LaLiga aproveita Mundial para internacionalizar clubes

  • Servimedia
  • 4 Dezembro 2022

A LaLiga está a aproveitar o Campeonato do Mundo de futebol para impulsionar a internacionalização dos clubes no mercado do Médio Oriente e Norte de África - MENA.

A LaLiga está a transferir o seu centro de operações para o Dubai de amanhã a quinta-feira, com o objetivo de realizar uma grande imersão para reforçar os laços comerciais com o mercado Médio Oriente e Norte de África – MENA – e o subcontinente indiano, de forma a impulsionar o processo de internacionalização dos clubes espanhóis numa região que tem assumido um forte compromisso com o desporto nos últimos anos e onde decorre o Mundial, noticia a Servimedia.

Uma viagem com uma agenda de reuniões de alto nível que, na opinião de clubes como o Athletic Club, lhes permitirá “sondar possíveis oportunidades estratégicas futuras“. Os 40 clubes da LaLiga que estarão presentes terão uma agenda de trabalho cheia de reuniões, simpósios e apresentações que servirão para sustentar a sua presença comercial e desportiva na região. A este respeito, um dos eventos mais importantes será a Cimeira da Investopia, que acontecerá a 7 de Dezembro e é organizada pelo Ministério da Economia dos Emirados Árabes Unidos.

Na Cimeira, representantes seniores das equipas espanholas e Javier Tebas, que falará no fórum, estarão em contacto com mais de 200 executivos de alto nível do mundo do desporto, negócios e finanças para discutir o futuro do desporto e do futebol e a implementação de um novo modelo na economia do desporto.

No mesmo dia, terá também lugar a Assembleia Geral Extraordinária da LaLiga, que poderá ser assistida em direto. Neste dia também será revisto o atual estatuto da LaLiga Impulso, o projeto que vai permitir antecipar 20 anos a modernização global do futebol profissional espanhol, graças aos dois mil milhões de euros do fundo CVC.

Além disso, serão realizadas outras sessões, entre as quais está uma dedicada ao novo patrocinador do título LaLiga para a próxima temporada, EA Sports, bem como um fórum com a Liga Pro dos EAU, a homóloga de LaLiga nos Emirados Árabes Unidos. O fórum contará com a presença de Waleed Al Hosani, o seu CEO, que informará os clubes sobre os progressos feitos pelo país árabe no campo de futebol.

Haverá também uma mesa redonda centrada na procura de novos negócios para os clubes da região, com a participação da Embaixada de Espanha no Dubai, que apresentará as chaves necessárias para o estabelecimento de novos projetos no país.

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Pizarro vê “maior eficiência na gestão de recursos no Norte do que em Lisboa”

  • ECO
  • 4 Dezembro 2022

Ministro destaca cooperação iniciada há mais tempo e com "melhores resultados” a Norte, admitindo que encontrou “um cenário mais difícil do que esperava”, sobretudo a Sul. A culpa é de Passos Coelho.

O ministro da Saúde atesta que “há maior eficiência na gestão de recursos na região Norte do que na de Lisboa e Vale do Tejo”. “Talvez porque as pessoas são mais próximas umas das outras, há experiências de cooperação que começaram há mais tempo e que deram melhores resultados”, justifica Manuel Pizarro, dando o exemplo das urgências metropolitanas em várias especialidades médicas, algumas criadas há duas décadas, por saberem que “há determinadas horas em que a resposta não tem de estar disponível em todos os sítios”.

Quase três meses depois de tomar posse, o sucessor de Marta Temido admite, em entrevista ao JN e à TSF que, encontrou “um cenário mais difícil do que aquele que esperava”, notando haver “alguns locais – muito concentrados em torno de Lisboa e Vale do Tejo e também um pouco na região Sul – onde as dificuldades são muito grandes, quer por falta de recursos humanos, quer por termos deixado que o SNS ficasse um pouco para trás no processo de modernização tecnológica e no processo de requalificação de instalações”. Sete anos depois de o PS recuperar o poder, a culpa ainda é de Passos Coelho: “compensou-se uma boa parte das perdas brutais dos anos da troika, [mas] a austeridade no SNS foi devastadora”.

Recusando a ideia de que o sistema público de saúde (SNS) não tem capacidade de retenção ou atração – “o SNS tem hoje cerca de 4.300 médicos especialistas, mais do que no final de 2015; o que também temos é mais tarefas, aliás, por boas razões”, calcula –, Pizarro defende o aumento das vagas nos cursos de Medicina e a abertura de mais faculdades públicas ou privadas. Resistência da Ordem dos Médicos? “No fim do dia, é uma decisão do Estado”, responde o socialista, que diz ser “natural” que os jovens médicos emigrem, mas recusa a ideia de obrigar os formados em Portugal a prestar um tempo de serviço mínimo no SNS.

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Agricultores avisam que preços dos alimentos vão continuar a aumentar

  • ECO
  • 4 Dezembro 2022

“Mesmo que a inflação pare”, o preço dos produtos agrícolas vai subir “ainda durante algum tempo”, adverte o líder da CAP, que antecipa o fecho de mais explorações em 2023 devido à fatura da luz.

