Allianz lança campanha global comunicando nova mensagem

  • ECO Seguros
  • 13 Junho 2022

Grupo alemão decidiu reformular a ideia de que os seguros servem apenas para prevenir o pior. Aproveitando o Dia Mundial dos Oceanos, refresca mensagem em nova campanha: “Prepara-te para o melhor."

Teresa Brantuas, CEO da Allianz Portugal: “Objetivo desta campanha é oferecer aos nossos clientes uma perspetiva positiva sobre a vida.”

O grupo Allianz arrancou nova campanha de comunicação global suportada sobretudo num filme (“The Fountain of Life” – “A Fonte da Vida”) que remete para a “analogia entre ter um seguro e aprender a nadar,” um conceito transmitido assim : ter um seguro é tal e qual como aprender a nadar. “Assim que estamos preparados para sobreviver na água, podemos aproveitá-la ao máximo.” O mesmo acontece com seguros, desenvolve a companhia, “quando nos sentimos protegidos, ganhamos confiança para dar o salto e aproveitar tudo o que a vida tem de bom“.

O nosso principal objetivo com esta campanha é oferecer aos nossos clientes uma perspetiva positiva sobre a vida. Tem como ponto de partida a importância de nos prepararmos para o desconhecido e mostra que os seguros existem para isso mesmo. Não é fácil passarmos esta mensagem. A analogia com algo tão simples como saber nadar, é a forma que encontrámos para o fazer,” afirma Teresa Brantuas, CEO da Allianz Portugal.

Arrancando em simultâneo para mais de 60 empresas do Grupo Allianz e em 27 línguas diferentes, a campanha vai marcar presença ao longo do ano nos mais diversos meios, desde Tv, digital, rádio, imprensa e outdoors, além da rede de agências Allianz.

O vídeo, que já corre nas redes sociais, reúne imagens que retratam diversidade e inclusão com diferentes pessoas e situações, etnias e faixas etárias, cenários antagónicos. A parceria entre a Allianz e o Movimento Olímpico e Paralímpico é destacada nesta campanha através da ligação ao desporto e da presença de atletas no filme que, em alguns mercados, assume o título “Get Ready to The Best.

“O compromisso da Allianz com a Sustentabilidade está patente, não só nos cenários que constroem a narrativa”, acrescenta a seguradora. O filme tem duração de um minuto (60′) foi gravado nos mais variados cenários, um pouco por todo o mundo, com objetivo de chegar a um público o mais alargado possível.

“Queremos passar esta mensagem a todos os nossos colaboradores, clientes, parceiros e a todas as pessoas, dando-lhes a conhecer o propósito da Allianz”, reforça Teresa Brantuas.

 

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Cloud: Supervisão quer conhecer apólices ciber que protegem as seguradoras

  • ECO Seguros
  • 13 Junho 2022

Segurança das TIC e subcontratação de serviços na nuvem têm regras vertidas em nova norma da ASF. Para reforçar resiliência do setor, apólices que protegem seguradoras serão vistas à lupa.

A ASF aprovou nova Norma Regulamentar cujo objetivo é o de “assegurar que as empresas [de seguros e de resseguros] se encontram devidamente preparadas para gerir os riscos associados às TIC e à respetiva segurança.”

O organismo presidido por Margarida Corrêa de Aguiar considera “prioritário e essencial garantir modelos de governação com maiores níveis de exigência, assim como um aumento da resiliência das operações tecnológicas, de modo a assegurar a gestão sã e prudente” do mercado e a estabilidade do setor financeiro, com adequada proteção aos tomadores de seguros, segurados e beneficiários, justifica a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

Segundo decorre do ato regulatório, e em conformidade com princípios que recomendam implementação de medidas adequadas de cibersegurança, as entidades supervisionadas contratarão seguros que previnam, por exemplo, os riscos decorrentes da subcontratação de serviços na nuvem.

Neste contexto, a Supervisão quer ser notificada, não apenas da localização física das infraestruturas das entidades fornecedoras de serviços de computação em nuvem (cloud) onde são armazenados dados da indústria, mas também garantir a qualidade das apólices que as (re)seguradoras contratam para se protegerem dos riscos cibernéticos que ameaçam a cadeia de valor/abastecimento. Quanto aos direitos e obrigações previstos nesses contratos, a Supervisão pede sobretudo clareza e especificidade.

A Norma Regulamentar n.º 6/2022-R, de 7 de junho vem estabelecer requisitos e princípios gerais em matéria de segurança e governação das tecnologias da informação e comunicação (TIC), e define requisitos específicos em matéria de subcontratação a prestadores de serviços de computação em nuvem.
Do articulado, a ASF destaca:

a. A definição de requisitos gerais em matéria de governação das TIC, designadamente as responsabilidades do órgão de administração neste âmbito, a obrigação de as empresas de seguros e de resseguros disporem de uma estratégia em matéria de TIC, de integrarem os riscos associados às TIC e à segurança no sistema de gestão de riscos global da empresa e de realizarem auditorias periódicas;

b.
A previsão de requisitos que se referem à segurança da informação, nomeadamente que as empresas de seguros e de resseguros devem dispor de uma política de segurança da informação e de uma função de segurança da informação;

c.
A regulamentação dos deveres que as empresas de seguros e de resseguros devem cumprir relativamente à gestão operacional de TIC;

d.
A previsão de requisitos aplicáveis à gestão da continuidade de negócio no âmbito das TIC;

e.
A definição de requisitos gerais em matéria da governação da subcontratação de serviços de computação em nuvem;

f
. A previsão de requisitos prévios à celebração do acordo de subcontratação de serviços de computação em nuvem e a regulamentação dos direitos e obrigações que devem ser claramente identificados e especificados no acordo escrito.

