Glovo reforça equipa de gestão com novos responsáveis regionais

As nomeações surgem num momento em que a plataforma digital anunciou um plano de investimento de 40 milhões no mercado nacional, alargando as entregas a mais 70 cidades.

A Glovo está a reforçar equipa de gestão em Portugal com novos diretores regionais a Norte e a Sul, com a nomeação de Tiago Quintas e Cayetana Galaz, adiantou a Glovo à Pessoas. As nomeações surgem num momento em que a plataforma digital anunciou um plano de investimento de 40 milhões no mercado nacional, alargando as entregas a mais 70 cidades.

Portugal é um dos mercados chave para a Glovo e um dos países em que temos vindo a investir mais, através da expansão nacional a nível geográfico, mas também do reforço da equipa local. Desde o início do ano já recrutamos para mais de 30 posições em Portugal, em funções como partner business leader, account management, sales executives, operation analysts, entre muitas outras. A proximidade, o conhecimento do mercado e os hábitos de consumo são atributos chave para vingar neste setor”, diz Joaquín Vázquez.

“O reforço da equipa de gestão é mais um passo na aposta no talento nacional para dar a melhor experiência a estafetas, parceiros e utilizadores”, justifica o general manager da Glovo em Portugal.

Mestre em Finanças pela Universidade Católica de Lisboa, antes de integrar a Glovo, Tiago Quinta, o novo diretor regional a Norte, passou pela banca de investimento — caso do Haitong e Alantra, tendo nesta última ainda assumido o cargo de vice-presidente — sendo ainda sócio não executivo de empresas ligadas à restauração e hotelaria.

Assume agora a responsabilidade das operações a Norte, Ilhas e Q-Commerce – tem sob a sua alçada a promoção de acordos estratégicos com parceiros de retalho, distribuição, alimentação e empresas locais – da Glovo.

“O meu percurso na Glovo é recente mas tenho a certeza que foi a escolha certa deixar um setor mais tradicional por este que é disruptivo e assenta num conceito de presente e, também, de futuro. Na Glovo encontro uma equipa jovem, dinâmica e local, com um conhecimento do Norte do país inigualável. Abraçar o desafio do Q-commerce também abre as portas a um sem fim de possibilidades e tenho a certeza que este ano vai ser memorável na história da Glovo em Portugal”, diz Tiago Quintas.

Cayetana Galaz vem da Glovo de Espanha, onde, nos últimos três anos liderou o projeto de food innovation. Como regional director para o Sul do país, tem sob a sua alçada as operações na região de Lisboa, bem como a contas XL, que inclui grandes cadeias de restauração.

“Juntei-me à Glovo há três anos e é um privilégio contribuir para o caminho da empresa até aqui. Entrar na equipa portuguesa tem sido um desafio extraordinário e não podia estar mais orgulhosa da equipa fantástica que tenho o gosto de liderar diariamente. Temos um caminho longo pela frente mas tenho a certeza que estamos a dar os passos certos para dar acesso a tudo nas cidades”, diz Cayetana Galaz.

Formada em Engenharia em Gestão Industrial, com mestrado da Cranfield University e um MBA na IE Business School, antes de ingressar na Glovo, Cayetana Galaz trabalhou numa startup de retalho, tendo passado ainda por experiências profissionais na Everis num PMO (Project Management Office), e na empresa espanhola de engenharia, Tecnicas Reunidas.

Nomeações em ano de investimento

O reforço da equipa de gestão surge no mesmo ano em que a Glovo vai investir 40 milhões de euros na expansão da operação de entregas em Portugal, alargando a mais 70 cidades, depois de no ano passado ter expandido o negócio a mais de 40 cidades. Hoje está em 94 cidades e conta atualmente com mais de 8.500 parceiros. Portugal está neste momento no top 3 em termos de investimento da Glovo, segundo a plataforma.

A empresa pretende ainda contratar até ao final do ano 60 colaboradores, atingindo os 160 trabalhadores no mercado nacional. Para responder a esse crescimento, a Glovo vai mudar de escritórios tanto em Lisboa como no Porto.

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Siemens quer aumentar e sofisticar fornecedores em Portugal

Grupo alemão assume meta de ter 3.500 funcionários em Portugal até 2025 e “mais alternativas locais” no abastecimento, subindo a atual quota nacional de 70%. Exposição à Rússia não era “exorbitante”.

