Emissões de títulos de dívida em máximos de dois anos

  • ECO
  • 11 Abril 2023

Em fevereiro, as emissões líquidas de títulos de dívida (empresas e Estado) superou os 3,6 mil milhões de euros, o dobro do registado no mês anterior e o valor mais elevado desde fevereiro de 2021.

No final de fevereiro, o valor total de títulos emitidos por entidades residentes superou os 462 mil milhões de euros, mais 1,4 mil milhões de euros do que no final do mês anterior, segundos dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal.

Entre os principais causadores desta situação esteve a emissão de títulos de dívida por parte de empresas e do Estado, que contabilizou emissões líquidas de 3,6 mil milhões de euros, o dobro do registado em janeiro e o valor mais elevado desde fevereiro de 2021.

O setor das administrações públicas foi o que mais contribuiu para este resultado, com as emissões de títulos a excederem as amortizações em 5,2 mil milhões de euros. Por outro lado, as empresas não financeiras e o setor financeiro apresentaram ambos amortizações superiores às emissões em 0,4 mil milhões de euros”, refere a entidade liderada por Mário Centeno.

O Banco de Portugal revela ainda que o montante acumulado em emissões de títulos foi superior às amortizações em 4,4 mil milhões de euros. “As emissões de títulos de dívida e de ações superaram as amortizações em 3,6 e 0,8 mil milhões de euros, respetivamente.”

No final de fevereiro, estavam previstas amortizações de 49,1 mil milhões de euros para os 12 meses seguintes, cerca de 17,9% dos 274,3 mil milhões de títulos de dívida vivos naquela data.

De acordo com dados do Banco de Portugal, “destacavam-se as Administrações Públicas com amortizações calendarizadas, para outubro de 2023 e para fevereiro de 2024, de 10,1 e 8,1 mil milhões de euros, respetivamente.” Nos restantes setores, as principais amortizações estavam calendarizadas para março de 2023 – 4,6 mil milhões de euros nas empresas não financeiras -, e outubro de 2023 – quatro mil milhões de euros nas sociedades financeiras.

Nas empresas não financeiras, as amortizações previstas correspondiam, em larga medida, a papel comercial, um instrumento de financiamento de curto prazo muito utilizado pelas empresas portuguesas e que é habitualmente objeto de renovação, isto é, de amortização acompanhada de nova emissão, igualmente de curto prazo. “É, por isso, previsível que se registe sistematicamente um valor elevado de amortizações calendarizadas para os 30 dias após o fim do mês”, refere o Banco de Portugal.

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