7 Regras para a Bolsa e para a vida

  • Conteúdo Patrocinado
  • 11 Setembro 2023

Se não investe já, algum dia vai querer investir na Bolsa. Guarde estas 7 Regras para estar preparado.

Sete regras apontadas por Borja on Stocks, assentes na experiência, reputação e reconhecimento, com base num serviço profissional de apoio ao investidor em ações.

 

1. Só investir com dinheiro que, se o perder, isso não irá alterar o seu estilo de vida

Ninguém pensa em investir para perder. Mas o facto é que já muita gente perdeu dinheiro na bolsa – por vezes tudo o que tinha – e esse acontecimento negativo afetou profundamente a sua vida financeira e pessoal.

As próximas regras diminuem o risco de ser um dos perdedores da Bolsa.

2. Só Ações!

Ações são títulos que representam a propriedade de empresas. Porém existem muitos produtos financeiros que – não sendo ações – são comercializados pelos intermediários financeiros e podem ser comprados / vendidos pelos investidores particulares.

Estes produtos podem ser Contracts For Differences (CFDs), Opções, Futuros, Warrants, ETFs alavancados, Produtos Estruturados, “Ações” fracionadas, Cripto-Moedas, Non Fungible Tokens (NFTs), etc.

A indústria dos serviços financeiros é muito criativa e ciclicamente aparece com produtos novos que atraem muitos incautos que julgam que “descobriram a pólvora”. Porém o que descobriram foi algo tão velho como a alavancagem e o risco desmesurado, que eventualmente e inevitavelmente leva a grandes perdas.

Os investidores que pretendem sobreviver e prosperar no mercado financeiro deverão cingir-se essencialmente aos produtos financeiros tradicionais como as ações, as obrigações e se pretenderem ter um retorno médio, os ETFs de índices de ações.

3. Diversificação e Equilíbrio do Portfolio

Quando pensar em investir em empresas cotadas em Bolsa pense sempre em investir em várias. NUNCA ponha tudo numa única ação, ou só em duas.

Deve diversificar os seus investimentos por no mínimo 5 ações e preferencialmente por pelo menos 10 ações, sendo que o ideal seriam 20. Neste caso tenha atenção às comissões de transação e se for necessário opte por uma corretora low cost.

Um dos benefícios mais evidentes da diversificação é a diminuição do risco, mas outro mais subtil é que ao diversificar estará a aumentar a probabilidade de investir numa ou mais ações verdadeiramente atrativas, daquelas que valorizam muitíssimo e praticamente fazem a carreira de sucesso de um investidor.

À partida diversifique com equilíbrio dividindo o capital em partes iguais, alocando cada parte a cada ação. Depois umas ações subirão e ganharão peso, outras descerão e perderão peso, um processo natural que não quererá contrariar.

4. Mentalidade de Longo Prazo

Quando investe em ações deverá ser necessariamente com um horizonte de longo prazo, desenvolvendo duas aptidões:

  • Ignorar a volatilidade de curto prazo

Independentemente da atratividade de determinadas ações, existe sempre muita gente a comprar e a vender por uma infinidade de motivos que só os próprios conhecem e que, pela própria oposição entre compradores e vendedores, se contradizem.

Uns compram, outros vendem… uns dias as ações sobem, noutros descem. Este ondular das cotações no curto prazo é imprevisível, logo deve ser ignorado pelos investidores economicamente racionais.

  • Aceitar a falta de linearidade entre o ponto A de uma ação no presente e um qualquer ponto B estimado no futuro

O facto é que o “andamento” das cotações no curto prazo não lhe dá quaisquer pistas acerca do que vai acontecer no futuro. Uma ação pode estar agora a subir e depois descer muito, e pode estar agora a descer e depois subir muito. Existem milhões (infinitos?) caminhos para uma ação ir do ponto A ao ponto B e raramente o caminho escolhido corresponderá às suas expetativas. Desenvolva uma grande tolerância para o tempo e a forma que cada ação “escolhe” para evoluir rumo ao seu destino.

5. Invista em Empresas, desconsiderando a Macroeconomia

Ações são títulos que representam a propriedade de empresas.

Repeti-me? Foi de propósito!

Independentemente da fase do ciclo económico, as boas empresas acabam por prosperar… e as más acabam por definhar. Isto salvaguardando a possibilidade de uma empresa boa se poder tornar má e vice-versa.

