PS diz que relatório da TAP “não tem espírito, tem corpo”
Bruno Aragão critica os partidos que "entenderam não fazer qualquer apresentação de propostas e portanto ficarem no seus redutos", como o PSD e a IL.
O PS considerou esta terça-feira não haver “uma maioria de diálogo sem uma minoria de diálogo” e criticou partidos como o PSD que não propuseram mudanças ao relatório do inquérito da TAP, assegurando haver margem para acomodar algumas alterações.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, o coordenador do PS na comissão de inquérito à TAP, Bruno Aragão, considerou haver “uma distinção clara entre o que será a fase final e aquilo que ela poderia ser”.
“Há partidos que optaram por fazer essa apresentação [de propostas], por melhorar o relatório, por debater e discutir e por se sujeitarem ao escrutínio um dos outros. Há depois os outros que entenderam não fazer qualquer apresentação de propostas e portanto ficarem no seus redutos, fazerem a apresentação de um conjunto de conclusões, apensá-las como sempre seria seu direito a esse relatório e não as sujeitar em nenhum momento à votação”, comparou.
Na opinião do socialista, “não há uma maioria de diálogo sem uma minoria de diálogo” e, em relação à conferência de imprensa que aconteceu horas antes no parlamento, sublinhou que “um relatório não tem espírito, tem corpo”, explicando que aquilo que é votado “é o corpo de um relatório” onde estão a introdução, factos e conclusões.
“Aquilo que vemos pela apresentação que os outros partidos fizeram de um conjunto de propostas é que há margem para essas propostas serem acomodadas, para poderem melhorar o relatório e para podermos ter uma versão que responda mais à expectativa que os diferentes partidos têm sobre isso”, assegurou. Bruno Aragão continuou as críticas ao PSD, considerando que um relatório “não se faz com perguntas acusatórias, mas com respostas”.
Segundo o socialista, os social-democratas centraram as “suas conclusões em dois grandes momentos”, ou seja, a noite de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas – “que deve ser evidentemente escrutinada em sede própria” – e “naquilo que pode ter sido a ingerência que o PSD entende que o Governo teve sobre a TAP independentemente das respostas que tiveram”, acusando-os de ignorar os fundos Airbus.
“Aquilo que peço aos partidos que apresentaram propostas é que possam discutir com o PS a melhor forma de as incluir no relatório sempre que as maiorias que se vão formando, proposta a proposta, assim o justificarem”, desafiou.
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