“Uma patente por dia” é a meta do ministro da Economia

  • Lusa
  • 3 Novembro 2023

Costa Silva diz que a sociedade cometeu um “erro capital, baseado na arrogância”: “construímos uma civilização que se divorciou completamente da natureza e hoje é baseada no consumo frenético".

O ministro da Economia e do Mar defendeu esta sexta-feira, em Leiria, a necessidade de surgirem novas ideias para “transformar o modelo económico” atual e revelou que gostaria de poder registar uma patente por dia.

No ano passado registámos mais 7,6% de patentes no sistema de patentes europeu. Foram 312 patentes. O meu sonho é registarmos uma por dia. Essa é uma grande meta que gostava de ver à frente e, depois, conseguirmos transformar as patentes em negócios em desenvolvimento, de atividades em empresas que solucionem os muitos problemas que nós temos”, afirmou António Costa Silva, durante a apresentação dos resultados do projeto ‘Link Me Up – 1000 Ideias’.

Estamos a 20 mil pessoas de chegar aos cinco milhões a trabalhar em Portugal. Em termos do emprego e do mercado de trabalho, estão a níveis máximos. Cerca de 34% destes cinco milhões de pessoas, à volta de 1,7 milhões são pessoas que têm formação superior”, destacou. Para Costa Silva, os trabalhadores com formação superior, tornam as empresas “mais dinâmicas, mais inovadoras e mais competitivas”.

Pegando no projeto ‘Link Me Up – 1000 Ideias’, onde foram apoiadas 1.706 ideias, o governante socialista considerou que são necessárias “ideias, sobretudo, para transformar o modelo económico” atual, que é “baseado no consumo de materiais que são muito poluentes”.

“Temos que desenvolver, com base nos produtos biológicos, novas soluções, e os biomateriais, as biomoléculas são grandes soluções para transformarmos a economia”, precisou, ao especificar as “múltiplas ideias em diversas áreas relacionadas com a bioeconomia e com a economia do mar”. Apontando que uma das próximas grandes crises poderá ser alimentar, António Costa Silva lembrou que “as algas e as microalgas podem proporcionar fileiras novas para alimentar a espécie humana”.

O ministro da Economia e do Mar afirmou que a sociedade cometeu um “erro capital, baseado na arrogância”: “construímos uma civilização que se divorciou completamente da natureza e hoje é baseada no consumo frenético de combustíveis fósseis, que estão a fazer uma degradação, também sem precedentes, no sistema climático da Terra”.

Citando um estudo do US Geological Survey, o Costa Silva referiu que “nos últimos 60 anos, estamos a consumir, em termos percentuais, 618 vezes mais petróleo, mil vezes mais gás, 756 vezes mais níquel, 1.500 vezes mais bauxita” o que é “insustentável”.

O projeto ‘Link Me Up – 1000 ideias’, Sistema de Apoio à cocriação de inovação, criatividade e empreendedorismo, juntou os Politécnicos de Leiria – coordenador – , Beja, Bragança, Castelo Branco, Cávado e do Ave, Coimbra, Guarda, Portalegre, Porto, Santarém, Tomar, Viana do Castelo e Viseu e teve como objetivo reforçar a “cooperação destas instituições, enquanto agentes de promoção do empreendedorismo qualificado, de cocriação com o meio empresarial, envolvendo professores, estudantes e empresas, organizações, para a geração de ideias inovadoras e a criação de novas empresas”, refere uma nota do Politécnico de Leiria.

Esta iniciativa venceu, no dia 31 de outubro, a fase nacional do EEPA 2023 – European Enterprise Promotion Awards, na categoria “Promoção do Espírito de Empreendedorismo”, referiu o presidente do Politécnico de Leiria, Carlos Rabadão, lembrando que este é um concurso lançado pela Comissão Europeia que decorreu nos 27 Estados-membros da União Europeia, bem como nos 11 países associados do programa COSME – Programa para a Competitividade das Empresas e das PME.

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