Agricultores fecham acordo para recrutar 400 marroquinos na campanha de 2023

No âmbito de um memorando assinado com as autoridades de Marrocos, as empresas assumem "integralmente" os custos de transporte e o alojamento dos trabalhadores.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) fecharam com a ANAPEC (Agência Nacional de Promoção do Emprego e de Competência, serviço público de emprego do Reino de Marrocos) um memorando para o recrutamento de 400 trabalhadores marroquinos para a campanha agrícola do próximo ano.

“É com muita satisfação que a CAP assina este protocolo. Através deste instrumento de cooperação bilateral entre Portugal e Marrocos, é instituído um projeto-piloto que prevê a vinda de 400 trabalhadores daquele país para o setor agrícola. Como é sabido, a agricultura enfrenta enormes constrangimentos de mão-de-obra que afetam de forma transversal o setor. Este é um primeiro passo no bom sentido e a CAP espera sinceramente que possa ser um sucesso porque permitirá abrir a porta a soluções mais duradouras e estáveis de mobilidade laboral, de que a agricultura precisa“, refere Luís Mira, secretário-geral da CAP.

“Soluções essas que permitirão, também, regular adequadamente as situações de trabalho dos migrantes”, refere ainda o responsável, citado em comunicado, destacando o envolvimento do IEFP no projeto-piloto.

“Está não só a agilizar-se processos que muitas vezes são burocráticos e demorados, como a obtenção de vistos de trabalho, por exemplo, mas está a dar-se também um sinal importante de que estes trabalhadores têm de ser tratados com respeito e dignidade. Portugal pode e deve ser um exemplo na forma como trata os trabalhadores migrantes que recebe e este protocolo vai, justamente, nesse bom sentido”, acrescenta Luís Mira.

Numa década, o setor agrícola viu reduzir em 14% o número de trabalhadores. Faltam técnicos, engenheiros agrónomos, tratoristas, motoristas, operacionais de armazém, mas, sobretudo, mão-de-obra para as colheitas sazonais. “A única saída” parece ser a contratação de trabalhadores imigrantes provenientes de Estados terceiros, apontava a CAP, em abril. Com um apelo para que “o Ministério dos Negócios Estrangeiros dedique uma atenção especial aos diversos postos consulares, nomeadamente no que diz respeito à emissão de vistos com celeridade.”

O que diz o memorando?

No âmbito do memorando, “as empresas agrícolas interessadas em participar no projeto-piloto comunicam à CAP as ofertas de emprego e assumem o compromisso de participar no processo de seleção dos trabalhadores, assim como de respeitar as normas legais e convencionais aplicáveis em Portugal e os “princípios do recrutamento ético”.

“As minutas dos contratos de trabalho a celebrar devem ser remetidos previamente à CAP e ao IEFP”, determina ainda o memorando. O contrato tem a duração de um ano.

Cabe ainda às empresas assumir “integralmente a responsabilidade dos custos de transporte entre Marrocos e Portugal para os seus trabalhadores, bem como os custos das viagens de retorno do trabalhador marroquino, aquando de cessação da relação laboral.”

“As empresas contratantes garantem alojamento aos trabalhadores sazonais durante o período da estada“, refere ainda o mesmo documento.

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Governo propõe na Concertação Social aumentos salariais anuais de 4,8% até 2026

  • Lusa
  • 28 Setembro 2022

O objetivo é garantir que até 2026 haja um aumento médio acumulado de 20% dos salários dos trabalhadores face a 2022.

O Governo vai propor esta quarta-feira aos parceiros sociais uma valorização nominal das remunerações em 4,8% em média, em cada ano, entre 2023 e 2026, segundo a proposta sobre o acordo de rendimentos a que a Lusa teve acesso.

O objetivo é garantir que até 2026 haja um aumento médio acumulado de 20% dos salários dos trabalhadores face a 2022, indica a proposta para um acordo de médio prazo de melhoria dos rendimentos, salários e competitividade, que hoje à tarde será apresentado na Concertação Social.

Como pressupostos para este objetivo, o Governo tem em conta uma inflação de médio prazo de 2%, de acordo com o Banco Central Europeu, e uma taxa de produtividade de 1,5% entre 2023 e 2026, segundo o documento.

De acordo com o executivo, com o objetivo de “aumentar a parte do fator trabalho no produto, convergindo com a média europeia, é necessário acordar uma política de valorização dos rendimentos” assente na inflação, produtividade e num “adicional salarial”.

