Governo estuda dessalinizadora em Sines e nova barragem no rio Ocreza
Depois do Algarve e o litoral do Alentejo, Governo admite estar a estudar instalar uma central de dessalinização em Sines para dar resposta às "necessidades industriais e turísticas".
Depois de avançar a hipótese de construir uma central de dessalinização no Algarve e no Alentejo, o ministro do Ambiente aponta que Sines e Mira poderão vir a receber duas destas infraestruturas, que transformarão a água salgada em água potável, por serem localidades “com problemas de escassez de água” em Portugal.
Perante os deputados, durante uma audição na Comissão de Agricultura e Pescas, na Assembleia da República, o ministro do Ambiente e Ação Climática revelou que as duas infraestruturas estão a ser estudadas pelo Governo como parte da estratégia que visa dar resposta aos problemas de seca e escassez de água que assolam o país.
“Procuraremos avaliar a necessidade de licenciamento de uma dessalinizadora para a zona do Mira, ou mesmo uma nova a ser desenvolvida pela Águas de Portugal, na zona de Sines“, revelou Duarte Cordeiro, esta terça-feira, detalhando que a primeira serviria para dar resposta às “exigências agrícolas” e permitira aliviar a barragem de Santa Clara. Já a segunda, serviria para dar resposta a exigências “de natureza industrial e turística” naquela região.
“São matérias que estamos a estudar para responder a necessidades muito concretas desta zona que tem estruturalmente problemas de escassez de água”, ressalvou o ministro. Quanto ao financiamento, o ministro deixou claro que ambas as infraestruturas não será financiadas por fundos públicos, mas, sim, por investidores privados.
As dessalinizadoras passam, assim, a ganhar peso no programa do Ministério do Ambiente e da Ação Climática. Depois da central no Algarve, anunciada no âmbito do Plano de Eficiência Hídrica a ser executado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o Governo deu conta de estar a ser estudada uma segunda dessalinizadora no litoral alentejano, também ao abrigo Plano de Eficiência Hídrica, isto depois de se ter identificado a região como uma das mais afetadas pela situação de seca e que se encontra pressionada pelo setor do turismo, produção industrial e agrícola.
Ainda no âmbito da gestão de recursos hídricos, o ministro do Ambiente e da Ação Climática deu conta de que está em cima da mesa a construção de uma nova barragem no rio Ocreza, como parte da estratégia que visa fomentar “os investimentos necessários para a região do Tejo”. A construção desta barragem será financiada pelo Estado.
“Vamos estudar a possibilidade de criar uma nova barragem no rui Ocreza e um reforço de ligações entre os rios que desaguam no Tejo“, acrescentou Duarte Cordeiro, revelando que, no ano passado, decidiu-se que a barragem do Cabril passará a ser usada para fins múltiplos.
“Desta forma temos a expectativa de reforçar o caudal ecológico do Tejo. Vamos explorar a exploração futura da barragem do Cabril e de que forma conseguiremos introduzir os investimentos necessários para a região”, anunciou. Até o momento, a barragem do Cabril era usada para abastecimento de água e produção hidroelétrica.
Relativamente às barragens, e na sequência dos períodos de intensa precipitação em novembro e dezembro, o ministro deu conta de que o armazenamento de águas nas barragens do país estava, na primeira semana de janeiro, superior à media histórica. “Mas, ainda assim, há situações que merecem a nossa vigilância”, apontou Duarte Cordeiro, referindo as barragens do Sado, Mira, Arade e Ribeiras do Barlavento e Sotavento.
“Em termos de seca hidrológica, comparado com 3 de outubro de 2002, a reserva de água nas 80 albufeiras monitorizadas pela [Agência Portuguesa do Ambiente], aumentou 3.600 hectómetros cúbicos. Temos hoje quase todo o território com água acima da média, exceção feita em algumas zonas em que a água está abaixo da média histórica“, adiantou Duarte Cordeiro.
Notícia atualizada às 18h29 pela última vez com mais informações
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