Criptomoedas podem fragmentar sistema de pagamentos em economias mais frágeis, alerta Moody’s
A agência Moody’s alerta que a adoção de criptomoedas pode levar à fragmentação excessiva do sistema de pagamentos e enfraquecer a estabilidade financeira, especialmente em economias mais frágeis.
A agência de notação financeira Moody’s alertou esta quarta-feira que a adoção de criptomoedas pode levar à fragmentação excessiva do sistema de pagamentos e enfraquecer a estabilidade financeira, especialmente em países com estruturas macroeconómicas mais frágeis.
O serviço de investimentos desta agência garantiu que as criptomoedas estão a ser cada vez mais utilizadas por países com ratings de dívida soberana mais baixos, uma vez que podem facilitar as transações domésticas e torná-las mais rápidas, cómodas e com custos mais baixos.
Além disso, a Moody’s salientou que as criptomoedas facilitam a inclusão e beneficiam países onde grande parte da população carece de infraestrutura bancária, principalmente com a ampliação do uso da telemóveis e o aumento das tecnologias digitais.
No entanto, a agência de notação financeira alertou que esta “crescente adoção de ativos digitais também coloca em risco a estabilidade macroeconómica”.
“Os riscos associados à adoção de criptomoedas podem aumentar a instabilidade macroeconómica para países soberanos com estruturas macroeconómicas mais fracas, particularmente onde as criptomoedas podem ser usadas para evitar controlos de capital, enfraquecendo a eficácia das políticas”, realçou o vice-presidente da Moody’s, citado num comunicado de imprensa.
Entre os riscos apontados estão os operacionais, como fraudes, redução do controlo governamental na fiscalização do sistema financeiro, menor controlo do banco central sobre a oferta monetária ou uma maior dificuldade de aplicação de políticas monetárias anticíclicas em tempos de crise.
A Moody’s observou ainda que as remessas representam outra área em que a criptomoeda pode ser uma alternativa às moedas tradicionais, principalmente em fluxos de remessas de mercados menos desenvolvidos, pois oferecem o potencial de enviar remessas mais rapidamente e com custos reduzidos.
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