“Tendo em conta estes pressuposto, para se alcançar o objetivo proposto, estima-se ser necessário um adicional salarial de 1,3 p.p. [pontos percentuais] – traduzindo-se numa valorização nominal das remunerações por trabalhador de 4,8% em cada ano, em média, nos anos 2023 a 2026″, pode ler-se no documento.

O Governo sublinha que “este adicional representará um aumento de aproximadamente 20% do rendimento médio por trabalhador em 2026 face a 2022”.

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Fundos europeus pagam apenas um terço da nova linha Porto-Lisboa

Projetos e obras de cada uma das fases ficarão por conta de um contrato de concessão por cada sub-troço. Orçamento do Estado vai financiar dois terços dos trabalhos.

Os fundos europeus apenas vão financiar um terço das obras de construção da nova linha ferroviária entre Porto e Lisboa. A Infraestruturas de Portugal (IP) vai gerir a operação na linha mas haverá contratos de conceção-construção para cada um dos sub-troços deste projeto. Ou seja, haverá mais partilha do risco com os privados do que em outras empreitadas ferroviárias.

A nova linha está dividida em três fases:

  1. Porto-Soure, cujas obras vão decorrer entre 2024 e 2028, no valor total de 2,95 mil milhões de euros;
  2. Soure-Carregado, cujas obras vão decorrer entre 2026 e o final de 2030, no valor previsto de 1,5 mil milhões de euros;
  3. Carregado-Lisboa, cujas obras serão iniciadas apenas depois de 2030. Ainda não há verba prevista para esta ligação

A IP decidiu dividir a fase 1 em dois subtroços: a ligação Porto-Aveiro (Oiã), por 1,65 mil milhões de euros – e que vai incluir a nova ponte sobre o rio Douro entre Porto e Gaia; e a ligação Aveiro-Soure, por 1,3 mil milhões. Nos dois casos, os fundos comunitários vão atribuir um total de mil milhões de euros, 500 milhões por cada troço.

Detalhe do orçamento da fase 1 da nova linha Porto-Lisboa

A restante verba “virá do Orçamento do Estado”, adiantou ao ECO o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, Carlos Fernandes, à margem da apresentação, que decorreu na estação de Campanhã. Os fundos comunitários servirão, por isso, para financiar as restantes obras ferroviárias do Programa Nacional de Investimentos 2030, como a quadruplicação do troço Braço de Prata-Roma-Areeiro (Lisboa) e entre Contumil e Ermesinde (Grande Porto).

Também o processo de contratação das obras será um pouco diferente face às restantes intervenções na ferrovia. Está previsto um único contrato de concessão para a conceção, construção, manutenção e financiamento de cada um dos subtroços (Porto-Aveiro, Aveiro-Soure e Coimbra-Carregado). Habitualmente, a IP abre concursos para cada uma das etapas do projeto e faz a manutenção das linhas.

Modelo de contratação proposto para a nova linha Porto-Lisboa

Com esta metodologia, a empresa que gere a rede ferroviária nacional defende que há “uma redução dos custos globais da infraestrutura, a otimização dos recursos internos da Administração Pública para avançar com as empreitadas em simultâneo e a alocação ajustada dos riscos”, referiu o mesmo dirigente durante a apresentação.

Confrontado se está em causa uma eventual nova parceria público-privada, o vice-presidente da IP defende que a utilização do termo “é um bocadinho abusiva”, porque “nunca haverá transferência da operação da infraestrutura”, que estará sempre a cargo da gestora da rede ferroviária.

No caso dos projetos complementares da nova linha, como a adaptação das estações já existentes, as empreitadas serão geridas pela IP.

A nova linha entre Porto e Lisboa vai triplicar para 77 os comboios diários entre as duas cidades. A atual Linha do Norte continuará a ser usada para serviços suburbanos, regionais e Intercidades de passageiros, assim como para transporte de mercadorias.

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Ofertas de emprego disparam 69% no segundo trimestre de 2022

A oferta de emprego triplicou em profissões relacionadas com receção, psicologia, auxiliares e educadores de infância e de professores, assim como em cargos de direção em determinadas áreas.

