Filho de Costa lança Marta Temido para a Câmara de Lisboa

  • ECO
  • 10 Fevereiro 2023

Pedro Costa, da "ala mais à esquerda” no PS e amigo de Pedro Nuno Santos, desafia Marta Temido a candidatar-se à concelhia de Lisboa, dizendo que “seria uma hipótese” para enfrentar Moedas em 2025.

O filho de António Costa, que é presidente da junta de freguesia de Campo de Ourique, em Lisboa, desafiou esta sexta-feira Marta Temido a candidatar-se à liderança da concelhia do PS, desta forma lançando o nome da ex-ministra da Saúde como potencial candidata dos socialistas na corrida autárquica de 2025, contra Carlos Moedas (PSD), ao lado de Duarte Cordeiro ou Alexandra Leitão.

Em entrevista ao Observador, Pedro Costa sublinha que a ex-governante tem “provas dadas” ao nível da gestão, lembrando o período crítico da pandemia. “Há muitos militantes do PS que queriam bons candidatos à Câmara e, naturalmente, Marta Temido seria uma hipótese. A partir do momento em que se posiciona e passa a sua militância para o concelho de Lisboa, é inevitável que seja uma hipótese”, apontou.

O dirigente socialista assume ser da “ala mais à esquerda” no partido e “amigo de Pedro Nuno Santos há muitos anos”. E apesar de o próprio pai já ter admitido que poderia continuar como primeiro-ministro no próximo ciclo político, responde que é “natural” que saia mesmo do Governo em 2026. Para os tempos de Fernando Medina como autarca lisboeta, Pedro Costa reserva algumas críticas sobre as regras para o alojamento local ou às “falhas na execução” na área da habitação.

Pedro Costa ao lado de Fernando Medina durante a campanha eleitoral em Lisboa

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Médicos marcam manifestação para o primeiro dia da greve de março

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2023

A concentração está agendada para as 15:00 de 8 de março, em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou esta sexta-feira uma concentração junto ao Ministério da Saúde para 8 de março, no primeiro dos dois dias de greve cujo pré-aviso apresenta 22 reivindicações relacionadas com a carreira.

A concentração está agendada para as 15:00 de 08 de março, em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, adiantou a estrutura sindical, num comunicado publicado na sua página eletrónica, em que apela à participação de todos os médicos na greve de dois dias.

Os médicos “paralisarão a sua atividade profissional entre as 00:00 do dia 8 de março e as 24:00 do dia 9 de março de 2023”, adianta o pré-aviso da greve convocada pelos sindicatos dos médicos do Norte, da Zona Centro e da Zona Sul, estruturas que integram a FNAM.

O documento estipula ainda os serviços mínimos, adiantando que os médicos devem garantir a prestação de quimioterapia e radioterapia, diálise, urgências internas, atos indispensáveis para a dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hospitalar e a imuno-hemoterapia com ligação aos dadores de sangue, recolha de órgãos e transplantes.

No âmbito destes serviços mínimos, ficam também assegurados os cuidados paliativos em internamento, a punção folicular que, por determinação médica, deve ser realizada em mulheres cujo procedimento de procriação medicamente assistida tenha sido iniciado e decorra num estabelecimento do Serviço Nacional de Saúde.

Todos os médicos podem aderir livremente à greve, mesmo os que não sejam sindicalizados, pois trata-se de um direito de exercício coletivo cuja declaração é da competência dos sindicatos”, adianta também o documento, que apresenta um conjunto de 22 objetivos para a paralisação.

Entre essas reivindicações consta a renegociação da carreira médica e respetiva grelha salarial, que inclua um horário base de 35 horas, com atualização remuneratória, a dedicação exclusiva opcional e majorada e a consideração do internato médico como primeiro grau da carreira.

A estrutura sindical pretende também a revisão das normas de organização e disciplina do trabalho médico, a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e dos cindo dias suplementares, quando o período normal for gozado fora da época alta, assim como a redução do tempo normal de trabalho no serviço de urgência das 18 para as 12 horas.

Outras das exigências passam pelo descongelamento imediato da progressão na carreira e a revogação do atual regime de avaliação de desempenho dos médicos, o desencadeamento do processo negocial de contratação coletiva para os médicos do Instituto Nacional de Emergência Médico (INEM), de modo a assegurar-lhes a existência de uma carreira específica, e a possibilidade da reforma antecipada com 36 anos de serviço ou aos 62 anos de idade, atendendo à penosidade e risco acrescido da profissão.

