Passos Coelho reitera estar afastado da política mas “seria tolice” dizer que nunca fará mais nada
"Não há nenhuma razão para eu dizer que nunca mais na vida faço coisa nenhuma, porque seria uma tolice dizer coisas dessas, seria um absurdo", disse o antigo primeiro-ministro.
O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho reafirmou esta quinta-feira que está fora da vida política e assim pretende continuar, mas considerou que “seria uma tolice” dizer que nunca mais fará nada na vida.
A margem de uma conferência sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que decorreu à porta fechada na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Pedro Passos Coelho foi questionado pelos jornalistas se pretendia manter-se afastado da vida política, ao contrário do que vaticinou o Presidente da República.
“Não tenciono regressar a espaços políticos, as pessoas sabem disso, estou afastado da atividade política. Não há nenhuma razão para eu dizer que nunca mais na vida faço coisa nenhuma, porque seria uma tolice dizer coisas dessas, seria um absurdo, mas não estou a pensar em coisa nenhuma, estou muito fora de tudo e assim pretendo continuar”, afirmou Pedro Passos Coelho, citado pelo jornal online Observador e pela CNN Portugal.
À saída da iniciativa, Pedro Passos Coelho explicou que o encontro foi reservado aos estudantes daquela instituição a seu pedido e por entender que a sua participação contaminaria sempre o debate público e político. “Não estou no espaço público. Era uma aula, um ambiente académico”, repetiu o antigo primeiro-ministro.
A meio de outubro, numa cerimónia que assinalou o início das comemorações do centenário de Agustina Bessa Luís, em Amarante, à qual assistiu Pedro Passos Coelho, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o país ainda “deve esperar muito do contributo” do antigo primeiro-ministro.
“Sendo tão novo [Pedro Passos Coelho], o país pode esperar, deve esperar muito ainda do seu contributo no futuro, não tenho dúvidas”, afirmou aos jornalistas o chefe de Estado, observando que a “resistência” do ex-chefe do Governo no período da troika é reconhecida dentro e fora de Portugal.
“O país deve, num período muito difícil de crise na troika, ao primeiro-ministro Passos Coelho, uma resistência, que ainda há dois dias pude ouvir ser elogiada pela boca da então chanceler Angela Merkel. Portanto, é reconhecida cá dentro e reconhecida lá fora, é um facto”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
No seu discurso na cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se ao “senhor primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho”, que estava sentado na primeira fila das dezenas de pessoas que assistiam ao momento. “Lembrar quanto Portugal lhe deve no passado e quanto Portugal está seguro de lhe vir a dever, muito mais, no futuro”, disse.
Pedro Passos Coelho, 58 anos, presidente do PSD durante oito anos (2010-2018), foi primeiro-ministro de 2011 a 2015, durante os anos de intervenção da troika. Desde então, afastou-se da política ativa, tendo sido raras as suas intervenções públicas.
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