Entre abril e junho, as ofertas de emprego do segundo trimestre de 2022 aumentaram 3% face ao primeiro trimestre deste ano e 69% face ao período homólogo, marcado pelo agravamento da situação pandémica e consequente implementação de medidas restritivas. Rececionistas, psicólogos, auxiliares e educadores de infância estão entre as profissões com maior aumento de oferta de emprego no segundo trimestre de 2022, revela o mais recente Insight, elaborado pela plataforma Brighter Future, da Fundação José Neves (FJN).

“A oferta de emprego triplicou em profissões relacionadas com receção, psicologia, auxiliares e educadores de infância e de professores, assim como em cargos de direção em áreas específicas como compras, transportes, armazenagem, distribuição e relacionados”, detalha a FJN.

Verificou-se ainda um aumento de 1.000 anúncios de emprego em profissões relacionadas com escritório e secretariado, recursos humanos e restauração face ao período homólogo.

Em contraciclo, registou-se uma redução de, pelo menos, 50% no número de ofertas no segundo trimestre de 2022 face ao período homólogo em profissões relacionadas com venda ambulante, diretores de indústrias de construção e engenharia civil, biologia e áreas relacionadas, trabalhadores qualificados em isolamentos acústicos, térmicos e vidro e pessoal de companhia, ajudantes de quarto, agentes funerários e prestadores de cuidados a animais.

Ainda de acordo com o Insight do Brighter Future, em 2022, o mês de março foi aquele que registou o maior volume de ofertas de emprego até ao momento, verificando-se posteriormente uma redução de aproximadamente 21% entre março e abril.

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JCDecaux e Sonae Sierra renovam parceria por dez anos

A publicidade nos espaços da Sonae Sierra vai continuar a ser explorada pela JCDecaux durante mais dez anos. As duas empresas anunciaram a renovação da parceria esta quarta-feira.

A publicidade nos espaços da Sonae Sierra vai continuar a ser explorada pela JCDecaux durante mais dez anos. As duas empresas anunciaram a renovação da parceria esta quarta-feira, num comunicado.

“A JCDecaux oferece agora uma cobertura 100% digital no interior de 17 centros comerciais da Sonae Sierra, através da instalação de 231 ecrãs. Esta rede irá também incluir a instalação de mupis em áreas exteriores dos centros comerciais, nomeadamente nos parques de estacionamento”, concretizam as empresas, adiantando que os centros comerciais da Sonae Sierra abrangidos por este contrato receberam mais de 160 milhões de visitantes em 2019. Os novos equipamentos digitais têm vindo a ser instalados e farão parte do estudo de medição de audiências de publicidade exterior da PSE, o estudo oficial reconhecido pelos operadores, anunciantes e agências de meios.

“Num momento em que os consumidores são mais conectados, a publicidade exterior permite às marcas comunicar de forma mais flexível, relevante e eficaz. Nesse sentido, temos vindo a valorizar os nossos ativos com soluções digitais que acrescentam dinamismo e elasticidade na apresentação de conteúdos, mas também maior eficiência na relação com as audiências”, refere, citado em comunicado, Philippe Infante, diretor-geral da JCDecaux em Portugal,

“Acreditamos que poderemos dar aos nossos lojistas e visitantes uma experiência digital diferenciadora e enriquecedora. O mundo da publicidade está em constante evolução e, com a JCDecaux como parceira, a Sonae Sierra irá disponibilizar novas soluções que permitirão o acesso a uma visita mais interativa e digitalizada nos seus centros comerciais”, acrescenta Cristina Santos, diretora executiva da área de property management da Sonae Sierra.

A parceria entre as duas empresas teve início em 1999.

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Como vai ser decidido o novo aeroporto de Lisboa? Isto é o que já se sabe

Três entidades independentes vão escolher o coordenador da comissão técnica responsável pela avaliação estratégia ambiental. Decisão final só deverá chegar no segundo semestre de 2024.

Consensualizada entre Governo e PSD a metodologia para o estudo da localização do futuro aeroporto da região de Lisboa, já se vão conhecendo os contornos do processo que conduzirá, lá para 2024, à decisão política final.

Uma das condições dos social-democratas para haver convergência sobre o tema era a indicação por entidades independentes ligadas à academia de personalidades de reconhecido mérito técnico e científico para a realização da avaliação ambiental estratégica. O primeiro-ministro explicou na quarta-feira, durante a sua intervenção na VI Cimeira do Turismo, que as tais entidades independentes serão o Conselho Superior de Obras Públicas, o Conselho de Reitores das Universidades portuguesas e o Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável.

