Apoio de 125 euros chega esta quinta-feira a 500 mil pessoas, diz Medina

  • Lusa
  • 18 Outubro 2022

“A partir desta quinta cerca de 500 mil processamentos serão feitos por dia o que nos faz pensar que em 10 dias teremos o processamento efetuado”, disse ainda o ministro das Finanças.

O apoio de 125 euros vai chegar esta quinta-feira a 500 mil pessoas, anunciou esta terça-feira o ministro das Finanças, Fernando Medina, estimando que o processamento da medida fique concluído em 10 dias.

Os primeiros 500 mil beneficiários vão receber já os 125 euros nesta quinta-feira”, disse Fernando Medina à margem de um encontro organizado pelo International Club of Portugal, detalhando que o ritmo diário será de 500 mil pagamentos por dia.

“A partir desta quinta cerca de 500 mil processamentos serão feitos por dia o que nos faz pensar que em 10 dias teremos o processamento efetuado”, afirmou o governante. Em causa está um apoio de 125 euros pago a adultos não pensionistas com rendimentos mensais inferiores a 2.700 euros.

Outra das vertentes deste pacote é o apoio de 50 euros pago a todos os dependentes até aos 24 anos, que será pago juntamente com os 125 euros. Desta forma, referiu o ministro, uma família em que ambos os elementos do casal reúnem condições para receber os 125 euros, e que tenha dois filhos, “irá receber já a partir desta quinta-feira 350 euros na sua conta”.

Fernando Medina salientou que este apoio visa ajudar as famílias face ao aumento de preços que estão a sentir, mas antes, quando falava no encontro, já tinha referido ser um “erro” pensar que perante uma crise desta dimensão se poderia garantir que ninguém fosse atingido.

“Acho que seria um erro do Governo salientar a ideia que perante esta crise seria possível qualquer Governo garantir que ninguém fosse atingido”, disse, para acrescentar que “não é razoável” alimentar a ideia “de que todos podem ser protegidos perante uma crise inflacionária desta dimensão”.

Neste contexto precisou que o importante é ter um equilíbrio de que “não devemos gastar antes de ter [os recursos necessários] porque, quando se desenham apoios, não se pode “gastar antes de termos os recursos para fazer essa despesa”. Sem esta atitude, disse, o Governo não poderia fazer o discurso que tem feito sobre a redução da dívida pública.

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Nuno Antunes é o novo Country Manager da HDI em Portugal

  • ECO Seguros
  • 18 Outubro 2022

A HDI Global SE nomeou Nuno Antunes para Country Manager Portugal e Chefe da Estratégia do Cliente na Península Ibérica. A empresa de origem alemã compromete-se a servir os clientes portugueses.

A HDI Global SE nomeou Nuno Antunes para Country Manager Portugal e Chefe da Estratégia do Cliente na Península Ibérica. A seguradora de origem alemã orienta-se para os clientes localizados em Portugal, objetivo que passa pela abertura de um escritório em Lisboa. A decisão é parte da estratégia global de serviços da companhia, que tem em vista aproveitar os benefícios das empresas que compõem o grupo Talanx AG.

Nuno Antunes é um executivo internacional quadrilingue, com experiência nos setores dos seguros, consultoria tecnológica e manufatura e mais de 20 anos de carreira internacional, incluindo supervisão de equipas no Reino Unido, Europa, Médio Oriente e América Latina.

Formado em Engenharia Aeronáutica na Universidade da Beira Interior, Nuno Antunes possui mais de 20 anos de experiência profissional em Portugal, Reino Unido, França e Espanha. Ocupou cargos de direção na American International Group (AIG), onde dirigiu a atividade em Portugal e, mais tarde, negócios Multinacionais e Cativos de Londres, e na Allianz Global Corporate and Specialty (AGCS), a sua mais recente responsabilidade, onde foi Diretor Geral Regional para a Península Ibérica e América Latina.

Nuno Antunes manifestou motivação em colaborar com o “grande grupo financeiro multinacional, com muito talento, amplas capacidades e a firme ambição, nestes tempos incertos em que vivemos, de fornecer cada vez mais valor aos seus clientes e corretores no espaço Ibero-Americano”.

Para Juan Aznar, CEO da HDI Global SE, a adição reforça “a nossa estratégia de crescimento em Espanha, Portugal e América Latina, e o objetivo de conceber e fornecer soluções globais aos clientes, numa altura em que são necessárias soluções alternativas de transferência de risco para satisfazer as necessidades de muitos segurados. Nuno Antunes, a reportar à HDI Global Espanha, liderará a operação em Portugal como parte da nossa estratégia de crescer em proximidade com os clientes no país, onde, na pendência de aprovações regulamentares, teremos um escritório em Lisboa, num futuro próximo”, disse o CEO.

A HDI Global SE é a empresa principal da Divisão de Clientes Industriais do Talanx Group.

Com outras entidades afiliadas “HDI”, atua como fornecedor multimarca nos segmentos de Seguro Predial/Casualidade e Seguro de Vida Primário, Não Vida e Resseguro de Vida/Saúde (Hannover Re), bem como Serviços Financeiros.

A HDI Global SE define-se ainda como um parceiro de serviços B2B nos setores dos Seguros e Gestão de Riscos. Apresentam-se como uma one-stop-shop para soluções inovadoras, orientadas para as necessidades específicas de um cliente.