Esta greve foi anunciada numa altura em que decorrem negociações com o Governo, com a FNAM a alegar que constitui uma resposta “à falta de compromisso, por parte do Ministério da Saúde, em negociar as grelhas salariais e na falta de medidas para salvar o Serviço Nacional de Saúde” (SNS).

Segundo a federação de sindicatos, as negociações com o Ministério da Saúde têm “sido prolongadas no tempo, a um ritmo demasiado lento, onde se acumulam os pedidos de adiamento de reuniões e escasseiam as propostas por parte da tutela”.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) demarcou-se da greve anunciada pela FNAM, considerando-a “uma cedência ao radicalismo e ao populismo” quando decorrem negociações com o Governo. Já esta sexta, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reconheceu que a greve dos médicos marcada para março o preocupa, mas disse acreditar ser possível encontrar “pontos de consenso suficientes” nas negociações para evitar esta forma de luta.

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Biden visita a Polónia entre 20 e 22 de fevereiro

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2023

Biden vai encontrar-se com o presidente polaco, Andrzej Duda, "para falar sobre a cooperação bilateral e esforços coletivos para apoiar a Ucrânia e fortalecer as capacidades de dissuasão da NATO".

O Presidente dos EUA, Joe Biden, vai visitar a Polónia em vésperas do primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, para tentar reforçar a coligação que apoia Kiev, anunciou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

Biden encontrar-se-á na Polónia com o presidente polaco, Andrzej Duda, “para falar sobre a cooperação bilateral e esforços coletivos para apoiar a Ucrânia e fortalecer as capacidades de dissuasão da NATO”, adiantou a porta-voz da Casa Branca.

A visita, agendada entre 20 e 22 de fevereiro, também se destina a assegurar a continuação do envio de milhares de milhões de dólares em ajuda económica e militar à Ucrânia, e quando se prevê que a Rússia esteja a planear uma nova ofensiva. Segundo Karine Jean-Pierre, o Presidente norte-americano também se reunirá com o chamado grupo “Nove de Bucareste”, de países do Leste Europeu, membros da aliança de defesa ocidental.

Biden também pretende fazer um discurso no qual repetirá que os Estados Unidos apoiarão a Ucrânia “o tempo que for necessário”, referiu a mesma fonte. Uma eventual deslocação de Biden a Kiev, à semelhança das visitas à capital ucraniana de diversos líderes ocidentais, ainda permanecia por confirmar, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP).

Biden visitou a Polónia apenas algumas semanas após a invasão russa em larga escala de 24 de fevereiro, e em dezembro recebeu em Washington o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

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EUA abatem “objeto desconhecido” que atravessava espaço aéreo no Alasca

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2023

O objeto, do tamanho de "um pequeno carro", representava "uma ameaça à segurança do tráfego aéreo", referiu John Kirby, que indicou ainda que o objeto era diferente do balão chinês.

As forças norte-americanas derrubaram esta sexta-feira um “objeto desconhecido” que atravessava o espaço aéreo dos Estados Unidos na costa do Alasca, “diferente” do “balão-espião” chinês abatido na semana passada, revelou a Casa Branca.

Este objeto, do tamanho de “um pequeno carro”, representava “uma ameaça à segurança do tráfego aéreo”, referiu John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

O abate deste “objeto desconhecido” foi autorizado pelo Presidente Joe Biden, ainda segundo John Kirby, que acrescentou que é diferente do “balão-espião” chinês identificado na semana passada pelos norte-americanos.

Na semana passada, as forças norte-americanas abateram o que classificaram como um “balão-espião” chinês que sobrevoava os Estados Unidos.

A China admitiu que o balão lhe pertence, mas disse que se tinha extraviado da rota devido a ventos fortes e que é usado para fins meteorológicos, não para espionagem.

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“O mundo esqueceu-se da Síria”, critica OMS

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2023

Com mais de 3.000 mortos já confirmados na Síria, a catástrofe vem juntar-se à guerra civil que devastou o país nos últimos 12 anos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) lamentou esta sexta-feira que o mundo se tenha esquecido do povo sírio na mobilização para socorrer as vítimas dos sismos que abalaram a Síria e a Turquia. “Hoje, um terramoto está de novo em foco, mas o mundo esqueceu-se da Síria”, disse Michael Ryan, gestor de emergência sanitária da OMS, numa conferência de imprensa no Dubai, de onde a ajuda humanitária será enviada para a Síria, citado pela agência francesa AFP.

