Em “ponto de rutura”, bancários pedem aumentos salariais de 6,25% e recusam mais despedimentos

  • ECO
  • 3 Dezembro 2022

Sindicato dos Quadros Técnicos Bancários quer aumentos de 6,25%, lembrando que lucros dos bancos duplicaram em 2022 – embora nem todos sejam ainda rentáveis. “Não são aceitáveis” mais despedimentos.

O presidente do Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários (SNQTB), Paulo Gonçalves Marcos, desabafa que os trabalhadores do setor estão “num ponto de rutura”, reivindicando aumentos de 6,25% e afirmando, por outro lado, que “não é aceitável” avançar com mais processos de despedimento.

“Com uma inflação de 10%, os bancos a duplicarem os resultados em 2022 e as tabelas salariais a serem negociadas com médias de aumentos de 1,1%, estamos a falar de perdas superiores a um mês num só ano”, reclama Paulo Gonçalves Marcos, líder da estrutura pertencente à União dos Sindicatos Independentes, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo.

Embora admitindo que “é impossível parar o vento com as mãos” no caso da digitalização da banca, fala em “muito oportunismo, nomeadamente em 2021, quando houve processos de restruturação mandados por geografias fora de Portugal”. “Em Portugal não houve capacidade de resistir à pressão das casas-mãe, tendo acabado por haver um corte mais que proporcional ao que seria razoável (…) Em 2022 não há dúvidas de que os bancos estão enxutos”, completa.

No cargo há sete anos, este quadro superior do Novo Banco desde 1995 e professor da Universidade Católica insiste ainda na integração deste organismo na Concertação Social e, por outro lado, apela ao Governo para “criar o enquadramento legal, regulatório e fiscal que incentive os portugueses a fazerem poupanças de médio e longo prazo, visando a sua reforma”.

Os Certificados de Aforro continuam a ser um instrumento de poupança sem risco bastante apelativo para a aplicação das poupanças das famílias. Em dezembro, as novas subscrições e capitalizações de Certificados de Aforro da Série E apresentarão uma taxa de juro de 2,842%, que multiplica por sete o valor de janeiro (0,41%) deste ano.

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Sonangol anuncia emissão obrigacionista de 150 milhões de dólares

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2022

“Este modelo de financiamento irá alavancar as operações e investimentos baseados numa empresa com mais de 46 anos de experiência no setor petrolífero", frisou a empresa estatal angolana.

A petrolífera estatal angolana Sonangol anunciou este sábado a emissão de obrigações no valor equivalente a 150 milhões de dólares (142 milhões de euros), “em data a informar oportunamente”.

“A Sonangol anuncia, a todos os interessados, a emissão de títulos obrigacionistas, no valor, em kwanzas, equivalente a 150.000.000 USD (cento e cinquenta milhões de dólares americanos), em data a informar oportunamente”, avança a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, em comunicado.

Segundo refere, “entre as várias modalidades de financiar as suas atividades, a empresa considerou esta via que permite ao investidor receber periodicamente os juros deste instrumento de dívida obrigacionista, assim como o valor investido”.

“Este modelo de financiamento irá alavancar as operações e investimentos baseados numa empresa com mais de 46 anos de experiência no setor petrolífero, cuja visão passa por se tornar uma companhia de referência, no continente africano, sempre comprometida com a sustentabilidade e o desenvolvimento do país”, lê-se no mesmo comunicado.

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Clientes da EDP Comercial passam a ter contratos de três meses

  • ECO
  • 3 Dezembro 2022

Contratos trimestrais dão “maior flexibilidade para, quando o mercado voltar a estabilizar, o preço poder ser revisto mais rapidamente”, justifica a empresa, que vai subir fatura da luz em 3% em 2023.

Em vez dos habituais contratos com a duração de um ano e renovação automática, a EDP Comercial está a privilegiar o estabelecimento de contratos de apenas três meses, renováveis por iguais períodos, com os clientes do segmento doméstico e de pequenos negócios para o fornecimento de eletricidade e gás natural.

A notícia desta passagem para contratos particularmente curtos é avançada este sábado pelo jornal Público, que cita fonte oficial da empresa liderada por Vera Pinto Pereira a justificar a alteração, que está a comunicar aos clientes, com a possibilidade de “maior flexibilidade para, quando o mercado voltar a estabilizar, o preço poder ser revisto mais rapidamente”.

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Vera Pinto Pereira, CEO EDP ComercialHugo Amaral/ECO

A EDP Comercial, que no caso da eletricidade serve a maioria dos clientes que estão no mercado livre, já anunciou que vai aumentar em cerca de 3% o valor da fatura da luz dos clientes residenciais. A atualização vai acontecer no arranque do próximo ano, refletindo a “volatilidade” do custo de aquisição de energia.

Esta variação reflete a “volatilidade” do custo de aquisição de energia e inclui uma atualização do tarifário da EDP Comercial e uma melhor estimativa do que será o custo do mecanismo ibérico temporário para colocar limites ao preço médio do gás na produção de eletricidade, a cerca de 40 euros por Megawatt-hora (MWh). “O custo deste mecanismo irá variar mensalmente e estará discriminado na fatura de cada cliente”, indicou a empresa.

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Barril de petróleo russo limitado a 60 dólares após acordo entre G7 e Austrália

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2022

Após acordo alcançado pela União Europeia, os países do G7, juntamente com Austrália, concordam com um limite de preço de 60 dólares por barril para o petróleo russo. Moscovo repete que não aceita.

Os países do G7, juntamente com a Austrália, concordaram com um limite de preço de 60 dólares por barril para o petróleo russo, após um acordo alcançado pelos 27 Estados-membros da União Europeia, refere um comunicado conjunto.