A norma, cuja produção teve aviso prévio em maio de 2021 e foi agora finalizada para vigorar 30 dias após publicação no jornal oficial (Diário da República), também garante regime transitório (para algumas disposições), resultando em aplicação efetiva apenas em janeiro de 2023. Do reporte com comentários da consulta pública que precedeu o ato regulamentar, nota-se que alguns participantes manifestaram inquietação sobre a vacatio legis (período que media entre publicação e vigência efetiva de qualquer regulamento ou norma legal), pelo que poderão precisar de mais tempo. Acolhendo esta e outras preocupações das partes interessadas, a NR prevê que, sob pedido formal e fundamentado dos casos particulares, a ASF considerará concessão de prazo mais alargado.

Outro aspeto relevante na imperatividade da norma tem a ver com a dimensão dos destinatários (entidades supervisionadas). Quanto mais pequenas forem as empresas, mais flexibilidade e maior margem de manobra lhes é assegurada nos critérios de aplicação das disposições da NR nº 6/2022-R.

Por fim, tendo ponderado o impacto da norma em causa , a ASF reconhece também que “o respetivo cumprimento acarreta eventuais custos regulatórios adicionais para as empresas de seguros e de resseguros associados à implementação dos requisitos definidos”. Não obstante, ressalva a Supervisão, deve ter-se em conta que o novo regime resulta essencialmente de iniciativa supranacional (designadamente das Orientações da EIOPA relativas Orientações relativas à subcontratação a prestadores de serviços de computação em nuvem e sobre segurança e governação das tecnologias da informação e comunicação) “e não de opção regulamentar nacional mais onerosa”.

Norma Regulamentar nº 6/2022-R , de 7 de junho pode ser vista aqui.

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Guerra: Resseguradora estatal é último recurso para frota comercial russa

  • ECO Seguros
  • 13 Junho 2022

Rússia quer fintar bloqueio internacional nos seguros de navios petroleiros. Seguradoras internacionais antecipam custos pela perda total de dezenas de navios retidos na Ucrânia.

A estatal Russian National Reinsurance Company (RNRC), entidade de resseguros controlada pelo banco central da Rússia, passou a ser a principal resseguradora da marinha mercante do país, incluindo a frota Sovcomflot, o maior operador naval nas exportações russas.

Essencial para a navegação, especialmente cargas petrolíferas que requerem elevados padrões de segurança devido a risco de derrame e de transporte de materiais inflamáveis em alto mar, o agravamento das sanções proíbe fornecer seguros a navios que pretendam transitar com mercadorias exportadas da Rússia. Em resposta ao aperto, Moscovo elegeu a RNRC como resseguradora de recurso, noticiou a Reuters recordando que, dias antes, Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia afirmou que, para contornar o efeito das sanções, seriam dadas garantias estatais às seguradoras locais que fornecem cobertura ao transporte de carga marítima (granéis secos e líquidos), como é o caso da Ingosstrakh, que segura os petroleiros russos.

Os navios que operem rotas internacionais são obrigados a ter seguro para riscos de responsabilidade civil perante terceiros, incluindo danos e prejuízos ambientais. No entanto, além das coberturas essenciais de proteção e indemnização (P&I) típicas da navegação, como as apólices para casco e maquinaria, o comércio por via marítima envolve diversos riscos objeto de outras coberturas como, por exemplo, os seguros de carga ou das mercadorias transportadas.

Antes das sanções internacionais contra a invasão da Ucrânia, agressão que Moscovo designou “operação militar especial”, o seguro marítimo P&I para armadores e operadores de embarcações russas dependia do resseguro de uma pool internacional de empresas que ofereciam ampla cobertura. Agora, beneficiando de medidas do banco central russo autorizando a RNCR a suportar limites de capital de cobertura mais elevados, as seguradoras locais poderiam aceder às garantias para ressegurar riscos dentro da federação russa e resistir, por mais algum tempo, a pressão das sanções internacionais.

Seguro internacional enfrenta perda total de navios bloqueados

Cerca de 15 navios retidos na Ucrânia arriscam declaração de perda total (CTL – Constructive Total Losses) se a agressão conduzida pela Rússia continuar até agosto, resultando em dezenas de milhões de dólares de perdas para as seguradoras marítimas, adiantou a plataforma Lloyd’s List. Dependendo do período que dure oabandono” (de embarcações) previsto em apólices de seguro de risco de guerra, e caso o conflito não termine até fevereiro de 2023, o número de navios em risco de serem considerados CTL eleva-se a várias dezenas.

