Receitas do turismo abrandam pelo sexto mês consecutivo
Desde fevereiro que os proveitos têm apresentado um abrandamento da taxa de crescimento homóloga, passando de 97,2% em janeiro deste ano para apenas 10,6% em julho.
O aumento dos preços praticados no turismo estão fazer com que as estadias fiquem mais curtas. Em julho, as receitas totais do turismo ascenderam a 754 milhões de euros, ficando 41% acima das verbas encaixadas no mesmo mês em 2019, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira em comunicado.
Entre o total de receitas registadas em julho, 79% (597 milhões de euros) são proveitos conseguidos através das dormidas (8,8 milhões nesse mês) dos 3,2 milhões de hóspedes. O valor das receitas das dormidas também subiu 11,5% face a julho de 2019.
Os dados do INE revelam ainda que, entre janeiro e julho deste ano, os proveitos totais ascendem a mais de 3,2 mil milhões de euros, superando o total de proveitos gerados em 2020 e 2021 em conjunto e quase dois terços dos proveitos registados em todo o ano de 2022.
No entanto, desde fevereiro que os proveitos têm apresentado um abrandamento da taxa de crescimento homóloga, passando de 97,2% em janeiro deste ano para apenas 10,6% em julho.
Esta desaceleração é acompanhada pela subida dos preços das estadias, que atingiram valores recorde. Em julho, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) – o preço por noite – foi de 137,9 euros, mais 9,7% face ao período homólogo. Face a julho de 2019, o ADR cresceu 29,1%. O valor máximo por noite tinha sido registado em agosto de 2022, com uma média de 136 euros.
Enquanto sobem os preços por noite nos estabelecimentos de turísticos, caem o período das estadias. Em julho, a média de cada estadia era de 2,78 noites e no período homólogo era de 2,84 noites. No acumulado, entre janeiro e julho, a estadia média fixou-se em 2,55 noites, caindo 2,4% face ao mesmo período de 2022.
Ainda no acumulado, entre janeiro e julho de 2023, os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 16,8 milhões de hóspedes (+17,6%) e 42,8 milhões de dormidas (+14,8%). As dormidas de residentes aumentaram 5,2% e as de não residentes cresceram 19,4%. Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas aumentaram 9,8% (+12,8% nos residentes e +8,6% nos não residentes).
Os dados do INE revelam ainda que, em julho, entre as várias zonas do país, o preço médio por noite atingiu novos máximos históricos na zona de Lisboa, passando para 152,3 euros (subindo 12,4% face ao período homólogo), nos Açores com 129,4 euros (mais 18,2% face a julho de 2022) e na Madeira com 111,6 euros (crescendo 14,3%). No entanto, foi no Algarve que se registou o valor mais elevado de preço por noite com 174 euros, mais 7,8% quando comparado com julho de 2022.
Ourém foi o concelho com maior aumento de dormidas
Entre os concelhos mais procurados pelos turistas, no total de dormidas, Albufeira foi o segundo município mais procurado pelos turistas com 1,1 milhões de dormidas, mas continuou aquém dos níveis registados em 2019 (com menos 10,9%).
Já o concelho de Ourém, que abrange Fátima, registou o maior aumento de dormidas, subindo 27,2% face a julho de 2022, tanto de residentes (+15,1%) como de não residentes (+34,5%).
Sem surpresa, Lisboa concentrou 16,2% do total de 8,8 milhões de dormidas em julho, das quais 7,4% foram estadias de portugueses e 20,3% de estrangeiros, atingindo 1,4 milhões. Comparando com julho de 2019, em Lisboa as dormidas aumentaram 6,1% (+1,8% nos residentes e +6,8% nos não residentes).
No Funchal, registaram-se 583,9 mil dormidas (quota de 6,6%), tendo aumentado 26,2% (+62,5% nos residentes e +21,8% nos não residentes) face a julho de 2019.
No Porto, registaram-se 570,6 mil dormidas (6,5% do total), um acréscimo de 20,9% face a julho de 2019 (+18,2% nos residentes e +21,4% nos não residentes).
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