Após várias rondas de negociações de última hora, a presidência da União Europeia (UE), ocupada pela República Checa, tinha anunciado na rede social Twitter que “os embaixadores acabaram de chegar a um acordo sobre o preço máximo do petróleo marítimo russo”. Após ter insistido em manter o limite em valores mais baixos, a Polónia acabou por ceder e aprovar esta proposta, que foi defendida por vários países.

A Europa precisava de definir o preço com desconto que vários países deveriam pagar até segunda-feira, quando entram em vigor um embargo da UE ao petróleo russo enviado por via marítima e a proibição de seguro para esses bens.

O tecto de preços, que já tinha sido definido pelo G7, o grupo das sete democracias mais ricas, estava dependente de Varsóvia, que depois de ter dado “luz verde” permitiu primeiro o acordo dentro da UE e depois entre os restantes países do G7 e a Austrália.

Com esta decisão, Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, Itália, França e Alemanha, que detém a presidência rotativa do G7, pretendem impedir que a Rússia “beneficie com a sua guerra de agressão contra a Ucrânia”, realçaram no comunicado conjunto com a Austrália.

Além disso, a medida visa “apoiar a estabilidade nos mercados globais de energia e minimizar os efeitos económicos da guerra de agressão russa, especialmente para países com baixo e médio rendimento”.

Valor alto demais?

O valor de 60 dólares (cerca 57 euros) por barril define um limite próximo ao preço atual do petróleo bruto da Rússia, que recentemente caiu abaixo deste valor. Alguns países consideram que o valor é alto demais para ter efeito real nas receitas de energia da Rússia, mas reconhecem que já representa um significativo desconto face aos 87 dólares do barril de Brent.

Ainda assim, o mercado global vai sofrer pela diminuição de petróleo russo, numa altura em que a Europa se prepara para uma grave crise energética no próximo inverno, com diversos governos a enfrentar protestos contra o aumento do custo de vida.

Os custos do petróleo e do gás natural dispararam depois de a procura ter recuperado dos efeitos da pandemia de Covid-19, em grande parte devido à invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro, que desestabilizou os mercados de energia.

Perante as sanções ocidentais contra Moscovo, o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que não venderia petróleo sob limites de preço e que retaliaria contra as nações que implementassem a medida. Este sábado, o porta-voz da Presidência, Dmitry Peskov, garantiu que o país “não aceitará” um teto máximo para o preço do seu petróleo, citado pela Agência France Presse (AFP).

No entanto, a Rússia já redirecionou grande parte do seu abastecimento para a Índia, China e outros países asiáticos, a preços com descontos, para compensar os cortes de aquisição por parte da Europa.

A Rússia também pode ainda vender petróleo contornando as sanções, usando navios-tanque de “frota negra”, cujas bandeiras não estão identificadas, ou transferindo petróleo entre navios, misturando-se com o de outras proveniências, para disfarçar a sua origem.

Contudo, mesmo nessas circunstâncias, os limites impostos a Moscovo fazem com que seja “mais caro, demorado e complicado” para a Rússia vender petróleo, explicou Maria Shagina, especialista em sanções económicas do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Berlim.

Do lado dos EUA, a Casa Branca já felicitou esta decisão, acreditando que ela vai prejudicar seriamente os interesses de guerra de Moscovo. Contudo, são várias as vozes críticas vindas do outro lado do Atlântico, na apreciação a esta decisão de Bruxelas.

Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais, em Washington, defende que os limites de preços deveriam ter sido aplicados quando o preço do petróleo estava a oscilar à volta de 120 dólares por barril, neste verão.

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Dessalinização. Será a solução para a seca em Portugal à base de água salgada?

Com 900 quilómetros de costa, transformar a água do mar em potável pode ser solução para mitigar a escassez de água. Central do Algarve está em desenvolvimento e Governo estuda hipótese no Alentejo.

A escassez de água vai continuar agravar-se no futuro e a dessalinização tem sido uma das formas levantadas para responder a esta carência. Transformar água do mar em água potável já é uma prática corrente em vários países, incluindo Espanha, e em Portugal poderão vir a existir, pelo menos, mais duas centrais de dessalinização. “As alterações climáticas indicam que, no futuro, o tema da seca prevalecerá na ordem do dia. Este é, portanto, o momento certo para se tomarem medidas concretas“, diz ao ECO/Capital Verde Jorge Antunes, diretor da Hitachi Vantara, uma consultora especializada na área da tecnologia.

Portugal enfrentou este ano o período de seca mais severo do último século. Em maio, o Instituto português do Mar e da Atmosfera (IPMA) dava conta que 97,1 % do território encontrava-se na classe de seca severa e 1,4 % na classe de seca extrema, e, no mês seguinte, marcado por temperaturas recorde, derivadas de uma onda de calor, o Governo alertou que isso teria impactos negativos na atividade agrícola. Desde então, a situação de seca desagravou-se, estando agora a maioria do território em situação de seca fraca.

Entre as soluções apresentadas para mitigar a seca, que no verão ameaçava o consumo o humano, apelava-se à eficiência hídrica e a um consumo doméstico mais responsável, tendo esta resultado numa ordem do Governo para a redução do consumo em empreendimentos turísticos, no Algarve, região fortemente afetada.

O Governo aparentou sempre alguma reserva quanto ao tema da dessalinização, embora já estivesse em curso o desenvolvimento da primeira central em Portugal Continental, no Algarve, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) — um cenário muito diferente da vizinha Espanha, que acolhe 700 centrais de dessalinização. E tudo indica que este número deverá aumentar, depois de o país ter anunciado que serão investidos 200 milhões de euros para aumentar a capacidade do país de retirar o excesso de sal da água de forma a torna-la potável.