“A HDI desenvolve conceitos de seguros sob medida, adaptados aos riscos operacionais enfrentados por cada dimensão e tipo de empresa. Uma gestão abrangente dos riscos concebida para evitar perdas e danos, tanto de parte do serviço fiável da empresa, como de uma gestão profissional e rápida dos sinistros”, definem-se, nas redes sociais.

A empresa, sediada na Alemanha, gera mais de metade do seu volume de prémios internacionalmente. A Europa é o seu principal mercado, onde a companhia está representada em 17 países, e emprega cerca de 2.700 pessoas.

A antiga HDI-Gerling Industrie Versicherung AG mudou o seu nome para HDI Global SE em 2016. Sucursais, filiais e afiliadas em todo o mundo foram também renomeadas para assegurar uma imagem corporativa uniforme. A empresa opera agora a nível mundial sob a marca HDI.

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Imobiliário espera ano recorde, mas antecipa descida de preços no mercado comercial

Investimento imobiliário deverá chegar aos 3,4 mil milhões de euros em 2022, um máximo histórico. Cushman & Wakefield espera abrandamento da atividade e descida de preços no mercado comercial.

Já se contam 1.656 milhões de euros investidos em imobiliário nacional e, até dezembro, esse número deverá subir para cerca de 3.400 milhões. As projeções são da consultora Cushman & Wakefield, que nota que o ano “está a correr muito bem”, embora encare com “receio” e “cautela” o próximo ano. Isto porque o arrefecimento que já se sente no resto da Europa não tardará a chegar a Portugal e, com isso, virá um abrandamento do investimento em imobiliário comercial e uma descida dos preços.

“Este é um momento muito estranho. O ano está a correr muito bem, mas estamos com receio do que aí vem. 2022 está com números muito interessantes, mas encaramos o próximo ano com mais cautela“, disse Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield em Portugal, na apresentação do Marketbeat de Outono, esta terça-feira.

Os 1.656 milhões de euros investidos no primeiro semestre representam já um aumento de 27% face a 2021. Desde montante, 74% é proveniente de investidores estrangeiros e 34% (607 milhões de euros) foi canalizado para o mercado de escritórios.

“Há uma espécie de esquizofrenia entre o que aconteceu até agora – sobretudo em Portugal, porque temos estado melhor que outros mercados europeus – e o que se espera em termos de atividade e preços”, diz o responsável da consultora imobiliária.

Eric van Leuven nota como Portugal é um mercado “altamente dependente do investimento estrangeiro” e que, “por mais que Portugal esteja na boca do mundo, os fundos internacionais são, em primeiro lugar, influenciados pelo que se está a passar no seu mercado doméstico“. “E isso afeta a forma como olham para oportunidades noutros mercados”, explica.

Nesse sentido, a Cushman antecipa uma “descompressão nas yields” no mercado comercial. “As yields vão subir e os preços vão descer”, diz Eric van Leuven. “Nos próximos dois ou três trimestres esperamos algum abrandamento da atividade e uma redução do preço”, afirma o responsável, referindo que, até ao final de 2022, as yields deverão subir cerca de 0,25%, o que poderá levar a uma redução dos preços na casa dos 6%, esperando-se o mesmo para 2023.

Cushman prevê “aumento do desequilíbrio” do mercado residencial

2022 será um ano recorde para o mercado de escritórios. No final do terceiro trimestre contavam-se quase 250 mil metros quadrados de taxa de absorção na Grande Lisboa, um aumento de 200% face ao mesmo período de 2021. Quanto à oferta futura, 73% já está ocupada e só uma pequena parte virá, efetivamente, para o mercado. Assim, não haverá um aumento significativo de oferta nos próximos tempos.

À semelhança da capital, também no Grande Porto o setor de escritórios registou entre janeiro e setembro um aumento expressivo da procura (+34%) quando comparando com o período homólogo, num volume de ocupação de 45.200 metros quadrados.

No retalho, 2022 também foi um ano bastante positivo. O aumento do volume de vendas foi, contrariamente ao normal, impulsionado pelo setor não alimentar. Para 2023 espera-se um acréscimo de cerca de 70 mil metros quadrados na oferta, sobretudo devido a expansões, a conjuntos comerciais já existentes e ao acréscimo da oferta de retail parks.

No mercado logístico, a absorção foi inferior à registada em 2021, mas “não por falta de interesse”, diz Eric van Leuven. “Sim por falta de oferta”, explica. A área média transacionada subiu para quase 8.000 metros quadrados e a procura sente-se, sobretudo, em Lisboa e no Porto. “O aumento dos custos de construção e a falta de espaços de qualidade pode levar a revisões em alta das rendas”, nota o responsável.

No que toca à hotelaria, foram inaugurados 35 hotéis, num total de 2.080 quartos. Há 115 novos projetos para o futuro, o equivalente a mais dez mil quartos nos próximos três anos.

Já no mercado residencial, o estudo da Cushman evidencia o problema na falta de oferta para a classe média. Contudo, nota que começam a surgir projetos, sobretudo na periferia de Lisboa. Nos próximos meses, o segmento residencial deverá ser marcado pela contínua entrada no mercado de produto mais direcionado às classes média-alta e alta e pela cada vez maior dificuldade de desenvolvimento de produto para o segmento médio e médio baixo. Assim, prevê-se o aumento do desequilíbrio do mercado, agravando-se a falta generalizada de oferta de habitação.

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Moody’s melhora a classificação da Coface

  • ECO Seguros
  • 18 Outubro 2022

A agência de notação Moody's melhorou a classificação de solidez financeira (Insurance Financial Strength Rating - IFSR) de A2 para a Coface. A perspetiva passou de estável para positiva.