Eduardo Oliveira e Sousa alerta que os preços dos produtos agrícolas junto do consumidor vão continuar a aumentar “ainda durante algum tempo, mesmo que a inflação pare”, e só por “milagre” poderiam voltar aos valores de há um ano. “É natural que continuem a subir durante algum tempo para amortizaram a diferença de velocidades entre o aumento do custo de produção e o valor da venda desse mesmo produto”, refere o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

Em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena1, o porta-voz dos empresários agrícolas diz que muitas explorações ligadas à pecuária já fecharam e que vêm aí “outro tipo de falências, associadas à conta da luz”, quando fizeram as contas no final do ano e os acertos finais ao consumo. Eduardo Oliveira e Sousa antecipa que “há explorações que no ano que vem não terão condições para iniciar a campanha, fruto do preço da energia”. E já pediu ao ministro do Ambiente para que os agricultores tenham acesso ao mercado regulado da eletricidade, como os consumidores domésticos, notando que o preço atual é “incompatível com a maior parte das culturas de regadio”.

Lembrando que, apesar da chuva que caiu nas últimas semanas, no sul do território a situação de escassez está longe de estar superada, o líder da CAP critica a ministra da Agricultura pelo facto de, ao contrário dos espanhóis, os agricultores portugueses ainda não terem recebido “um euro” sequer dos apoios relacionados com a seca. Aponta falta de “habilidade política e técnica” a Maria do Céu Antunes para resolver este problema — e igualmente de capacidade técnica no que toca à gestão do Plano Estratégico de Política Comum (PEPAC).

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Procuradoria-Geral do Irão anuncia fim da polícia da moralidade

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2022

Força detinha especialmente mulheres que não usavam o véu islâmico de acordo com os códigos ditados pelo país. Analistas consideram fim da polícia da moralidade como cedência aos protestos populares.

O Irão aboliu a polícia da moralidade, uma força que detinha especialmente mulheres que não usavam o véu islâmico de acordo com os códigos ditados pelo país, informou o procurador-geral do país, Mohamad Jafar Montazeri.

Essa polícia “não tem nada a ver com o poder judicial”, sublinhou Montazeri ao fazer o anúncio no sábado à noite, citado pela agência de notícias iraniana ISNA.

Os analistas consideram o fim da polícia da moralidade como uma cedência ao movimento popular de protesto que o país vive há três meses.

Montazeri explicou que o judiciário continuará a fiscalizar o comportamento em nível comunitário e destacou que o vestuário feminino continua a ser muito importante, principalmente na cidade sagrada de Qom, ao sul de Teerão.

“O mau hijab (véu islâmico) no país, especialmente na cidade sagrada de Qom, é uma das principais preocupações do poder judicial, bem como da nossa sociedade revolucionária, mas deve-se notar que a ação legal é o último recurso e medidas culturais precedem qualquer outro”, justificou Montazeri, que discursava num encontro com clérigos em Qom.

A cidade de Qom é o centro teológico do Irão, onde estão localizados as principais escolas religiosas do país e onde milhares de peregrinos e estudantes de todo o mundo visitam e estudam.

O Irão vive protestos generalizados desde 16 de setembro, após a morte sob custódia policial da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, que havia sido detida justamente pela polícia da moralidade por supostamente usar o véu islâmico de forma inadequada. Os protestos incluem a demanda pelo fim da República Islâmica.

“Isto não é um protesto, isto é uma revolução”, “não queremos a República Islâmica”, “morte ao ditador”. Estas são algumas das frases que os manifestantes gritam nas manifestações de rua ou à noite das janelas das suas casas e escrevem nas paredes do prédio desde setembro passado.

Segundo o Conselho de Segurança do Irão, desde o início dos protestos “mais de 200 pessoas” morreram, mas organizações não-governamentais (ONG) estrangeiras, como a Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, estimam o número de mortos em 448 devido à forte repressão policial. Além disso, pelo menos 2.000 pessoas foram acusadas de vários crimes pela sua participação nas mobilizações, das quais seis foram condenadas à morte.

Executados quatro alegados espiões ao serviço de Israel

As autoridades iranianas executaram este domingo quatro pessoas acusadas de trabalhar para os serviços secretos Mossad de Israel. A agência noticiosa estatal IRNA refere que a poderosa Guarda Revolucionária do país anunciou a detenção de uma rede de pessoas ligadas à agência israelita.

“Esta manhã, as sentenças contra quatro dos principais membros do grupo de bandidos ligados aos serviços secretos do regime sionista [Israel] foram executados, indicou a agência do poder judiciário Mizan Online, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Os membros daquela rede roubaram e destruíram propriedade privada e pública e raptaram indivíduos e interrogaram-nos, acrescenta a IRNA, de acordo com a qual o grupo tinha armas e recebia salários da Mossad, sob a forma de criptomoedas. Israel e o Irão são inimigos regionais.

