Do cinema aos podcasts. As escolhas de… Sílvia Barata, presidente da BP Portugal
A líder dos destinos da BP Portugal gosta de cinema e de refletir com os filmes, de ler sobre geografia e compreender o mundo atual, de ouvir TED Talks que a façam sair da sua zona de conforto.
Amante da sétima arte, “fanática” pela bolsa de valores e uma eterna curiosa pelas áreas das ciências naturais, biologia e geografia, Sílvia Barata gere os comandos da BP Portugal desde agosto. Assumiu o cargo numa casa que já conhece muito bem. “Tenho 50 anos, 30 dos quais na BP”, conta. Com apenas 19 anos, a presidente da BP Portugal, que acumula com o cargo de direção de operações de retalho, começou jovem na Mobil. “Estudava à noite e trabalhava durante o dia na Mobil, na área financeira, que estava mais relacionada com a minha licenciatura. À medida que o tempo foi passando, fui transitando de áreas mais de back office ou financeiras para áreas mais híbridas, de gestão de negócio ou de aproximação ao negócio”, recorda.
Apesar de gostar mais de desempenhar cargos em geografias internacionais, Sílvia Barata ocupa agora, depois de vários anos, uma função centrada exclusivamente em Portugal. “Gosto de trabalhar com pessoas e culturas diversas. Obriga-me a sair um bocadinho do meu status quo”, confessa. Aceitar o desafio de liderar o braço português da multinacional foi uma “decisão natural”. “Era uma opção que, quer a empresa, quer eu, víamos como viável, e é um orgulho representar esta empresa.”
Pela frente, tem um contexto volátil, mas também muito desafiante. “A transição energética obriga-nos a estar quase todos os dias a pensar no que vem a seguir, em quais são as novas energias, as novas ofertas, no que o cliente quer e em como temos de ajustar-nos”, considera. “Traz desafios, muito trabalho, dúvidas e alguns receios, mas traz enormes oportunidades para o negócio e para as pessoas, e até novas formas de trabalhar.”
Às vezes, não sou muito fácil de lidar [devido ao meu alto nível de exigência]. Mas também sei reconhecer quando um trabalho é bem feito.
A transição energética não se faz de um dia para o outro, nem sem o assumir de responsabilidades. “Empresas como a nossa, que foram parte do problema, têm de fazer parte da solução. Não podemos ser hipócritas e pensar que não criámos um problema. Cada um de nós tem de dar o exemplo e tem de fazer um pouco para se fazer a transição energética. Não são só as empresas do setor, os governos, os consumidores também. Esses são aqueles que, se calhar, de forma efetiva, poderão forçar positivamente empresas como a BP e outras a acelerar essa mesma transição energética”, defende.
Como líder, Sílvia Barata diz que faz muitas perguntas e tem um nível de exigência elevado. “Às vezes, não sou muito fácil de lidar nesse sentido. Mas também sei reconhecer quando um trabalho é bem feito.”
Perguntámos à gestora quais as suas escolhas:
Um livro
“Prisioneiros da Geografia”, de Tim Marshall (Desassossego)
“Tirei este livro da mesinha de cabeceira do meu marido exclusivamente por causa da guerra. Queria perceber o impacto da geografia nas decisões políticas a nível internacional: o porquê de determinado tipo de ações no Médio Oriente, na China, na Rússia, na Europa; o que leva a determinado tipo de sanções; a determinado tipo de políticos tomarem certas decisões… Teve mais a ver com cultura geral. Perceber o que é que está por trás dessas intenções, muitas delas relacionadas com o facto de haver água, petróleo, recursos energéticos, e que levam a que existam guerras.”
Um filme
“A Cor Púrpura”, de Steven Spielberg
“Adoro cinema. Talvez um dos filmes que mais me marcou foi ‘A Cor Púrpura’, de Steven Spielberg. É a história de uma mulher que se vê obrigada a casar dentro de um casamento violento e mostra a forma como duas amigas acabam por, entre elas, se recriar e ajustar a essa mesma realidade – uma realidade difícil – com a força uma da outra. É algo atual, que ainda existe na sociedade, e creio que somos muito mais fortes quando somos um todo. Este filme reflete essa carga emocional.”
Uma app
Bolsa
“Sou fanática de bolsa. Ando sempre a ver quais são os movimentos das principais empresas. Sou assim desde pequenina. O meu pai passou-me este vício. É uma aplicação que gosto muito.”
Um podcast
TED Talks Daily
“Não sou uma utilizadora assídua de podcasts, mas gosto muito de ouvir TED Talks. É algo que me faz sair um bocadinho do ambiente de trabalho e ouvir outras coisas, seja tecnologia, ciências, geografia… Ajuda-me a ter um espírito de inovação e isso também me obriga a refletir, muitas vezes até no fim de semana. Acaba por trazer-me novas ideias de trabalho, o que é ótimo. Também oiço, às vezes, o Camilo Oliveira, dependendo do tipo de assuntos que aborda, e o Governo Sombra – mas isso oiço mais na TSF, quando estou a ir para casa – pois gosto da dinâmica que têm. São homens inteligentes a falar de temas atuais, e que nos obrigam a refletir.”
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