A agência de notação Moody’s melhorou a classificação de solidez financeira (Insurance Financial Strength Rating – IFSR) de A2 para a Coface. A agência também mudou a perspetiva da Coface de estável para positiva.

Em comunicado, a Moody’s destaca que a classificação reflete a “forte capitalização da Coface, a boa rentabilidade e a exposição limitada à Rússia. A Coface tem mantido consistentemente um rácio de solvabilidade do grupo acima dos 190% desde 2020 e uma baixa sensibilidade a choques financeiros e macroeconómicos. Esta baixa sensibilidade foi reforçada por melhorias recentes na qualidade dos ativos do grupo“.

A rentabilidade da especialista em seguro de crédito tem sido robusta nos últimos cinco anos, com um rácio médio combinado de 75% entre 2017 e 2021.

A Moody’s também partilhou que, desde 2016, “o grupo melhorou os seus processos de monitorização de riscos e tem sido mais pró-ativo em ajustar a sua carteira de riscos”.

A agência espera que “estas melhorias se traduzam em menos choques no rácio combinado do grupo no futuro, mesmo que a volatilidade dos ganhos continue a ser uma característica da indústria de seguros de crédito”.

A firma de seguros de crédito considera que a “mudança de perspetiva estável para positiva reflete a crescente diversificação do grupo, a monitorização e melhor gestão das exposições ao risco de crédito, as quais a Moody’s espera que resultem numa menor volatilidade dos lucros e que tornem a seguradora resistente a uma recessão económica”.

Phalla Gervais, Chief Finance & Risk Officer da Coface, diz, em comunicado que se congratula com a mudança de perspetiva “que recompensa o trabalho das equipas da Coface e reconhece o elevado nível de serviço que oferecemos aos nossos clientes. Reconhece também a agilidade e resistência da Coface, bem como a qualidade da sua gestão de risco, que estão no centro da nossa cultura e experiência. A Coface está confiante em concluir o seu plano estratégico Build to Lead.

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Galp Gás Natural Distribuição passa a chamar-se Floene

  • Lusa e + M
  • 18 Outubro 2022

A mudança de nome acontece depois da empresa ter passado para as mãos da Allianz Capital Partners, que comprou de 75,01% dos 77,5% da Galp. O rebranding é assinado pela Ivity Brand Corp.

A Galp Gás Natural Distribuição, que passou para as mãos da Allianz Capital Partners após a compra de 75,01% dos 77,5% da participação da Galp, passa a chamar-se Floene e reforça compromisso na transição energética. “A Floene, líder no mercado de distribuição de gás, substitui agora a designação Galp Gás Natural Distribuição (GGND)”, informou a empresa, em comunicado enviado à comunicação social.

Em meados de julho, no primeiro encontro com jornalistas, em Lisboa, após a Allianz Capital Partners ter comprado 75,01% dos 77,5% da participação que a Galp tinha na empresa, por 368 milhões de euros, o presidente executivo, Gabriel Sousa, tinha já avançado que a empresa ia sofrer uma alteração de nome, ainda que não se tratasse de uma imposição do regulador da energia.

“Esta mudança reforça o compromisso da empresa na transição energética, contribuindo para a descarbonização das redes de gás, maioritariamente através da aposta nos gases renováveis, como o biometano e o hidrogénio”, lê-se na nota. A Floene abastece, atualmente, 102 concelhos, através da participação em nove distribuidoras de gás: Lisboagás, Lusitaniagás, Setgás, Tagusgás, Beiragás, Duriensegás, Medigás, Dianagás e Paxgás.

“Depois de termos apostado na introdução do gás natural e expandirmos a nossa rede a mais de um milhão de clientes, estamos agora focados em promover e liderar a futura distribuição dos novos gases renováveis, contribuindo de forma decisiva para a descarbonização da economia e do País, no cumprimento das metas ambientais”, referiu Gabriel Sousa, citado no comunicado.

No encontro com jornalistas, em julho, o presidente executivo defendeu que a infraestrutura nacional está “preparadíssima” para gases renováveis, que devem ser acelerados. “Existe uma associação entre descarbonização e eletrificação, [mas] a descarbonização precisa de eletricidade e de gases renováveis”, apontou o responsável.

Naquela ocasião, Gabriel Sousa defendeu uma Estratégia Nacional para o Biometano, como a que existe para o hidrogénio, que, disse, está em processo de preparação pela tutela.

O rebranding é assinado pela Ivity Brand Corp e, nas palavras de Carlos Coelho, founding partner da agência, é “uma lufada de gás fresco, na renovação das marcas de energia de Portugal”. A Ivity Brand Corp. assina também a campanha de lançamento da Floene. “Distribuímos energias de futuro”, é o claim.

 

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Comissão Europeia faz mira às criptomoedas para poupar energia

A Comissão Europeia propôs um plano de ação que prevê a redução do consumo de energia pelo setor tecnológico e apela aos países para estarem "preparados" para travar a mineração de criptoativos.

A Comissão Europeia apresentou esta terça-feira um plano de ação para a “digitalização do sistema energético”. A proposta pretende dotar os consumidores de ferramentas para controlarem o seu próprio consumo e vem introduzir medidas para reduzir o uso de eletricidade no setor tecnológico e reforçar a cibersegurança das redes energéticas.

O plano abrange ainda o universo dos criptoativos, com o ramo executivo da União Europeia (UE) a apelar aos países para estarem “preparados” para travar a mineração de criptomoedas caso seja necessário libertar capacidade nos sistemas elétricos.