A IRNA, citada pela agência de notícias Associated Press (AP), identificou os presos executados como Hossein Ordukhanzadeh, Shahin Imani Mahmudabadi, Milad Ashrafi e Manuchehr Shahbandi.

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DeSantis vs Trump. Quem vencerá o braço de ferro pelo futuro do trumpismo?

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Dezembro 2022

Embora a sua popularidade esteja em queda, Trump continua popular nas bases do Partido Republicano. DeSantis, reeleito governador da Florida a 8 de novembro, pode vir a desafiar o ex-Presidente.

Ron DeSantis, à esquerda, e Donald Trump, à direita. Imagem ilustrativa

“Ron DeSanctimonious.” Foi com este trocadilho, que junta o apelido DeSantis à palavra sanctimonious (“hipócrita”, em português), que o ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, se referiu a Ron DeSantis, governador da Florida, reeleito por larga maioria para um segundo mandato nas intercalares de 8 de novembro.

Além de sinalizar a crescente popularidade do político republicano de 44 anos, ao usar esta expressão, Trump parece reconhecer que vê em Ron DeSantis uma ameaça à corrida para as eleições de 2024.

Dias antes de anunciar a sua recandidatura, Trump chegou a avisar DeSantis contra uma potencial candidatura para a nomeação do Partido Republicano às próximas Presidenciais. “Eu diria coisas sobre ele que não são lisonjeiras. Sei mais sobre ele do que qualquer outra pessoa – à exceção, talvez, da sua mulher”, disse Trump numa entrevista à Fox News no dia das eleições.

Embora o GOP (Grand Old Party, como também é conhecido o Partido Republicano) tenha falhado a tão falada “onda vermelha” (cor do partido) no Congresso nas eleições intercalares, Ron DeSantis protagonizou uma das maiores vitórias nessa noite, ao derrotar o candidato democrata Charlie Crist com 59,4% dos votos contra 40% — uma margem de cerca de 1,5 milhões de votos, quando há quatro anos garantiu o cargo de governador da Florida por escassos 32.400 votos, aproximadamente.

Para alcançar a reeleição, DeSantis pintou de vermelho condados tradicionalmente democratas — incluindo Miami-Dade, o mais populoso da Florida, onde um republicano não ganhava uma eleição há duas décadas — e aumentou a sua percentagem de votação entre o eleitorado feminino, jovem, independente e hispânico. Isto depois de um primeiro mandato marcado, sobretudo, pelo levantamento de restrições enquanto os EUA ainda se debatiam com números elevados de casos de Covid-19 e pela proibição, em março deste ano, de ensinar sobre orientação sexual ou identidade de género até ao terceiro ano nas escolas públicas — lei que chegou a ser apelidada por ativistas da comunidade LGBT+ de “Don’t Say Gay” (em português, “Não diga gay”).

“Abraçámos a liberdade, mantivemos a lei e ordem, protegemos os direitos dos pais, respeitámos os nossos contribuintes e rejeitámos a ideologia woke” (termo que caracteriza as pessoas que dão especial atenção a questões de discriminação e usada de forma pejorativa pelos críticos), afirmou, no discurso após a reeleição como governador. “Escolhemos factos em vez de medo, escolhemos educação em vez de doutrinação, escolhemos lei e ordem em vez de tumultos e desordem. A Florida foi um refúgio de sanidade quando o mundo enlouqueceu”, declarou ainda DeSantis.

Analistas políticos e membros do Partido Republicano veem a vitória esmagadora do governador da Florida na noite de 8 de novembro como uma pedra no caminho para Donald Trump, que, uma semana depois, no dia 15, anunciou oficialmente a sua recandidatura à Casa Branca. O resultado nas urnas veio reforçar a convicção de muitos que já identificavam em DeSantis um potencial candidato a Presidente dos Estados Unidos e até os seus apoiantes parecem encarar esta hipótese com bons olhos, ao ecoarem “mais dois anos” após a sua reeleição, o que a imprensa norte-americana vê como expressão de apoio à possibilidade da sua saída antecipada de governador para concorrer à Presidência.

Dadas as semelhanças às marcas de discurso de Donald Trump, o governador da Florida chega a ser encarado por muitos conservadores como um representante do trumpismo, um “Trump 2.0”, só que mais novo e sem os problemas legais que o ex-inquilino da Casa Branca enfrenta atualmente, especialmente desde a invasão ao Capitólio a 6 de janeiro de 2021.

Sarah Longwell, estrategista política republicana que conduz entrevistas de focus group com eleitores de Trump, disse à BBC que DeSantis é “de longe o primeiro nome que aparece” quando os participantes são questionados sobre quem gostariam de ter como candidato republicano caso Trump não esteja a concorrer. Ainda que acredite que DeSantis esteja “a posicionar-se” para ser oponente de Trump, “não é claro” que ele possa ganhar a indicação dentro do partido.