Ryan disse que “constrangimentos muito significativos” estão a restringir a entrada de “enormes quantidades de fornecimentos” no noroeste da Síria, a zona do país mais afetada pelos sismos de segunda-feira, que ocorreram na vizinha Turquia.

O nordeste da Síria foi atingido pelos sismos de magnitude 7,8 e 7,5, além de fortes réplicas, que causaram mais de 21 mil mortos nos dois países, uma das piores catástrofes a atingir a região em um século. Com 3.377 mortos já confirmados na Síria, a catástrofe vem juntar-se à guerra civil que devastou o país nos últimos 12 anos.

Enquanto a ajuda humanitária flui para a Turquia, o mesmo não se passa do outro lado da fronteira, em particular nas áreas controladas pelos rebeldes no noroeste da Síria. O Governo sírio anunciou esta sexta-feira que vai aceitar ajuda internacional que será enviada para zonas controladas por forças rebeldes a partir de áreas sob o seu controlo.

Essas operações serão supervisionadas pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho da Síria, com a ajuda da ONU. Em 2014, a ajuda poderia chegar às zonas rebeldes através de quatro postos fronteiriços, mas sob pressão da China e da Rússia, apenas o posto Bab-al-Hawa, no norte do país, na fronteira com a Turquia, permaneceu operacional, segundo a AFP.

Um comboio de ajuda da ONU chegou esta sexta através de Bab al-Hawa, o segundo em dois dias e uma “gota de água” tendo em conta as necessidades no terreno. De acordo com a ONU, a entrega de ajuda através deste posto fronteiriço está a ser perturbada pelas estradas danificadas.

“Assim que estiver totalmente operacional, há enormes quantidades de fornecimentos prontos a entrar”, disse Michael Ryan, sem dar números devido a “constrangimentos muito significativos” por não haver qualquer outro ponto de passagem. “Muitas agências, incluindo a nossa, tinham armazenado ajuda porque é inverno, e a necessidade era grande mesmo antes do terramoto”, afirmou.

À medida que as hipóteses de encontrar sobreviventes diminuem, a Síria enfrenta um “segundo desastre” devido à falta de material médico, advertiu Ryan. O conflito na Síria já matou quase meio milhão de pessoas e devastou as infraestruturas do país.

O representante do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Sivanka Dhanapala, disse hoje que mais de 5,3 milhões de pessoas poderão ter ficado sem casa na Síria, onde a guerra civil já tinha provocado 6,8 milhões de deslocados internos. De acordo com a ONU, a população, mais de 90% da qual vive abaixo do limiar da pobreza, enfrenta múltiplas crises agudas como a fome e a cólera.

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Luís Ribeiro: “Nota-se uma desaceleração no investimento”

  • ECO
  • 10 Fevereiro 2023

No terceiro debate do ECO Local/novobanco, em Leiria, Luís Ribeiro destacou a desaceleração no investimento por parte das empresas. A regulação e os fundos disponibilizados também foram abordados.

Leiria recebeu, esta quinta-feira, dia 9 de fevereiro, o terceiro debate do Eco Local/novobanco, no qual se discutiu vários pontos da economia da região, mas também alguns problemas crónicos do próprio país.

Luís Ribeiro, administrador do novobanco, marcou presença no evento, onde acabou por revelar que as empresas têm vindo a fazer menos investimentos. “Nota-se uma desaceleração no investimento, que vem muito pela incerteza quanto ao futuro devido aos cenários que enfrentamos neste momento”, afirmou.

Nesse sentido, o responsável do novobanco realçou a importância da banca nesta fase, já que considera que o seu papel é “estar ao lado dos empresários e ajudar a que haja uma seleção positiva” das áreas a investir. “Com o aumento das taxas de juro, há uma seleção mais rigorosa. É importante haver instrumentos de apoio à capitalização das empresas, que é um dos problemas que as empresas têm, mas não é esse o papel da banca. O papel da banca é apoiar nos projetos e apoiar na seleção correta dos projetos”, disse.