Considerando que as companhias europeias fornecem a maior parte dos seguros ao comércio mundial de petróleo, Andriy Yermak, responsável do gabinete da Presidência da Ucrânia, insistiu que os países da UE (e o Reino Unido) deveriam avançar rapidamente com a proibição de segurar navios que transportem petróleo russo, uma medida que poderá ter mais impacto na tentativa de travar exportações de petróleo russo para a Ásia.

Entretanto, segundo a imprensa especializada, fontes dos seguros e da indústria de navegação dizem que essa proibição vai complicar ainda mais o comércio marítimo de granéis secos e líquidos (tanto da Rússia como da Ucrânia), tornando-os mais caros e aumentando as taxas globais de frete marítimo.

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IPCA debate em Braga mercado de trabalho nos seguros

  • ECO Seguros
  • 13 Junho 2022

O Politécnico do Cávado e Ave vai realizar esta quarta-feira no polo de Braga o 2º Encontro de Gestão de Seguros, parte do Curso Técnico Profissional de Gestão de Seguros ministrado no Instituto.

O tema será A integração no mercado de trabalho dos seguros e o 2º Encontro é organizado sob égide do Curso Técnico Profissional de Gestão de Seguros, uma formação integrada na oferta educativa do IPCA – Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, tendo lugar no polo de Braga deste instituto na tarde da próxima quarta feira, dia 15.

Pretende refletir sobre as dinâmicas que estão a ser geradas neste setor de atividade, bem como o potencial que a transformação digital aporta, nomeadamente quanto à criação de novas oportunidades e formas de abordar o mercado.

Este 2º Encontro de Gestão de Seguros, pretende suscitar uma reflexão crítica, com os atores-chave do setor de atividade de Seguros em Portugal, de forma a constituir uma base sustentada de crescimento para o futuro.

A abertura será de Filipe Chaves, diretor da Escola Técnica Superior Profissional do IPCA, que se seguirá uma intervenção de Mário Rui Ribeiro, da ASF, que focará os afeitos da inovação tecnológica na Indústria Seguradora.

ECOseguros terá uma intervenção onde abordará a informação como ferramenta essencial para um profissional de seguros, sendo ainda abordados temas como o Estágio Profissional na Atividade Seguradora, e duas apresentações relacionadas com o empreendedorismo no setor.

Teresa Diégues, Diretora do curso TeSP em Gestão de Seguros, encerrará o 2º Encontro que terá início pelas 14 horas.

A inscrição é gratuita e pode ser realizada aqui .

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UE deplora “ação unilateral” do Reino Unido e admite recorrer à Justiça

  • Lusa e ECO
  • 13 Junho 2022

Bruxelas avisa que "não irá renegociar" o Protocolo da Irlanda do Norte e acena já com a possibilidade de recorrer à Justiça para garantir o cumprimento do acordo que tinha acertado com Londres.

A União Europeia deplorou a decisão de hoje do Governo britânico de avançar com legislação para alterar unilateralmente o Protocolo da Irlanda do Norte e admite retomar ações legais contra Londres, que acusa de ter comprometido o “espírito de cooperação”.

Numa declaração à imprensa em Bruxelas, sensivelmente ao mesmo tempo que o Governo de Boris Johnson apresentava em Londres a sua proposta de lei, o vice-presidente da Comissão responsável pelas Relações Interinstitucionais (e pelo ‘pós-Brexit’), Maros Sefcovic, disse que é com “significativa preocupação” que Bruxelas toma nota da decisão britânica de avançar com legislação que atropela “elementos centrais” do Protocolo, “parte integrante do Acordo de Saída” negociado longamente entre UE e Reino Unido.

Reiterando que “a União Europeia não irá renegociar o Protocolo”, já que tal “é irrealista” — pois durante as longas negociações com Londres sobre o Acordo de Saída “não foi encontrada qualquer solução alternativa viável para este equilíbrio delicado” e “qualquer renegociação iria simplesmente trazer mais incerteza jurídica para as pessoas e empresas na Irlanda do Norte” –, Sefcovic voltou a lamentar esta “ação unilateral” de Londres, que, sublinhou, “é prejudicial à confiança mútua”.

Segundo o vice-presidente, “a Comissão irá agora avaliar o projeto de legislação do Reino Unido”, com o objetivo de sempre: o de “assegurar a implementação do Protocolo” e a “reação à ação unilateral do Reino Unido refletirá esse objetivo e será proporcional”. Tendo Sefcovic acenado, desde já, com a possibilidade de o executivo comunitário recorrer à Justiça para garantir o cumprimento de compromissos juridicamente vinculativos.

“Como primeiro passo, a Comissão considerará prosseguir o processo por infração iniciado contra o governo do Reino Unido em março de 2021. Tínhamos suspendido esta ação legal em setembro de 2021, num espírito de cooperação construtiva para criar o espaço de procura de soluções conjuntas, mas a ação unilateral do Reino Unido vai diretamente contra este espírito”, disse então.