Bruxelas parte do princípio que, no longo prazo, a digitalização será um “pré-requisito para a integração de formas descentralizadas de energia renovável na rede”, de modo a baixar a dependência europeia de combustíveis fósseis importados e a exposição à volatilidade dos preços. Além disso, a implementação de sistemas inteligentes e equipamentos como bombas de calor, painéis solares, baterias domésticas e termóstatos, entre outros dispositivos, podem permitir “reduzir as faturas de energia e a pegada de carbono”.

Nesse sentido, a Comissão “vai continuar a fornecer apoio financeiro à investigação e inovação e acelerar a implementação de tecnologias digitais no setor da energia”.

A Comissão Europeia aposta agora na digitalização dos sistemas energéticos para reduzir a dependência da União Europeia, depois do impacto da guerra na UcrâniaEuropean Union

Bitcoin debaixo de olho

Quanto à redução do consumo no setor tecnológico, uma das áreas de foco da Comissão é o universo dos criptoativos. Num documento a explicar o plano, a Comissão Europeia indica que as atividades relacionadas com criptomoedas são responsáveis por cerca de 0,4% de toda a energia consumida no planeta. Em concreto, o consumo energético das criptomoedas praticamente duplicou nos últimos dois anos e aumentou 900% nos últimos cinco.

“Tendo em conta a atual crise energética e os riscos do próximo inverno, a Comissão insta os Estados-membros a implementarem medidas direcionadas e ambiciosas para reduzir o consumo de eletricidade pelos agentes de criptoativos”, nota o organismo liderado por Ursula Von der Leyen. “No caso de haver necessidade de reduzir a carga nos sistemas elétricos, os Estados-membros têm de estar preparados para parar a mineração de criptoativos”, remata a mesma nota.

A título de exemplo, a mineração é a atividade que permite o processamento de transações em algumas criptomoedas, de que é o principal exemplo a bitcoin. O termo diz respeito aos milhões de computadores ligados em permanência, que possibilitam o funcionamento da rede descentralizada que está na base desse criptoativo. Em 2021, o ECO noticiou que a bitcoin, nessa altura, gastava 2,5 vezes mais eletricidade do que Portugal num ano.

A Comissão vai mais além no controlo mais apertado da mineração. “Numa perspetiva de longo-prazo, é crucial acabar com os benefícios fiscais para mineradores de criptoativos que existem em alguns Estados-membros”, remata a entidade.

Para contribuir para a gestão do problema, a Comissão Europeia assume o compromisso de “desenvolver um relatório até 2025 que inclua a descrição do impacto ambiental e climático das novas tecnologias no mercado dos criptoativos, assim como potenciais opções políticas que ajudem a mitigar os impactos adversos no clima das tecnologias usadas no mercado dos criptoativos”.

Por fim, para esta área, Bruxelas propõe uma cooperação internacional para o desenvolvimento de “etiquetas de eficiência energética para blockchains, o nome dado à tecnologia que possibilitou o surgimento de criptoativos descentralizados.

No caso de haver necessidade de reduzir a carga nos sistemas elétricos, os Estados-membros têm de estar preparados para parar a mineração de criptoativos.

Comissão Europeia

Das criptomoedas às TIC

Porém, o plano da Comissão Europeia não abrange apenas as criptomoedas. Versa ainda sobre todo o setor das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), que, nas contas de Bruxelas, representa 7% do consumo global de eletricidade, prevendo que este número cresça para 13% até ao final da presente década. É ainda culpado por 3% a 5% das emissões globais de gases com efeito de estufa, “o que a coloca a par com o setor da aviação”, escreve a nota.

“As necessidades energéticas crescentes do setor das TIC não devem tornar-se num obstáculo ao objetivo da UE de reduzir a procura de energia no atual contexto e atingir a neutralidade climática no longo prazo”, nota a Comissão Europeia. Estão, por isso, previstas várias medidas, focadas nos data centers e na cloud, nos computadores e nas redes de telecomunicações.

Como tal, está prevista a introdução de um novo esquema de classificação energética para os data centers e uma etiqueta energética para os computadores. Bruxelas quer aplicar também novas exigências de reporte de informação sobre emissões indiretas de gases com efeito de estufa derivadas da contratação de serviços de data center e computação na cloud.

Adicionalmente, “a Comissão vai também aumentar os esforços para desenvolver indicadores comuns para medir a pegada ambiental dos serviços de comunicações eletrónicas, como as redes de telecomunicações usadas pelos dispositivos TIC para enviar e receber informação”. Nesse âmbito, vai nascer um novo código europeu de conduta para a sustentabilidade das redes de telecomunicações.

Depois dos utilizadores e das tecnológicas, o terceiro e último pilar do plano de ação é a cibersegurança. A Comissão vai propor legislação para “reforçar” a proteção das redes de energia, abrangendo, desde logo, os fluxos de eletricidade transfronteiriços.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h20)

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Bruxelas quer compras conjuntas de pelo menos 15% do gás

A Comissão Europeia vai propôr aos Estados-membros a compra conjunta de gás, à semelhança do que aconteceu com as vacinas durante a pandemia. Energéticas vão poder operar enquanto consórcio.

