Europa não pode ser egoísta ou “perde oportunidade histórica”, diz Marcelo
A Europa "chegou cedo às alterações climáticas, mas está a chegar tarde à abertura a África e outros continentes, a ter uma política comum de migrações", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta quinta-feira que a Europa “está a chegar tarde” à abertura a outros continentes e a ter uma política comum de migrações, apelando a que não seja “egoísta”, caso contrário “pode perder uma oportunidade histórica”.
“Em muitos aspetos, a Europa está a ir tarde, noutros não: chegou tarde à pandemia, chegou cedo às alterações climáticas, mas está a chegar tarde à abertura a África e outros continentes, a chegar tarde a ter uma política comum de migrações”, disse, em declarações aos jornalistas antes da cerimónia de acolhimento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que tem início às 17h45 no Parque Eduardo VII.
Marcelo Rebelo de Sousa comentava as declarações do Papa Francisco acerca do papel da Europa no mundo, defendendo que “tem toda a razão”. “No fundo, (o Papa) disse da Europa o seguinte: ‘Neste momento de guerra, de reconstrução da paz, ou está à altura do seu papel, ou fica marginalizada, porque evidentemente há outras potências mundiais, como os EUA e a China, que quererão jogar e desempenhar um papel económico, social e político no mundo“, apontou.
Para o Chefe de Estado, o continente europeu “tem um conjunto de valores que são seus, mas ou mantém a unidade, é fiel aos seus valores, projeta-se para fora e tem a capacidade de compreender que se tem de dar com a África, a América Latina, a Ásia e não ser egoísta, ou então perde uma oportunidade histórica“.
Questionado sobre as conversas privadas com o líder da Igreja Católica, Marcelo respondeu que aquilo que o Papa Francisco diz nos discursos “é o que diz e pensa em privado”. “O Papa tem tido tempo para tudo; além do que estava programado, ocupa os tempos disponíveis para ir ouvindo sobre os temas que acha fundamentais”, realçou.
Reafirmando que “é preciso substituir o medo pelo sonho”, como disse o Papa num dos seus discursos, o Presidente da República sublinhou ainda que, depois da JMJ, o sonho é “converter em realidade aquilo que foi falado (na Jornada) como sonho para a juventude”.
(Notícia atualizada às 16h32)
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