O Conselho Superior de Obras Públicas, liderado pelo engenheiro Carlos Mineiro Aires, foi criado em 2018 e é um órgão independente de consulta em matéria de infraestruturas, aeroportuárias e outras. Funciona junto do Ministério das Infraestruturas e Habitação e é chamado a dar parecer obrigatório sobre programas de investimento e projetos de grande relevância.

Já o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas é uma entidade de coordenação do ensino universitário que agrega 16 instituições de ensino superior, presidida por António de Sousa Pereira, e que se pronuncia sobre políticas nacionais de educação, ciência e cultura. Finalmente, o Conselho Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, criado em 1997, é um órgão nacional independente com funções consultivas sobre políticas de ambiente e de desenvolvimento sustentável. É liderado por Filipe Duarte Santos.

Estas três entidades terão de apresentar um proposta conjunta para o coordenador da comissão técnica independente responsável pela avaliação ambiental estratégica (AAE), figura que terá de ter o aval do primeiro-ministro. O coordenador geral escolherá, por sua vez, os coordenadores de seis áreas temáticas que serão estudadas na AAE, entre um painel de peritos nomeados pelo Conselho de Reitores.

O primeiro-ministro deixou a garantia que aquelas entidades terão orçamento e competências para contratar os serviços que considerem necessários para levar a cabo a sua missão — o PSD sugeriu até que se recorresse a universidades estrangeiras, como o Massachusetts Institute of Technology (MIT). A resolução que define a nova estrutura e metodologia será aprovada pelo Conselho de Ministros desta quinta-feira. A AAE terá de estar concluída até ao final de 2023.

O secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, acrescentou esta quarta-feira no Parlamento que será criada “uma comissão de acompanhamento plural, composta por múltiplas entidades, que seguirá os trabalhos da comissão técnica independente”.

A nova arquitetura é mais complexa do que a que foi proposta pelo ministro das Infraestruturas, no célebre despacho que, poucas horas depois, foi revogado pelo primeiro-ministro. Pedro Nuno Santos atribuía a responsabilidade pela execução da AAE apenas ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que também poderia recorrer ao apoio de entidades externas.

Serão estudadas as localizações que estiveram em cima da mesa nos anos mais recentes — Montijo e Alcochete — mas também Santarém, afirmou António Costa após a reunião que teve na semana passada com Luís Montenegro, presidente do PSD. E a lista poderá não ficar por aqui: uma vez que a comissão técnica poderá incluir outros locais na AAE que considere relevantes, como também pediu o maior partido da oposição.

E depois de terminar a avaliação estratégica?

A decisão final terá de ser tomada pelo Governo e o primeiro-ministro já disse que não espera consensos sobre essa matéria. “Todas as soluções têm vantagens e inconvenientes. Há tantas e é um tema tão apaixonante que nenhuma terá nunca um apoio superior a 20%, ou seja, qualquer uma terá oposição de 80%”, afirmou na VI Cimeira do Turismo, citado pelo Observador. Ainda assim, disse que tentará chegar a um entendimento com o PSD. “Se não houver acordo, é a vida. Quem tem maioria, tem de a usar”, disse, garantindo que em qualquer circunstância tomará uma decisão.

O Governo vai ainda impedir que se repita o que aconteceu em 2021, quando a construção do novo aeroporto para a região da grande Lisboa na Base Aérea n.º 6 do Montijo caiu por oposição dos concelhos da Moita e Seixal, que usaram uma prorrogativa conferida pelo Decreto-Lei n.º 55/2010 aos municípios afetados pela infraestrutura. Na altura, o PS não teve o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda (que preferiam Alcochete) para mudar a legislação. E o PSD exigiu a realização de uma AAE, que não chegou a arrancar.

Agora, com a maioria absoluta conquistada nas urnas em janeiro de 2022, os socialistas vão alterar o Decreto-Lei para impedir que os concelhos possam vetar aeródromos de classe IV, onde se incluem os aeroportos. “Sendo infraestruturas de interesse nacional, os municípios são tidos em conta, mas não podem obviamente condicionar uma decisão que é para todo o país”, justificou António Costa.