Relativamente à região de Leiria, Luís Ribeiro ainda fez outra observação: “No Portugal 2020, esta região teve cerca de 358 milhões de euros de projetos aprovados, o que representa um investimento total na casa dos 700 milhões – 4% foi para o programa “Aproximar e Convergir”, que fortalece a coesão social e territorial, 5% foi para o programa “Empregar e Convergir”, que promove a dinamização e a empregabilidade, e 13% para o programa “Aprender”, portanto, do total dos investimentos que foram feitos aqui na região no âmbito do Portugal 2020, menos de 20% tiveram a ver com a qualificação, com a atração de talento e com a formação de pessoas, que são as áreas críticas da região“.

Luís Ribeiro no III debate Eco Local/novobanco, em Leiria

Para responder a este tipo de situações, o administrador do novobanco apontou a necessidade de se desenhar um mecanismo de suporte às empresas que são viáveis “numa lógica de consistência ao longo do tempo e não apenas numa lógica pontual”.

Quando questionado sobre os possíveis desafios que a regulação traz a este processo, o responsável destacou a “enorme evolução nas mais diferentes vertentes” que a regulação tem tido nos últimos anos, nomeadamente ao nível da sustentabilidade, por exemplo, com os critérios ESG.

“Acho que ainda temos uma regulação na área do ESG e da sustentabilidade que veio trazer aqui modelos adicionais e as empresas, naturalmente, também têm de se adaptar, até porque a própria sociedade não vai aceitar um modelo que não seja sustentável a curto prazo. Portanto, esta transição é muito importante e apoiar as empresas nesta transição e os empresários mais pequenos, levando conhecimento numa área que ainda tem muita incerteza e muita falta de conhecimento, também é um papel que a banca deve ter e que, certamente, terá”, acrescentou.

Salientou, no entanto, que o excesso de regulação, muitas vezes, não ajuda a que os processos sejam mais eficientes e mais rápidos: “Nós temos que viver com ela e há regulação que também é positiva, e eu não quero que vejamos o regulador como um inimigo, o que nós queremos é que exista um caminho que seja claro“.

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Meloni satisfeita com “mudança de abordagem” europeia à imigração após cimeira

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2023

A primeira-ministra italiana considerou ainda que fez bem em criticar Macron, por este ter conduzido em Paris uma "cimeira tripartida inoportuna" com Scholz e Zelensky.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou-se esta sexta-feira satisfeita com o resultado da cimeira de líderes da União Europeia (UE) de quinta-feira, saudando a “mudança de abordagem” na questão da imigração.

Estou muito satisfeita na questão dos migrantes. [Na quinta-feira] estabeleceu-se um princípio, mudando para uma abordagem muito diferente da dos anos mais recentes, escrita preto no branco numa frase que nunca se tinha conseguido escrever: ‘a imigração é um problema da União Europeia e precisa de uma resposta da União Europeia‘”, afirmou Meloni em conferência de imprensa.

A Itália argumenta que devido à sua posição geográfica, no centro do Mediterrâneo, é sobrecarregada pelo sistema europeu de concessão de asilo, porque têm que ser as autoridades do país de chegada a processar os pedidos de asilo.

Na cimeira de Bruxelas, os líderes europeus concordaram na necessidade de prestar mais atenção, controlar e proteger a fronteira externa da União, reconhecendo a natureza particular da fronteira marítima do território italiano, por onde muitos migrantes chegam.

Itália é abrangida pela chamada rota do Mediterrâneo Central, uma das rotas migratórias mais mortais, que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção à Europa, nomeadamente aos territórios italiano e maltês. Meloni considerou ainda que fez bem em criticar o Presidente francês, Emmanuel Macron, por este ter conduzido em Paris uma “cimeira tripartida inoportuna” com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A líder do Governo italiano reiterou que considera o encontro de Paris “politicamente errado”, mas garantiu que os laços com a França “não estão comprometidos”. O vice- primeiro-ministro do Governo italiano e líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, criticou Macron por “uma certa atitude arrogante”, considerando-a “incompreensível num momento de guerra, em que as matérias-primas aumentaram de preço, em que os chineses têm balões de espionagem em todo o mundo”.

“Não creio que seja uma manifestação de europeísmo, de solidariedade e de perspicácia política”, frisou. O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, considerou igualmente que Macron “errou ao não envolver a Itália” no encontro, citando um acordo de reforço das relações bilaterais assinado entre França e Itália em 2021.

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Acionistas do Montepio aprovam redução do capital por unanimidade

  • Mariana Marques Tiago
  • 10 Fevereiro 2023

Montepio aprovou em assembleia geral a redução do capital social do banco em 1,2 mil milhões de euros. Até aqui o seu capital social era de 2.420 milhões. A decisão foi aprovada por unanimidade.

