Portugueses são os que mais defendem renováveis na UE. Consumo de energia no bloco voltou a subir em 2021
O consumo de energia primária e final na UE voltou a subir em 2021, aumentando a distância da meta para 2030. Eurobarómetro indica que portugueses são os que mais defende investimento em renováveis.
Entre os cidadãos dos 27 Estados-membros, os portugueses (94%) são os que mais defendem a necessidade de investir em energias renováveis perante a guerra na Ucrânia e a importância de se reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, superando a média europeia (47% concorda totalmente e 36% tende a concordar).
Estes dados são partilhados esta segunda-feira num inquérito do Eurobarómetro onde, entre as várias temáticas, foi abordada a crise energética.
Atrás de Portugal, surge Malta (92%) e Bulgária (60%) como os países que mais defendem a aposta em energias “verdes”. O Eurobarómetro aponta ainda que na última edição deste inquérito, em abril de 2022, Portugal e Malta já ocupavam as posições cimeiras.
Os portugueses voltam a destacar-se no que toca à defesa da redução do consumo de energia nas horas-pico, isto é, nas horas em que a energia está mais cara por haver maior procura. Cerca de 80% dos inquiridos a nível europeu concorda que deve ser feito um esforço maior para reduzir, sendo que em Portugal esse valor ascende aos 93%, fazendo deste o Estado-membro com a pontuação mais elevada, novamente. As percentagens mais baixas registaram-se na Grécia (67%) e Bulgária (65%).
Apagar as luzes quando se sai de um quarto durante um tempo significativo, seja em casa ou no local de trabalho, é a ação que os entrevistados estão mais dispostos a adotar no sentido de reduzir o consumo de energia. Esta participação varia de 64% na Eslovénia e 66% na Bulgária a 83% na Estónia e 85% em Malta e Portugal.
Consumo de energia na UE aumenta e afasta-se das metas
O consumo de energia primária na União Europeia (UE) voltou a crescer em 2021, alargando ainda mais a distância da meta prevista para 2030.
De acordo com os dados do Eurostat, divulgados esta segunda-feira, no ano passado o consumo de energia primária na UE atingiu 1.309 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (Mtep), um aumento de 5,9% face a 2020, mas ainda abaixo do nível de 2019 (1.354 Mtep). Os dados mostram que os 27 Estados-membros se afastaram-se ainda mais da meta de 2030, cerca de 1.100 milhões de Mtep: a distância aumentou para 16,1% em 2021, depois em 2020 (um ano atípico, marcado pelo início da pandeia de covid-19) a distância se ter situado nos 9,5%.
O consumo final de energia também aumentou, atingindo 968 Mtep em 2021, tratando-se de um aumento de 6,8% em relação a 2020 e uma queda de 1,8% em relação a 2019. Em 2021, o consumo final de energia ficou 14,4% longe da meta de 2030 (cerca de 850 Mtep), enquanto em 2020 a distância era de 7,1%.
Após uma queda em 2020 devido ao impacto da pandemia em todos os setores, o consumo de energia no bloco europeu, em 2021, voltou a subir, embora muito longe do pico de 2006, altura em que o consumo de energia primária ficou 34,0% acima da meta de 2030 e o consumo final de energia foi 23,6% acima do mesmo alvo.
O consumo de energia primário traduz-se na procura total de energia de um país. Abrange o consumo do próprio setor de energia, as perdas durante a transformação (por exemplo, de petróleo ou gás em eletricidade), a distribuição de energia, e o consumo final. Já o consumo final de energia é a energia total consumida pelos utilizadores finais, como nas habitações, na indústria e na agricultura. É a energia que chega ao consumidor final e exclui aquela que é utilizada pelo próprio setor energético.
Em comparação com a média de 2017-2019, que é mais representativa do que os anos afetados pelas restrições anti-covid, o consumo de energia primária diminuiu 4,6% a nível da UE e o consumo de energia final 2,1%. Uma parte significativa desta quebra esteve relacionada com as restrições, que continuaram a fazer-se sentir em 2021.
Portugal entre os países onde o consumo energético mais caiu
Em comparação com a média de 2017-2019, 18 Estados-Membros registaram quebras tanto no consumo de energia primária como final em 2021, mantendo-se a tendência de 2020, quando todos os países do bloco europeu registaram quebras.
De acordo com o gabinete de estatísticas europeu, Estónia (-16,8%), Portugal (-13,3%) e Grécia (-10,5%) foram os países onde o consumo de energia primária mais diminuiu, ao passo que os aumentos mais elevados registaram-se na Lituânia (+5,7%), Polónia (+2,8%) e Roménia (+2,2%).
Face à média de 2017-2019, as maiores quebras no consumo final de energia registaram-se em Malta (-10,0%), Chipre (-9,7%) e Portugal (-7,1%), enquanto os maiores aumentos se registaram na Roménia (+7,5%). ), Bulgária (+3,9%) e Hungria e República Checa (ambos +3,3%).
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