Seguradoras aguentaram lucros e solvência no 1ºsemestre
Os efeitos da inflação ainda não se fizeram sentir nos custos com sinistros e as seguradoras conseguiram lucros de cerca de 320 milhões de euros nos primeiros 6 meses do ano com elevada solidez .
No final do primeiro semestre de 2022, os resultados líquidos das empresas de seguros com atividade em Portugal foi de cerca de 320 milhões de euros revelou o Relatório de Evolução da Atividade Seguradora (REAS) referente ao final do segundo trimestre deste ano, agora publicado pela ASF, entidade supervisora do setor.
Estes lucros obtidos pelas cerca de 40 seguradoras nacionais, ou sucursais de companhias com sede na União Europeia, são ligeiramente superiores aos 315 milhões obtidos no 1º semestre de 2021 e bastante acima dos 199 milhões conseguidos em 2020, no período inicial da pandemia de Covid 19.
Quanto à solidez das seguradoras, rácio de cobertura do Requisito de Capital de Solvência (SCR) do conjunto das empresas sob supervisão da ASF era, em junho de 2022, de 205%, o que representa uma diminuição de dois pontos percentuais face ao final de 2021, mas muito acima dos 100% considerado mínimo para assegurar solvência. O SCR é a medida do montante de fundos próprios necessários para a absorção das perdas resultantes de um evento de elevada adversidade e resulta da agregação das cargas de capital relativas aos vários riscos a que as empresas de seguros se encontram expostas.
Outro rácio importante de solidez das companhias é o MCR que indica a cobertura do Requisito de Capital Mínimo do conjunto de empresas supervisonadas. Este registou um aumento de cinco pontos percentuais, situando-se em 581%. Igualmente com um nível mínimo de conforto de 100%, indica os fundos próprios abaixo do qual se considera que os tomadores de seguros, segurados e beneficiários ficam expostos a um grau de risco inaceitável.
Outros dados a salientar da atividade das seguradoras a operar em Portugal no primeiro semestre:
- A produção global do mercado de seguro direto, relativa à atividade em Portugal, registou nos primeiros seis meses de 2022, uma diminuição de 0,9% face ao período homólogo de 2021, reduzindo para 6,3 mil milhões de euros;
- O ramo Vida decresceu 7,1%, enquanto os ramos Não Vida apresentaram um crescimento de 6,7%;
- Os custos com sinistros diminuíram 20,4%, em resultado do decréscimo de 30,7% no ramo Vida;
- No total da produção do mercado, as empresas nacionais representam 91,2% e as sucursais de seguradoras sediadas na União Europeia o restante;
- Em junho de 2022, o valor das carteiras de investimento das empresas de seguros totalizou 47,4 mil milhões de euros, o que representa um decréscimo de 7,8% face ao final do ano anterior. Na mesma data o volume de provisões técnicas era de 39,5 mil milhões de euros;
- Para a diminuição da produção de seguro direto do ramo Vida em 7,1% foi relevante a redução verificada nos seguros de vida ligados (20,9%), em particular nos PPR (23%). Houve crescimento de 15,2% nos seguros de vida não ligados;
- Os custos com sinistros do ramo Vida decresceram 30,7% face ao mesmo período de 2021, explicado pelo facto de, nos dois últimos anos, ter ocorrido um volume elevado de vencimentos de contratos de seguros financeiros;
- Os resgates apresentaram uma diminuição de 0,6% face a 2021, tendo representado 44,9% dos custos com sinistros do ramo Vida valor bastante superior ao verificado em junho de 2021 (31,3%);
- A produção dos ramos Não Vida do total do mercado ultrapassou 3 071 milhões de euros, mais 192 milhões que em igual período do ano anterior;
- O ramo Saúde crescimento de 10,2%, cujo peso relativo na produção em Não Vida passou a ser de 20,2% no final do período;
- O ramo Incêndio e Outros Danos (inclui multiriscos) registou igualmente um acréscimo de produção de 7,4% no período em análise;
- As modalidades Acidentes Trabalho e o ramo Automóvel apresentaram também crescimentos de produção de 6% e 2,5% respetivamente;
- Os custos com sinistros de seguro direto do total do mercado apresentaram um acréscimo de 7,1% face ao primeiro semestre de 2021;
- Os ramos Automóvel e Doença, bem como a modalidade de Acidentes de Trabalho registaram acréscimos de sinistralidade, ao contrário do ramo Incêndio e Outros Danos (incluindo os seguros multirriscos) cujos custos com sinistros diminuíram 7,6% no período em análise.
O REAS pode ser visto na íntegra aqui .
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