Liz Truss quer rever reguladores financeiros
A tornar-se a próxima primeira-ministra britânica, Liz Truss poderá examinar os papéis dos três reguladores financeiros do Reino Unido e pondera uma potencial fusão.
Liz Truss, candidata a primeira-ministra britânica, quer examinar os papéis dos três reguladores financeiros do país “como parte de uma revisão”, uma fonte próxima da sua campanha de liderança, disse na quinta-feira, à Reuters.
Truss pondera a fusão da Financial Conduct Authority (FCA), amplamente responsável por supervisionar o comportamento das empresas e proteger os interesses financeiros dos consumidores, com a Prudential Regulation Authority (PRA), parte do Banco de Inglaterra e entidade que garante que bancos e seguradoras sejam financeiramente estáveis. Esta está sob pressão das companhias de seguros para permitir investimentos em infraestruturas como parte da reforma pós Brexit, de acordo as regras de Solvência II.
A FCA regulamenta cerca de 50.000 empresas de serviços financeiros no Reino Unido, incluindo intermediários de seguros em geral. A entidade estabelece e controla normas e apólices – controla aproximadamente 1.500 instituições financeiras, incluindo companhias de seguros e bancos.
A fusão poderia também incluir o Payment Systems Regulator (PSR), entidade que supervisiona as redes que permitem as transferências, os pagamentos contactless e as caixas multibanco do Reino Unido.
Uma vitória de Liz Truss significaria a integração dos watchdogs financeiros, menos de uma década após a sua formação, em 2013, como parte de uma revisão pós crise financeira, inicialmente apresentada pelo então chanceler George Osborne, em 2010.
Um projeto de lei sobre serviços e mercados financeiros apresentado ao Parlamento no mês passado conferiu à FCA e à PRA um novo objetivo secundário de ajuda ao crescimento económico e à competitividade do setor financeiro.
O PSR, em funcionamento desde 2015, está sob pressão dos legisladores para resistir aos avanços da Visa e da Mastercard para aumentar as taxas cobradas aos utilizadores das suas redes.
Segundo o The Guardian, qualquer plano de reintegração dos supervisores é suscetível de criar preocupações, precisamente quando o Reino Unido se prepara para uma recessão económica provocada por uma inflação crescente.
A decisão poderá enfrentar críticas se resultar em reduções de empregos e de custos que possam condicionar ainda mais os reguladores do Reino Unido. O PRA tem cerca de 1.350 funcionários e o PSR operava com cerca de 130 funcionários. O FCA é o maior dos três, com aproximadamente 4.000 empregados.
Ao The Guardian, o Banco de Inglaterra e o PSR recusaram-se a comentar o anúncio de uma potencial fusão, e a FCA afirmou não ter a possibilidade de proferir declarações.
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