Durante um período de seca, a solução da dessalinização surge como uma das melhores alternativas porque a capacidade de produção de água potável diminui drasticamente e é finita por definição, numa época de seca extrema”, explica o diretor da consultora. Para o responsável, a aposta nesta solução permitirá ter um “melhor controlo sobre o fornecimento de água às populações e à indústria, onde a agricultura aparece como um dos setores mais afetados” além de permitir serem desenvolvidas de “novas tecnologias”. Tudo isto, diz, teria“um impacto positivo para a economia nacional”.

Jorge Antunes, Diretor EMEA na Hitachi Vantara Portugal
Jorge Antunes, Diretor EMEA na Hitachi Vantara Portugal

Vai ser no Algarve que será inaugurada a primeira central em Portugal continental que transformará a água salgada em água potável, tratando-se de um investimento de 45 milhões de euros no âmbito do PRR – uma pequena parcela dos 200 milhões de euros alocados para as medidas eficiência hídrica destinadas àquela região. Ao ECO/Capital Verde, a Águas do Algarve revela que a obra servirá como complemento ao atual Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água para consumo humano na região e deverá ficar concluída em março de 2026. Para já, encontra-se em “fase de desenvolvimento dos estudos necessários para se poder colocar a empreitada a concurso”.

Para o diretor da Hitachi Vantara, a “limpeza” da água do mar para consumo humano será uma solução “fundamental” para a região do Algarve que, tendencialmente, “regista picos de atividade turística em época de seca”. “Aqui, a falta de água vai impactar-nos a um nível completamente transversal”, diz, uma vez que “grande parte da atividade económica depende da sua abundância”, isto sem esquecer os benefícios para a indústria, que permitiria “criar as bases para a continuação das atividades nos setores mais prejudicados”.

Depois do Algarve, a região litoral alentejana poderá ser a próxima. Segundo o ministro do Ambiente e da Ação Climática, a região foi identificada como uma “das mais afetadas pela seca” e, por isso, está a ser estudada a “possibilidade da existência de uma central dessalinizadora” para a região, que servirá para responder “às necessidades identificadas” e que se encontram, atualmente, pressionadas pelo setor do turismo e da produção industrial e agrícola.

Esta não é, no entanto, uma solução inédita no país: a ilha de Porto Santo, na Madeira, foi pioneira na dessalinização e já transforma água do mar em água potável há mais de 40 anos. A solução, inaugurada em 1980, permitiu mitigar a seca e escassez de água.

A ECO/Capital Verde, o presidente da autarquia ressalva que a estratégia permitiu assegura o desenvolvimento da ilha, sublinhando que a solução “revolucionou o nosso território”. “Sem a dessalinização nós hoje, provavelmente, não estaríamos a falar do desenvolvimento do Porto Santo”, garante Nuno Batista.

Na ilha, são “limpos” cerca de 6500 metros cúbicos de água por dia e distribuídos por toda a população para consumo humano. O processo é realizado através de osmose inversa, o oposto da osmose natural. Por outras palavras, através da aplicação de uma força mecânica nas bombas de alta pressão, a água flui através de uma membrana da central, passando de uma solução mais concentrada (água salgada) para uma menos concentrada, depois de membrana reter os sais e/ou impurezas.

Custos e impactos

Apesar de haver vantagens no recurso à água do mar, existem, também, riscos. Em declarações ao ECO/Capital Verde, Maria José Roxo, investigadora da Faculdade de Ciência Sociais e Humanas (FCSH), defende que seja “muito bem ponderada” a solução virada para as centrais, argumentando que deve ser analisado o custo-benefício destas infraestruturas.

“Penso que existem muitas outras medidas que devem ser pensadas. A questão da dessalinização deve ser ponderada, e muito bem ponderada, porque são conhecidos os efeitos negativos do processo”, nomeadamente, o gasto energético, diz. “No caso de projetos mais ambiciosos, poder-se-á caminhar para o uso da energia das ondas, concebendo assim um ecossistema praticamente fechado, onde se usa então a força do mar para tratar a água salgada, e se encaminha os subprodutos para um circuito industrial”, recomenda o diretor da Hitachi Vantara.

Mas os resíduos e subprodutos, maioritariamente, cobre e cloro, “que ficam da dessalinização” e que, muitas vezes, “são lançados novamente no oceano, e perturbam os ecossistemas das áreas onde existe esse processo”, são outro fator que teria um impacto ambiental, aponta a investigadora da FSCH.“Urge, assim, pensar desde logo sobre estes processos, por forma a não estarmos a limpar água e a poluir o meio ambiente como resultado”, recomenda o responsável da consultora.

Além dos impactos, devem ser tidos em conta os custos. Ao ECO/Capital Verde, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática indica que cada metro cúbico de água “limpa” na central do Algarve poderia custar entre os 35 a 50 cêntimos por metro cúbico. “para a situação de disponibilidade máxima de exploração da futura estrutura e tendo por base estudos preliminares da infraestrutura a construir”. No entanto, ressalva que encontra-se em curso a Avaliação de Impacte Ambiental e que só depois será possível “calcular o custo mais exato de cada metro cúbico de água, dada a contabilização necessária de valores relacionados com custos energéticos, adução, elevação e distribuição”. Segundo Pedro Vaz, administrador das Águas de Portugal, o valor poderá ascender aos 90 cêntimos.

Em Porto Santo, estima-se que um metro cúbico de água dessalinizada custe 0,79 cêntimos, sendo que 0,50 cêntimos seja derivado do custo da eletricidade. “Mas para nós, mais importante ainda que o custo, é perceber o custo da vida. A sobrevivência não tem um custo”, afirma Nuno Batista.