A Comissão Europeia vai propor a compra conjunta de gás entre os 27 Estados-membros, à semelhança do que aconteceu durante a pandemia em que foram compradas vacinas anti-Covid. A medida foi apresentada esta terça-feira, por Ursula von der Leyen, durante uma conferência de imprensa que ocorreu depois de uma reunião do colégio de comissários, à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

Dessa reunião, saiu um documento no qual são apresentadas um conjunto de medidas para enfrentar a crise energética e a informação de Bruxelas vai permitir que os Estados-membros recorram à utilização de até 10% da dotação nacional total do Fundo de Coesão para 2014-2020, no valor total de cerca de 40 mil milhões de euros, para fazer frente à crise energética.

Segundo a presidente da Comissão Europeia, será proposta aos Estados-membros “uma participação obrigatória das empresas europeias na agregação da procura europeia para cumprir pelo menos 15% das respetivas metas de enchimento de armazenamento de gás”, indica Bruxelas, acrescentando que “as empresas seriam autorizadas a formar um consórcio europeu de compra de gás, em conformidade com as regras de concorrência da UE“, esclareceu a responsável. “Somos mais fortes quando agimos juntos”.

Segundo Kadri Simson, comissária da Energia, também presente na conferência de imprensa, os 15% são equivalentes ao consumo de gás de Portugal, Irlanda e da Finlândia, cerca de 13 milhões de metros cúbicos de gás. “É uma quantidade considerável”, frisou a responsável.

A decisão acontece numa altura em que o bloco europeu reforçou o fornecimento de gás oriundo de outros destinos, como Noruega, e reduziu o consumo de gás russo para menos de 9%. As reservas de gás do bloco para o inverno já ultrapassaram a margem de segurança de 90% relativamente às reservas de gás necessárias para este inverno, encontrando-se atualmente nos 92%.

Além das compras conjuntas de gás, será reforçada a cooperação entre os 27 Estados-membros, que, segundo von der Leyen, ainda estão longe do ideal. “Devíamos ter 40 acordos de solidariedade entre Estados-membros, e temos apenas seis”, revelou a líder do executivo comunitário.

Assim, em caso de escassez ou de “disrupção total no abastecimento de gás e eletricidade”, serão postos em prática novos acordos de solidariedade, com objetivos comuns a todos os Estados-membros e respetivas regiões, isto é, “desde de que não existam já acordos bilaterais de solidariedade”, esclareceu, e que têm como objetivo “partilhar gás com os países mais vulneráveis”.

Ainda no âmbito de garantir reservas suficientes de gás, a Comissão Europeia irá propor aos 27 Estados-membros que seja elaborado um “Alerta UE” caso as reservas de gás revelem ser insuficientes. Assim, e para reforçar a preparação para possíveis emergências, o executivo comunitário propõe também medidas que permitam aos Estados-Membros reduzir ainda mais o consumo não essencial para garantir o fornecimento de gás a serviços e indústrias essenciais.

Tal como a Comissária da Energia tinha já avançado na semana passada, será proposta a criação de um índice alternativo ao holandês TTF “por já não ser um reflexo do mercado europeu”. Durante a sua intervenção, von der Leyen explicou que o TTF foi criado para a transação de gás distribuído por gasoduto, “mas o mercado mudou, drasticamente, do gasoduto para GNL [gás natural liquefeito, tipicamente transportado por navios]”, explicou von der Leyen. Este novo índice deverá ser apresentado pela Agência de Cooperação dos Reguladores da Energia (ACER, na sigla em inglês) em março de 2023.

Até lá, a Comissão Europeia propõe a criação de um “corredor dinâmico e temporário” no TTF, isto é, a criação de um intervalo abaixo do valor de mercado dentro do qual oscilariam os preços do gás a serem negociados naquele dia. Este mecanismo temporário seria acionado “apenas quando necessário” e não iria permitir “transações com preço superior ao limite dinâmico”.

“[O limite] deve ser alto o suficiente para que o mercado funcione. E, abrangente o suficiente para cobrir os restantes índices a nível europeu”, explicou Ursula von der Leyen, acrescentando que os detalhes serão debatidos no próximo Conselho Europeu.

As medidas foram apresentadas esta terça-feira como parte de um segundo pacote de intervenção de emergência no setor energético, numa altura em que o mercado europeu assiste a uma grande volatilidade nos preços e a Rússia já não envia gás para a Europa. Apresentadas as propostas, segue-se agora o debate que acontecerá a 20 e 21 de outubro, dia em que os líderes dos 27 Estados-membros se reúnem em Conselho Europeu. Mais tarde, na próxima terça-feira, 25 de outubro, os ministros da Energia do bloco europeu voltam a reunir-se para uma discussão técnica.

Mecanismo ibérico vai ser avaliado a nível europeu

Como forma de mitigar os preços da eletricidade, que se contagiam pelo preço do gás, a Comissão Europeia vai propor aos Estados-membros que seja considerado a adoção do mecanismo ibérico para o resto do bloco europeu.

“É um mecanismo que está em vigor em Espanha e Portugal e acreditamos que deve ser considerado ao nível europeu”, afirmou Ursula von der Leyen, acrescentando que a estratégia merece “mérito”.

Segundo a presidente da Comissão Europeia, para já, ainda não é definitivo que a medida será adotada pelos restantes Estados-membros dado que “ainda estão por responder duas questões” essenciais para tornar o mecanismo operacional. Sendo que a primeira “significa que é necessário compensar entre o preço real e o preço máximo e esta compensação tem lugar através dos consumidores que utilizam o gás, o que funciona no ambiente nacional, mas se colocarmos isso num ambiente europeu teremos um apoio muito pouco equilibrado por parte dos consumidores de gás”, precisou.

