Indústria do calçado antecipa nova subida de 7,3% nos preços até ao final do ano
Inquérito prevê aumento do consumo de sapatos na segunda metade do ano, com o preço médio de venda a progredir 7,3%. Custo das mercadorias e matérias-primas continua a ser maior preocupação do setor.
A indústria do calçado prevê um aumento médio de 7,3% nos preços durante os próximos seis meses, período em que espera igualmente que a quantidade de sapatos vendidos globalmente cresça à volta de 3%.
A estimativa dos empresários do setor integra a mais recente edição do World Footwear Business Conditions Survey, em que o painel de inquiridos perspetiva uma “tendência positiva” na importação de sapatos durante a segunda metade do ano e uma manutenção dos níveis de emprego.
Embora a incidência esteja a baixar face à edição anterior (59% vs. 81%), os custos das mercadorias e das matérias-primas continuam a ser a principal preocupação das empresas de calçado que participam neste boletim. Seguem-se na lista a procura mais fraca e as dificuldades financeiras.
Em 2022, a indústria portuguesa do calçado viu o preço médio de venda dos sapatos para os mercados internacionais subir 8,7%, para 26,40 euros por par, contribuindo para o novo máximo histórico registado pelo cluster do calçado e artigos de pele.
Com vendas totais de 2.347 milhões de euros no exterior – dos quais 2.009 milhões de euros em calçado, num total de 76 milhões de pares, uma quantidade 10,5% superior à do ano anterior –, no último exercício, o setor progrediu 22,2% em termos de valor exportado.
Evolução da produção e das exportações do calçado português
A fileira do calçado emprega atualmente 40.730 trabalhadores em Portugal, contabilizando ter criado 3.259 postos de trabalho no ano passado. Em maio, a associação do setor (APICCAPS) iniciou uma mega campanha para “atrair uma nova geração de talento” às fábricas nacionais, que arrancou em 86 escolas primárias de Felgueiras, Guimarães, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira e S. João da Madeira.
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