Exclusivo Seca extrema volta a piorar em agosto. Terá que chover muito acima do “normal” para corrigir situação, alerta IPMA
O IPMA alerta que só com níveis de precipitação "superiores ao normal" é que haveria um "desagravamento significativo da seca". Em agosto, 60% do território estava em seca extrema.
A situação de seca em Portugal continental voltou a piorar em agosto. Segundo as contas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no mês passado, 60,4% do território encontrava-se em seca severa, enquanto 39,6% estava em situação de seca extrema. E, apesar de estar prevista chuva para os próximos dias, a entidade meteorológica revela ao ECO/Capital Verde que, considerando a evolução do ano hidrológico a 31 de agosto, terá que chover mais em setembro e outubro, em quantidades que normalmente só se verificam em 20% dos anos, para que exista um desagravamento “significativo” da situação de seca atual, uma vez que os níveis de precipitação registados até hoje foram metade do que é considerado normal.
“Tomando como referência o ano hidrológico a 31 agosto de 2022, e analisando apenas do ponto de vista do défice de precipitação, a quantidade de precipitação, 420 milímetros [mm], que precipitou até à data é praticamente metade do que é considerado um ano normal”, explica o IPMA.
Assim, a entidade estima que, em termos médios, teria que ocorrer uma “quantidade de precipitação superior ao normal” para esta altura do ano, e que só “ocorre em 20% dos anos”, para corrigir parte da situação de seca no país. Ou seja, a quantidade de precipitação para setembro e outubro teria que rondar os 150 mm e 175 mm, respetivamente para compensar a falta de chuva do resto do ano. “Nestas condições a seca teria um desagravamento significativo“, frisa o IPMA, acrescentando que os valores são referenciais para Portugal continental e não por regiões.
Segundo o índice de PSDI (Palmer Drought Severity Index) que avalia a situação de seca meteorológica, as regiões mais afetadas pelo agravamento da seca extrema em agosto são o Baixo e Alto Alentejo, Beira Alta e Beira Baixa, Trás-os-Montes e parte do Ribatejo. As restantes regiões encontram-se em seca severa.Este índice baseia-se no conceito do balanço da água tendo em conta dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo e permite detetar a ocorrência de períodos de seca classificando-os em termos de intensidade.
Desde o início do ano que a situação de seca tem vindo a piorar em Portugal. Em fevereiro deste ano, houve um agravamento da seca extrema, tendo em março e abril existido uma diminuição da intensidade. No entanto, com a chegada do verão, voltou a haver um aumento significativo da intensidade de seca em maio e junho, mantendo-se em julho e agosto, revela o IPMA. Janeiro, fevereiro, abril, maio, junho, julho e agosto de 2022 ficaram também marcados por níveis de precipitação inferiores ao normal.
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