Com a central do Algarve em fase de desenvolvimento e a do litoral alentejano em fase de “estudo” por parte do Governo, o diretor da consultora ressalva que a replicação para outras regiões não deve depender do facto de essas terem problemas ou risco de seca”, devendo servir, principalmente, “como um plano preventivo para não esgotar os aquíferos que consumimos desde sempre”.

Além disso, defende, a construção destas dessalinizadoras deve ir ao encontro, também da iniciativa privada, nomeadamente, os mais afetados por falta de acesso facilitado à água como a hotelaria, turismo ou grupos agrícolas. “Será importante deixá-las [às empresas] entrar este modelo de estações de dessalinização de água, por oposição à adoção destes projetos por parte de entidades públicas”.

Mas mesmo que as centrais possam ajudar a mitigar os efeitos da escassez de água, existe um problema de fundo que fica por resolver: “Existe um aspeto muito importante”, alerta Maria José Roxo. “É que, quanto mais água existir, mais será a tendência para gastar. E isso preocupa-me porque o nosso principal problema é não sabermos gerir os recursos hídricos que temos”, defende a investigadora.

No consumo doméstico, esse desperdício acontece, tendencialmente, em hábitos que se foram normalizando. Por exemplo, só na casa de banho, uma torneira ligada durante um minuto, enquanto lava os dentes ou faz a barba, pode gastar até 12 litros de água. Já por cada dois minutos no banho com a torneira aberta, são gastos cerca de 24 litros de água. “Estamos a desperdiçar uma brutalidade de água tratada que podia ser utilizada em várias funções e que não está a ser”, alerta a investigadora.

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Portugal “envia” SMS desde 1995. Pico foi em 2012 com 27 milhões de envios

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2022

Serviço de mensagens foi lançado em Portugal em outubro de 1995 e teve pico de tráfego em 2012, quando cada utilizador enviava 180 SMS por mês. Hoje é mais usado como garante de cibersegurança.

Lançado em 1995 em Portugal, o serviço de mensagens escritas atingiu o pico em 2012, com mais de 27 milhões de SMS enviadas, e tem vindo a diminuir, até às 10 milhões em 2021, segundo dados da ANACOM.

O primeiro SMS (Short Message Service) no mundo foi enviado há 30 anos, a 3 de dezembro de 1992 pelo britânico Neil Papworth, engenheiro de telecomunicações da Sema Group Telecoms, no Reino Unido. A mensagem, um desejo de “Feliz Natal”, foi enviada a partir do computador de Neil Papworth para o telemóvel Orbitel 901 de Richard Jarvis, da Vodafone.

O momento histórico atingiu um novo patamar em dezembro de 2021, quando o primeiro SMS, de 15 carateres, foi leiloado como um NFT (Non Fungible Tokens ou Token Não Fungível) por 107 mil euros, durante um evento organizado pela casa Aguttes em França.

Em Portugal, o serviço de mensagens foi lançado em outubro de 1995, quando estavam no mercado das operadoras móveis a TMN (atual MEO) e Telecel (atual Vodafone), segundo dados enviados à agência Lusa pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM).

Em outubro de 1995, a Telecel lançou pela primeira vez esta funcionalidade para serviços de contrato, os que não eram pré-pagos, uma percentagem pequena da base de clientes, adiantou à Lusa Nuno Taveira, antigo gestor de produto de SMS e das plataformas de messaging na Vodafone.

Crescimento dos SMS teve ponto de viragem em fevereiro de 2000, após acordo entre operadoras que permitiu aos utilizadores a comunicação entre as diferentes redes.

O crescimento dos SMS teve um dos pontos de viragem em fevereiro de 2000, quando foi firmado um acordo entre as três operadoras existentes (depois do surgimento da Optimus em 1998, atual NOS) para permitir aos utilizadores a comunicação entre as diferentes redes, refere a reguladora.

Os primeiros dados disponíveis na ANACOM são precisamente de 2000, ano em que o número de SMS totalizou 550 milhões, ou seja, cerca de sete SMS por utilizador ativo por mês. O pico de tráfego de SMS foi atingido em 2012, período em que cada utilizador efetivo enviava 180 mensagens por mês, num total de 27.860.126 mensagens.

Ainda segundo os dados da ANACOM, este número tem vindo a diminuir. Em 2021, foram 68 as SMS enviadas por utilizador efetivo por mês (-62% comparado com 2012), num total de 10.729.392.

Outro momento de viragem para os SMS em Portugal é a introdução dos serviços pré-pagos, que permitiu uma massificação do serviço móvel, contou à Lusa Teresa Salema, presidente da Fundação Portuguesa das Comunicações.

“Temos de recordar que a rede móvel cresce primeiro nos segmentos mais altos. Só a partir de 1995, com a introdução dos pré-pagos é que temos uma grande massificação e, nessa altura, também as mensagens escritas aparecem com mais intensidade e chegam a atingir recordes absolutos”, referiu, assinalando o surgimento “do famoso MIMO, desenvolvido então pela Portugal Telecom nos laboratórios de Aveiro”.

Temos de recordar que a rede móvel cresce primeiro nos segmentos mais altos. Só a partir de 1995, com a introdução dos pré-pagos é que temos uma grande massificação.

Teresa Salema

Presidente da Fundação Portuguesa das Comunicações

Atualmente existem formas alternativas de envio de mensagens mais populares, as instant messaging, como por exemplo através das aplicações Whatsapp ou Messenger, disponíveis para os smartphones e que juntam o texto à possibilidade de mandar imagens, sons, documentos ou os populares GIFs.