Certo é que Ron DeSantis está a ser cauteloso sobre se irá realmente entrar na corrida para as eleições de 2024, recusando dizer se vai ou não ser candidato. Um artigo do The New York Times revela que, quando era professor de História numa escola na Georgia, chegou a dizer aos seus alunos que talvez um dia chegasse a Presidente. Contudo, mesmo republicanos que desejam a derrota de Trump, por considerarem que o partido tem de seguir em frente após o resultado das intercalares, duvidam da eventual candidatura de DeSantis, a começar pelo facto de nunca ter concorrido a nível nacional, como lembra o The Hill.

De Yale à Câmara dos Representantes e governador

A carreira política de Ron DeSantis teve início em 2012, quando foi eleito para a Câmara dos Representantes, onde atuou como membro até 2018. Antes, o republicano natural de Jacksonville, na Florida, estudou História na Universidade de Yale e, posteriormente, Direito em Harvard. Durante os estudos, chegou a desempenhar funções jurídicas na Marinha dos EUA, tendo sido destacado para o Iraque como consultor dos Navy Seals.

A eleição para governador da Florida teve lugar nas intercalares de 2018, altura em que Trump ainda liderava a Administração norte-americana, e, curiosamente, com o apoio do então Presidente. Há dias, já depois de conhecida a reeleição de DeSantis, Trump afirmou que este o procurou “de forma desesperada” quando concorreu ao seu primeiro mandato. “Ron tinha uma baixa aprovação, sondagens desfavoráveis e pouco dinheiro, mas disse que se eu o apoiasse, poderia vencer”, afirmou Trump, acrescentando que consertou a campanha de DeSantis, “que se tinha desmoronado completamente”.

“Ron DeSanctimonious está a jogar!”, acusou o ex-presidente norte-americano. “As fake news perguntam-lhe se ele vai concorrer se o Presidente Trump concorrer, e ele responde: ‘Estou apenas focado na corrida de governador, não estou a olhar para o futuro’. Bem, em termos de lealdade e classe, essa não é a resposta certa”, disse.

Recuando a 2018, durante a sua campanha ao cargo de governador, Ron DeSantis lançou um anúncio em que surge estampado o famoso slogan usado por Donald Trump — “Tornar a América grande outra vez” —, e no qual aparece também a ler ao filho Mason: “Então, o Sr. Trump disse ‘estás despedido’ — Adoro essa parte”, admite DeSantis, em referência ao popular programa de televisão “O Aprendiz”, apresentado pelo antigo Presidente republicano.

Ainda nesse vídeo, DeSantis encoraja uma das filhas a “construir o muro” enquanto a criança brincava com blocos, o que remete para o muro que Trump queria construir ao longo da fronteira dos EUA com o México. Precisamente esta postura dura contra a imigração, comum entre ambos, foi visível há semanas quando DeSantis enviou cerca de 50 migrantes de avião para a ilha de Martha’s Vineyard, em voos pagos pelo Governo estatal. E, no início deste ano, fez aprovar um orçamento de 12 milhões de dólares para deslocar pessoas da Florida para outro local.

O direito ao aborto é outro tema em que está lado a lado com Trump. Quando o Supremo Tribunal dos EUA revogou a proteção do direito ao aborto que vigorava no país desde 1973, DeSantis disse que “as orações de milhões” tinham sido atendidas. Desde então, tem falado menos sobre o assunto, havendo quem especule que se trata de um cálculo político destinado a equilibrar a pressão de elementos conservadores no Partido Republicano com as opiniões dos eleitores da Florida, a maioria dos quais é a favor do direito ao aborto.

No caso dos imigrantes, “foi novamente ele próprio a inserir-se de forma muito proativa numa guerra cultural”, avaliou o antigo porta-voz do comité republicano nacional Doug Heye, em declarações à BBC. Longwell, por sua vez, considera que os choques de DeSantis com a imprensa sobre as suas políticas mais controversas podem ser o que o está a conduzir ao estrelato político. “A imprensa acha-o terrível, e ele adora isso“, nota.

Segundo a estrategista republicana, “é outra coisa que ele (DeSantis) aprendeu com Trump”. “Se enfurecer os media, falam muito sobre ele e isso ajuda a divulgar o seu nome e beneficia-o junto de fãs e partidários”, aponta. Mas Doug Heye vai mais longe: DeSantis “envolve-se em táticas de Trump, mas há objetivos políticos em mente por detrás delas”.

Uma sondagem da Emerson College divulgada em 22 de novembro indica que Donald Trump derrotaria o governador da Florida por uma larga margem numas hipotéticas primárias Presidenciais do Partido Republicano para 2024: o antigo presidente recebeu 55% do apoio dos eleitores inscritos, enquanto DeSantis, o seu potencial rival para a nomeação da Casa Branca, teve apenas 25%.

