Nível de emissões poluentes em Portugal voltou a cair em 2021

Desde 2012 que o potencial de aquecimento global tem vindo a cair em Portugal. Em 2021, os setores da energia e indústria foram os principais contribuidores para esta queda.

O nível de emissões de gases de efeito de estufa (GEE) em Portugal voltou a cair em 2021. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Potencial de Aquecimento Global (GWP), indicador que mede o nível de emissões a nível nacional que mais contribuem para o aquecimento global, caiu 1,6% para 58,5 milhões de toneladas de equivalente de CO2 em 2021, face a 2020. Segundo o INE, este é “o resultado mais baixo da série iniciada em 1995“, e deveu-se, essencialmente, ao decréscimo de 2,4% das emissões de dióxido de carbono (CO2).

Segundo os dados divulgados esta sexta-feira, a “energia, água e saneamento” e a “indústria” foram os setores que mais contribuíram para esta diminuição: 12,6% e 4,5%, respetivamente. Relativamente à redução de emissões de CO2, aconteceu devido ao decréscimo das emissões da produção de eletricidade, que registaram uma redução de 22,2% em relação ao ano anterior, “resultado do efeito combinado do aumento relativo da energia renovável no total da energia produzida em Portugal com o fim do uso de carvão na produção elétrica“.

A redução do potencial de aquecimento global e das emissões de CO2 em Portugal aconteceu num ano marcado pelos efeitos da pandemia da Covid-19 e ainda num “contexto económico de forte crescimento económico em que o Valor Acrescentado Bruto aumentou 5,5% em volume, a maior evolução positiva desde 1990”, detalha o INE. Este último fator contribuiu, no entanto, para aumentos das emissões de gases de efeito de estufa nos ramos dos “transportes, informação e comunicação” (23,8%),”construção” (10,3%) e “comércio e restauração” (7,6%).

A redução do GWP, em 2021, acompanha uma tendência que se verifica desde 2012. Segundo o INE, nos últimos dez anos, verificou-se uma diminuição de 15,5% do global de emissões de gases de efeito de estufa, em Portugal. Para esta evolução contribuíram as reduções das emissões de CO2 (-20,8%) e de metano (-7,1%), “ainda que as emissões dos restantes gases com efeito de estufa tenham aumentado”, nomeadamente, o N2O que embora tenha uma fraca contribuição para o total das emissões, registou uma subida acentuada de 43%.

O Potencial de Aquecimento Global é calculado através da combinação dos gases que mais contribuem para o aquecimento global: o dióxido de carbono (CO2), o óxido nitroso (N2O), o metano (CH4), os hidrofluorocarbonetos (HFC), os perfluorocarbonetos (PFC) e o hexafluoreto de enxofre (SF6).

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