As projeções e notícias sobre a macroeconomia são bastante voláteis – e quase sempre com um ênfase negativo – por isso se quiser ser um investidor de longo prazo em ações aprenda a desconsiderar as notícias sobre a macroeconomia e mantenha o foco nas empresas e nos seus méritos intrínsecos.

6. Vender as Ações Más e Manter as Ações Boas

Só quem não investe em ações é que não comete erros. Quem investe por vezes compra ações sobreavaliadas e / ou cujos fundamentais se deterioram de forma relevante no futuro e nesse caso a questão que se coloca é se irá ter o engenho e a coragem para assumir e corrigir esses erros, ou não?

Por vezes será economicamente racional vender ações em perda (ações más) para libertar capital para investimentos mais promissores, em ações boas.

As ações boas – aquelas que vão valorizando ao longo do tempo a taxas superiores à média – em princípio deverão ser mantidas durante muitos anos! Com o passar do tempo, devido à sua valorização, as ações boas vão ganhando peso no seu portfolio, enquanto os erros e as ações más vão perdendo relevância.

Este “fenómeno” matemático faz com que a performance global do seu portfolio se aproxime da performance das ações boas… isto se as mantiver com um horizonte de longo prazo!

7. Saber o básico da Análise Fundamental

Mas como é que vai saber quais é que são as ações boas e más?

Principalmente através de um conjunto de técnicas e indicadores que formam a base da Análise Fundamental. Se investe ou quer investir em ações convém que saiba pelo menos o básico da Análise Fundamental de Ações.

Para o ajudar na obtenção desse conhecimento construí o Mini Curso de Análise de Ações. O minicurso é constituído por 6 vídeos com uma duração total de 30 minutos e 18 perguntas de escolha múltipla. O preço é zero, mas a utilidade e valor são imensos.

Aceda ao Mini Curso de Análise de Ações AQUI.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há três mestrados portugueses nos melhores do mundo em Gestão. Nova SBE consolida liderança nacional

Mestrado da Nova SBE mantém-se na posição 15.ª do ranking do Financial Times. Já os mestrados das escolas de negócios da Católica e do ISCTE melhoraram face à edição anterior.

três mestrados portugueses entre os melhores do mundo em Gestão. Na edição deste ano do ranking “Masters in Management” do Financial Times, a Nova School of Business and Economics (Nova SBE) consolida a 15.ª posição, que adquiriu no último ano. Já a Católica Lisbon School of Business & Economics sobe dois lugares, para o patamar 26.º. Mais abaixo, aparece a ISCTE Business School, que este ano passa para o 62.º lugar.

“A Nova SBE mantém a sua posição destacada de liderança nacional e consolida a 15.ª posição mundial. Mantendo-se como a única escola portuguesa no top 15 mundial, a Nova SBE junta este excelente resultado aos outros recentemente conquistados nos rankings do Financial Times: formação de executivos, onde conquistou a melhor posição alguma vez conseguida por uma escola portuguesa (18º lugar mundial e 15º europeu), e mestrado Internacional em Finanças, com a 11ª posição mundial”, sublinha a faculdade liderada por Pedro Oliveira.

Em 2021, a Nova SBE estava na 23.ª posição do ranking dos mestrados em Gestão, mas em 2022 conseguiu subir oito posições e chegar ao patamar 15.º, lugar onde se mantém este ano.

“Para os resultados alcançados de top 15 mundial no Mestrado Internacional em Gestão, é de destacar a pontuação obtida no critério ‘salário anual’ que regista um aumento de 25% face ao ano anterior. Também no critério ‘empregabilidade a três meses’, a Nova SBE regista um crescimento face ao ano anterior, conseguindo em 2023 uma percentagem de 97%“, destaca a escola de negócios.

Já o dean dessa faculdade destaca o desempenho da escola no critério ligar vocação internacional. “Na era global que vivemos, são os próprios alunos que ‘exigem’ experiências internacionais e os fantásticos resultados que obtivemos neste ranking nos principais parâmetros internacionais – 41% ‘corpo docente internacional’ e 13ª posição no critério ‘mobilidade internacional de trabalho’ – confirmam que a Nova SBE tem uma reputação de excelência reconhecida internacionalmente“.