O Montepio aprovou esta sexta-feira a redução do capital social do banco em 1.210.000.000,00 de euros. A redução foi aprovada por unanimidade em assembleia geral (AG), após o anúncio feito pelos acionistas no início do ano.

Há um mês, os acionistas do Montepio avançaram que iam decidir sobre esta redução em AG, que teria como ponto único apreciar a redução do capital do banco em 1,2 mil milhões de euros. O objetivo era o “reforço dos fundos suscetíveis de qualificação regulatória”, cobrindo, assim, os “resultados transitados negativos”, lia-se na nota publicada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Esta sexta-feira, em comunicado ao mercado através do mesmo site, soube-se que a decisão foi aprovada na reunião, na qual estiveram presentes os acionistas titulares de 99,997% do respetivo capital social.

A redução aprovada por unanimidade não envolve “alteração do número de ações existentes” nem a “alteração
do valor total da situação líquida”, lê-se ainda no documento. Antes da decisão comunicada, o capital social do banco era de 2.420 milhões de euros, segundo a informação disponível no site.

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Turquia/Sismo: Prejuízos económicos podem chegar 3,7 mil milhões de euros nos dois países

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2023

As perdas económicas devido aos terramotos na Turquia e na Síria poderão chegar a quatro mil milhões de dólares, ou um valor superior, segundo as informações divulgadas hoje pela consultora Fitch.

As perdas económicas devido aos terramotos na Turquia e na Síria poderão chegar a quatro mil milhões de dólares (3,72 mil milhões de euros) ou um valor superior, segundo as informações divulgadas hoje pela consultora Fitch.

De acordo com a consultora, estas perdas económicas provavelmente “ultrapassarão os dois mil milhões de dólares (1,86 mil milhões de euros)” e “poderão chegar a quatro mil milhões de dólares (3,72 mil milhões de euros) ou mais”.

No entanto, os valores segurados são “muito inferiores, talvez em torno de mil milhões de dólares (928 milhões de euros)”, afirmou a consultora, “devido à baixa cobertura de seguros nas regiões afetadas”.

A empresa de avaliação de risco referiu que o Grupo de Seguros contra Catástrofes da Turquia (TCIP) foi criado após o terremoto de Izmit, em 1999, para cobrir danos causados por terramotos em edifícios residenciais em áreas urbanas.

A Fitch referiu, entretanto, que o TCIP não cobre perdas humanas, reivindicações de responsabilidade ou perdas indiretas, como interrupção de negócios. Além disso, a cobertura de seguro contra sismos é tecnicamente obrigatória ma Turquia, mas muitas vezes não é aplicada na prática. Como resultado, muitas propriedades residenciais não são seguradas, particularmente em muitas das áreas afetadas, onde o baixo rendimento familiar restringe a acessibilidade a estes seguros.

A cobertura de seguro nas partes afetadas da Síria provavelmente será igualmente baixa, principalmente devido aos efeitos económicos da guerra civil no país, que teve início em 2011.

A maioria dos pagamentos de seguros devido ao terramoto que atingiu os dois países será arcada por resseguradoras globais, de acordo com a Fitch.

Segundo os dados mais recentes, os terramotos, o primeiro com uma magnitude de 7,8 na escala aberta de Richter, e o segundo com 7,5, provocaram pelo menos 17.513 — 14.351 na Turquia, segundo o vice-presidente turco Fuat Otkay, e 3.162 na Síria, de acordo com relatórios oficiais.

 

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INE aumenta peso das despesas com a casa no cálculo da inflação

As despesas com a habitação vão pesar 7% mais no cálculo da taxa de inflação em 2023. Em sentido oposto estarão as despesas com a educação e bebidas alcoólicas que perdem mais de 6% do seu peso.

A taxa de inflação publicada ao longo de 2023 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) terá em conta uma sobreponderação em 7,02% das despesas da habitação e em 8,32% as despesas com vestuário e calçado.

A revisão da ponderação dos vários bens que compõem o cabaz que serve de base ao cálculo do índice de preços no consumidor (IPC) é feita todos os anos pelo INE, para refletir mais fielmente os hábitos de consumo dos portugueses.