Em 30 anos, a SMS teve um auge de utilização e está em quebra. Mas a utilização para publicidade e marketing, em matéria de segurança (como fator de autenticação) ou a criação de uma grafia específica, como o uso do ‘k’ para dizer ‘que’, são heranças que ainda persistem nos dias de hoje.

A presidente da Fundação Portuguesa das Comunicações referiu que, no entanto, a tecnologia que está atualmente ao alcance da sociedade envolve a integração de vários fatores. “Há três coisas que são necessárias, pois além de um equipamento, é necessário acesso às redes, com a capacidade e a rapidez que temos atualmente com a fibra ótica ou o 5G. E a cloud (nuvem). São estas três coisas que fazem com que tenhamos os serviços que temos atualmente”, analisou.

Teresa Salema, que no início da década de 1990 se encontrava na Companhia Portuguesa Rádio Marconi e tem uma carreira de três décadas ligada ao setor, defendeu ainda que as tecnologias estão presentes para “melhorar a qualidade de vida, mas também a saúde do planeta”.

Património das comunicações

Embora existam agora formas mais eficientes de enviar mensagens, Teresa Salema destaca que todas as tecnologias acabam por encontrar o seu espaço. “A rede fixa tem o seu espaço. E os SMS também têm o seu espaço”, frisou.

No caso das SMS, a sua popularidade e massificação através dos telemóveis acabou com um outro serviço que tinha ganho a sua relevância anteriormente: os pagers ou serviço “bip-bip”, lembrou. “Hoje em dia só temos aqui no museu como é que era uma mensagem escrita daquele tipo. Era quase que um telegrama, portanto, ainda era mais curto que uma SMS”.

De resto, a Fundação Portuguesa das Comunicações, com 25 anos, tem como dupla missão “conservar e mostrar todo o património do setor das comunicações em Portugal”, através do Museu das Comunicações, em Lisboa.

Teresa Salema contou que a história das comunicações é “muito mais longa” face à década em que nasceu o SMS, sendo que em Portugal é situada “há cinco séculos, em 1520, com o estabelecimento do serviço de correio”. “Na altura, o rei D. Manuel estabelece o serviço de correios exatamente para dar suporte à expansão marítima portuguesa. Porque, como é óbvio, qualquer desenvolvimento económico tem como base uma rede de comunicações”, salientou.

O Museu das Comunicações tem atualmente uma exposição que assinala os 25 anos da fundação, onde é possível “mexer e experienciar os objetos” de tecnologias antigas e em funcionamento, como a máquina de escrever, o fax, máquinas de telex e alguns equipamentos de GSM, inclusive com um Nokia com o famoso jogo Snake (serpente).

Cada vez mais usados como garante de cibersegurança

O envio de mensagens escritas, serviço lançado há 27 anos em Portugal, está em decréscimo, mas os SMS continuam a ser “uma forma segura” de autenticação utilizada, por exemplo, no setor bancário, adiantou à Lusa um especialista em telecomunicações.

“O SMS continua a ser a forma mais segura de muitas aplicações (Apps) de telefones serem autenticados ou identificados. Por exemplo, as Apps dos bancos enviam SMS de segurança ou de certificação para os telefones móveis para se autenticarem e aprovarem muitas operações bancárias”, realçou Nuno Taveira, que trabalhou durante mais de 25 anos na Vodafone, em Portugal, Reino Unido, Espanha e Itália.

O SMS continua a ser a forma mais segura de muitas aplicações (Apps) de telefones serem autenticados ou identificados.

Nuno Taveira

Especialista em telecomunicações

Este serviço de mensagens escritas continua a ser utilizado no setor bancário, para verificação de acesso à conta, para evitar, por exemplo, fraudes ou ciberataques, explicou à agência Lusa este antigo gestor de produto de SMS e das plataformas de messaging, função que ocupava quando os SMS surgiram em Portugal, em outubro de 1995.

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Venezuelana PDVSA e Chevron assinam acordos para a produção conjunta de petróleo

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2022

O ministro venezuelano diz há que “continuar a produzir cada vez mais, agora como parceiro estratégico, empresas mistas, e demonstrar ao mundo que a Venezuela continua de pé".

A empresa estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) e a norte-americana Chevron assinaram esta sexta-feira vários acordos para a criação de empresas mistas (capitais públicos e privados) para a produção conjunta de petróleo em território venezuelano.

Os acordos foram assinados pelo presidente da Chevron, Javier La Rosa e pela parte venezuelana pelo presidente da PDVSA, Asdrubal Chávez, e o ministro de Petróleo da Venezuela, Tareck El Aissami, na sede da petrolífera em La Campiña, Caracas.

Durante a assinatura, o ministro de Petróleo explicou que a assinatura procura dar um novo impulso à indústria petrolífera venezuelana “apesar das sanções promovidas pelos EUA, nos últimos anos”.

“Alguns contratos (são) extremamente importantes para o país e para o mundo inteiro. Vocês (Chevron) encontrarão empresas produtivas, que têm sabido resistir à investida destas sanções ilegais, violadoras do direito internacional, que conseguiram o milagre de manter a sua capacidade produtiva. Vão encontrar uma classe trabalhadora moralizada, muito feliz, e sobretudo muito disposta a continuar os planos de desenvolvimento conjunto que elaborámos”, disse Tareck El Aissami.

Segundo o ministro há que “continuar a produzir cada vez mais, agora como parceiro estratégico, empresas mistas, e demonstrar ao mundo que a Venezuela continua de pé e aberta aos investimentos internacionais neste setor vital para todos, que é o energético”.