Não é certo ainda que papel é que os municípios poderão ter na decisão final. No mesmo fórum que assinalou o Dia Mundial do Turismo, o presidente da Câmara de Lisboa afirmou ter conversado com o primeiro-ministro e já garantido o “lugar à mesa” que tinha pedido. Defendeu também que a localização deve ser próxima de Lisboa, numa aparente discordância com Santarém, que dista cerca de 80 quilómetros da capital. “O aeroporto de Lisboa é o aeroporto internacional de Lisboa e tem de estar em proximidade de Lisboa, para estar próximo dos lisboetas e dos empresários. Não estou a medir quilómetros, mas sim proximidade, e isso é extremamente importante”, argumentou Carlos Moedas.

A outra parte determinante do processo é a ANA, detida pela francesa Vinci, e que tem a concessão dos aeroportos portugueses. O presidente do conselho de administração da empresa, José Luís Arnault, assinalou que, finda a AAE, ela terá ainda de ser alvo de uma discussão pública, pelo que só no segundo semestre de 2024 haverá uma decisão final.

O responsável assinalou ainda que a ANA dispõe de três anos para trabalhar com o Governo a sua candidatura ao novo aeroporto de Lisboa, uma vez atingidos os parâmetros de saturação do Humberto Delgado definidos na concessão (onde se incluem o número de voos ou passageiros), o que prevê que aconteça até ao final deste ano ou no início do próximo. Significa isso que, durante este período, a Vinci tem o exclusivo da construção. “Se não houver uma convergência”, afirmou o gestor – para depois acrescentar que essa hipótese não deverá surgir –, “o Governo tem um ano” para avançar com uma proposta sua, “em qualquer local”, explicou, citado pelo Público.

(notícia atualizada às 17h30 com informação sobre a criação de uma comissão de acompanhamento)

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Garagem de Joe Berardo no Funchal leiloada por 23 mil euros

  • ECO
  • 28 Setembro 2022

Executada pela Caixa Geral de Depósitos, a famosa garagem de Joe Berardo no Funchal foi arrematada por 23.015 euros. Chegou a ser apontada como o único património direto do empresário madeirense.

A garagem de Joe Berardo na Madeira foi arrematada por 23.015 euros, após um leilão público que decorreu na sequência de um processo de execução da Caixa Geral de Depósitos (CGD) junto do comendador.

Em causa está uma “fração autónoma designada pela letra “N0-3”, com cerca de 25 metros quadrados e “correspondente ao rés-do-chão”, localizada num prédio da Rua Dr. Pita, n.º 24, Edif. Magnólia – Bloco C, da freguesia de São Marinho, no Funchal.

O imóvel “encontra-se em razoável estado de conservação” e o acesso ao mesmo é feito “rua dos Ilhéus, pelas traseiras do prédio” da Madeira, segundo a informação que consta do leilão realizado por via online e que terminou na manhã esta quarta-feira. O valor base do leilão era de 25 mil euros e o montante mínimo de 21,25 mil euros.

A garagem de Berardo chegou a ser tema de debate na comissão de inquérito à CGD em 2019, quando foi revelado um parecer do banco que apontava para a garagem como o único património direto do empresário madeirense que tinha sido detetado. Na altura, Berardo respondeu aos deputados: “Eu pessoalmente não tenho dívidas. Os jornais dizem que tenho uma garagem. Eles que me deem o resto que eu dou a garagem. Tentei ajudar os bancos numa altura. Dizem que só tenho uma garagem, então eles que devolvam as coisas que têm comigo”.

Nos últimos anos, os bancos colocaram várias ações em tribunal contra Joe Berardo, sendo que o processo principal visa a coleção de obras de arte do empresário devido a dívidas de mais de 900 milhões de euros.

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Portugal volta a bater recordes no carregamento de carros elétricos

Portugal já ultrapassou o número de carregamentos de elétricos realizados em 2021. Até 26 de setembro, foram efetuados mais de 1,6 milhões de carregamentos na rede pública Mobi.E.

Portugal atingiu um novo máximo no número de carregamentos de carros elétricos. Até 26 de setembro, foram realizados mais de 1,6 milhões de carregamentos na rede pública Mobi.E, um valor que contrasta com os cerca de um milhão de carregamentos acumulados em 2021.

“O crescimento é muito significativo”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, durante o seu discurso de abertura do Portugal Mobi Summit, na Nova SBE, em Cascais, acrescentando que Portugal deverá “continuar a bater recordes” em matéria de carregamentos elétricos até ao final do ano. Em julho, a rede pública Mobi.E já tinha assinalado um disparo de 87% no número de carregamentos de carros elétricos para 222.945, tratando-se de o valor mensal mais elevado desde de que a rede foi constituída, em 2015.