Por outro lado, “o segundo tópico é basicamente o mesmo mecanismo pois uma vez que estamos bem interligados com os nossos amigos e vizinhos — Reino Unido, Noruega, Suíça, Balcãs Ocidentais, por exemplo — esta eletricidade barata também fluiria para lá e temos de ver como é que vamos resolver estas questões que ocorrem no seguimento disso”, adiantou Ursula von der Leyen.

Ressalvando que “os Estados-membros são diversos quando se trata dos seus cabazes energéticos e das ligações e sistemas de energia”, a Comissão Europeia defende, no âmbito deste novo pacote de medidas dada a atual crise energética, ser “necessário conceber uma solução que funcione para todos eles e que esteja de acordo com os objetivos mais amplos”, como os de “não aumentar o consumo de gás e gerir os fluxos para além das fronteiras da UE”.

Recorde-se que, desde meados de junho, que está em vigor um mecanismo temporário para limitar o preço de gás na produção de eletricidade na Península Ibérica até 2023. O mecanismo serve para colocar limites ao preço médio do gás na produção de eletricidade, a cerca de 50 euros por megawatt-hora, que foi solicitado por Portugal e Espanha em março passado devido à crise energética e à guerra da Ucrânia, que pressionou ainda mais o mercado energético.

(Notícia atualizada pela última vez 16h58)

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AXA quer adquirir seguros do Crédit Mutuel por 310 milhões

  • Lusa
  • 18 Outubro 2022

310 milhões de euros estão reservados para a aquisição da filial espanhola de seguros do banco Crédit Mutuel pelo grupo de seguros francês AXA.

O grupo segurador francês AXA revelou hoje que iniciou “negociações exclusivas” para comprar ao banco francês Crédit Mutuel a sua subsidiária de seguros espanhola por 310 milhões de euros.

Olga Sanchez é a Directora Executiva da AXA e Presidente da Fundação da seguradora.

A operação de compra da subsidiária espanhola do Grupo de Seguros do Crédit Mutuel, uma seguradora que opera em Espanha no ramo não vida e saúde, deverá concretizar-se no terceiro trimestre de 2023, indicou a AXA em comunicado.

Tal deverá acontecer uma vez realizados os processos de consulta das entidades representativas dos trabalhadores e obtidas as autorizações por parte dos reguladores.

De acordo com as contas financeiras publicadas em 2021, a subsidiária espanhola de seguros do Crédit Mutuel teve 400 milhões de euros de prémios brutos e um resultado líquido consolidado de 16 milhões de euros, gerado principalmente na atividade dos seguros no ramo não vida e saúde.

A subsidiária do Crédit Mutuel comercializa os seus produtos através de uma rede de distribuição de agentes e parceiros em Espanha.

A presidente executiva da AXA, Olga Sánchez, citada no comunicado, afirmou que esta aquisição irá reforçar a posição da seguradora “como líder em Espanha”.

Além disso, a gestora garantiu que haverá “uma transição suave para segurados e colaboradores”, mostrando-se motivada em acelerar a aquisição com a ultrapassagem dos processos legais em curso.

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Passos de volta? “Não vale a pena estarem a fazer filmes”, responde Montenegro

  • Lusa
  • 18 Outubro 2022

Presidente do PSD diz que antigo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, “tem muito para dar ao país” e pode “cumprir muitas tarefas”, mas recusa "fazer futurologia".

O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou esta terça-feira que o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho é “uma das pessoas mais qualificadas” em Portugal e “tem muito para dar ao país”, podendo “cumprir muitas tarefas”.

“O doutor Pedro Passos Coelho é uma das pessoas mais qualificadas que Portugal tem e quando um país tem uma pessoa com este perfil, com esta experiência, com esta qualificação, tem uma pessoa que pode cumprir muitas tarefas”, afirmou, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com a União das Misericórdias Portuguesas, em Lisboa.

O líder do PSD mostrou-se “muito surpreendido” por os jornalistas lhe perguntarem se concorda com o Presidente da República quando Marcelo Rebelo de Sousa disse que o país ainda “deve esperar muito do contributo” do antigo primeiro-ministro social-democrata.

“Eu muitas vezes sou acusado de falar do legado e da herança do doutor Pedro Passos Coelho como uma fatura negativa, mas vocês já me ouviram, não é hoje, ouviram desde sempre, dizer que eu tive muita honra, muito orgulho, em ter estado ao lado dele quando ele foi primeiro-ministro”, afirmou Luís Montenegro.

E salientou que “obviamente que uma pessoa que tem esta opinião sobre aquilo que ele foi capaz de fazer nessa altura não pode deixar de concordar com a ideia generalizada de que ele tem muito para dar ao país”.

“E tem muito para dar ao país não é só na perspetiva do exercício de funções públicas, o doutor Pedro Passos Coelho é um dos portugueses mais qualificados para fazer muitas coisas. Eu acho inclusivamente que mesmo do ponto de vista académico, que é uma das funções que ele exerce neste momento, Portugal deve aproveitar o seu know how, a sua experiência, o seu conhecimento profundo da realidade do país e da Europa”, defendeu o líder do PSD.

Questionado se gostava de ver Passos Coelho num cargo público, Montenegro afirmou que “não vale a pena estarem a fazer filmes à volta disso, não vale a pena fazerem futurologia, não vale a pena estarem a tentar” nas suas intervenções “retirar, extrapolar o que quer que seja”.

“Não tenho nem que dizer mais, nem que dizer menos do que isso, nem vale a pena interpretarem isto de nenhuma outra maneira. As palavras valem exatamente aquilo que eu quis dizer e que disse”, concluiu.

