Exclusivo Propostas para a Efacec até 10 de abril
Os cinco candidatos selecionados para a segunda fase de reprivatização da Efacec têm de apresentar propostas melhoradas até ao próximo dia 10 de abril
Os cinco candidatos à compra da Efacec, um dos quais em consórcio, foram convidados a apresentar propostas vinculativas melhoradas face às ofertas já entregues até ao próximo dia 10 de abril, revelaram ao ECO duas empresas que estão na corrida. A apresentação da chamada Best and Final Offer (BAFO) será assim mais uma etapa no concurso para a reprivatização dos 71,73% do capital da companhia que está hoje no universo da Parpública, a empresa do Estado.
O modelo de venda desta segunda fase escolhido pelo Governo surpreendeu os candidatos, que estavam à espera da seleção de uma ‘short-list’ na sequência da avaliação das propostas pela Parpública. Surpreendentemente, passaram à fase seguinte todos os candidatos que se tinham apresentado — um sexto, um consórcio espanhol e francês, desentendeu-se –, o que não é habitual neste tipo de concurso. É que para a apresentação de uma BAFO, os candidatos já terão custos acrescidos, avaliados entre meio milhão e um milhão de euros, nomeadamente em consultoria estratégia e jurídica.
Neste contexto, e face aos números financeiros da Efacec de 2022 e à crescente saída de quadros qualificados da empresa no último ano, há dúvidas de que as propostas para esta segunda fase venham a ser efetivamente propostas melhoradas. Como o ECO revelou em primeira mão, e depois confirmado oficialmente em resolução de conselho de ministros, da ‘long list’ de cinco candidatos, os dois grupos industriais portugueses, o consórcio Visabeira/Sodecia e a Mota-Engil, fizeram ofertas pelos ativos da Efacec, mas não querem adquirir as ações da empresa. Já os três fundos de ‘private equity’, a portuguesa Oxi e os estrangeiros Mutaris e Oaktree, terão apresentado propostas pela totalidade do capital em venda, isto é, os 71,73% das ações.
As contas da Efacec relativas a 2022 ainda não estão fechadas, mas, como o ECO também já revelou, a gravidade da situação financeira da empresa exige que o Estado, como acionista maioritário, esteja a injetar cerca de dez milhões de euros por mês desde novembro, além dos 165 milhões de euros já injetados na companhia, sob a forma de capital ou de garantias a empréstimos bancários. Dez milhões para manter a operação aberta.
De acordo com as contas, ainda provisórias, relativas a 2022, a Efacec fechou mesmo o ano com um prejuízo operacional superior a 105 milhões de euros e, beneficiando de um mecanismo contabilístico relativo a imposto sobre o rendimento (diferido), o prejuízo líquido consolidado terá sido de cerca de 60 milhões de euros. Pior, o volume de negócios da Efacec passou de 224 milhões de euros em 2021 para 154 milhões em 2022. Está, por isso, em situação de falência técnica, com capitais próprios negativos, e a dívida já supera os 250 milhões de euros.
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