Ranking internacional de sistemas de pensões coloca Portugal a meio da tabela

O Índice Mundial de Pensões 2022 contou pela primeira vez com Portugal, em 24.º lugar na lista de 44 países. Portugal destaca-se em Adequação, mas perde em Sustentabilidade.

Portugal surgiu pela primeira vez no Índice Mundial de Pensões, um estudo que avalia os sistemas de pensões de 44 países, e no qual ocupa o 24.º lugar. Islândia, Países Baixos e Dinamarca lideram o ranking global dos países com os melhores sistemas de pensões.

“Muitos indivíduos não vão poder contar mais com um apoio financeiro relevante por parte dos seus antigos empregadores e/ou do governo durante os anos de reforma”, conclui o estudo elaborado pela gestora de ativos, Mercer, e a organização sem fins lucrativos, CFA Institute, sublinhando a importância de diversificar as economias para a reforma, bem como das diferentes fontes de apoio financeiro.

Pela primeira vez, em 14 edições, Portugal figura no ranking, surgindo em 24.º lugar com uma pontuação global de 62,8, valor ligeiramente abaixo do valor médio de 63,03. Ao comparar apenas os países da União Europeia, com a inclusão do Reino Unido, Portugal figura em 13.º lugar numa lista de 17 países.

O Índice avalia cada sistema de pensões com base na média ponderada de indicadores como Adequação, Sustentabilidade e Integridade, face a mais de 50 indicadores. Em termos de Adequação, Portugal obteve 84,9 pontos, enquanto no indicador Integridade, a prestação fixou-se nos 73,9 pontos. No entanto, no que toca ao indicador Sustentabilidade, Portugal pontuou 29,7 pontos, tornando-se no 6.º país com a pontuação mais baixa.

Para cada indicador, os sistemas com a pontuação mais elevada em Adequação e Sustentabilidade foram registados na Islândia (85,8 e 83,8 respetivamente), e no que toca a Integridade, a pontuação mais elevada foi verificada na Finlândia (93,3).

No top 3 dos países com o melhor sistema de pensões encontramos a Islândia, que voltou a liderar com o maior valor global do Índice (84,7). Em segundo lugar ficam os Países Baixos com apenas uma décima de diferença (84,6) face à Islândia, e em terceiro lugar encontramos a Dinamarca (82). Por sua vez, os países com as pontuações mais baixas do índice foram a Argentina (43,3), as Filipinas (42), e a Tailândia (41,7).

 

O índice classifica cada país de A a E, sendo que A representa a melhor nota.
Fonte: Índice Mundial de Pensões 2022 (Mercer CFA Institute)

 

“O mercado dos fundos de pensões tem enfrentado significativos desafios nos anos recentes, destacando-se, em particular, o período de taxas de juro atipicamente baixas que marcou a última década. Depois de um período tão longo é normal que o novo regime económico de elevada inflação e taxas de juro em rápido crescimento tenha o seu impacto na indústria, um impacto que chega tanto por via das responsabilidades, como por via dos ativos”, comenta Marcos Soares Ribeiro, presidente e CEO na CFA Society Portugal, citado em comunicado.

Do lado do aforrador ou beneficiário, destaca-se o evidente desequilíbrio dos sistemas de segurança social como o português perante a expectável evolução demográfica. Num país com baixo nível de poupança para a reforma, a redução da taxa de substituição deverá representar um desafio muito relevante a enfrentar nas próximas décadas”, refere.

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