Lucros da Navigator caem 26% para 201 milhões de euros até setembro
As contas do terceiro trimestre ficaram marcadas por uma queda homóloga de 29% do volume de negócios e por uma correção de 40% do EBITDA.
O ano de 2023 tem sido particularmente desafiante para a Navigator e para os seus acionistas. De acordo com um comunicado publicado esta quarta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 201 milhões de euros, menos 26% face aos resultados apresentados há um ano no mesmo período.
Os números referentes apenas ao terceiro trimestre do ano espelham bem a forte contração da atividade da empresa entre julho e setembro. Segundo a Navigator, o volume de negócios da empresa liderada por António Redondo fixou-se nos 481 milhões de euros no terceiro trimestre, menos 29% face ao período homólogo, quando alcançou 680 milhões de euros.
A mesma contração é espelhada no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que se fixou nos 124 milhões de euros, menos 40% face aos valores contabilizados no terceiro trimestre de 2022. A papeleira, que é detida em 70% pela Semapa, justifica os valores apresentados pelo “contexto especialmente adverso” neste período.
“Recorde-se que o ano de 2023 compara com um ano extraordinário [2022] em que os preços atingiram níveis históricos, por um desequilíbrio sem paralelo entre oferta e procura em todos os produtos, justificado por limitações logísticas e por uma inflação de custos que em 2023 temos conseguido controlar com sucesso, estando os cash costs já ao nível do início de 2022″, lê-se no comunicado da empresa enviado para a CMVM.
Além disso, a Navigator ressalva que, quando se compara os resultados alcançados no terceiro trimestre deste ano com o período homólogo, “verificamos uma acentuada quebra de custos em todos os segmentos, com uma redução entre 16% e 18% nos segmentos de pasta e papel e de perto de 12% no segmento de Tissue.”
A empresa ressalva que o volume de vendas de Tissue atingiu as 102 mil toneladas nos primeiros nove meses, “um aumento de 32% face ao período homólogo, tendo a evolução de preços levado a um crescimento do valor de vendas de cerca de 51%.”
Segundo a papeleira, estes fatores, “aliados à estratégia comercial de diversificação de produtos e mercados” contribuíram para a empresa fechar os primeiros nove meses do ano com um EBITDA de 377 milhões de euros e com uma margem EBITDA de 26%. Há um ano, no mesmo período, a a Navigator apresentou um EBITDA de 551,9 milhões de euros e uma margem EBITDA de 30,3%.
Os resultados da Navigator mostram ainda uma dívida líquida remunerada equivalente a 0,98 vezes o EBITDA e um crescimento homólogo de 118% do investimento. Segundo o comunicado enviado ao regulador, a empresa realizou investimentos de 142 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.
“Entre os investimentos destacam-se, em Setúbal, a nova caldeira de recuperação, de elevada eficiência – com incineração dos gases não condensáveis –, e o tratamento de águas residuais (ETAR em Setúbal)”, refere a empresa, sublinhando ainda investimentos no complexo industrial da Figueira da Foz e em Aveiro.
“É de registar que com a execução deste plano [de investimento] a Navigator pretende antecipar em três anos a sua meta intermédia de emissões diretas, prevendo alcançar já no final de 2026 os objetivos inicialmente previstos para 2029 no seu Roteiro para a Neutralidade Carbónica”, revela a empresa.
As ações da empresa encerraram a sessão de hoje a valorizar 0,34% para os 3,528 euros; e este ano contam com uma valorização de 2,32%.
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