“Desde a Venezuela exigimos a cessação imediata e o levantamento dos ataques contra a PDVSA e o cerco da lei, que também tem causado sérios danos tanto à economia nacional como aos nossos parceiros estratégicos”, sublinhou Tareck El Aissami.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, exigiu quarta-feira a devoção da CITGO Petroleum, filial da PDVSA nos EUA, por ser “propriedade da Venezuela e um dos elementos vitais para continuar avançando nas negociações” entre Caracas e Washington. “Que a CITGO seja devolvida completamente à Venezuela, e que os dividendos que a CITGO gerou sejam libertados para as contas venezuelanas de investimento social”, Nicolás Maduro durante uma conferência de imprensa em Caracas.

Em 29 de novembro último, a Venezuela anunciou que assinaria vários acordos com a Chevron para impulsionar o desenvolvimento local de empresas mistas (capital público e privado) e a produção de petróleo. O anúncio foi feito pelo ministro dos Petróleos da Venezuela, Tareck El Aissami, após um encontro com o presidente da petrolífera norte-americana, Javier La Rosa, que teve como propósito “promover novos projetos que favoreçam o setor”.

Nas próximas horas, assinaremos os contratos para impulsionar o desenvolvimento de empresas mistas e a produção de petróleo, como sempre o temos feito, nos termos estabelecidos na Constituição e outras leis venezuelanas. Agora, a produzir!”, anunciou o ministro na sua conta do Twitter.

O anúncio da assinatura de acordos acontece depois de o Governo de Nicolás Maduro retomar o diálogo com a oposição venezuelana e de os EUA autorizarem, sábado, a Chevron a retomar as atividades de extração de petróleo no país. Segundo o Departamento do Tesouro norte-americano, a medida reflete a política de “alívio de sanções específicas baseado em passos concretos que diminuam o sofrimento do povo venezuelano e apoiem a restauração da democracia”.

O Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC) norte-americano afirma que, apesar da licença que autoriza a Chevron a retomar as operações venezuelanas “continuam a vigorar outras sanções e restrições relacionadas com a Venezuela”. Segundo a imprensa local, a Venezuela produziu, em outubro, 717.000 barris diários de petróleo, abaixo dos 2 milhões de barris diários de meta proposta pelo Governo venezuelano.

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Investimento previsto no Fórum Oeiras quase duplica e representa agora 55 milhões

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2022

Em 2015, a câmara calculava as obras no novo edifício em 28 milhões. Isaltino Morais aponta agora para os 55 milhões. "Todo o projeto foi revisto e tem funcionalidades que o outro não tinha", diz,

O investimento previsto no Fórum Municipal de Oeiras, que vai juntar vários serviços da autarquia num único espaço, quase duplicou entre 2015 e 2022, subindo de 28 milhões para 55 milhões de euros.

Em 2015, a Câmara Municipal de Oeiras, então liderada por Paulo Vistas, calculava as obras no novo edifício em 28 milhões de euros, mas os custos previstos subiram: em 2016, o investimento chegava aos 33,5 milhões de euros (mais dois milhões de euros na zona exterior envolvente), enquanto, em 2019, o valor ascendia a 45 milhões de euros, número indicado pela construtora responsável Tecnovia (em parceria com a gestora Acciona) no seu site.

A construção só começou em 2021 e, de acordo com um comunicado enviado pela autarquia à Lusa, a nova ‘casa’ da Câmara de Oeiras representa agora um investimento de 55 milhões de euros. Durante uma visita realizada esta sexta-feira pelos autarcas de Oeiras a várias obras em curso no concelho, uma delas o Fórum Municipal, o presidente do município, Isaltino Morais (independente), explicou à Lusa o aumento dos custos.

“Em 2015, [o valor] era uma estimativa”, começou por recordar Isaltino Morais, lembrando depois que é normal surgirem novos custos e processos durante as obras. Além disso, houve alterações no projeto, com a retirada de um edifício nas traseiras da obra projetada e onde agora está a ser construído um parque de estacionamento, e a inclusão de pés-direitos (altura entre o chão e o teto de um andar) duplos nos pisos zero e um.

“Todo o projeto foi revisto e tem funcionalidades que o outro não tinha. Estamos a falar de um edifício completamente diferente”, salientou o autarca. O Fórum Municipal de Oeiras terá 20 pisos, três dos quais subterrâneos e que servirão como parques de estacionamento, e vai juntar cerca de 1.000 funcionários e colaboradores de vários serviços camarários.

“Pretendemos que este edifício tenha beleza”, disse Isaltino Morais num discurso durante a visita, confessando ter-se sentido “gloriosamente esmagado” quando visitou pela primeira vez a construção do Fórum Municipal, que espera gerar poupanças e dar melhores condições para funcionários e visitantes.

A Câmara de Oeiras (distrito de Lisboa) conta inaugurar o novo edifício entre 2024 e 2025, sendo que as atuais instalações municipais vão depois ser vendidas, remodeladas para habitação jovem ou terão novos usos, como o Palácio do Marquês de Pombal, que irá tornar-se num centro cultural, referiu Isaltino Morais.

Os autarcas visitaram também o Taguspark, onde decorre a construção de infraestruturas em novos lotes destinados a comércio, serviços e empresas e que vão compor o polo multifuncional norte deste parque empresarial e tecnológico.

A visita passou ainda pelo antigo quartel dos bombeiros de Paço de Arcos, que vai dar lugar à Unidade de Saúde Mental do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental e ao Auditório José de Castro, e pelo novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Oeiras, em Cacilhas. Estas obras estarão concluídas até março de 2023, indicou a autarquia.

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Pelo menos 90% da população mundial adquiriu imunidade contra a Covid-19

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2022

A OMS adverte, ainda assim, que lacunas na vigilância, nos testes, na sequenciação genética e na vacinação continuam a criar as condições ideais para o aparecimento de novas variantes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou esta sexta-feira que pelo menos 90% da população global adquiriu imunidade contra a Covid-19, através de uma infeção ou da vacinação. A estimativa foi avançada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em videoconferência de imprensa.

