Galamba cita Marcelo e ignora TAP. “Orçamento segue a única estratégia possível”, diz
Entre apupos, o ministro das Infraestruturas cita o Presidente da República: "Este Orçamento segue a única estratégia possível", acrescentando que "é um bom Orçamento".
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, fechou, esta terça-feira, o debate na generalidade do Orçamento do Estado (OE) 2024, sem mencionar uma única vez o dossiê TAP. Entre apupos da bancadas da oposição, citou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que pediu a sua demissão em maio: “Este Orçamento segue a única estratégia possível”, acrescentando que “é um bom Orçamento”.
“Permitam-me citar sua excelência, o Presidente da República: ‘Este orçamento segue a única estratégia possível’. E, pedindo permissão, acrescentar: e é um bom orçamento. De facto, é hoje claro que a estratégia definida pelo Governo dá uma resposta global, e a resposta possível, aos diferentes desafios que enfrentamos”, afirmou Galamba.
Recorde-se que, em maio, Marcelo pediu a cabeça de Galamba, na sequência dos incidentes no Ministério que envolveram o então adjunto do governante, Frederico Pinheiro. Na altura, o primeiro-ministro não atendeu à vontade do Chefe do Estado o que levou a uma grande rutura entre Belém e S. Bento.
Ao longo de todo o discurso, Galamba optou por ignorar o elefante na sala chamado TAP, mesmo depois de o líder da bancada do BE, Pedro Filipe Soares, ter afirmado que “o Governo não tem legitimidade democrática para privatizar a TAP”.
O ministro da Infraestruturas optou por repetir as palavras dos colegas do Executivo sobre o reforço de rendimentos, a redução de impostos e a importância das contas equilibradas.
“As contas certas não são um fim em si mesmo. São o instrumento que nos permite, de forma gradual e consistente, sem retrocessos, cumprir uma agenda de recuperação e aumento de rendimentos”, assinalou.
“Sim, decidiremos mesmo a localização do novo aeroporto”
“Ao contrário da oposição, que dispara para todos os lados, promete tudo a todos, este é um orçamento responsável, mas ambicioso, que vai ao encontro das necessidades das famílias, das empresas, das necessidades presentes e futuras do país. Este é um Orçamento para os portugueses”, destacou o titular da pasta das Infraestruturas, reiterando que “este é o Orçamento do reforço de rendimentos que dá garantias para o futuro”, atirando ainda que “a redução do IRS é mesmo para todos”. “Este é um Orçamento que aumenta os rendimentos dos portugueses”, repetiu.
Depois dos elogios ao Orçamento que reforça rendimentos, o ministro elencou os vários investimentos previstos em todas as áreas das infraestruturas, destacando o lançamento, no início de 2024, do concurso para o primeiro troço da linha de Alta Velocidade entre Porto e Lisboa.
E rematou com o polémico dossiê sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa: “Este é mesmo um Governo que investe, que quer investir mais e, não menos importante, quer investir mais rápido e tomar decisões para o futuro. Além das obras ferroviárias e do planeamento dos investimentos portuários, temos e teremos em curso melhorias na rodovia e no Aeroporto Humberto Delgado e tomaremos uma decisão que tem estado indefinida há mais de 50 anos. Sim, decidiremos mesmo a localização do novo aeroporto”.
(Notícia atualizada às 19h39)
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