“O que os eleitores vão procurar daqui a um ou dois anos é muito imprevisível”, disse Alex Conant, antigo diretor de comunicação para as campanhas Presidenciais do republicano Marco Rubio, citado pelo The Washington Post. Mas, como afirma David Frum, que redigiu discursos para o ex-presidente George W. Bush, num artigo publicado na revista The Atlantic um dia depois da vitória de DeSantis, “se o governador da Florida alguma vez pretender tirar o controlo do Partido Republicano a Trump, agora é o seu momento”, com a derrota da larga maioria dos candidatos apoiados pelo Presidente incumbente nas intercalares de 8 de novembro.

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Pequim deixa de exigir teste negativo à Covid nos transportes públicos

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2022

Autoridades chinesas começam a alivar as restrições impostas pela pandemia. Na capital e em Shenzhen, no sul do país, já caiu a obrigatoriedade de teste negativo para entrar em parques ou autocarros.

As autoridades chinesas aliviaram este sábado as restrições impostas pela pandemia de Covid-19 na capital Pequim e na cidade de Shenzhen, ao deixarem de exigir testes negativos para a utilização de transportes públicos.

A apresentação de um teste com resultado negativo ao vírus SARS-CoV-2 para os transportes públicos deixa de ser necessária em Pequim a partir de segunda-feira, embora um resultado negativo obtido nas últimas 48 horas ainda seja um requisito para entrar em determinados locais, nomeadamente centros comerciais.

A manutenção desta medida já gerou protestos entre alguns residentes de Pequim, que criticam que a maioria dos locais públicos continue a exigir a realização de testes, mesmo tendo a cidade já encerrado muitos centros para a realização de testes. Segundo as autoridades da capital chinesa, a atual vaga da pandemia impõe “continuar inabalavelmente a implementar medidas normalizadas de prevenção e controlo social”.

Já a cidade de Shenzhen, no sul da China, anunciou este sábado que os trabalhadores pendulares deixam de precisar de mostrar um resultado negativo à Covid-19 para utilizarem o transporte público ou ao entrarem em farmácias, parques e atrações turísticas.

O relaxamento dos requisitos de testes ocorre quando as infeções diárias superam os máximos registados e na sequência de protestos em todo o país por cidadãos cansados da política de tolerância zero em relação à Covid-19 quando o resto do mundo já retomou a normalidade. O governo chinês reportou 33.018 infeções nas últimas 24 horas, incluindo 29.085 sem sintomas.

A China continua a impor quarentena obrigatória aos viajantes que entram, mesmo quando os números de infeção são baixos em comparação com os seus 1,4 mil milhões de habitantes.

As recentes manifestações, as maiores em décadas, irromperam a 25 de novembro, após um incêndio num edifício de apartamentos na cidade de Urumqi, no noroeste do país, que matou pelo menos 10 pessoas. O caso desencadeou suspeitas se os bombeiros ou as vítimas que tentavam escapar estariam bloqueados por portas trancadas ou outros controlos antivírus. As autoridades negaram essa situação, mas as mortes tornaram-se um foco de frustração pública.

O país assistiu então a vários dias de protestos em múltiplas cidades, incluindo Xangai e Pequim, com os manifestantes a exigirem uma flexibilização das restrições da Covid-19. Alguns exigiram mesmo a demissão do Presidente chinês, Xi Jinping.

O governo prometeu reduzir os custos e os constrangimentos causados pelos controlos, mas diz que se manterá com a política “Covid zero”. Especialistas e economistas de saúde esperam que a estratégia se mantenha pelo menos até meados de 2023 e, possivelmente, até 2024.

Na sexta-feira, o diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde, Michael Ryan, disse que a instituição estava “satisfeita” por ver a China reduzir algumas das suas restrições ao coronavírus, ao declarar que “é realmente importante que os governos ouçam o seu povo quando o povo está a sofrer”.

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Rússia vai deixar de fornecer petróleo à União Europeia

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2022

“A partir deste ano, a Europa viverá sem petróleo russo. Moscovo já deixou claro que não fornecerá petróleo aos países que apoiam um teto máximo”, declarou embaixador russo no Twitter.

A Rússia vai deixar de fornecer petróleo à Europa este ano, depois de a União Europeia (UE) ter limitado o preço do crude de Moscovo, anunciou este sábado o embaixador do país junto das instituições internacionais.

“A partir deste ano, a Europa viverá sem petróleo russo. Moscovo já deixou claro que não fornecerá petróleo aos países que apoiam um teto máximo”, afirmou Mikhail Ulyanov, através de uma publicação na rede social Twitter. Ulyanov notou que, muito em breve, a UE “culpará a Rússia por usar o petróleo como arma”.

O porta-voz da Presidência russa já tinha garantido que o país não vai aceitar um teto máximo para o preço do seu petróleo, após a União Europeia, o G7 e a Austrália terem defendido este mecanismo. “Não aceitaremos esse limite”, afirmou o porta-voz presidencial da Rússia, Dmitry Peskov, citado pela Agência France Presse (AFP). Contudo, Peskov referiu que Moscovo já se tinha preparado para essa decisão, sem adiantar mais detalhes.