A segunda escola portuguesa mais bem classificada neste ranking é a Católica Lisbon School of Business & Economics. Em 2021, estava no lugar 45.º, mas conseguiu subir para o 28.º nível em 2022 e chegar agora à 26.ª posição.

“A Católica Lisboa continua a ver reconhecido o seu Mestrado em Gestão, que obtém a melhor posição de sempre desde que está presente neste ranking há 13 anos. Entre os vários critérios que contribuem para estes resultados, como a taxa de empregabilidade superior a 90% nos três meses após a conclusão do mestrado, é de destacar a elevada proporção de professores (40%) e alunos (93%) internacionais, bem como paridade de género nos alunos e professores“, realça a escola de negócios.

Já mais abaixo aparece a ISCTE Business School, que saltou da 74.ª posição, para o 62.º lugar. “A subida de 12 posições reflete o nosso compromisso com os estudantes, docentes, staff e parceiros e consolida a reputação internacional da Iscte Business School como uma escola de referência para aqueles que procuram um ensino de excelência e uma progressão de carreira”, afirma Maria João Cortinhal, diretora da Iscte Business School, em comunicado.

A responsável destaca ainda que esta escola figura “entre os melhores a nível global no aumento percentual do salário dos graduados, assim como na relação qualidade-preço do mestrado.”

Este ranking do Financial Times avalia os 100 melhores mestrados de Gestão de todo o mundo, com base em 18 indicadores em três principais dimensões: progresso de carreira dos graduados, diversidade da escola e experiência internacional.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa antecipa que paragem na Autoeuropa terá efeitos negativos no PIB

  • Lusa
  • 10 Setembro 2023

O primeiro-ministro antecipou, numa conferência no Chile, que a suspensão da atividade na fábrica da Autoeuropa terá um impacto negativo no produto e nas exportações nacionais.

O primeiro-ministro antecipou este domingo que a suspensão da atividade na fábrica da Autoeuropa terá um impacto negativo no produto e nas exportações nacionais, salientando tanto os sucessivos choques económicos no mundo, como a crescente interdependência. Esta posição foi transmitida por António Costa no final de um almoço com empresários nacionais investidores no Chile, depois de questionado sobre as perspetivas de estagnação e até de recessão em alguns Estados-membros da União Europeia (UE).

Estamos a assistir a choques sucessivos e o mundo tem aguentado bastante melhor do que aguentou no passado. Nas economias europeias, só agora algumas começaram a entrar em situação de estagnação ou até de recessão. Portugal, felizmente, não está ainda em nenhuma dessas situações — e esperemos não vir a estar“, declarou. Logo a seguir, o primeiro-ministro observou que as economias estão muito interligadas e deu então como exemplo o facto de uma cheia na Eslovénia ter privado a Autoeuropa de peças fundamentais para a sua laboração. “Terá de interromper a sua laboração durante dois meses. Dois meses de interrupção de laboração na Autoeuropa terão um peso enorme no crescimento do nosso produto [interno bruto, PIB] e nas nossas exportações“, frisou.

Uma situação que, segundo António Costa, resulta “obviamente da interdependência que existe e de fatores absolutamente externos”. “Não tem a ver com a situação de Portugal, nem com a fábrica em Palmela, mas com as cheias na Eslovénia. Podia ter acontecido o inverso“, referiu.

O líder do executivo indicou que há muitas das fábricas portuguesas que produzem componentes para a indústria automóvel. “Creio que hoje não há nenhum carro em circulação na Europa que não tenha pelo menos uma peça produzida em Portugal. Essas fábricas portuguesas podiam ter paralisado fábricas em outros países em resultado de uma cheia em Portugal”, completou.

De acordo com o primeiro-ministro, está a viver-se um momento “muito desafiante” no plano económico. “Mas o mais importante é que os responsáveis económicos vão alinhando posições de forma a que nos ajudemos todos mutuamente, tendo em vista sairmos desta sucessão de choques de grande impacto da melhor forma“, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Seguradoras procuram soluções para risco de incêndio em navios

  • ECO Seguros
  • 10 Setembro 2023

Seguradoras marítimas enfrentam desafios complexos na gestão do risco de incêndio em navios, uma questão em crescente debate no setor.