No sábado, falando aos jornalistas à margem da cerimónia que assinalou o início das comemorações do centenário de Agustina Bessa Luís, às quais assistiu o antigo primeiro-ministro, o Presidente da República considerou que, “sendo tão novo [Pedro Passos Coelho], o país pode esperar, deve esperar muito ainda do seu contributo no futuro”.

Na segunda-feira, também questionado sobre estas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, defendeu que Passos Coelho contribuiu muito para o país e “pode continuar a contribuir”.

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Viana do Castelo quer aplicar taxa turística a partir de 2023

  • Lusa
  • 18 Outubro 2022

Viana do Castelo deverá aplicar, a partir de 2023, uma taxa turística de um a 1,50 euros. O projeto de regulamento ainda vai seguir para discussão pública.

Uma taxa turística de um a 1,50 euros deverá começar a ser aplicada, em Viana do Castelo, a partir de 2023, avançou, esta terça-feira, o presidente da Câmara Municipal, Luís Nobre, após a aprovação do projeto de regulamento que ainda vai ser sujeito a discussão pública.

Segundo Luís Nobre, o projeto de regulamento, que prevê a aplicação de uma taxa turística de 1,50 euros em época alta e de um euro em época baixa, terá ainda de cumprir todos os procedimentos legais, como a consulta pública, por um período de 30 dias úteis, após publicação em Diário da República (DR).

Terminada essa auscultação, o documento volta a ser submetido à apreciação da autarquia e da Assembleia Municipal e, em caso de aprovação, entrará em vigor, o que se prevê acontecer a partir do próximo ano.

Na reunião ordinária de segunda-feira, o projeto de regulamento foi aprovado com os votos da maioria PS e da vereadora da CDU, Cláudia Marinho. Já os dois vereadores do PSD, Eduardo Teixeira e Paulo Vale, e Hugo Meira, do CDS-PP, em substituição da vereadora Ilda Araújo Novo, rejeitaram a proposta socialista.

No final da reunião camarária, em declarações aos jornalistas, o autarca Luís Nobre considerou “ser justo” ser criado “um mecanismo de algum reequilíbrio” no esforço financeiro que o município tem feito para dinamizar o setor turístico.

Fizemos um esforço municipal, sem termos nenhuma obrigação de o fazer, de mais de 1,2 milhões de euros na recuperação do património edificado; um esforço significativo na promoção da cidade e do concelho, na realização de eventos internacionais para atrairmos visitantes”, refere o autarca socialista.

“Para realizarmos estas ações, deixámos de fazer outras coisas. Gerir e governar tem a ver com isto. Não é só escolher as ações que nos podem dar alguma popularidade; temos de ter consciência e a racionalidade de gerir bem, de encontrar equilíbrios, equidade, e não pedir aos vianenses que façam um esforço de asseio e limpeza, de requalificação urbana, da realização de eventos e de promoção da cidade”, sustentou.

Luís Nobre referiu que na Europa a taxa turística “já é uma realidade” e que, “em Portugal, alguns municípios começam a avançar” com a medida, sublinhando que este projeto de regulamento veio espoletar “a reflexão sobre o assunto” e que “a consulta pública, que se irá iniciar, pretende recolher propostas que serão avaliadas e integradas, ou não, no documento final”.

Em declarações à agência Lusa, o social-democrata Eduardo Teixeira criticou a “ganância de encontrar formas de cobrar mais impostos”. Referiu mesmo que “nesta fase, de pós pandemia de Covid-19, considera-se absolutamente prematuro estar a encontrar, com a criatividade com que temos sido brindados, sempre mais impostos, taxas e licenças, com mais este valor que não está testado que possa ser benéfico para uma atividade económica de que Viana do Castelo precisa em absoluto”.

Segundo Eduardo Teixeira, “só existem 11 cidades no país onde atualmente é aplicada a taxa, e o valor que é proposto é superior ao de outros concelhos em que o número de dormidas é quase quatro vezes superior ao de Viana do Castelo”, frisou.

Também Hugo Meira, do CDS-PP, considerou que a aplicação da taxa representa “uma manifesta falta de sensibilidade e até de sentido de oportunidade”, manifestando “espanto” pela forma como “este executivo entende a atividade turística e a afluência de turistas” em Viana. “O número médio de dias em estadias, em Viana do Castelo, tem aumentando, reflexo do esforço de todos os intervenientes económicos, e com a aplicação desta taxa, todo este esforço terá sido em vão”, destacou.

O projeto de regulamento da taxa municipal turística de Viana do Castelo, um documento de 14 páginas, a que a Lusa teve acesso, explica que o “valor da taxa foi calculado com base nos custos de funcionamento das unidades de turismo, ambiente e espaços verdes, iluminação pública, gestão de equipamentos, vias e infraestruturas, limpeza urbana e custos indiretos”.

O projeto, que vai entrar em discussão pública, refere que “as estatísticas demonstram um crescimento significativo nos últimos anos, nomeadamente no que se refere ao número de hóspedes e dormidas, que, no período de 2014 a 2019, registou um aumento de 84% e 92%, respetivamente”.

Destaca ainda o aumento significativo no número de estabelecimentos de alojamento local, que em 2014 era de oito unidades, passando para 408 unidades em 2021.

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Conselho da UE aprova legislação para aumentar igualdade de género na administração das empresas

Pelo menos 40% dos cargos de administrador não-executivo das empresas cotadas em bolsa deverão ser ocupados por pessoas do sexo sub-representado até 2026.