Ghebreyesus advertiu, no entanto, que “lacunas na vigilância, nos testes, na sequenciação” genética do coronavírus que causa a Covid-19 e “na vacinação continuam a criar as condições ideais para o aparecimento de uma nova variante preocupante que pode causar uma mortalidade significativa”.

Dominante no mundo, a variante de preocupação Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 tem mais de 500 subvariantes, todas muito contagiosas e com mutações genéticas que as tornam capazes de superar mais facilmente as barreiras imunitárias, mas sem causar doença grave, segundo a OMS.

No total, a pandemia da Covid-19 fez 6,6 milhões de mortos e cerca de 640 milhões de infetados no mundo, de acordo com as notificações feitas pelos países à OMS, que tem ressalvado que o número real é muito maior, dado que nem sempre os casos são comunicados.

Na última semana foram registadas mais de 8.500 mortes por Covid-19, um número que o diretor-geral da OMS considerou que “não é aceitável após três anos de pandemia”, uma vez que há “ferramentas para prevenir as infeções e salvar vidas”.

A Covid-19 é uma doença respiratória causada pelo SARS-CoV-2, detetado em 2019 na China e que se espalhou rapidamente pelo mundo, assumindo várias variantes e subvariantes.

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Programa Ibercena vai apoiar 21 projetos de Portugal

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2022

Os projetos portugueses abrangidos pelo programa vão da Companhia Alentejana de Dança Contemporânea ao Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica.

O programa iberoamericano Ibercena vai apoiar 21 projetos artísticos de Portugal, com uma verba total de 130 mil euros, anunciou esta sexta-feira a Direção-Geral das Artes (DGArtes).

Em comunicado, a DGArtes destacou que “45% dos projetos inscritos por Portugal terão apoio financeiro parcial nas três linhas de apoio, nomeadamente Criação em Residência (três projetos), Coproduções (nove projetos) e Programação em Festivais (nove projetos)”.

“O contributo para o intercâmbio artístico no espaço iberoamericano dos projetos inscritos por entidades artísticas portuguesas prevê a cooperação com 12 países Ibero-Americanos (El Salvador, Espanha, Brasil, Bolívia, México, Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Cuba, República Dominicana e Colômbia), bem como com quatro países europeus (Itália, França, Reino Unido e Países Baixos), dois países asiáticos (Japão e Indonésia) e um país africano (Cabo Verde)”, acrescentou o comunicado da direção-geral.

Os projetos portugueses abrangidos pelo programa vão da Companhia Alentejana de Dança Contemporânea ao Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, passando pelas associações culturais Amarelo Silvestre, Circolando, Lendias d’Encantar, Materiais Diversos, Tremor, entre outros.

A próxima reunião do Conselho Intergovernamental do programa vai acontecer em Lisboa, em abril de 2023.

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Aveleda e Herdade do Rocim associam-se a projeto Humanwinety de apoio a minorias

Quinta da Aveleda e Herdade do Rocim associam-se ao projeto Humanwinety que reforça inclusão de minorias no setor vínico com parcerias e leilão solidário.

A Quinta da Aveleda, em Penafiel, e a Herdade do Rocim, em Cuba (Alentejo), aliam-se ao projeto Humanwinety, criado pelo enólogo Bento Amaral e pelo consultor de vinhos Cláudio Martins para promover a integração de indivíduos com deficiências físicas ou intelectuais, e outras minorias nos setores vinícola e hoteleiro. O objetivo consiste em integrá-los no mercado de trabalho.

O anúncio foi feito pela dupla de mentores do Humanwinety que conta com quatro meses de existência, “com cariz humanitária selada no seu código genético”; um projeto que envolveu um investimento inicial de 100 mil euros, segundo avançou ao ECO o consultor de vinhos Cláudio Martins.

“Através de um esquema de b-learning, o projeto aumenta os conhecimentos destes grupos e fornece-lhes as ferramentas necessárias para um desenvolvimento profissional adequado, proporcionando estágios profissionais em colaboração com os seus parceiros e futura integração no mercado de trabalho”, explica o enólogo Bento Amaral.

Seguindo a linha da estratégia humanitária, os mentores do projeto vão, no início de 2023, organizar um leilão e jantar solidários, cujas receitas reverterão, em parte, para a Cáritas. Esta iniciativa reúne uma panóplia de “garrafas de excelente qualidade”, nomeadamente três garrafas de Maria Teresa dos anos 2015, 2016 e 2017 e uma garrafa de três litros de Castro superior 2018, oriundas da Quinta do Crasto, e duas garrafas ABF 1888, do Vallado.

A Quinta da Aveleda vai também disponibilizar uma garrafa de três litros de Quinta Vale D. Maria Douro Tinto 2013 e uma de 1,5 litros de Manoel Pedro Guedes Vinho Verde Branco 2020. Já a Herdade do Rocim vai contribuir para o leilão com uma Magnum de Rocim Grande Reserva Tinto 2019.

A iniciativa também conta com a contribuição da produtora de vinhos Soalheiro que vai levar a leilão algumas das suas referências mais emblemáticas, “como uma Jeroboam de três litros, de 2014, Soalheiro Classico; uma Jeroboam de 2012, Soalheiro Reserva; uma Jeroboam de 2015, Soalheiro Granit (primeira colheita) e uma Coleção 40 anos Soalheiro constituída por quatro garrafas de 0,75 litros”, avançam os mentores do projeto num comunicado.