Esta sexta-feira, os países da UE acordaram estabelecer um teto máximo para o preço do petróleo russo em 60 dólares (cerca de 57 euros) por barril, uma medida que se insere num pacote de sanções contra a Rússia devido à invasão da Ucrânia. A medida foi também subscrita pelo G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e Austrália.

O acordo define ainda que se o preço ficar abaixo dos 60 dólares, o limite será atualizado menos 5% do valor em causa.

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Irão arranca com construção de nova central nuclear de dois mil milhões de dólares

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2022

Nova central nuclear no sudoeste do país vai levar oito anos a ficar concluída e custar cerca de dois mil milhões de dólares. Conselho de Segurança confirma morte de mais de 200 pessoas em protestos.

O Irão iniciou este sábado a construção de uma nova central nuclear no sudoeste do país, em pleno período de protestos antigovernamentais e de repressão do regime de Teerão, revelou a televisão estatal iraniana.

A nova central de 300 megawatts, conhecida como Karoon e localizada na província iraniana de Khuzestan (perto da fronteira com o Iraque), vai levar oito anos a ficar concluída e custar cerca de dois mil milhões de dólares. Na cerimónia de inauguração da obra esteve Mohammed Eslami, chefe da Organização Civil de Energia Atómica do Irão, que revelou pela primeira vez os planos de construção de Karoon em abril.

O anúncio da construção da central de Karoon surgiu menos de duas semanas após o Irão ter declarado que tinha começado a produzir urânio enriquecido com 60% de pureza na instalação nuclear subterrânea Fordo, uma mudança que é vista como um acréscimo significativo ao programa nuclear do país.

O enriquecimento a 60% de pureza está a um curto passo técnico dos níveis de pureza de armas de 90%. Os peritos em não-proliferação advertiram nos últimos meses que o Irão tem agora urânio enriquecido a 60% em quantidade suficiente para reprocessar para pelo menos uma bomba nuclear.

A medida foi condenada por Alemanha, França e Reino Unido, as três nações da Europa ocidental que permanecem no acordo nuclear com o Irão, após os Estados Unidos terem abandonado o Acordo em 2018. As recentes tentativas de reavivar o acordo nuclear de 2015, que aliviou as sanções ao Irão em troca de restrições ao seu programa nuclear, estagnaram.

Desde setembro que o Irão é assolado por protestos que têm vindo a marcar um dos maiores desafios à sua teocracia desde os anos caóticos após a sua Revolução Islâmica de 1979. Os protestos foram desencadeados quando Mahsa Amini, 22 anos, morreu sob custódia a 16 de setembro, três dias após a sua prisão pela polícia moral do Irão por violar o rigoroso código de vestuário das mulheres da República Islâmica. O governo iraniano insiste que Amini não foi maltratada, mas a sua família diz que o seu corpo mostrou hematomas e outros sinais de espancamento após a detenção.

Conselho de Segurança confirma 200 mortes

Numa declaração emitida pela agência noticiosa estatal IRNA, o conselho de segurança nacional do país anunciou que cerca de 200 pessoas foram mortas durante os protestos, a primeira palavra oficial sobre as baixas. Na semana passada, o general iraniano Amir Ali Hajizadeh contou o número de mortos em mais de 300.

Os números contraditórios são mais baixos do que os registados pelos Ativistas dos Direitos Humanos no Irão, uma organização sediada nos EUA que tem acompanhado de perto o protesto desde o seu início. Na sua atualização mais recente, o grupo afirma que 469 pessoas morreram e 18.210 foram detidas nos protestos e na violenta repressão das forças de segurança que se seguiu.

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📹 Bruxelas antecipa aumento dos défices em 2023 com enfraquecimento das economias

  • ECO
  • 3 Dezembro 2022

"Espera-se que a economia recupere lentamente na próxima primavera, devido ao abrandamento da inflação", diz Paolo Gentiloni. Veja o vídeo da Comissão Europeia.

A guerra na Ucrânia está a ensombrar as perspetivas de crescimento na Europa e as previsões de Outono da Comissão Europeia são um reflexo disso mesmo. As economias da Zona Euro e da UE vão abrandar para 0,3% em 2023, depois de um crescimento de 3,2% e de 3,3%, respetivamente, este ano. O executivo comunitário prevê-se que o crescimento recupere progressivamente em 2024 com uma média de crescimento de 1,6% na UE e 1,5% na área do euro.

“Espera-se que a economia recupere lentamente na próxima primavera, devido ao abrandamento da inflação. Mas o crescimento deverá ser moderado, uma vez que a incerteza permanece elevada”, diz o comissário para a Economia, Paolo Gentiloni, num vídeo sobre as previsões de Outono. Veja aqui.

http://videos.sapo.pt/eFcCGEzOjhvTE9mDMC6K

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Itália vai construir satélites europeus para combater desastres naturais

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2022

Assinados acordos para a construção dos primeiros 22 satélites, que vão começar a ser lançados para o espaço em 2025. Projeto global de 1,3 mil milhões de euros vai ser financiado pelo PRR italiano.