A Comissão irá considerar o lançamento de novos processos de infração que protejam o mercado único dos riscos que a violação do Protocolo cria para as empresas e para a saúde e segurança dos cidadãos da UE.

Maros Sefcovic

Vice-presidente da Comissão Europeia

O vice-presidente acrescentou que “a Comissão irá também considerar o lançamento de novos processos de infração que protejam o mercado único da UE dos riscos que a violação do Protocolo cria para as empresas da UE e para a saúde e segurança dos cidadãos da UE.”

“Paralelamente, e em consonância com o forte e antigo compromisso da UE para com as empresas e os cidadãos da Irlanda do Norte, em breve apresentaremos em maior detalhe o nosso modelo para a implementação flexível do Protocolo, baseado em soluções duradouras no âmbito do mesmo. Tal demonstrará que existem soluções para as questões levantadas pelas empresas e pela população da Irlanda do Norte”, completou.

Londres fala em “ajustes triviais”

Hoje mesmo, ainda antes da apresentação da proposta de lei no Parlamento britânico, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, considerou apenas “ajustes triviais” as alterações ao acordo do ‘Brexit’ contempladas na mesma. “É uma alteração burocrática que precisa de ser feita. Francamente, é um conjunto relativamente trivial de ajustes no grande esquema de coisas”, disse numa entrevista à rádio LBC.

Segundo Boris Johnson, o “maior e mais antigo compromisso legal como país é com o acordo [de paz] de Belfast/Sexta-feira Santa, com o equilíbrio e estabilidade desse acordo”.

O Governo britânico apresentou hoje uma proposta de lei para alterar unilateralmente o Protocolo da Irlanda do Norte, a qual garante que não vai violar o direito internacional. A legislação vai dar aos ministros poderes para desaplicar partes do Protocolo, que foi desenhado entre o Reino Unido e UE como parte do Acordo de Saída do Reino Unido do bloco europeu para manter a fronteira terrestre na Irlanda aberta.

É uma alteração burocrática que precisa de ser feita. Francamente, é um conjunto relativamente trivial de ajustes no grande esquema de coisas.

Boris Johnson

Primeiro-ministro britânico

O acordo do Brexit introduz controlos e documentação adicional sobre mercadorias que circulam entre o Reino Unido e a província da Irlanda do Norte, atrito que foi criticado por empresas e pelos partidos unionistas, que são pró-britânicos. O Protocolo mantém na prática a Irlanda do Norte dentro do mercado único de mercadorias da UE, ficando o território sujeito a normas e leis europeias.

O texto apresentado esta tarde pela ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, contempla a criação de uma “via verde” que isentaria do controlo aduaneiro de mercadorias provenientes da Grã-Bretanha destinadas ao consumo na Irlanda do Norte, embora mantivesse uma “via vermelha” reservada aos produtos destinado à República da Irlanda, integrado no mercado comunitário único.

Da mesma forma, propõe que as empresas que apenas comercializam com a Irlanda do Norte possam escolher se são regidas por regulamentação comunitária ou britânica, e prevê ainda que os subsídios e desonerações fiscais em vigor no resto do território britânico possam ser aplicados naquela província.

Irlanda fala em decisão “muito lamentável” do vizinho

O principal argumento do executivo conservador do primeiro-ministro Boris Johnson para promover a lei é que com a atual aplicação do protocolo o Acordo da Sexta-feira Santa, que trouxe a paz à Irlanda do Norte em 1998, é prejudicado ao impedir a formação de um governo de partilha de poder entre Unionistas e Republicanos, conforme estipulado naquele documento.

Para Londres, a proposta é uma “solução prática e razoável para os problemas enfrentados pela Irlanda do Norte”, embora esteja disposto a desistir do projeto se as negociações com a UE produzirem um resultado aceitável para todas as partes.

Já o primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, contestou que a decisão do Reino Unido de “renegar” um tratado internacional é “muito lamentável”. Em declarações aos jornalistas, disse que “essencialmente anunciar a violação unilateral de um acordo internacional é um assunto bastante sério e não pode ser simplesmente posto de lado”.

“É uma questão muito séria porque vai ao cerne da questão da confiança e a União Europeia precisa de ter um parceiro de confiança com quem negociar”, justificou, em linha com a posição expressa na rede social Twitter pelo ministro irlandês da Defesa e dos Negócios Estrangeiros.

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Projeto português de reciclagem de brinquedos vence prémio europeu

O Replay, projeto de origem nacional que visa "travar a eliminação de brinquedos em aterros e promover economia circular", está entre os 18 premiados do galardão Novo Bauhaus Europeu em 2022.

Há um projeto português entre os 18 vencedores dos Prémios 2022 do Novo Bauhaus Europeu. O Replay, dedicado a “repensar e reciclar brinquedos” ganhou na categoria “Shaping a circular industrial ecosystem and supporting life-cycle thinking” (desenvolver um ecossistema industrial circular e apoiar o conceito de ciclo de vida).