Os navios porta-contentores que tornam possível o comércio mundial tornaram-se um alvo de risco de incêndios. Após anos de pressão, a União Internacional de Seguros Marítimos (IUMI), com sede em Hamburgo, e os seus apoiantes, conseguiram que a questão da segurança contra incêndios fosse incluída na agenda da Organização Marítima Internacional (OMI).

 

O trabalho propriamente dito começará no próximo ano, em março“, disse Hendrike Kühl, diretora política da IUMI, uma organização que representa as seguradoras de propriedade marítima e que tem como membros mais de 40 associações nacionais de seguros mundiais.

A responsável afirmou que os riscos de incêndio marítimo são um “grande problema” e que “estão na mente de todos”. Referiu-se ao recente incêndio na autoestrada de Fremantle, ao largo da costa dos Países Baixos. Nesse incidente, um navio de transporte de automóveis com cerca de 4.000 veículos a bordo incendiou-se, provocando a morte de um membro da tripulação e centenas de milhares de danos.

Um relatório da IUMI apresentado à IMO em 2020 concluiu que os incêndios de carga em navios porta-contentores “se tornaram uma ocorrência comum”, causando “numerosas vítimas” e “danos graves“. O estudo concluiu que, entre 2000 e 2015, mais de 50 destes incêndios causaram pouco mais de mil milhões de dólares em danos (excluindo danos no casco).

“Os valores que estão a ser transportados a bordo destes navios porta-contentores enormes, mas mesmo em navios porta-contentores mais pequenos, são valores elevados”, afirmou Kühl. “Por isso, se arderem, isso é um problema para as seguradoras de bens e, obviamente, também para as seguradoras de cascos”. De acordo com a Allianz, os navios porta-contentores transportam atualmente mais 1500% de contentores do que no final da década de 1960. Só na última década, os maiores navios quase duplicaram o seu tamanho para 400 metros de comprimento.

Imagem cortesia da Allianz Global Corporate & Specialty, Safety & Shipping Review.

Este aumento de tamanho elevou o risco de incêndio. “Obviamente, o risco aumenta com o número de caixas a bordo, porque uma das causas principais é, muitas vezes, a declaração incorreta ou a não-declaração de mercadorias perigosas“, disse Kühl. “Trata-se de um problema real”. Segundo Kühl, é aqui que a IUMI tem de “seguir uma via paralela” para lidar com duas questões relacionadas.

“Precisamos de resolver o problema da declaração incorreta e da não-declaração de mercadorias perigosas porque é difícil se não soubermos o que está dentro das caixas, que também podem estar armazenadas em locais diferentes a bordo”, disse Kühl. “Ao mesmo tempo, os sistemas de combate a incêndios a bordo desses navios não cresceram realmente com o tamanho dos navios”.

Para além da introdução de monitores de água e de lanças de nebulização de água (para que a tripulação possa penetrar num contentor se este se incendiar) em 2016, não houve atualizações significativas das regras de segurança contra incêndios nos navios porta-contentores desde a década de 1960. “É evidente que isso não é suficiente quando se olha para a dimensão dos navios atualmente“, afirmou Kühl. “Do nosso ponto de vista, tem de ser automatizado“.

Segundo ela, o ideal seria que a tripulação do navio fosse afastada do combate ao incêndio. “Muitas vezes, os incêndios ocorrem quando os navios estão no mar, longe, pelo que não há assistência e não há rebocadores”, disse Kühl. “Por isso, têm de lidar com a situação, mas o ideal seria retirá-los e automatizá-los, com cortinas de água e sistemas mais automatizados, incluindo monitores de água fixos e de maior escala”.

Outras soluções incluem melhores sistemas de deteção. “Os sistemas de deteção têm de ser melhorados significativamente”, disse. “Neste momento, não são suficientemente bons, demoram demasiado tempo a detetar os incêndios”. Segundo Kühl, as câmaras de imagem térmica ou os mecanismos de deteção de gás são duas formas possíveis de o fazer.

Apesar dos progressos muito publicitados a nível mundial no domínio da tecnologia digital e da inteligência artificial, Kühl sugeriu que ainda não se chegou muito longe nos processos de gestão do risco dos navios porta-contentores. “Ainda não é assim tão fácil perceber o que está dentro de todas estas caixas e qual é o risco de acumulação para cada seguradora“, afirmou. “Na verdade, esse é outro aspeto importante em que os nossos membros se têm concentrado nos últimos anos, para trazer mais soluções digitalizadas também para o mundo dos seguros marítimos”.