Itália assinou este sábado os primeiros contratos para a construção de cerca de 50 satélites que irão servir para prever catástrofes ambientais e analisar possíveis riscos hidrogeológicos, no âmbito do programa europeu de observação da Terra.

O projeto de satélites IRIDE (Íris, em português) é um programa de observação e estudo da Terra que terá um prazo de execução de cinco anos, afirmou a Agência Espacial Europeia (ESA), que apoia este programa, em conjunto com a Agência Espacial Italiana (ASI).

O acordo, com um valor de 68 milhões de euros e que prevê a construção inicial de 22 satélites, foi assinado este sábado entre representantes da ESA e das empresas italianas Argotec e Ohb.

O IRIDE vai funcionar como uma “constelação” de satélites que irá apoiar as instituições europeias e os serviços de proteção civil na luta contra a “instabilidade hidrogeológica e os incêndios”, ajudando também “a proteger o litoral, a vigiar as infraestruturas críticas, a qualidade do ar e as condições meteorológicas”, afirmou a ESA, em comunicado citado pela agência espanhola Efe.

Para além disso, este sistema vai disponibilizar dados que poderão ter aplicações comerciais.

O projeto global, com um custo de 1,3 mil milhões de euros financiados pelo Plano Nacional de Recuperação e Resiliência (PRR) italiano, irá suportar a produção de cerca de 50 satélites de diferentes tipos e tamanhos, que irão gerar uma grande variedade de dados e imagens terrestres.

Segundo a ESA, prevê-se que os primeiros satélites do IRIDE sejam lançados para o espaço em 2025 e comecem a enviar informação sobre a Terra em 2026.

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Ucrânia pede à população que “aguente” os constantes cortes de energia

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2022

Rússia tem vindo a bombardear massivamente as instalações de energia ucranianas, levando a cortes de energia que afetam milhões de ucranianos, que vivem parte dos dias na escuridão e ao frio.

As autoridades ucranianas apelaram este sábado à população que tente “aguentar” os cortes de energia que passaram a marcar a sua vida diária após os ataques russos das últimas semanas, que danificaram significativamente a rede elétrica nacional.

“A partir de segunda-feira, exigirei que a [operadora] Oblenergo reveja os horários da região. Muito provavelmente haverá interrupções de quatro horas“, indicou no Telegram o governador da região de Mykolaiv (sul da Ucrânia), Vitali Kim.

Segundo o governador, deverão ser necessárias interrupções mais longas de forma a aliviar a rede elétrica regional. “Temos de aguentar”, disse aos habitantes da região.

A Rússia tem vindo a bombardear massivamente as instalações de energia ucranianas desde outubro, causando graves danos e levando a cortes de energia que afetam milhões de ucranianos, que vivem grande parte dos dias na escuridão e ao frio.

No terreno militar, os combates são “duros” no leste do país porque “os russos tiveram tempo de se preparar” para os ataques em Kiev, disse, por sua vez, à televisão ucraniana o governador da região de Lugansk, Serguiï Gaïdaï. “As forças armadas ucranianas estão a avançar lentamente através da [defesa] russa em direção a Svatové-Kreminna”, acrescentou, sem avançar mais detalhes.

Segundo um boletim matinal do exército ucraniano, a situação é “difícil” perto de Bakhmout, na região de Donetsk, que os russos tentam conquistar desde o verão, até agora sem sucesso.

A batalha em redor desta cidade assumiu uma importância ainda mais simbólica para os oficiais russos, pois a sua conquista seguir-se-ia a uma série de derrotas humilhantes, como as retiradas de Kharkiv (nordeste) em setembro e de Kherson (sul) em novembro.

As mesmas “dificuldades” são enfrentadas pelas tropas de Kiev na região de Kherson (sul), de onde o exército russo se retirou parcialmente em novembro, alegando que queria consolidar as suas posições. “Os russos bombardearam Kherson [e] danificaram as redes elétricas”, diz o relatório divulgado na manhã de sábado.

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Macron pede a Musk mais “moderação de conteúdos” no Twitter. FBI teme “manipulação” chinesa no TikTok

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2022

Presidente francês teve “conversa clara” com Elon Musk, dono da Tesla e SpaceX, que comprou o Twitter e defende liberdade de expressão absoluta. FBI teme "manipulação" chinesa no TikTok.

O Presidente de França disse ter mantido “uma conversa clara e sincera” com o novo proprietário do Twitter Elon Musk, para insistir que a rede social deve melhorar a transparência e “reforçar a moderação de conteúdos”.

Numa série de mensagens escritas no Twitter, Emmanuel Macron disse também ter discutido, em Nova Orleães, na sexta-feira, com o fundador da Tesla, “futuros projetos industriais verdes, tais como a produção de veículos elétricos e baterias”, sem avançar pormenores.

“Estou a falar disto aqui no Twitter, porque é disso que se trata. Esta tarde encontrei-me com Elon Musk e tivemos uma conversa clara e sincera”, escreveu Emmanuel Macron, em francês e inglês. A reunião, de uma hora, não foi previamente anunciada pelo Eliseu, e decorreu sem a presença dos meios de comunicação social.

