véspera do debate do Programa de Estabilidade (PE), o PSD apresentou um projeto de resolução com essa recomendação, que será votado no final do debate, mas que não pede a rejeição do documento, ao contrário do que faz o Chega.

Questionado porque é que o PSD, apesar das muitas críticas, não recomenda a rejeição do Programa de Estabilidade, o coordenador do PSD na Comissão de Orçamento e Finanças, Duarte Pacheco, apresentou duas razões e recusou avançar o sentido de voto quanto ao diploma do Chega.

O PE não é votado, é só discutido, não é aprovado nem rejeitado. O que exortamos é que o Governo retire o documento que entregou e possa entregar um verdadeiro Programa de Estabilidade”, justificou. Por outro lado, o deputado considerou que “é impossível fazer uma apreciação política de uma coisa que não existe”.

“O Governo tem tempo, estamos disponíveis para encontrar no calendário orçamental espaço para que esse debate real possa vir a acontecer”, afirmou, recordando que também o Conselho de Finanças Públicas e a UTAO apresentaram objeções ao documento.

Também presente na conferência de imprensa, a vice-presidente da bancada do PSD Paula Cardoso alertou que esta atitude “poderá ser um dos primeiros tiques de maioria”. “Os tiques de maioria são tiques perigosos para quem tem de fazer escrutínio sério e verdadeiro das propostas que são apresentadas. Um PE que não tem uma única medida que nos faça crescer e afastar de cauda da Europa é bastante comprometedor, ou melhor, inexistente”, criticou.

No entanto, a deputada disse ainda ter a esperança que tenha sido a escassez de tempo “e não a sobranceria de quem se acha já com uma maioria e não se deu ao trabalho de fazer” a justificação para o documento entregue na AR, apelando a que o Governo apresente “em tempo útil um PE em condições, com medidas para o crescimento económico e para o aumento do rendimento das famílias”.

A atualização dos indicadores macroeconómicos que constam do PE 2022-2026 foi avançada, em 25 de março, pelo então ministro as Finanças, João Leão, tendo o CFP considerado não ter condições para o apreciar por “não incorporar as medidas de política a adotar”.

Já a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) defendeu que o Programa de Estabilidade (PE) 2022-2026 não cumpre os requisitos legais, contrariando a lei orçamental, e “surpreende” por ter sido entregue por um governo que não o ia executar.

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