Segundo o governante, os 1,6 milhões de carregamentos acumulados até setembro traduzem-se num consumo superior a 24 mil megawatts (MW) de eletricidade, muito acima dos 13 mil MW de eletricidade registados no mesmo período do ano passado. “Falamos de quase seis mil tomadas disponíveis em toda a rede de carregamento”, frisou.

No mesmo momento, o ministro apontou que este valor resultou numa quebra de 7,3 milhões de litros de gasóleo consumidos pelo setor rodoviário — “num momento em que o país precisa que esta redução aconteça” — e ainda numa diminuição da pegada ecológica dos transportes terrestres de 19,5 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2). Em 2021, esse valor tinha-se situado 9,5 mil toneladas de CO2. “Isto equivale ao carbono absorvido por uma floresta com mais de 323 mil árvores adultas”, afirmou durante a sua intervenção.

Para o ministro, a mobilidade sustentável “é uma área central deste Governo” e por isso a prioridade passa por não só reforçar a rede de carregamentos — “existem atualmente postos de carregamento em todos os 308 municípios“, explicou– como também acelerar os incentivos à compra deste tipo de veículos elétricos, singulares e coletivos que, desde 2017, já atingiram os 16 milhões de euros. “Já apoiamos com o apoio de introdução ao consumo cerca de 4.400 veículos elétricos, até 2021”, acrescentou.

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Freeport Lisboa Fashion Outlet: o destino de compras perfeito

  • PESSOAS + Freeport Lisboa Fashion Outlet
  • 28 Setembro 2022

Descubra os factos e os números que provam que o Freeport Lisboa Fashion Outlet é o destino de compras perfeito para qualquer ocasião

Na hora de escolher o local onde vamos fazer as nossas compras, pesam vários fatores na nossa decisão, como a acessibilidade e a oferta, mas também a comodidade. A verdade é que não há nada melhor do que podermos fazer as compras que precisamos no mesmo lugar, numa atmosfera agradável, e, ao mesmo tempo, com todos os serviços essenciais ao nosso lado. No Freeport Lisboa Fashion Outlet, encontramos tudo isto e ainda mais. Este é o destino de compras perfeito que alia, no mesmo espaço, mais de uma centena de marcas diferentes, descontos exclusivos, uma incomparável oferta gastronómica, espaços de lazer para entreter os mais novos e uma atmosfera envolvente única.

Mais de 150 marcas à sua espera

Muitas vezes, lembrado por ser um centro comercial outlet, de descontos, o Freeport Lisboa Fashion Outlet oferece muito mais para ver, desfrutar e aproveitar, a começar pelas mais de 150 marcas de que dispõe.

São mais de uma centena de grifes diferentes com coleções únicas e imperdíveis. Há opções para todos os gostos e segmentos e são, cada vez mais as marcas nacionais e internacionais a escolher o Freeport Lisboa Fashion Outlet para entrar no mercado português, com as suas primeiras lojas outlet, ou mesmo para estrear novos conceitos de loja. Estes novos conceitos são criados em parceria com a equipa de especialistas em Retail Development do Freeport, que desenvolve projetos que combinam arquitetura, inovação e qualidade para permitir criar o ambiente de compras perfeito. Sabemos bem que, para além de tudo o que há para ver e fazer num centro comercial, o ambiente também importa.

Marcas freeport

No Freeport, o ambiente é proporcionado por um conjunto de pormenores que fazem toda a diferença, a começar pela originalidade de ser um centro ao ar livre e com uma arquitetura inspirada na cidade de Lisboa. Os corredores são ruas cobertas pela típica calçada, as fachadas das lojas são decoradas com azulejos portugueses e os espaços verdes e os jardins recriam o ambiente bairrista da capital, formando o cenário perfeito para uma selfie ou um registo com a família ou os amigos. A Praça Central destaca-se pela apelativa instalação dedicada aos mais novos, e que surpreende pelo formato original e pelo jogo de cores e estruturas. Ao longo do centro comercial, há ainda vários pontos de água que tornam o espaço mais relaxante, recantos adoráveis para descansar e obras de arte de diversos artistas nacionais e internacionais que ali expõem, regularmente.

