PP pediu a socialistas que viabilizem governo de direita para dois anos. Sanchéz recusou
O presidente do Partido Popular espanhol pediu ao líder dos socialistas para viabilizar um governo minoritário de direita em Espanha para dois anos, mas a proposta foi recusada.
O presidente do Partido Popular espanhol, Alberto Núñez Feijóo, pediu hoje ao líder dos socialistas, Pedro Sánchez, para viabilizar um governo minoritário de direita em Espanha para dois anos, mas revelou que a proposta foi recusada.
Feijóo, que venceu as eleições legislativas de 23 de julho mas não tem uma maioria e apoio no parlamento que lhe garanta a investidura como primeiro-ministro, disse hoje que propôs a Sánchez um acordo ao abrigo do qual governaria o partido mais votado, como sempre aconteceu na democracia espanhola nos últimos 45 anos, e que acabaria com a influência dos independentistas catalães e bascos.
Segundo Feijóo, o líder do PSOE, que é também o atual primeiro-ministro em funções, recusou esta proposta e “prefere fazer acordos com independentistas” e “negociar amnistias e referendos”. O presidente do Partido Popular (PP, direita) referia-se às exigências de forças políticas catalãs para a viabilização de um novo governo de esquerda em Espanha, relacionadas com os condenados e acusados pela justiça pela tentativa de autodeterminação da Catalunha de 2017, para quem pedem uma amnistia.
“Constatei a recusa do secretário-geral do partido socialista à proposta de igualdade de todos os espanhóis”, afirmou Feijóo, que acrescentou que Sánchez está disposto a aceitar as “exigências de partidos minoritários e que não respeitam a Constituição” para continuar à frente do Governo do país.
O presidente do PP disse que propôs a Sánchez “seis grandes pastos de Estado” e que os socialistas viabilizassem um governo dos populares para uma legislatura de dois anos, o tempo para pôr em marcha esses acordos.
Passado esse período, o PP comprometia-se a convocar novas eleições, disse Feijóo, que afirmou ter proposto pactos para reformas que considera serem necessárias no país, relacionadas, entre outras áreas, com a sustentabilidade do serviço público de saúde, as pensões, a gestão da água, a reorganização de instituições como o Senado, “o saneamento” económico ou a independência do poder judicial.
Feijóo sublinhou que PP e PSOE obtiveram mais de 60% dos votos nas últimas eleições e que os partidos que defendem a Constituição e a integridade territorial de Espanha superaram os 90%, sendo “incompreensível” que os separatistas, que tiveram 6%, “possam condicionar a governabilidade e decidir as políticas de Estado”.
A reunião entre Feijóo e Sánchez durou um pouco menos de uma hora e os socialistas ainda não comentaram a proposta do líder do PP. A reunião, em Madrid, ocorreu a pedido de Feijóo, que assim iniciou uma ronda de contactos com outros líderes partidários com o objetivo de reunir apoios para a eventual investidura como chefe do Governo numa votação no plenário dos deputados agendada para 26 e 27 de setembro.
O PP foi o partido mais votado nas eleições de 23 de julho e o Rei de Espanha indicou na semana passada Feijóo como candidato a primeiro-ministro. O PSOE tem dito que a investidura do líder do PP como primeiro-ministro pelo parlamento está “condenada ao fracasso” e assegura que, apesar de ter sido o segundo partido mais votado, tem condições para voltar a formar governo, com os votos dos deputados de uma ‘geringonça’ de forças de esquerda, extrema-esquerda, regionalistas, nacionalistas e independentistas.
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