Os prémios foram anunciados durante a cerimónia de encerramento do primeiro Festival Bauhaus Europeu. Durante o evento, as comissárias Elisa Ferreira e Mariya Gabriel anunciaram os vencedores dos Prémios Novo Bauhaus Europeu de 2022 que “celebram novas soluções que servem de inspiração às transformações que o Novo Bauhaus Europeu visa introduzir a nível do quotidiano, espaços de vida e nossas experiências”.

Liderado pelo Zero Waste Lab e pela Precious Plastic Portugal, o Replay tem o propósito de travar a eliminação de brinquedos em aterros e incineradoras, assim como promover a criação de redes circulares municipais de recolha, reparação e reciclagem de materiais de brinquedos de boa qualidade. Os mentores do projeto alertam para o facto de “quase 30 milhões de brinquedos acabarem em aterros ou incinerados, todos os anos, em Portugal”.

Uma das grandes metas deste projeto consiste ainda em explorar novas perspetivas de produção sustentável e de consumo, mas com os olhos postos na economia circular e descentralizada.

Em 2021, a Replay criou a primeira rede de recolha e triagem de brinquedos em fim de vida e testou um circuito de reciclagem nos municípios de Évora, Lisboa, Cascais, Porto e Figueira de Castelo Rodrigo. Este projeto-piloto envolveu ainda as escolas e diversas entidades locais, “fornecendo ferramentas cruciais para a educação ambiental e o envolvimento cívico proativo, aumentando a procura da sua continuidade a partir do zero”, lê-se no site da União Europeia a propósito dos vencedores dos Prémios 2022 do Novo Bauhaus Europeu. O objetivo final é criar os alicerces para o desenvolvimento em rede de um sistema nacional de reciclagem dos brinquedos em fim de vida, começando pelos cinco municípios.

Este projeto inovador vem, assim, transformar o plástico em novos brinquedos, mediante parcerias com projetos criativos locais para a reciclagem de outros materiais como papel, componentes eletrónicos, metal e borracha.

Como resultado deste projeto, dezenas de instituições de caridade locais já receberam brinquedos em bom estado. O projeto chegou a recolher um conjunto de dados quantitativos e qualitativos relacionados com este mercado em Portugal, como a composição dos brinquedos e a reciclabilidade dos materiais ou a identificação dos intervenientes no setor da reciclagem e reparação. O objetivo passa por lançar as bases para um esquema de responsabilidade alargada do produtor de brinquedos.

Nesta edição dos prémios do Novo Bauhaus Europeu foram atribuídos quatro prémios a igual número de categorias de projetos. Os vencedores da categoria “Reconnecting with nature” (restabelecer a ligação com a natureza) são provenientes de Espanha, França, Alemanha e Polónia. Os prémios “Regaining a sense of belonging” (Recuperar um sentimento de pertença) foram distribuídos a projetos da Áustria, Lituânia, Polónia e Chéquia.

Dos novos materiais à saúde pública

Em paralelo ao processo de recolha de brinquedos antigos, durante a campanha Replay, vários estudantes universitários foram desafiados, no âmbito de um concurso de design, a desenvolver o conceito de um novo brinquedo a ser fabricado a partir de plástico reciclado. “O conceito vencedor “OIO” foi materializado pela Opolab em três moldes para serem utilizados em máquinas Precious Plastic Portugal (PPP)”, lê-se no mesmo site.

“Foram, assim, enviadas réplicas para laboratórios PPP nos cinco municípios, que estão contemplados no projeto. O passo seguinte consistiu na produção a partir de 45 mil peças de plástico que foram recolhidas. “O Replay também foi capaz de testar a reciclabilidade de outros materiais encontrados em brinquedos, como borracha, eletrónica, papel e plástico duro, abrindo caminhos para novos fluxos de reciclagem”, acrescenta.

Este projeto também visou ainda sensibilizar o público para a falta de sustentabilidade do mercado dos brinquedos, além da promoção da saúde pública e defesa do meio ambiente. Na realidade, lê-se, “da produção à eliminação, os brinquedos colocam problemas ambientais e de saúde pública: utilização de materiais de baixa qualidade e produtos químicos perigosos, falta de reparabilidade e reciclabilidade, produção de resíduos, comercialização dirigida às crianças e consumo excessivo”.

Partindo, por isso, dos princípios de Zero Resíduos Repensar, Reduzir, Reparar, Reutilizar, a Replay reuniu vários intervenientes e especialistas em torno de relevantes temas, como toxicidade dos brinquedos, conceção ecológica. Até porque, na base deste projeto está a ideia de que grande parte dos brinquedos é fabricada com muitos materiais diferentes, tornando difícil a sua reciclagem. A tudo isto acresce o facto de “o número de brinquedos com plástico de baixa qualidade que são oferecidos como brinde”.

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Empresas de videojogos criam mil empregos “a sério” em Portugal<span class='tag--premium'>premium</span>

Estúdios internacionais apostam cada vez no desenvolvimento de jogos a partir de Portugal. Qualidade do talento e condições de vida ajudam a captar empresas e trabalhadores.