A Siemens Portugal garante ter mais de 970 fornecedores externos, dos quais 70% são empresas portuguesas. “A cadeia de valor é elástica, mas a matriz está cada vez mais sofisticada no tipo de fornecimento”, descreveu o presidente executivo.

Pedro Pires de Miranda assumiu que este número “tem subido, mas tem de subir ainda mais” nos próximos anos, apontando para a necessidade de esta filial da gigante alemã encontrar “mais alternativas locais” no abastecimento.

Em declarações aos jornalistas à margem da Hannover Messe — a maior feira mundial de tecnologias para a indústria, em que Portugal tem nesta edição o estatuto de país parceiro –, o gestor disse que a maior urgência nesse fornecimento de proximidade é “uma lição” da pandemia e da guerra na Ucrânia, e “uma forma de a empresa ser mais resiliente”.

Já no caso dos componentes ligados à eletrónica, com destaque para os semicondutores, a Siemens assume que “não tem alternativa” e continua “muito dependente do exterior”. “Temos sofrido bastante com o supply chain da eletrónica. Temos máquinas prontas que não podem sair por causa da falta de um chip, [o que] prejudica a exportação deste tipo de produtos. Não deixa fazer o scale up”, resumiu.

Pedro Pires de Miranda, CEO da Siemens Portugal, à conversa com João Breda, administrador da aveirense Bresimar Automação, que detém a Tekon Electronics, unidade de negócios especializada em tecnologia de sensores sem fios.Walter Branco

Já questionado sobre o abandono do mercado russo, em linha com a decisão tomada há algumas semanas pela casa-mãe, na Alemanha, Pedro Pires de Miranda começou por lembrar que também no caso português “todos os fornecimentos diretos ou indiretos para a Rússia foram logo cortados” no início do conflito.

Quanto à dimensão das perdas que terá de suportar, o executivo de topo respondeu apenas que “não era um valor exorbitante” de vendas para a Rússia, para onde fornecia “alguns produtos” da fábrica de Correios (sem concretizar quais), fazia “suporte de IT” (tecnologias de informação) e prestava serviços partilhados a partir de Portugal.

A operar há 116 anos em Portugal, a Siemens é a 10.ª empresa alemã com maior faturação em Portugal (e 11.ª exportadora) e a terceira maior empregadora de origem germânica no país. Contabiliza atualmente 3.150 funcionários, dos quais só 20% não tem formação superior e 15% são estrangeiros de 58 nacionalidades – a principal passou a ser a brasileira. Até 2025, a meta “perfeitamente atingível” e que até pode ser atingida “mais rapidamente” está nas 3.500 pessoas, com vagas para ocupar sobretudo nas equipas de desenvolvimento de software.

Engenharia portuguesa “navega” em portos e fábricas

Somando 1.400 clientes em 37 países, o líder da Siemens Portugal refere que “a força enquanto empresa está na exportação”, já que “no mercado nacional [está] a crescer de acordo com o crescimento económico português”. Do volume de negócios total de 260,7 milhões de euros no exercício terminado em setembro de 2021, 158,8 milhões foram faturados fora de Portugal. “A nossa aposta é na exportação de bens ou serviços de engenharia e dos projetos que temos em Portugal para outros países”, insistiu.

Ora, um dos próximos a ultrapassar as fronteiras deverá ser o projeto pioneiro, realizado em parceria com a portuguesa Introsys (instalada junto a Palmela), de um sistema de localização em tempo real de veículos autónomos para a Volkswagen Autoeuropa. Foi implementado em 2021 com o objetivo de “incrementar o fluxo e reduzir os estrangulamentos nas várias rotas”.

Luís Bastos, responsável pela área de indústria na Siemens Portugal, falou do “potencial de alargar este sistema a toda a fábrica e a outras, quer no automóvel quer noutras áreas que tenham necessidade de transportar peças dentro das fábricas”. Além do grupo Volkswagen e do ramo automóvel, o gestor falou no interesse já demonstrado por setores como o têxtil ou o vinho neste mesmo sistema desenvolvido pela estrutura portuguesa da Siemens.