“A estrutura de ponderação do IPC, que tem subjacente o conceito de despesa monetária de consumo final das famílias, tem como principal referência os dados detalhados (finais de 2020 e preliminares de 2021) das Contas Nacionais Portuguesas (SEC 2010)”, explica o INE num comunicado publicado esta sexta-feira.

Além disso, tendo em consideração as alterações significativas na estrutura de consumo das famílias que ainda estão a ocorrer no período de recuperação pós-pandemia, “os ponderadores do IPC e IHPC para 2023 foram atualizados com recurso adicional a informação preliminar das Contas Nacionais Trimestrais para 2022, complementada com informação mais detalhada disponível, nomeadamente a obtida para os índices de volume de negócios do comércio a retalho e dos serviços”, refere o INE.

Para este ano, além das despesas com a casa e com o vestuário e calçado, o INE revê também em alta a ponderação que confere às despesas associadas ao setor do lazer, recreação e cultura.

Em sentido oposto, o INE reduziu a ponderação dos bens ligados a sete categorias: bebidas alcoólicas (-6,27%), educação (-6,09%), restaurantes e hotéis (-5,39%), transportes (-4,56%), saúde (-1,46%), comunicações (-0,32%) e alimentação (-0,09%).

Apesar das alterações do peso das várias despesas no cabaz do IPC, não foram suficientes para provocar qualquer mudança na ordem de importância de cada uma das categorias. Desta forma, as despesas com a alimentação mantêm-se como as mais relevantes no cálculo da taxa de inflação, seguidas depois das despesas com os transportes, bens e outros serviços e habitação.

Fonte: INE. Devido a arredondamentos, a soma das parcelas não perfaz o total de 1000.

O INE esclarece ainda que como o grau de detalhe de produtos incluídos no IPC é superior ao proporcionado pelas Contas Nacionais, “para níveis mais desagregados da despesa é utilizada a informação proveniente do Inquérito às Despesas das Famílias e dos Censos, complementada com outras fontes de informação de natureza administrativa, bem como outros inquéritos realizados pelo INE”.

Em consequência disso, o INE esclarece que foram introduzidas alterações na estrutura de ponderação e/ou amostras dos seguintes bens e serviços: cigarros, eletricidade, gás natural, medicamentos e especialidades farmacêuticas, automóveis novos, telecomunicações, jornais e periódicos, jogos e apostas, seguros e serviços financeiros.

Para efeitos de comparação da taxa de inflação com outros países da União Europeia, foi introduzido em fevereiro de 1999 o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC). E tal como sucede todos os anos com o IPC, também o IHPC é sujeito a revisões da ponderação dos bens que compõem o cabaz.

“Do ponto de vista metodológico, não existem grandes diferenças entre o IHPC e o IPC”, refere o INE, destacando que “a diferença resulta sobretudo da inclusão na estrutura do IHPC da despesa realizada pelos não residentes (“turistas”), parcela esta excluída do âmbito do IPC, podendo os dois indicadores apresentar, por este motivo, resultados não coincidentes”, lê-se no comunicado do INE.

Assim, para 2023, considerando os níveis de ponderação dos dois cabazes verifica-se que o IPC sobrepondera todos os indicadores em comparação com o IHPC, com exceção da componente “restaurantes e hotéis”, em que o ponderador do IPC é 45% inferior ao do IHPC.

Fonte: INE. Devido a arredondamentos, a soma das parcelas não perfaz o total de 1000.

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Líder da IL diz que “continua a não haver clareza” do PSD sobre acordos pós-eleitorais

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2023

"A Iniciativa Liberal é hoje o único voto que permite afastar o PS do Governo e não permite que o Chega entre no Governo”, disse Rui Rocha.

O líder da IL, Rui Rocha, considerou esta sexta-feira que “continua a não haver clareza” por parte do presidente do PSD sobre entendimentos pós-eleitorais, reiterando que faltam respostas no sistema político português, mas que não são as dos liberais.

Rui Rocha reuniu-se esta tarde com a administração do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, tendo no final sido questionado pelos jornalistas sobre as declarações recentes do líder do PSD, Luís Montenegro, sobre a política de alianças pós-eleitorais. “Eu quero ser claro no que diz respeito a essa resposta e, sendo claro, creio que continua a não haver clareza”, respondeu.