O Conselho da União Europeia deu luz verde à adoção de regras da UE para promover uma representação mais equilibrada entre homens e mulheres nos conselhos de administração das empresas cotadas em bolsa. Esta diretiva, que terá de ser transposta para o direito nacional, estabelece que, pelo menos, 40% dos cargos de administrador não-executivo das cotadas deverão ser ocupados por pessoas do sexo sub-representado até 2026. Se os Estados-membros optarem por aplicar as novas regras aos administradores executivos e não executivos, o objetivo será de 33% para todos os cargos de administrador. Países têm dois anos para adotar esta diretiva.

“As disposições essenciais da diretiva estipulam que as empresas cotadas em bolsa que não alcancem os objetivos terão de ajustar o seu processo de seleção. As empresas terão de instituir procedimentos de seleção e nomeação equitativos e transparentes, com base numa avaliação comparativa do(a)s diferentes candidato(a)s com base em critérios claros e formulados de forma neutra. Quando as empresas tiverem de escolher entre candidato(a)s igualmente qualificado(a)s, deverão dar prioridade à pessoa do sexo sub-representado”, lê-se em comunicado.

Os países que estejam perto de alcançar os objetivos, ou tenham adotado legislação igualmente eficaz antes da entrada em vigor da diretiva, podem suspender os requisitos da diretiva em matéria de processo de nomeação ou seleção.

Uma vez por ano, as empresas devem fornecer informações sobre a representação de homens e mulheres nos respetivos conselhos de administração, bem como as medidas que estão a tomar para alcançar o objetivo de 33% ou 40%. Os Estados-membros publicarão também anualmente uma lista das empresas que já alcançaram os objetivos estabelecidos.

A diretiva entra em vigor no 20.º dia seguinte ao da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia. Os Estados Membros dispõem de dois anos após a entrada em vigor da diretiva para adotar as medidas nacionais necessárias.

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Gestão do PRR passa a poder contratar e falar diretamente com Bruxelas

Estrutura de Missão liderada por Fernando Alfaiate tem autorização para recrutar trabalhadores e passa a assegurar interação e contactos com Comissão Europeia durante o período de execução do PRR.

Com a obrigatoriedade de executar a totalidade do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) até 2026 e os alertas sistemáticos de que Portugal está atrasado na utilização da bazuca europeia, o Executivo decidiu reforçar a Estrutura de Missão «Recuperar Portugal», que tem por objetivo promover a gestão e monitorização da execução e da concretização dos objetivos operacionais do PRR nacional. Este reforço é de meios humanos, mas também de autonomia decisória.

A decisão foi tomada no Conselho de Ministros de 6 de outubro, mas apenas foi publicada esta terça-feira em Diário da República. O Executivo determina assim que cabe à estrutura de missão assegurar a interação e os contactos com a Comissão Europeia durante o período de execução do PRR, uma função que terá desempenhar com articulação com a Agência para o Desenvolvimento e Coesão e com o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças (GPEARI).

Além disso, a Recuperar Portugal tem autorização para recrutar trabalhadores, nos termos da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas. Ou seja, através do mecanismo de mobilidade (“com possibilidade de atribuição da posição remuneratória imediatamente seguinte à posição remuneratória detida por candidatos com relação jurídica de emprego público previamente constituída”); contrato de trabalho a termo certo ou incerto, “sem relação jurídica de emprego público previamente constituída, podendo ser negociada e fixada a remuneração dos técnicos superiores consoante a experiência e conhecimento dos respetivos candidatos”; acordo de cedência de interesse público, mais uma vez a remuneração pode ser negociada; ou ainda através de comissão de serviço.

Esta estrutura continua a ser dirigida por um presidente, um vice-presidente e quatro coordenadores de equipas de projeto, mas agora, com a nova redação da resolução do Conselho de Ministros, o presidente designa até cinco chefes de equipas das unidades de suporte. Além disso, o presidente e o vice-presidente são “equiparados, para efeitos de competências, aos órgãos máximos dos serviços com autonomia administrativa e financeira, designadamente em matéria de gestão e execução do respetivo orçamento e autorização de despesas”.

Fernando Alfaiate, presidente da Estrutura de Missão «Recuperar Portugal»

No total, a Recuperar Portugal integra até 60 elementos, sendo que poderá ter “até 45 técnicos superiores e até quatro assistentes técnicos ou operacionais”.

E com mais autonomia e responsabilidade vem também uma maior remuneração. Assim, os chefes de equipa das unidades de suporte e os técnicos superiores têm uma remuneração correspondente até ao nível 70 da tabela remuneratória única dos trabalhadores que exercem funções públicas, ou seja, 4.082 euros, consoante a experiência e conhecimento dos respetivos elementos. O Executivo considera, porém, que “a remuneração de, pelo menos, 35% dos técnicos superiores se situa até ao nível 30 [1.997,60 euros] e que a remuneração de até 45% dos técnicos superiores se situa até ao nível 40” (2.518,72 euros).

As pessoas que forem recrutadas aos programas operacionais podem manter o suplemento remuneratório.

A Estrutura de Missão Recuperar Portugal também pode celebrar protocolos de colaboração com os centros de competências do Estado, bem como com outros órgãos e serviços da administração direta e indireta do Estado com vista ao cumprimento dos seus objetivos”. A resolução do Conselho de Ministros especifica que os encargos de funcionamento da estrutura liderada por Fernando Alfaiate são suportados pelo Orçamento do Estado e a Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros presta apoio logístico e administrativo à Recuperar Portugal.

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