2017: o ano da mudança

A grande remodelação de que o Freeport foi alvo, em 2017, conferiu ao centro comercial de Alcochete um ambiente mais sofisticado e original, e trouxe novas marcas e lojas, sendo que algumas delas são mesmo pioneiras em Portugal, como é o caso da Karl Lagerfeld e da Coach. O Freeport Lisboa Fashion Outlet tem ainda a primeira e única Longchamp outlet do país, a maior VANS outlet da Europa e a única Liu Jo, Pinko e Twinset outlet de Portugal. Tudo isto a uma distância de apenas 30 minutos do centro de Lisboa. Quem decide visitar o Freeport por um motivo, acaba sempre por voltar por mais algum. Afinal, há muitas razões para escolher o Freeport e querermos voltar.

Sabores únicos em restaurantes imperdíveis

A surpreendente Praça dos Sabores inclui seis restaurantes únicos e, na Praça Central, podemos encontrar mais uma opção que vem complementar esta vasta oferta gastronómica. Todos estes espaços foram pensados ao pormenor, têm uma personalidade própria e apresentam uma ementa especial, que abrange pratos típicos tradicionais portugueses, opções italianas e sabores espanhóis. São espaços únicos, de decoração cuidada que, para além de contarem com mesas no interior, dispõem de uma esplanada comum, onde o serviço à mesa fica a cargo de cada restaurante.

Aliás, no Freeport Lisboa Fashion Outlet, o serviço à mesa é assegurado em todos os espaços do centro comercial, nomeadamente, nas deliciosas esplanadas que encontramos no Starbucks, no Portela Cafés ou no “28”, o “elétrico-café”, que é uma réplica do famoso elétrico da Carris e que é o local ideal para tomar um café ou um cocktail com os amigos, graças à sua original esplanada. Também o clássico restaurante “O Farnel”, original da vila de Coruche, merece uma visita, por oferecer diversas especialidades ribatejanas.

A arte de bem receber

É de uma forma alegre e calorosa que todos os convidados – sim, no Freeport Lisboa Fashion Outlet não há clientes, mas sim convidados – são recebidos. No Centro de Informações, o nível de serviço é inspirado na hotelaria de excelência e à nossa espera, está sempre uma equipa especializada que tem como única missão assegurar o bem-estar de quem escolhe o Freeport para fazer as compras. Liderada por uma guest service manager, cada elemento fala, no mínimo, dois idiomas, e tem formação hoteleira regular. Até as fardas são customizadas e adequadas a cada estação do ano. Aliás, todos os espaços de atendimento são desenhados como se de um hotel se tratasse, proporcionando o máximo de conforto. Prova disso é o VIP Lounge, um espaço dedicado a eventos e ações especiais.

Praça do Elétrico no Freeport

Quem visita o Freeport tem também ao seu dispor vários serviços premium, como o shopping assistance, que faz o acompanhamento dos convidados com mobilidade reduzida e/ou com deficiência visual, o serviço de “saco de vácuo”, muito útil para quem faz compras em viagem, o câmbio de moeda, e o shuttle que, diariamente faz o transfer, entre o centro de Lisboa e o centro comercial, ou mesmo o private driver que disponibiliza aos hóspedes dos melhores hotéis de Lisboa um motorista e um confortável Tesla. O serviço de informações está disponível todos os dias, através de vários canais de contacto (presencial, email, redes sociais, website, telefone ou, até, pelo WhatsApp).

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Lagarde avisa que taxas de juro vão subir nas próximas reuniões do BCE

  • Lusa
  • 28 Setembro 2022

A próxima reunião do Conselho do Banco Central Europeu é já a 27 de outubro. "Faremos o que temos de fazer" para trazer a inflação de volta aos 2%, disse Christine Lagarde.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, anunciou esta quarta-feira o aumento das taxas de juro, para combater a inflação, nas próximas reuniões do Conselho da instituição, sendo que o próximo encontro está marcado para o dia 27 de outubro.

A médio prazo temos de trazer a inflação de volta aos 2% e faremos o que temos de fazer. Isto é, continuar a aumentar as taxas de juro nas próximas reuniões“, antecipou Lagarde durante um evento em Frankfurt, na Alemanha.

Segundo Lagarde, se o BCE não optar por esta via, as consequências para a economia serão mais graves do que o aumento do custo do crédito. “O nosso objetivo não é reduzir o crescimento, o nosso objetivo essencial é assegurar a estabilidade dos preços. Isso é algo que o BCE tem de conseguir”, assinalou.