Outros projetos que a Siemens está a mostrar até quinta-feira em Hannover são um sistema de gestão inteligente de resposta a inundações, energia e qualidade das águas balneares desenvolvido com a Águas do Algarve; a plataforma de produção modular adaptável a várias indústrias, com a Zeugma e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP); o armazenamento de energia e gestão de microrrede na ilha Terceira para a EDA – Eletricidade dos Açores; a parceria com a CaetanoBus para a eletrificação e descarbonização de autocarros; ou o projeto que acelera a recuperação de pacientes no Hospital da Luz, através de luzes humanizadoras.

A filial portuguesa da gigante alemã está também envolvida em dois centros de competências exportadores: um deles relacionado com soluções logísticas para armazéns automáticos: o outro hub especializado na modernização de portos, formalizado há cerca de cinco anos e com resultados para mostrar em Leixões e em países como Espanha, França, Inglaterra, Grécia, Dubai ou Egito. E numa fase em que estas infraestruturas estão congestionadas a nível global, podem render receitas adicionais à Siemens.

Na maior parte destes projetos está já a ser praticado o chamado “comissionamento remoto”, o que, destacou o presidente executivo, já foi experimentado no Dubai e irá “aumentar a competitividade de Portugal”, sobretudo numa era pós-pandemia, com maiores limitações nas viagens. Isto porque, para o arranque de uma operação, a empresa já não precisa de enviar os seus técnicos especializados para o local. “É cada vez mais uma tendência”, finalizou Pedro Pires de Miranda.

(O jornalista viajou para a Alemanha a convite da Siemens)

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Quase um ano depois, elétricos ainda não têm desconto adicional nas ex-Scut

Os descontos majorados para os elétricos careciam de alguns detalhes técnicos que ainda não foram operacionalizados. Medida devia ter entrado em vigor em julho de 2021.

Em 2020, o Parlamento conseguiu aprovar no Orçamento do Estado para 2021, à revelia do Governo, um desconto nas ex-Scut de 50%, que subia para 75% no caso dos veículos elétricos. A medida entrou em vigor a 1 de julho de 2021, mas os elétricos ficaram de fora, por motivos de ordem “técnica”. Agora, quase um ano depois, continua sem existir uma solução para estes condutores.

A medida partiu de uma proposta do PSD e tem estado envolta em polémica desde o início. A própria aprovação foi contestada pelo Executivo, que chegou a questionar a legalidade da medida, por ter sido a Assembleia a aprovar algo que poderia ultrapassar os tetos de despesa previstos no Orçamento; mas o gabinete jurídico do primeiro-ministro acabou por concluir que era legal.

Nesta medida estava previsto arrancar um desconto de 50% nas portagens de algumas ex-Scut e, na mesma data, um desconto de 75% para automóveis elétricos. No entanto, por motivos de ordem “técnica”, relacionados com eventuais problemas de partilha de dados, os condutores destes veículos tiveram de esperar. Em princípio, será necessário provar que tem um carro elétrico, com a solução a passar por uma habilitação prévia.

A solução foi anunciada pela ministra da Coesão, numa audição no Parlamento em julho do ano passado. Ana Abrunhosa sublinhou que os veículos elétricos já beneficiam de uma redução de 50% no valor das taxas de portagens em cada passagem nos lanços e sublanços das antigas Estradas Sem Custo para o Utilizador (SCUT), nomeadamente A22-Algarve (Via do Infante), A23 – IP, A23 – Beira Interior, A24 – Interior Norte, A25 – Beiras Litoral e Alta, A28 – Norte Litoral, Concessões do Grande Porto (A41, A42) e da Costa da Prata.

Apesar de se ter chegado a esta solução, onze meses depois da data em que devia ter entrado em vigor, tal ainda não foi regulamentado e os condutores dos veículos elétricos continuam à espera dos descontos adicionais nestas estradas, contando apenas com a redução aplicada aos condutores em geral.

A situação chegou a ser levada ao Orçamento do Estado de 2022, com os deputados do PSD a avançarem com uma proposta de alteração que determinava que o regime de descontos previsto para os veículos elétricos e não poluentes “deve ser operacionalizado com caráter de efetiva urgência”. Contudo, a proposta foi rejeitada.