Agora que a questão da segurança contra incêndios em navios porta-contentores está na agenda da OMI, o Subcomité de Sistemas e Equipamentos Navais (SSE10) pode começar a procurar soluções. “Na verdade, penso que é provavelmente a única plataforma [a OMI] onde se pode conseguir mudanças, mas como há tantas partes interessadas e tantos atores [175 Estados membros] envolvidos, é um processo longo”, disse Kühl.

No entanto, não espera que todas as recomendações de segurança da IUMI sejam aceites. “O que esperamos é que a agulha se mova em direção a mais segurança, a melhorias mais sérias do que as que vimos em 2016 com estas lanças de névoa de água”, disse. Kühl espera que as primeiras melhorias na segurança contra incêndios sejam implementadas em 2028.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vesttoo acusa antigos executivos de alegada fraude

  • ECO Seguros
  • 10 Setembro 2023

A insurtech Vesttoo identificou ex-executivos e funcionários bancários como responsáveis por alegada fraude que envolve cartas de crédito. A empresa ameaça ação legal.

A Vesttoo afirmou, na passada quinta-feira, que vários antigos executivos, incluindo o antigo diretor executivo Yaniv Bertele, e os funcionários de dois bancos estão entre os responsáveis pela alegada fraude que assolou o intermediário de seguros de resseguros nos últimos dois meses.

A Vesttoo avançou, em comunicado, a intenção de seguir com uma ação judicial contra os indivíduos, que a sua investigação identificou responsáveis por “uma má conduta generalizada e sistémica cometida por um conjunto limitado de executivos da Vesttoo e outros terceiros fora da Vesttoo“.

Num relatório intercalar apresentado no Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito de Delaware, onde a empresa em causa pediu proteção contra a falência ao abrigo do Capítulo 11 no mês passado, a insurtech enumerou indivíduos que considerou responsáveis pela alegada criação de documentos falsos e outras atividades fraudulentas, incluindo Bertele, Alon Lifshitz, ex-diretor de produtos, Udi Ginati, ex-diretor sénior, mercados de capitais, Josh Rurka, ex-diretor sénior, mercados asiáticos, e “funcionários do China Construction Bank e do Standard Chartered”.

Uma série de empresas, incluindo a Aon PLC e a Markel Group, revelaram a existência de cartas de crédito fraudulentas que foram alegadamente criadas para apoiar transações não tradicionais de seguros ligados a títulos, organizadas através da Vesttoo, sediada em Telavive.

A investigação revelou que antigos executivos da Vesttoo estariam diretamente envolvidos na criação de documentos falsos e na falsificação de identidades, afirmou a empresa em comunicado. De acordo com o documento, terceiros também estiveram envolvidos no esquema, incluindo funcionários do banco e indivíduos associados ao maior investidor da Vesttoo, a Yu Po Finance.

O relatório apresentado em tribunal inclui também um plano para o desenvolvimento de um “plano comercialmente razoável e exequível para reformar e conduzir os negócios daqui para a frente“.

Ami Barlev, CEO interino da Vesttoo, disse na nota que “a plataforma tecnológica da empresa e seu valor central permanecem fortes“. Acrescentou ainda: “Agiremos de forma decisiva para processar todos os que prejudicaram as atividades da empresa, o seu nome e a sua reputação, incluindo o China Construction Bank, Yaniv Bertele, Alon Lifshitz, Udi Ginati e Josh Rurka“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Detido mediador de seguros suspeito de burla de 2 milhões

  • ECO Seguros
  • 10 Setembro 2023

O suspeito aproveitou os seus conhecimentos profissionais e aos laços de amizade com as vítimas levando-as a investir em supostas aplicações financeiras que permitiriam juros elevados.

A Polícia Judiciária (PJ), através da Diretoria do Centro, em cumprimento de mandado de detenção emitido pelo DIAP de Coimbra, deteve um homem, divorciado, de 42 anos de idade, mediador de seguros, pela presumível prática de vários crimes de burla qualificada e falsificação de documentos.

Em comunicado, a PJ refere que apreendeu vários documentos usados na prática dos crimes e apurou a existência de diversas vítimas, principalmente na região centro do país, que terão sido enganadas em valor próximo de 2.000.000 euros.