Sobre a relação do PSD com o Chega, o líder da IL recordou que “a posição da Iniciativa Liberal está clara” uma vez que recusou entrar em qualquer solução que envolva o partido de André Ventura. “Creio que faltam algumas respostas para clarificar o sistema político português, e essas respostas não cabem à Iniciativa Liberal. Quem as pode dar, neste momento, creio que ainda não as deu cabalmente, mas isso já não é uma preocupação que a Iniciativa Liberal deva ter relativamente ao tema”, disse.

Para conseguir “um país completamente diferente”, acrescentou Rui Rocha, “há um conjunto de condições” das quais os liberais não abdicam. “No que diz respeito à política de entendimentos, o que eu posso dizer é que, hoje em dia, face às posições assumidas ou não assumidas, a Iniciativa Liberal é hoje o único voto que permite afastar o PS do Governo e não permite que o Chega entre no Governo”, reiterou, deixando claro que “o parceiro possível neste momento é o PSD” para eventuais coligações pós-eleitorais.

Esta semana, em Gouveia, na Guarda, o presidente do PSD, Luís Montenegro, assegurou que não irá conversar com o presidente do Chega, André Ventura, sobre uma eventual alternativa de Governo à direita, alegando que a sua “coligação preferencial é com os portugueses”.

“Eu não entro nisso. Não vou fazer isso. E podem estar descansados todos os portugueses em casa. Estou a pensar nas vossas vidas. Não estou a pensar nem na vida do doutor António Costa nem na vida do doutor André Ventura”, vincou Luís Montenegro, quando questionado sobre se iria atender o telefone ou dialogar com André Ventura.

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Atração de talento é desafio para a indústria em Leiria

  • ECO
  • 10 Fevereiro 2023

No terceiro debate ECO Local/novobanco, a economia em toda a região de Leiria foi avaliada. Apesar de se destacar pela forte componente industrial, a atração de talento tem sido difícil na área.

O terceiro debate ECO Local/Novo Banco aconteceu esta quinta-feira, dia 9 de fevereiro, em Leiria. Esta é uma iniciativa que percorre o país para refletir sobre os desafios e oportunidades económicas das diferentes regiões. Desta vez, o mote da conversa foi o estado da economia da região de Leiria e os desafios que está a enfrentar.

António Poças, CEO da inCentea (empresa tecnológica), Catarina Louro, vereadora do pelouro da Economia da Câmara Municipal de Leiria, Luís Ribeiro, administrador novobanco, e Rui Brogueira, CEO da Respol (empresa dedicada à indústria de resina), foram os convidados deste terceiro debate, que contou com a moderação de António Costa, diretor do ECO.

Não sendo uma região turística, a economia de Leiria destaca-se pelo potencial industrial da região. O papel das empresas neste campo é, por isso, fulcral para sustentar o modelo económico desta região, no entanto, perante o cenário de crise, estas também são as primeiras a sair afetadas. Ainda assim, a resiliência dos empresários e a capacidade de contornar as situações desafiadoras acabam por manter esta região entre as mais industriais do país.

“A nossa região tem no seu ADN o empreendedorismo e a resiliência, por isso, sempre que tivemos crises, as nossas empresas e empresários conseguiram dar a volta, conseguiram reinventar-se e readaptar-se. Depois da pandemia, e agora com as consequências da guerra, vemos as empresas, mais uma vez, a reconstruir os seus modelos”, começou por dizer Catarina Louro.

Além da resiliência dos empresas da região, outro ponto destacado pelos empresários presentes no debate foi a entreajuda que existe entre as várias entidades, das mais diversas áreas, fixadas em Leiria. “Este entendimento entre as várias entidades da região e os projetos conjuntos que se desenvolvem é um ponto forte da nossa região“, referiu António Poças, da inCentea.

Este é um dos fatores que leva a que a Respol, mesmo tendo 99% de vendas para o exterior, mantenha a sua sede em Leiria. “Temos o know-how e a tecnologia aqui”, reconheceu Rui Brogueira, que ainda revelou ganhos de mais de 80 milhões de euros na Respol Resinas derivados dessas vendas.

Os números dados por Luís Ribeiro, do novobanco, confirmam esta forte vertente exportadora da região: “37% do VAB da região vem do setor industrial, que é muito superior à média do país, que é de 23%. É, também, a região mais exportadora, as exportações de bens pesam mais aqui do que na média nacional, nomeadamente nos setores de cerâmica, vidros, pedras e plástico”.

Atração de talento é fator crítico na região

Se, por um lado, estar numa região menos central aumenta a retenção de pessoas, por outro lado traz um enorme desafio, que é a atração de talento. “A necessidade de atrair talento é crítica e deve ser um fator de investimento por parte de todas as entidades para potenciar o crescimento da região“, continuou o responsável do novobanco.