Duas garrafas Madeira Boal 1868 de Matilde Henriques, da Barbeito, uma garrafa colheita 1900 da Andresen, e uma caixa especial de três garrafas de Legado com as colheitas 2017, 2014 e 2011, da Sogrape são mais algumas das garrafas a leilão. Assim como outra de 1902 Moscatel de Setúbal José Maria da Fonseca Apoteca.

Sentimos que o nosso trabalho, de facto, é fundamental para que seja aflorada a questão da inclusão na sociedade e no mercado de trabalho.

Bento Amaral

Wine Inspiring Executive da Humanwinety

Com o objetivo de capacitar indivíduos que, “por algum motivo e/ou momento da sua vida ficaram mais vulneráveis” e se viram a braços com dificuldades ao nível da formação e de integração no mercado laboral, o projeto Humanwinety tem vindo a atrair mais parceiros, como agora a Quinta da Aveleda e a Herdade do Rocim.

“A dias de celebrarmos o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que se comemora a 3 de dezembro, é com muita satisfação que vemos o projeto Humanwinety crescer com a entrada de dois parceiros tão importantes no setor dos vinhos em Portugal“, frisa Bento Amaral, Wine Inspiring Executive da Humanwinety.

“Sentimos que o nosso trabalho, de facto, é fundamental para que seja aflorada a questão da inclusão na sociedade e no mercado de trabalho”, reitera Bento Amaral.

É com bons olhos que os responsáveis da Quinta da Aveleda e a Herdade do Rocim veem este projeto humanitário. “É com orgulho que a Aveleda se torna parceiro da Humanwinety; uma iniciativa que abre portas do setor dos vinhos que se quer diverso, não só nos produtos que oferece, mas também nas pessoas que o trabalham”, sublinha Martim Guedes, CO-CEO da Aveleda.

Mais ainda, justifica o responsável, quando “está no ADN [da empresa] apoiar causas sociais, e, por isso, se saúda a chegada da Humanwinety, com a satisfação de poder dar o contributo para esta causa”.

Igual opinião tem Pedro Ribeiro, enólogo e administrador da Herdade do Rocim. “Temos apostado, nos últimos anos, na sustentabilidade do nosso projeto. E o acolhimento e bem-estar das pessoas que trabalham connosco é uma das nossas premissas de atuação mais estratégica, porque entendemos que equipas satisfeitas ajudam as empresas a prosperar”.

O administrador da Herdade do Rocim acrescenta ainda que a empresa “só tem a ganhar em reforçar a estratégia humana com a inclusão de profissionais com características especiais que vão, certamente, trazer valor acrescentado”.

É com orgulho que a Aveleda se torna parceiro da Humanwinety; uma iniciativa que abre portas do setor dos vinhos que se quer diverso, não só nos produtos que oferece, mas também nas pessoas que o trabalham.

Martim Guedes

CO-CEO da Aveleda

O projeto possibilita aos candidatos apoios técnico e financeiro, integração socioprofissional e oportunidades de progressão na carreira. Já os parceiros da Humanwinety têm a oportunidade de “participar numa causa nobre e inclusiva que prepara e forma pessoas para introdução no mercado de trabalho e lhes dá acesso privilegiado às mesmas”, de acordo com o projeto.

Os parceiros também passam a poder promover as suas empresas e produtos, em todos os eventos e comunicações do projeto Humanwinety, nomeadamente com a participação de um speaker na talk que, brevemente, será lançada por todo o país.

“Através de ajudas disponibilizadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), por exemplo, os parceiros têm também ao seu alcance apoio técnico, comparticipação financeira no valor de 1,25 IAS [Indexante dos Apoios Sociais], por cada destinatário abrangido, e comparticipação financeira, nomeadamente nas despesas com a construção, instalação e equipamentos dos CEP e com a sua manutenção e conservação”, resume Cláudio Martins.

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Comissão Europeia aprova programa Mar 2030

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2022

"O setor das pescas e da aquicultura pode já contar com o estímulo do Mar 2030, que renova as oportunidades de financiamento para a sua modernização”, indica o ministério.

A Comissão Europeia já aprovou o Mar 2030, que terá 539,89 milhões de euros de dotação, superior ao montante inscrito no anterior programa, anunciou esta sexta-feira o Ministério da Agricultura e Alimentação.

“Na sequência da adoção do Acordo de Parceria Portugal 2030, que compreende boa parte das intervenções a apoiar no domínio dos Fundos Europeus para o período 2021/2027 e a um ano do termo do período de elegibilidade do ciclo de programação 2014-2020, o setor das pescas e da aquicultura pode já contar com o estímulo do Mar 2030, que renova as oportunidades de financiamento para a sua modernização”, avançou, em comunicado, o executivo.

Este programa tem um orçamento de 539,89 milhões de euros, acima do anterior envelope financeiro, sendo que 392,57 milhões de euros dizem respeito à participação do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura (FEAMPA).

O Mar 2030 está estruturado em quatro prioridades, sendo a primeira o fomento de pescas sustentáveis e da conservação dos recursos, que abrange apoios a infraestruturas, iniciativas e a investimentos a bordo para melhoria da eficiência energética, segurança e condições de trabalho.

Por sua vez, o fomento de atividades de aquicultura sustentáveis e da transformação e comercialização de produtos de pesca e da aquicultura prevê apoios para a inovação produtiva, descarbonização e digitalização.

A terceira prioridade diz respeito à promoção de uma economia azul sustentável nas regiões costeiras, insulares e interiores e inclui ajudas para estratégias de desenvolvimento local, criação de emprego e diversificação de atividades.

O Mar 2030 pretende ainda reforçar a governação internacional dos oceanos e promover mares e oceanos seguros, limpos e sustentáveis, com apoios, por exemplo, para a vigilância marítima e melhoria do conhecimento do meio marinho.

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