Comissão de trabalhadores da TAP acusa administração de impedir plenário e marcha
Concentração à entrada das instalações da companhia aérea, em Lisboa, quase não teve adesão. Presidente da Comissão de Trabalhadores justificou com o facto de acontecer em horário pós-laboral.
A Comissão de Trabalhadores (CT) da TAP acusou hoje a gestão da empresa de “tentativa de estrangulamento” da ação das organizações representativas dos trabalhadores (ORT), por ter colocado entraves à realização de um plenário nas instalações, seguido de marcha.
“Ao contrário daquilo que tem acontecido ao longo dos anos, desde o 25 de Abril, esta comissão executiva decidiu pôr entraves à realização do plenário e da marcha, dizendo que sofre de ilicitude, porque nós não definimos serviços mínimos essenciais”, disse aos jornalistas a coordenadora da CT da TAP, Cristina Carrilho, à entrada das instalações da companhia aérea, em Lisboa, onde estava marcada uma concentração de trabalhadores, que quase não teve adesão.
“Há aqui nitidamente uma tentativa de estrangulamento da ação das organizações representativas dos trabalhadores”, acusou a responsável.
Na sexta-feira, a CT anunciou que ia promover um plenário seguido de marcha, sobre a privatização da empresa, à qual se opõe, mas, depois de informada pela Comissão Executiva de que a ação seria ilícita, decidiu alterar para uma concentração de trabalhadores que estivessem fora do horário de trabalho.
“A comunicação que seguiu para a Administração a informar do plenário e a pedir a utilização das instalações é exatamente igual àquela que se manda sempre que há um plenário e nunca houve entraves a que esse plenário se realizasse. Sempre houve bom senso por parte da empresa de informar as chefias e de estas definirem, em cada serviço, quantos trabalhadores se podem ausentar”, explicou Cristina Carrilho.
Para a CT, esta posição da empresa, juntamente com a decisão de deixar de permitir que um elemento da CT esteja a tempo inteiro naquelas funções, constitui “uma tentativa de limitar a ação das ORT”, com o objetivo de passar a imagem de “uma paz laboral e social na empresa”.
“Se o objetivo da Christine Ourmières-Widener [presidente executiva] é de implementar o plano de reestruturação e chegar a bom porto para receber os dois ou três milhões que foram prometidos se cumprisse os tais objetivos e vender a empresa, que também deve ser um dos objetivos que estão no contrato dela, embora eu desconheça, com certeza que uma empresa que não tem paz social não é tão apetecível como uma empresa que tem uma paz social, nem que seja forçada“, apontou a coordenadora da CT.
Questionada sobre a falta de adesão à iniciativa, Cristina Carrilho justificou-a com o facto de acontecer em horário pós-laboral. “Neste momento, os trabalhadores já estão tão fartos das políticas tomadas por esta comissão executiva que eu acho que eles já não se importam, já não querem saber”, apontou.
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