O BCE aumentou as taxas de juro no passado mês de julho pela primeira vez desde 2011. Nessa ocasião, a taxa de juro de referência subiu 0,50 pontos percentuais.

Na segunda etapa, em setembro, registou-se uma subida de 0,75 pontos percentuais, de modo que a taxa de juro de referência se situa agora em 1,25%.

Em agosto, a inflação homóloga na Zona Euro atingiu 9,1%. O BCE considera que a estabilidade de preços deve ser assegurada quando a inflação homóloga é ligeiramente inferior a 2,0%.

Antes da mudança em julho, o BCE tinha prosseguido durante anos uma política de redução das taxas de juro a fim de contrariar primeiro as consequências da crise da dívida e depois o impacto económico da pandemia.

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Euribor sobe para novo máximo a seis meses, mas taxas caem a três e a 12 meses

  • Lusa
  • 28 Setembro 2022

Euribor a seis meses voltou a subir esta quarta-feira, para novo máximo em mais de dez anos. Taxas a três e 12 meses caem pela primeira vez desde 9 de setembro.

As taxas Euribor desceram esta quarta-feira, pela primeira vez desde 9 de setembro, a três e a 12 meses, e voltaram a subir a seis meses, para um novo máximo desde janeiro de 2009.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 6 de junho, avançou esta quarta-feira para 1,858%, mais 0,007 pontos e um máximo desde janeiro de 2009. A média da Euribor a seis meses subiu de 0,466% em julho para 0,837% em agosto. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, baixou hoje, pela primeira vez desde 9 de setembro, ao ser fixada em 1,193%, menos 0,035 pontos, depois de ter subido na terça-feira até 1,228%, um novo máximo desde janeiro de 2012. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 0,037% em julho para 0,395% em agosto.
  • No prazo de 12 meses, a Euribor também recuou esta quarta-feira, pela primeira vez desde 9 de setembro, ao ser fixada em 2,621%, menos 0,004 pontos, contra 2,625% na terça-feira, um novo máximo desde fevereiro de 2009. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 0,992% em julho para 1,249% em agosto.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Em 8 de setembro, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o segundo aumento consecutivo deste ano, já que em 21 de julho tinha subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, com o objetivo de travar a inflação.

No final da última reunião, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que o aumento histórico de 75 pontos base nas taxas de juros não é a “norma”, mas salientou que a avaliação será reunião a reunião. A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Confiança dos consumidores na Alemanha cai para novo mínimo histórico

  • Joana Abrantes Gomes
  • 28 Setembro 2022

O valor atual do índice de confiança dos consumidores na Alemanha é o mais baixo desde o início da recolha destes dados, em 1991.

A confiança dos consumidores na maior economia europeia deverá cair pelo quarto mês consecutivo, atingindo novos mínimos históricos, à medida que a alta inflação e os elevados custos de energia não dão sinais de alívio às famílias.

O índice de confiança do consumidor da Alemanha para outubro baixou para -42,5 pontos, comparativamente com -36,8 pontos em setembro, de acordo com as projeções divulgadas esta quarta-feira pela GfK, que utiliza dados do mês atual para projetar a confiança dos consumidores no mês seguinte.

Este valor é o mais baixo de sempre para o índice de confiança dos consumidores alemães desde a primeira vez em que foi realizado este inquérito no país, em 1991. Os mínimos históricos anteriores haviam sido atingidos na primavera de 2020, altura em que a pandemia de Covid-19 estava ainda no seu início e foram decretados confinamentos rigorosos para conter o contágio.

Segundo o GfK, a principal razão para o declínio acentuado das atitudes dos consumidores na Alemanha é a redução das expectativas de rendimento no mês corrente (setembro) para um mínimo histórico, o que também leva a um declínio na propensão para comprar e a uma diminuição das expectativas económicas, exacerbando a tendência de recessão.

“As atuais taxas de inflação muito elevadas de quase 8% conduzem a grandes perdas de rendimento real entre os consumidores e, portanto, a uma redução significativa do poder de compra“, comentou Rolf Burkl, um perito do instituto alemão.

Além disso, o facto de muitas famílias atualmente se verem “obrigadas a gastar significativamente mais em energia ou a guardar dinheiro para contas de aquecimento bastante mais elevadas” leva a que tenham de “cobrir outros custos, tais como novas compras”, o que está a fazer com que “o sentimento do consumidor se agrave para um novo recorde baixo”, assinalou Rolf Burkl.

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