Novo acionista só entra na Groundforce em 2024
Homologação do plano de recuperação da empresa de assistência em escala ainda demorará alguns meses. Entrada da Menzies só acontecerá no próximo ano.
O plano de recuperação da Groundforce foi aprovado no final de setembro e publicado em edital na semana passada, mas o processo de homologação ainda vai demorar. A entrada do novo acionista, a Menzies Aviation, só deverá acontecer nos primeiros meses de 2024, segundo indicou ao ECO Bruno da Costa Pereira, um dos administradores de insolvência.
A homologação do plano depende de várias autorizações prévias, que deverão ser cumpridas durante o mês de dezembro. Num comunicado divulgado esta segunda-feira aos associados, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) aponta que essas condições são o acordo com as estruturas sindicais representativas dos trabalhadores que subscreveram os Acordos de Empresa e o visto do Tribunal de Contas, no âmbito da fiscalização prévia dos contratos de prestação de serviços de handling para os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal.
Só depois de sanados estes aspetos é que o tribunal se poderá debruçar sobre a homologação do plano e proferir a respetiva sentença. Esta terá depois de transitar em julgado, abrindo então caminho ao novo investidor, a britânica Menzies, detida pela Agility, do Koweit, explicou Bruno Costa Pereira. O que segundo o administrador de insolvência, atira a entrada do acionista para os primeiros meses de 2024.
O SITAVA afirma que o sindicato está “pronto há bastante tempo para concretizar a compatibilização do Memorando de Entendimento assinado com a Menzies a 12 de julho com o Acordo de Empresa”, esperando que ela “se possa concretizar em breve”, retirando este obstáculo do caminho.
O plano de insolvência da Groundforce, que visa a recuperação da empresa de assistência em escala, foi aprovado no final de setembro, com 98,17% dos votos a favor. O edital do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa foi publicado na passada semana. “Felizmente foi possível assegurar um largo consenso entre os credores em prol do plano”, congratula-se Bruno Costa Pereira.
A reestruturação da Groundforce prevê um aumento de capital de 4,98 milhões, dos quais 2,5 milhões serão subscritos pela Menzies, que fica com 51,1% do capital. Os restantes 2,48 milhões cabem à TAP, através da conversão de parte dos 15,5 milhões que a Groundforce lhe deve, ficando com uma participação de 49,9%. Só depois da sentença de homologação do plano é que a Menzies poderá entrar na administração da empresa.
O administrador de insolvência destaca “a entrada de um investidor de dimensão mundial no capital e com poderio financeiro capaz de assegurar o forte investimento que será necessário realizar para renovação do equipamento, que lhe permita garantir as melhores condições para concorrer às novas licenças, que aporte o know-how e assegure ganhos de escala capazes de tornar a operação mais eficiente e robusta, indispensável para competir num mercado cada vez mais exigente e global”. E que, “a par disso, garanta a melhoria progressiva das condições dos trabalhadores, enquanto elementos chave do sucesso do negócio”.
A Menzies compromete-se a colocar até 10 milhões de euros adicionais. Mas só o fará se também a TAP entrar, na respetiva proporção do capital (49,9%), com um limite de 9,96 milhões. No caso da companhia aérea, através da conversão de créditos em capital, dos quais já não será ressarcida.
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