EACOP: Mais resseguradoras contra projeto de pipeline
O movimento #StopEACOP continua a crescer. Mais companhias rejeitam cobrir os riscos associados ao pipeline que atravessa o Uganda e a Tanzânia. Alegam consequências sociais e ambientais.
O grupo alemão Talanx confirmou que se juntou a outras 11 resseguradoras, incluindo 4 companhias líderes, na rejeição da cobertura dos riscos do pipeline Uganda-Tanzânia que exige aquecimento elétrico, superior a 50ºC, ao longo dos seus 1443 kms.
A Munich Re, Swiss Re, Hannover Re e SCOR declararam que não irão ressegurar o EACOP (East African Crude Oil Pipeline) . Um número crescente de outras seguradoras internacionais, incluindo a Allianz e a Zurich, tomaram a mesma posição.
A campanha #StopEACOP, que junta mais de 250 organizações na sensibilização das consequências sociais e ambientais do projeto tem pressionado várias companhias. Parte de uma checklist no website da campanha, as seguradoras Chaucer, Beazley, AEGIS London, AIG, Aspen, Chubb, Liberty Mutual, e Lloyd’s International ainda não prestaram declarações.
“Se a EACOP irá obter, ou não, cobertura internacional de seguros e resseguros, permanece em aberto. A pressão sobre os resseguradores internacionais e sobre a Marsh, – corretora da EACOP – para se distanciarem deste desastre ecológico e social, cresce todos os dias”, disse a #StopEACOP em comunicado.
“A Total e a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) precisam do apoio de investidores, bancos e seguradoras. O nosso trabalho é realçar os riscos, aumentar a pressão nas salas de reunião e garantir que a EACOP não obtém o apoio empresarial e político de que necessita”, anunciou a organização #StopEACOP.
A organização alerta as companhias para as consequências da construção do oleoduto de petróleo bruto que atravessará a África Oriental, projeto a começar em 2025, avaliado em 3,5 mil milhões de dólares, e que integra um oleoduto enterrado isolado, 6 estações de bombeamento e um terminal marítimo de exportação. O pipeline tem a necessidade de aquecimento elétrico ao longo de todo o percurso para manter o petróleo – viscoso, nesta região – em estado líquido.
A #StopEACOP continua a apelar às (re)seguradoras para que se “abstenham de fornecer (re)seguros ao projeto EACOP. “É a decisão social, ambiental e economicamente certa”, afirma.
O projeto “requer um apoio significativo de seguros e resseguros estrangeiros. De acordo com a Lei EACOP, uma parte substancial do resseguro, 70%, deve provir de empresas de resseguro internacionais, que têm as notações de crédito e capacidade financeira adequadas para absorver as perdas de acidentes. Não há qualquer indicação de que o resseguro internacional tenha sido obtido”.
A #StopEACOP alerta que o projeto da Total e da CNOOC tem como consequências a deslocação de comunidades, perigos para a vida selvagem, e o agravamento dos fatores climáticos.
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