Há cada vez mais pegada portuguesa na área dos videojogos. São, pelo menos, mil as pessoas no país a trabalharem para estúdios nacionais e internacionais, segundo os dados recolhidos pelo ECO. A qualidade do talento, as condições de vida e a aposta na diversidade de talentosão fatores que explicam o cada vez maior ADN português nos jogos virtuais. O mercado está em crescimento e devem ser abertas mais de uma centena de novas vagas até ao final de 2023. "Ao contrário de outros países, ainda é possível encontrar talento com alguma facilidade e tem sido possível atrair para os videojogos profissionais que têm carreiras em indústrias como a publicidade, espetáculos e na programação de aplicações e de softwarede gestão", destaca o líder dos estúdios Lockwood em Portugal, Ricardo Flores. À

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Águas de Santo André investe 1,5 milhões na Zona Industrial e Logística de Sines

A Águas de Santo André vai investir 1,5 milhões de euros no reforço do abastecimento de água potável à Zona Industrial e Logística de Sines.

A Águas de Santo André (AdSA) lançou concurso público internacional para a execução da empreitada de reforço do abastecimento de água potável à Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS) Norte”, num investimento na ordem dos 1,5 milhões de euros, divulgou a empresa em comunicado.

Com duração prevista de 365 dias, esta empreitada vai “promover um aumento significativo da resiliência e fiabilidade do sistema de abastecimento de água potável à ZILS Norte”. Estes trabalhos visam, assim, reforçar a melhoria das condições já existentes, assim como otimizar a capacidade de resposta da AdSA face ao crescimento previsto para este complexo industrial.

A empreitada contempla, assim, descreve a AsDA na mesma nota, a “substituição parcial de uma das condutas existentes, a implantação das novas condutas junto aos atuais traçados, numa extensão total de cerca de 4,5 km. O que vai possibilitar o abastecimento de cerca de 1,5 milhões de metros cúbicos (m3) por ano, de água potável à ZILS.

“A Águas de Santo André, S.A, está comprometida em continuar a reforçar o investimento na região para contribuir para a qualidade de vida das populações que serve, bem como para a preservação da qualidade do ambiente“, adianta a empresa de abastecimento de água para consumo humano e industrial, recolha e tratamento das águas residuais e receção e confinamento de resíduos industriais.

Ainda recentemente, a Águas de Santo André assinou a Declaração de Compromisso para a Adaptação e Mitigação das alterações Climáticas nos serviços de águas, no sentido de implementar e operacionalizar estratégias e medidas para o combate à emergência climática no setor da água.

“A declaração defende que o setor das águas deve promover medidas de mitigação, destacando a economia circular, a melhoria da eficiência energética e hídrica e o aproveitamento de recursos naturais, com vista à diminuição da pegada de carbono”, revela a empresa.

 

 

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Bolsa de Lisboa fecha a perder 1,18% em linha com tendência europeia

  • Lusa
  • 13 Junho 2022

Das 15 cotadas que integram o PSI, 11 desceram a cotação na primeira sessão da semana. A Semapa liderou as perdas na bolsa portuguesa, com um recuo de 4,46%.

A bolsa de Lisboa encerrou hoje em queda, com o índice PSI a recuar 1,18 % para 6.016,09 pontos, em linha com as principais bolsas europeias. No resto da Europa, a tendência foi de queda, com Paris a recuar 2,67%, Madrid 2,47%, Frankfurt 2,43% e Londres 1,53%.

Das 15 cotadas que integram o PSI, 11 desceram, três subiram e uma ficou inalterada. A liderar as perdas ficou a Semapa, que recuou 4,46% para 13,72 euros. Entre as principais descidas estiveram ainda os CTT, que desvalorizaram 4,35%, para 3,30 euros, o BCP, que cedeu 3,47% para 0,17 euros e a Navigator que recuou 2,18% para 3,78 euros.

Com descidas inferiores a 2%, mas acima de 1%, figuram a EDP Renováveis (-1,96%, para 22,48 euros), Mota Engil (-1,88%, para 1,25 euros), EDP (-1,61%, para 4,58 euros), Altri (-1,46%, para 6,09 euros) e REN (-1,22%, para 2,84 euros). Com descidas inferiores a 1% ficaram a Corticeira Amorim (10,20 euros) e a Sonae SGPS (1,08 euros).

Nas subidas, a Jerónimo Martins fechou a valorizar-se 1,68%, para 18,73%. Já a Nos (3,83 euros) e Greenvolt (7,01 euros) encerraram a sessão a subir menos de 1%, enquanto as ações da Galp ficaram inalteradas, nos 12,40 euros.

Esta segunda-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou os mais recentes Indicadores Compósitos Avançados (CLiIs na sigla em inglês) que confirmam que o crescimento económico nos países que a integram deverá abrandar nos próximos meses, particularmente na Europa, penalizado pelos efeitos da guerra na Ucrânia.

Fora da Europa, o indicador continua a apontar para um crescimento estável nos Estados Unidos (queda de duas centésimas, para 99,81 pontos) e no Japão (aumento de quatro centésimas, para 100,70 pontos).

