Demolição da refinaria da Galp em Matosinhos arranca a 23 de outubro. Vai demorar dois anos e meio
Plano de desmantelamento da refinaria de Matosinhos da Galp arranca na próxima semana. Finalizado o desmantelamento, seguir-se-á a fase de reabilitação ambiental dos solos.
A demolição da refinaria de Matosinhos vai arrancar já na próxima semana, a 23 de outubro, na zona sul do complexo. A decisão faz parte do plano da Galp, apresentado esta quarta-feira, que tem como objetivo desmantelar a infraestrutura por completo, depois de ter sido encerrada em dezembro de 2020 por decisão da petrolífera. A duração global deste projeto é estimada em dois anos e meio.
“Mais do que o fim de uma era, encaramos este momento como um novo começo“, indica a Galp, detalhando que, nesta primeira fase do desmantelamento, os trabalhos incluem um conjunto de medidas para “monitorizar, controlar e mitigar possíveis constrangimentos pontuais”, sejam eles relacionados com ruídos, poeiras, odores ou movimento de viaturas.
Esta primeira fase da reabilitação do espaço vai começar pela demolição dos tanques de armazenagem, na zona sul da refinaria. De acordo com uma nota de imprensa, “esta será a face mais visível” deste processo de descomissionamento e desmantelamento da antiga refinaria de Matosinhos, que se iniciou há cerca de dois anos com o aval da Agência Portuguesa do Ambiente.
Segundo a Galp, durante esse período foi implementado “um vasto conjunto de operações preparatórias”, nomeadamente a paragem das unidades processuais em segurança, o processo de limpeza e desgaseificação de todas as unidades processuais, equipamentos e tubagens. Isto tudo, explica a Galp, “para garantir a eliminação de hidrocarbonetos e produtos”.
Finalizado o desmantelamento, agendado para 2026, seguir-se-á a fase de reabilitação ambiental dos solos.
A Galp e a Câmara de Matosinhos previam a construção de um novo polo da Universidade do Porto nos terrenos da refinaria, algo que se tornou inexequível devido a regras de segurança levantadas pela Proteção Civil. Assim, o denominado de Innovation District, financiado em 60 milhões de euros pela Comissão Europeia, irá nascer fora dos terrenos da Petrogal, ainda que junto à refinaria. A empresa prevê a criação de 20 a 25 mil postos de trabalho diretos ou indiretos num prazo de dez anos.
Recorde-se que a 21 de dezembro de 2020, em plena pandemia de Covid-19, a Galp anunciou que ira proceder ao encerramento da refinaria de Leça da Palmeira, em Matosinhos, passando a concentrar as suas atividades no complexo de Sines. A decisão afetou 400 trabalhadores, dos quais 40% chegaram a acordo com a petrolífera.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h36)
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