Seguradora de saúde Planicare em expansão. Quer chegar ao top 5

Acaba de juntar a Lusíadas Saúde como prestadora, vai estabelecer uma rede nacional de mediadores para ter alcance nacional, está bem capitalizada e compradora de negócios. A Planicare quer descolar.

Nasceu seis meses antes da pandemia e durante estes anos juntou 80 mil segurados através da captação de clientes nos balcões que tem na rede de hospitais e clínicas da Trofa Saúde. Agora a Planicare que levantar voo e começa a revelar os meios que tem para sustentar a sua ambição.

A equipa executiva para materializar elevadas ambições: Rui Dinis, José Garcia e Gonçalo Carvalho.

Para começar o novo ciclo a seguradora junta novos prestadores à sua rede. Em breve o grupo Lusíadas Saúde outras empresas com quem há negociações, alargando a oferta que até agora estava centrada na Trofa Saúde, grupo com presença forte no norte de Portugal. Ao mesmo tempo tem início a procura por novos prestadores para fortalecer a oferta de seguros e serviços a todo o território nacional.

Na conquista de novos clientes a Planicare vai constituir uma rede de mediação, ou de mediadores, com o objetivo de conseguir mais clientes particulares e empresas a nível nacional. Neste segmento, a seguradora vai avançar com acordos institucionais como associações empresariais. Para ambos os segmentos, mediadores serão precisos.

O objetivo é estarmos nos 5 maiores seguradores de saúde dentro de 5 ou 6 anos”, diz Gonçalo Carvalho, CFO (administrador financeiro) da Planicare. Com uma carreira na PwC e Deloitte como auditor de seguradoras em Portugal e outros países europeus é um dos três administradores executivos em conjunto com o vice presidente Rui Dinis e com o CMO (administrador comercial e marketing) José Garcia que, após 25 anos de Mapfre – e com destaque na montagem da rede comercial norte da seguradora espanhola – tem a missão de expandir o negócio.

Como não executivo está o presidente António Vila Nova que, com António Carneiro, são detentores da larga maioria do capital da holding Âmbito Relevo que detém 100% da Planicare. Estes empresários têm interesses no retalho, saúde, TI e imobiliário e holding Âmbito Relevo será detentora de interesses na área seguradora que, para já, é a Planicare, mas que se pode estender a novos investimentos: “estamos atentos a oportunidades que surjam”, refere Gonçalo Carvalho. A administração conta ainda com Paulo Nogueira como administrador não executivo.

Capitais fortalecidos para sustentar expansão

Desde o seu começo que os passos têm sido rápidos. Embora em 2022 com 9,8 milhões de euros de prémios, ainda só detivesse 0,8% dos seguros de saúde, o crescimento duplicou a faturação em 2021 relativamente a um ano antes, subiu 30% em 2022 e em 2023 espera atingir 12 milhões de euros de prémios, uma nova subida de 30% quando o mercado dos seguros de saúde está com um crescimento de cerca de 16%.

Para o crescimento planeado, a capitalização está fortemente preparada. A Planicare tem um um ativo de 11,5 milhões de euros e capitais próprios de 7,3 milhões constituído por um capital social de 2,5 milhões de euros, reforçados com sucessivos resultados líquidos que em 2022 foram de 1,9 milhões de euros e que este ano vão superar esse valor, segundo Gonçalo Carvalho.

Os bons resultados são consequência da baixa sinistralidade que a carteira de clientes tem apresentado, 54% no último ano, quando o mercado atinge mais de 75%.

Segundo Gonçalo Carvalho a explicação está em que muitos segurados são estreias no mercado dos seguros de saúde, empurrados pelo mau funcionamento do SNS, e ainda não estão habituados à sua utilização.

No futuro Gonçalo Carvalho espera um agravamento da sinistralidade. Em primeiro lugar porque os utilizadores particulares, que são atualmente 95% da carteira da Planicare, começam a intensificar o uso e, depois porque o crescimento dos clientes se fará muito através de empresas e, nesse segmento, a sinistralidade é, por norma, mais elevada.

A possibilidade de expandir o negócio para além da Saúde não é prioritária e, a acontecer, os seguros os acidentes pessoais serão o passo mais natural, afirma Gonçalo Carvalho que afasta a hipótese de a Planicare vir a explorar os seguros obrigatórios como automóvel ou acidentes de trabalho.

Se para as ambições é preciso estar capitalizado, para além das evidências no balanço em relação ao elevado valor dos capitais próprios, também o passivo apresenta características únicas de investimento das provisões. Gonçalo Carvalho revela que a seguradora em lugar dos investimentos tradicionais em obrigações ou ações – que tempos turbulentos ainda atravessam – a Planicare decidiu colocar em depósitos a prazo em bancos com rating A.

Este passo vai permitir chegar ao final deste ano com um rácio de solvabilidade (SCR) acima dos 300%, quando a média das seguradoras portuguesa é 198% e o mínimo tolerado pela ASF é 100%.

A ambição de atingir o top 5 do mercado não é caminho fácil para 5 anos. Fidelidade com Multicare, Grupo Ageas com Médis, Tranquilidade com Advance Care dominam 76% do mercado e com a Allianz e Victoria o grupo da frente detém 88% de quota de mercado. No entanto a Planicare já é a 13ª maior seguradora saúde, numa altura em que 24 seguradoras estão a querer aproveitar a expansão do ramo.

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