Nesta segunda-feira foi também divulgado pelo Office for National Statistics (ONS) que o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido caiu 0,3% em abril face a março, recuando pelo segundo mês consecutivo e registando a maior quebra desde janeiro de 2021.

A quebra de 0,3% em abril segue-se à contração de 0,1% registada em março e, segundo o ONS, esta evolução reflete a queda na produção sofrida pelo setor de serviços, considerado o pilar económico do país, principalmente devido ao fim dos testes à covid-19 por parte do Governo, ao programa de rastreio de casos de coronavírus e à menor atividade de vacinação no país.

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Fercopor “ilumina” Boavista com prédio de luxo junto ao Dallas

Empresa da família Ferreira da Costa constrói mais 20 apartamentos na Avenida da Boavista, no Porto, onde tem mais três projetos de habitação e vai erguer um edifício de escritórios com 17 andares.

É na icónica avenida portuense em que a Fercopor fez o seu primeiro projeto em Portugal (edifício David Rosas), em 1986, que a promotora imobiliária está a iniciar a construção do Enlight, um novo empreendimento com 20 apartamentos distribuídos por sete andares.

Localizado junto ao antigo Centro Comercial Dallas, num terreno de 2.636 metros quadrados que estava até agora desocupado, o projeto habitacional assinado pelo arquiteto José Carlos Cruz, que terá as tipologias T1 a T4, quer “voltar a posicionar a Boavista como uma referência na habitação de luxo do Porto” e responder à procura “sobretudo de famílias portuguesas”, indica Mário Almeida.

“Nos últimos anos, todo o potencial desta zona para receber novos moradores tem estado desaproveitado, já que vimos surgir muitos empreendimentos de escritórios e de serviços, mas não tanto de habitação, que foi ficando datada e envelhecida. Acreditamos que os próximos anos serão determinantes tanto na mudança da oferta disponível como na resposta à procura existente”, resume o administrador da Fercopor.

Criada em 1981 pela família de Alberto Ferreira da Costa, responsável também pela Rio Ave, no Brasil, a Fercopor desenvolve projetos de promoção imobiliária (habitação) e arrendamento (comércio, serviços e armazéns). A empresa tem sede em Vila Nova de Gaia e uma sucursal em Vila do Conde, liderando todas as fases em cada projeto, desde a seleção dos terrenos à construção e comercialização.

Todo o potencial desta zona da Boavista para receber novos moradores tem estado desaproveitado. Vimos surgir muitos empreendimentos de escritórios e de serviços, mas não tanto de habitação.

Mário Almeida

Administrador da Fercopor

Perto do local onde vai surgir o Enlight, na transversal António Bessa Leite, tem já em fase final de construção o empreendimento Soul (30 apartamentos T1 a T4), com prazo de conclusão para o início de 2023 e “a comercialização praticamente terminada”. Para a mesma zona da cidade Invicta, a promotora imobiliária tem previstos dois outros projetos habitacionais (nas ruas Ciríaco Cardoso e António Cardoso) e ainda um novo edifício de escritórios com 17 andares.

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Restrições à circulação durante a pandemia foram descoordenadas e incoerentes

  • Lusa
  • 13 Junho 2022

Tribunal de Contas Europeu critica “falta de coordenação e de coerência" nas restrições às viagens e acusa Bruxelas de não fiscalizar obstáculos provocados pela Covid no direito de livre circulação.

As restrições à livre circulação devido à pandemia de covid-19 na União Europeia (UE) foram descoordenadas e incoerentes com as recomendações comunitárias, faltando fiscalização da Comissão Europeia, conclui o Tribunal de Contas Europeu (TCE) num relatório hoje divulgado.

Num relatório especial sobre a proteção do direito de livre circulação de pessoas durante a pandemia, o TCE avança então que houve “falta de coordenação entre os Estados-membros ao aplicarem restrições às viagens e falta de coerência com as orientações e recomendações da UE”.

Ao mesmo tempo, “a Comissão Europeia fiscalizou pouco os obstáculos provocados pela pandemia […] no direito de livre circulação de pessoas, dadas as reduzidas ferramentas que tem ao seu dispor”, acrescenta o tribunal, na informação enviada à imprensa.

As conclusões surgem depois de o TCE ter analisado 150 notificações de controlos nas fronteiras internas que os Estados-membros enviaram à Comissão entre março de 2020 e junho de 2021, das quais 135 se deviam exclusivamente à covid-19.

“A análise mostra claramente que as notificações não incluíam provas suficientes de que os controlos eram mesmo uma medida de último recurso ou que eram proporcionados e de duração limitada. Além disso, a Comissão não abriu procedimentos de infração por causa dos controlos introduzidos nas fronteiras antes da pandemia e que se prolongaram”, afirma o TCE.

E, de acordo com o tribunal, “a Comissão também não obteve todos os relatórios que deveria receber no prazo de quatro semanas após o fim dos controlos nas fronteiras internas”, nem “pediu informações adicionais nem apresentou nenhum parecer sobre o assunto”.

