Dona do Pingo Doce vai produzir fruta com o grupo Luís Vicente
Depois de investir nos laticínios, na agropecuária e na aquacultura, a Jerónimo Martins reforça a aposta nas frutas e legumes, através da produção conjunta de mandarina, nectarina, pêssego e ameixa.
A Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce e do Recheio, e o grupo Nuvi, detido por Luís Vicente, decidiram juntar-se para criar uma empresa para a produção de frutas como mandarina, nectarina, pêssego e ameixa, de acordo com um aviso publicado pela Autoridade da Concorrência (AdC) esta quinta-feira.
Esta empresa comum será composta pela Jerónimo Martins Agro-Alimentar, o braço da produção agrícola e piscícola da Jerónimo Martins, e o Grupo Luís Vicente, a unidade dentro do Grupo Nuvi dedicada à produção e comercialização de fruta e produtos hortícolas.
Com presença em vários países, mas concentrada sobretudo em Portugal e em Angola, o grupo Nuvi tem também forte presença na produção, embalagem e comercialização de refrigerantes, como a Coca-Cola, Fanta, Sprite, Blue, águas e a cerveja Tigra.
Nos últimos anos, o grupo detido pela família Soares dos Santos tem investido em várias áreas de negócio dentro do setor agroalimentar. Depois dos laticínios, da agropecuária e da aquacultura, reforça agora a aposta nas frutas e legumes, menos de três anos depois de se juntar ao empresário António Silvestre Ferreira, dono da Herdade Vale da Rosa, para produzir uvas sem grainha em regime biológico, em Ferreira do Alentejo.
Este avanço da Jerónimo Martins acontece numa altura em que o setor agroalimentar está debaixo de fogo devido ao disparo dos preços. O primeiro-ministro sublinhou esta quinta-feira a criação de “instrumentos de política pública” que permitam conter essa subida, prometendo novidades sobre essa matéria para a próxima semana, quando forem anunciados novos apoios para as famílias. E esta tarde, no Parlamento, o secretário de Estado com a pasta do Comércio prometeu “reprimir com rigor práticas comerciais abusivas” nos preços dos alimentos.
Embora a apresentação dos resultados anuais do grupo Jerónimo Martins esteja agendada apenas para o dia 22 de março, o grupo já anunciou que as vendas do grupo de distribuição dispararam 21,5%, para 25,4 mil milhões de euros, “com o sólido desempenho de todas as insígnias” a impulsionar o crescimento retalhista alimentar.
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