A região tem uma taxa de desemprego de 3%, o que, para Rui Brogueira, representa outro desafio no processo de contratação. “Estamos numa zona do país que está praticamente no pleno emprego, o que quer dizer que ir ao mercado à procura de pessoas para trabalhar traz uma dificuldade natural porque esses 3% de desempregados representam praticamente as pessoas que não querem ou que não podem trabalhar“, afirmou.

Para resolver esta questão, tanto Rui Brogueira como António Poças concordaram que a solução passa por ir buscar recursos e talentos a outras zonas do país e, até, a outros países. “O problema da falta de pessoas não é recente. Exige medidas globais que, inevitavelmente, passam por atrair pessoas de outros países. Mas, para isso, é importante haver políticas públicas de acolhimento e esse é um desafio que eu acho central“, destacou o CEO da inCentea.

Por sua vez, a vereadora do pelouro da Economia da Câmara de Leiria referiu que o município tem vindo a fazer investimentos em áreas que considera fundamentais para a atração de pessoas, tais como a saúde, a educação, a cultura, o desporto e a ação social: “Ninguém vem para Leiria se não tiver a oferta que tem em Lisboa, portanto este é um caminho que temos trabalhado e do qual temos obtido um resultado positivo”.

Ainda contribuir para a falta de pessoas juntam-se, também, os novos tempos, que trazem consigo novas formas de trabalho mais atrativas, principalmente para os novos talentos, como é o caso do teletrabalho. “A indústria tem para um licenciado uma visão ´menos sexy´ do que uma empresa de tecnologia, por exemplo”, referiu o CEO da Respol.

A questão é que, sendo Leiria uma região muito industrial, a maioria dos empregos necessitam de pessoas a entrar cedo nas fábricas e a ocupar um posto de trabalho presencial. Para isso, António Poças sugeriu a aposta na automação e ainda reafirmou a necessidade de adaptação a estas novas formas de trabalho: “Temos que estar atentos e disponíveis para acolher a realidade do teletrabalho”.

A par disso, Luís Ribeiro destacou, também, uma outra necessidade da região – dar dimensão às empresas. “Das 36 mil empresas que existem na região, 1% são médias, 4% são pequenas e 95% são micro. Mas, naturalmente, para sustentar um crescimento e para trabalhar em mercados globais, a dimensão também é um desafio e há que potenciar esse crescimento e começar a ter, também, empresas com alguma dimensão“, disse.

Crescimento da região traz desafios na mobilidade e habitação

Contudo, mesmo tendo espaço para crescer mais, a verdade é que já se vão evidenciando alguns desafios fruto do crescimento económico da região. Catarina Louro apontou a mobilidade e a habitação como sendo as duas áreas onde se tem vindo evidenciar uma maior necessidade de atenção devido aos elevados preços das rendas e do trânsito nas horas de ponta.

“Há uns anos atrás não havia horas de ponta em Leiria. Neste momento já temos de reavaliar todos os fluxos de trânsito que existem e estudar soluções. Temos também a habitação mais cara, não existe habitação acessível em Leiria e, nós, enquanto município, tentamos entrar no mercado para controlar preços, para que possamos ter uma melhor oferta”, referiu a vereadora.

A falta de acessibilidade foi outro dos pontos abordados. “Não deixa de ser extraordinário que esta região tenha um nível de empresas exportadoras acima da média do país, mas não tenha um serviço de proximidade adequado no que diz respeito a portos. Temos que utilizar o Porto de Leixões ou o Porto de Sines, uma vez que o Porto de Lisboa e o Porto da Figueira da Foz são muito limitados – e, depois, não temos ferrovia. E era importante pensar-se na ligação ferroviária do centro de Portugal para a Europa“, referiu Rui Brogueira.

Nesse sentido, Catarina Louro garantiu que a câmara tem feito a “pressão política que pode fazer” e mencionou, ainda, a ideia que tiveram sobre a criação de um aeroporto em Leiria, precisamente para facilitar essa logística. A ideia seria aproveitar a base aérea de Monte Real, no entanto, visto não ter havido um consenso nesse âmbito, a vereadora ressalvou que o “importante era trazer um aeroporto para a região centro, não necessariamente em Leiria”.

Veja aqui o debate:

 

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