“A avaliação do TCE é, por isso, clara: a Comissão Europeia não fiscalizou devidamente se a reintrodução dos controlos nas fronteiras internas respeitou a legislação de Schengen”, salienta.

A Comissão Europeia não fiscalizou devidamente se a reintrodução dos controlos nas fronteiras internas respeitou a legislação de Schengen.

Tribunal de Contas Europeu

Qualquer cidadão da UE tem o direito de circular e permanecer livremente no território dos Estados-membros, não sendo ainda por norma sujeito a controlos nas fronteiras dentro do espaço Schengen (que inclui 22 países da União e quatro outros países).

As regras europeias preveem, contudo, que, por motivos de ordem, segurança ou saúde públicas, este direito seja temporariamente suspenso e, para reintroduzirem controlos nas fronteiras internas do espaço Schengen, os Estados-membros têm de notificar a Comissão Europeia, a quem cabe avaliar se as restrições propostas cumprem a legislação da UE e não violam o direito de livre circulação de pessoas.

Era isso que os países e a Comissão deveriam ter feito com a Covid-19, quando os Estados-membros (a quem cabe a decisão sobre as entradas no país) adotaram restrições à circulação para tentar evitar a propagação do vírus.

Nesta auditoria, o TCE conclui ainda que “as dificuldades da Comissão também se deveram às limitações do atual quadro jurídico para fiscalizar as restrições de viagem devidas à Covid-19”.

“A aplicação destas restrições é da competência exclusiva dos Estados-membros, mas a Comissão tem por obrigação facilitar uma abordagem coordenada, de modo a reduzir ao mínimo o impacto nas viagens transfronteiriças dentro da UE. Para tal, apresentou orientações, […] mas que não eram muito práticas nem viáveis”, adianta o organismo à imprensa.

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Osmar Polo é o novo presidente da Câmara do Comércio Alemã para Espanha

  • Servimedia
  • 13 Junho 2022

O diretor-geral da T-Systems Iberia, Osmar Polo, foi eleito presidente da Câmara de Comércio Alemã para Espanha pela Assembleia Geral ordinária e extraordinária de membros, que teve lugar em Madrid.

Osmar Polo, diretor-geral da T-Systems Iberia, vai substituir Javier González Pareja, presidente da Bosch em Espanha e Portugal, no cargo de presidente da Câmara de Comércio Alemã para Espanha depois de o responsável da Bosch se ter demitido do cargo após quatro anos, noticia a Servimedia.

O novo presidente foi eleito pela Assembleia Geral ordinária e extraordinária de membros, que teve lugar em Madrid. Na mesma assembleia, o Conselho de Administração também confirmou a nomeação de Miguel Ángel López, CEO da Siemens Espanha, e Bernardo Kanahuati, CEO da Bayer em Espanha e Portugal, como novos vice-presidentes.

Acredito que temos desafios muito motivadores e belos à nossa frente nos próximos anos para contribuir com inovação e muito trabalho“, afirmou Osmar Polo, ao mesmo tempo que expressou satisfação por ter sido eleito presidente da Câmara Alemã e parabenizou “o presidente cessante e todo o Conselho de Administração pelo magnífico trabalho realizado ao longo desta fase”.

Diretor executivo da T-Systems Iberia desde 2018, Osmar Polo é licenciado em Economia pela Universidade de Sant’Anna, tem um MBA pela Universidade de São Paulo e completou um Programa de Desenvolvimento de Gestão na Escola de Negócios IESE e um Programa de Gestão em Transformação Digital na Escola de Negócios IMD na Suíça.

A sua carreira profissional totaliza quase 25 anos de experiência no mercado das TI, 15 dos quais dentro do Grupo Deutsche Telekom, onde ocupou vários cargos de gestão em unidades operacionais e onde desenvolveu funções estratégicas e financeiras. Anteriormente, trabalhou para empresas como a EY, Sun Microsystems e Volkswagen no Brasil, Alemanha e Espanha.

Na Assembleia Geral em que Osmar Polo foi eleito presidente da Câmara Alemã foram também nomeados novos membros do Conselho de Administração, que representa as 1100 empresas membros da Câmara de Comércio Alemã, entre as quais está Claus Grande, CEO da Lidl España, Neus Mas, CEO da Unex aparellaje eléctrico, Jorge Masalles, CEO do Commerzbank AG, Sucursal em Espanha, Juan Carlos Moro, CEO Iberia da DB Schenker, Francisco Pérez Botello, Presidente do Grupo Volkswagen España, Montse Planas, Diretor Executivo da Fresenius Kabi, e Raúl Sanguino, CEO da TÜV SÜD Espanha e Portugal.

Julia Hillenbrand, Diretora Geral para Espanha e Portugal do Grupo Lufthansa, María López Palacín, Diretora Geral das Industrias López Soriano, Mónica Martínez Walter, Presidente da GMV, Rafael Merinero, Diretor Geral da Witzenmann España, Josep Santacreu, CEO da DKV Seguros, e Adolfo Varillas, Diretor Geral da Brose são alguns dos novos membros deste órgão.

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