“Elon Musk confirmou a participação do Twitter no Apelo Christchurch. O conteúdo terrorista e violento não tem lugar em lado nenhum”, acrescentou Macron, referindo-se a uma iniciativa lançada, em 2019, por vários Estados e organizações não-governamentais, na sequência do massacre de Christchurch na Nova Zelândia, cujas imagens continuaram acessíveis ‘online’, durante várias horas.

Musk, que além da Tesla é também dono do SpaceX [viagens espaciais], comprou o Twitter, em outubro, por 44 mil milhões de dólares (41,7 mil milhões de euros). Mas a visão de Musk, que defendeu uma liberdade de expressão absoluta na rede social, está a causar preocupação entre muitos utilizadores, autoridades e anunciantes, por temerem um aumento de mensagens de de ódio e desinformação.

No início, o empresário prometeu um conselho de moderação de conteúdos responsável por todas as grandes decisões, mas posteriormente decidiu restabelecer várias contas, a começar pela do ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, banido da rede social depois do assalto ao Capitólio, em janeiro de 2021.

Musk pôs também fim à luta contra a falsa informação ligada à Covid-19, o que é um “grande problema”, de acordo com Emmanuel Macron. “Penso que temos de encarar o assunto, sou a favor exatamente do oposto, mais regulamentação. Estamos a fazê-lo [em França] e estamos a fazê-lo a nível europeu”, disse Macron, na quinta-feira, numa entrevista ao canal ABC.

O chefe de Estado francês insistiu que a liberdade de expressão “implica responsabilidades e limites. Não se pode sair e fazer comentários racistas ou antissemitas”.

Depois de adquirir o Twitter, Musk despediu mais de metade dos trabalhadores do grupo californiano, sem poupar as equipas de moderação de conteúdos. Recentemente, esclareceu os seus limites pessoais sobre a liberdade de expressão numa série de tweets. Na sexta-feira, a conta do ‘rapper’ norte-americano Kanye West no Twitter foi suspensa por “incitar à violência”, depois de ter afirmado que admirava Hitler.

Elon Musk também disse que não ia permitir o regresso à rede social do teórico da conspiração da extrema-direita norte-americana Alex Jones, que foi condenado por afirmar que um massacre escolar foi encenado por elementos do movimento de oposição às armas de fogo. Depois da morte do primeiro filho, Musk explicou que seria “impiedoso para quem usasse a morte de crianças para obter ganhos financeiros, políticos ou fama”.

Emmanuel Macron concluiu a série de tweets com esta declaração: “Vamos trabalhar com o Twitter para melhorar a proteção das crianças online. Elon Musk confirmou-me isto hoje [sexta-feira]. Vamos fazer um melhor trabalho de proteção dos nossos filhos online“. O Presidente francês publicou ainda uma fotografia dos dois homens, no Museu de Arte de Nova Orleães, onde mais tarde fez um discurso sobre a Francofonia no final de uma visita de Estado de três dias aos EUA.

FBI: uso do TikTok pode ter implicações na segurança nacional

Já o diretor do FBI, Chris Wray, manifestou este sábado preocupações de segurança nacional em relação ao TikTok, alertando que o controlo da famosa rede social pertence a um Governo chinês que não partilha os mesmos valores dos Estados Unidos. Realçou que a polícia federal norte-americana está preocupada com o facto de os chineses terem a capacidade de controlar o algoritmo de recomendação da aplicação, o que lhes permite “manipular o conteúdo e, se quiserem, utilizá-lo para influenciar operações”

O responsável do FBI também destacou que a China pode utilizar a rede social de partilha de vídeos para recolher dados dos seus utilizadores, que podem ser usados para operações de espionagem. “Todas estas coisas estão nas mãos de um Governo que não partilha os nossos valores e que tem uma missão que está em desacordo com o que é do melhor interesse dos Estados Unidos. Isso deve-nos preocupar”, sublinhou Wray durante uma audiência na Escola de Políticas Públicas Gerald R. Ford, da Universidade de Michigan.

O TikTok é propriedade da ByteDance, com sede em Pequim. Um porta-voz desta rede social não respondeu imediatamente a estas declarações, noticiou a agência Associated Press (AP).

Em setembro, durante uma audiência no Senado, a diretora de operações da TikTok, Vanessa Pappas, garantiu que a empresa protege todos os dados de utilizadores norte-americanos e que as autoridades ligadas ao Governo chinês não têm acesso a estes. “Nunca partilharemos dados, ponto final”, vincou.

Preocupado com a influência da China sobre o TikTok, o Governo de Donald Trump ameaçou em 2020 proibir a aplicação nos EUA e pressionou a ByteDance a vender o TikTok a uma empresa norte-americana. As autoridades dos EUA e a empresa estão agora em negociações sobre um possível acordo que resolveria as preocupações de segurança dos norte-americanos, um processo que Wray disse estar a decorrer em agências do Governo dos EUA, liderado por Joe Biden.

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