“Não estarei cá a assombrar ninguém para que não faça diferente”, diz António Costa

  • ECO
  • 17 Dezembro 2023

António Costa passou o testemunho a Pedro Nuno Santos. "Não estarei cá a assombrar ninguém para que não faça diferente", diz o ainda primeiro-ministro. "Terá o PS a seu lado", responde o novo líder.

“Não estarei cá a assombrar ninguém para que não faça diferente”, diz António Costa, ao fim de quase duas horas de reunião com o novo secretário-geral do PS, reforçando que no partido “não há sucessores nem heranças“.

Agora todos apoiamos o novo secretário-geral“, garante Costa, dando o exemplo da “unidade” mostrada na noite de sábado pelo candidato vencedor às eleições internas e por José Luís Leitão. “Eu diria que o PS está seguramente muito mais unido depois destas eleições do que o PSD ao fim de vários anos de liderança de Luís Montenegro”, atira, reiterando a ideia de que o novo líder está muito mais preparado do que o presidente do PSD para ser primeiro-ministro.

“Felizmente é uma pessoa com uma grande experiência política, quer como dirigente partidário quer como membro do governo. Se compararmos a experiência política que tem com a experiência do líder da oposição, percebemos a gigantesca experiência que existe quanto ao grau de preparação que Pedro Nuno Santos relativamente ao Dr. Luís Montenegro”, reforçou.

“Precisamos cada vez mais de um partido com provas dadas na boa governação económica, alguém experiente e capaz de fazer pontes com partidos no campo democrático e que possa dar um novo impulso e energia”, repetiu, acrescentando que com a nova liderança chegará também uma “nova energia, releitura da situação politica e dos objetivos”. “É normal que assim aconteça”, reiterou.

O que os portugueses esperam é que agora com Pedro Nuno Santos o PS possa fazer mais e melhor daqui para a frente“. Quanto à “utilidade” de António Costa, caberá, a partir de março, à nova direção e ao novo secretário-geral definir qual é”, diz o até lá primeiro-ministro.

António Costa começou a sua intervenção, ao fim de quase duas horas de encontro com o seu antigo ministro das Infraestruturas, por afirmar que foi um encontro de camaradas e amigos”.

Quero felicitar, desejar as maiores felicidades e pôr-me ao dispor, como militante do PS, para aquilo que for útil para o futuro do partido socialista, ou seja, para o futuro do país“, começou por dizer.

António Costa “terá o PS ao seu lado”

António Costa tem o seu espaço de possibilidades aberto e ao seu dispor, com a certeza de que terá o PS ao seu lado, isso eu também já o disse várias vezes. Espero que o país possa continuar a contar de alguma forma com o contributo de António Costa“, disse por seu turno Pedro Nuno Santos, à saída do encontro.

Repetindo os elogios ao ainda primeiro-ministro e o “orgulho” nos resultados da governação, Pedro Nuno Santos acrescenta que o objetivo é agora “não só concluir muitos dos projetos iniciados pelo atual Governo, mas darmos início a uma nova fase, um novo ciclo”. “Como dizia António Costa, com um novo impulso, com uma nova energia“, citou.

Confrontado com os comentários de Luís Montenegro ao seu discurso de vitória, o líder eleito respondeu que não comentaria, mas lá foi comentando. “Eu não sou o candidato que a direita gostava que fosse. Não sou o líder do PS que a direita gostava de ter”, começou por afirmar.

“Como devem imaginar, não estava à espera que o discurso que eu fizesse ou aquilo que eu venha a dizer seja algum dia ou em algum momento elogiado pelo PSD. Isso é que seria de suspeitar, caso fosse de facto elogiado pelo líder do PSD ou por algum dirigente do PSD, isso, sim, seria preocupante”, disse ainda, garantindo “um grande combate a esta direita e ao PSD”.

António Costa foi o primeiro a chegar à sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, para esta passagem de pasta simbólica. O ainda primeiro-ministro esteve reunido com o novo secretário-geral do partido, durante cerca de 1h45.

 

(notícia atualizada às 15h40, com declarações de Pedro Nuno Santos)

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