Na nota justificativa da proposta, os deputados social-democratas recordam que a Resolução do Conselho de Ministros que regulamentou a medida indicava que a implementação dos descontos para veículos elétricos e não poluentes “implicará a adoção de um conjunto significativo de medidas de operacionalização técnica que impedem que a medida possa entrar em vigor no dia 1 de julho de 2021, cuja regulamentação será oportunamente implementada através de portaria”. “Portaria esta, que ainda não foi publicada, encontrando-se ainda por implementar o regime de descontos previsto”, sinalizam.

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Novobanco paga 34 milhões por dois hotéis da Sonae Capital em Troia

Aqualuz Tróia Mar & Rio e The Editory By The Sea Tróia-Comporta, pertencentes ao Troia Resort, foram comprados por um fundo de pensões do Novobanco, sabe o ECO.

O Novobanco, através de um dos seus fundos de pensões, comprou à Sonae Capital dois hotéis em Troia, numa operação que foi fechada por cerca de 34 milhões de euros, sabe o ECO. A empresa já tinha anunciado na semana passada a venda do Aqualuz Tróia Mar&Rio e do The Editory By The Sea Tróia-Comporta, pertencentes ao Troia Resort, mas sem adiantar mais detalhes.

É considerada “uma das maiores operações de investimento imobiliário em hotéis realizada no mercado português desde o início do ano”, afirmou a consultora JLL, que assessorou esta operação, em comunicado enviado na semana passada.

O ECO apurou entretanto que o comprador se trata de um fundo de pensões do Novobanco e que a operação foi fechada por 34 milhões de euros, o equivalente a uma yield de 5,75%. Apesar de vender os hotéis, a The Editory Hotels, unidade de negócio de Hospitality da Sonae Capital, vai continuar a geri-los, naquela que é uma operação de sale&leaseback.

Aqualuz Troia Mar & Rio Hotel by The Editory.Booking

Em causa estão os hotéis Aqualuz Troia Mar & Rio Hotel by The Editory e The Editory By The Sea Troia Comporta Hotel, de quatro e cinco estrelas, respetivamente, ambos pertencentes ao Troia Resort. Juntas, as duas unidades representam 337 apartamentos.

Em entrevista ao ECO após a divulgação deste negócio, o diretor de hotelaria da Sonae Capital adiantou que a empresa tem 15 milhões de euros disponíveis para investir em novos hotéis nos próximos cinco anos. Pedro Capitão explicou que, apesar de Troia ser “um mercado importante”, a estratégia da empresa passa por “diversificar geografias” e, por isso, quer “aumentar” o “peso relativo” no Porto, Lisboa e Algarve.

“Se fizermos este paralelo entre o peso relativo de cada um destes mercados turísticos versus Troia, estamos com demasiado peso em Troia. É neste sentido que estamos a procurar aumentar a nossa exposição a mercados com mais profundidade. Algarve e Lisboa são os dois maiores destinos turísticos nacionais e queremos ter uma maior exposição aí. Faz-nos mais sentido crescer aí do que em Troia”, disse o responsável.

Novobanco continua a mexer no imobiliário

O Novobanco continua a dar cartas no imobiliário e, recentemente, anunciou a venda de uma carteira de imóveis de logística, sem detalhar quais são os ativos em questão, referindo apenas tratar-se de uma carteira detida maioritariamente pelos fundos imobiliários NB Património e NB Logística, geridos pela GNB Real Estate. A março de 2022, o Novobanco detinha, em média, uma participação de cerca de 75% dos referidos ativos imobiliários.

Dias depois, a instituição acabou por dar mais informações, revelando que a venda tinha sido fechada por 208 milhões de euros e que vai ter um impacto positivo de 62 milhões de euros nas contas deste ano, assim como uma melhoria de 35 pontos base no rácio de capital.

A instituição tem atualmente em curso a venda da sede histórica do BES, na Avenida de Liberdade, no centro de Lisboa, naquela que é parte do processo de mudança para o Tagus Park, em Oeiras. O edifício com 15 mil metros quadrados acima do solo recebeu várias manifestações de interesse e, sabe o ECO, o Novobanco pretende lá ficar até 18 meses depois de o vender, mediante o pagamento de uma renda mensal de cerca de 400 mil euros.

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