O suspeito, devido aos seus conhecimentos profissionais e recorrendo à criação de laços de amizade com as vítimas, convencia-as a disponibilizar elevadas quantias monetárias para supostos investimentos em aplicações financeiras que permitiriam juros elevados, algumas assinando pretensos contratos, respeitantes a investimentos inexistentes.

O detido foi presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ANJE faz-se à estrada para promover empreendedorismo no interior

Carrinha de pão de forma da associação de jovens empresários arranca já este domingo em Viseu e termina e Vouzela.

A ANJE meteu-se à estrada numa carrinha pão de forma para promover o empreendedorismo no interior. A viagem arranca já este domingo, 10 de setembro, em Viseu, e termina no próximo dia 23 em Vouzela. Depois do périplo pela região norte, a associação empresarial promete “não ficar por aqui”.

O desafio para o roadshow partiu da CIM Viseu Dão Lafões. “Estamos e entrar num novo ciclo económico. Precisamos de agitar as águas nos territórios e o interior tem um potencial de desenvolvimento fundamental para o país. O objetivo é chegar ao maior número possível de empreendedores locais, promover o espírito empresarial, a criação de empresas e de empregos“, justifica Alexandre Meireles, presidente da ANJE, ao ECO.

Para isso, a equipa da ANJE fez-se à estrada numa carrinha pão de forma. A metáfora perfeita para a vida de um empreendedor. “Não há boas decisões sem conhecer o terreno e sem resiliência. Estas carrinhas são conhecidas por transportar aventureiros em viagens longas, de muitos quilómetros. Não há sucesso sem arrojo, sem ultrapassar os desafios. As carrinhas pão de forma são o veículo de excelência para encarar a aventura, acolhendo os viajantes em quaisquer terrenos, deixando para trás os obstáculos”, justifica.

“A vida de um empreendedor é uma vida desafiante, sempre com o objetivo de chegar longe. O Departamento de Empreendedorismo da ANJE quis usar esta imagem para comunicar melhor o que é ser empreendedor e eu creio que vai funcionar muito bem. E a CIM de Viseu Dão Lafões (este projeto também conta com o Instituto Politécnico de Viseu e com a AIRV) agarrou a ideia com todas as suas forças”, continua o presidente da ANJE.

Calendário da iniciativa:

Uma iniciativa que nasce no âmbito do “Concurso de Ideias de Negócio” levado a cabo pela CIM Viseu Dão Lafões, que leva a cabo ainda ações como a “Wanted Escolas Empreendedoras” e “Conferências Teen” com um objetivo: afirmar a região como “um espaço atrativo e acolhedor para ideias de negócio inovadoras, dotado de infraestruturas, serviços de qualidade e know-how, capaz de dar soluções modernas e eficazes às necessidades dos investidores e agentes económicos”, diz Nuno Martinho, secretário Executivo da CIM Viseu Dão Lafões.

“No curto e médio prazo procuramos afirmar Viseu Dão Lafões enquanto um espaço atrativo e acolhedor para ideias de negócio inovadoras, dotado de infraestruturas, serviços de qualidade e know-how, capaz de dar soluções modernas e eficazes às necessidades dos investidores e agentes económicos”, continua. “Estamos comprometidos em proporcionar as ferramentas e as competências necessárias para que os nossos jovens estejam mais bem preparados para o futuro e tenham as condições ideais para ver as suas ideias germinar, ganhar raízes e, quem sabe, partindo desta região, se afirmarem a nível global, contribuindo para o crescimento da região e do país”, reforça.

O que está previsto?

Quizzes, oferecendo brindes e sorteando prémios e interação com os “vários stakeholders de empreendedorismo da região – porque o país precisa de todos para assegurar que é competitivo” são algumas das atividades previstas em cada paragem do roadshow que tem como objetivo impactar dois públicos distintos.

“Aos jovens, dos 16 aos 23, vamos apresentar o empreendedorismo como uma alternativa a um emprego tradicional, clássico. O empreendedorismo é um estado de alma, que pode ser desenvolvido por conta própria ou numa empresa. Mas pressupõe uma forma de autonomia e de agarrar os projetos que facilita os resultados. É isso que queremos passar às pessoas”, adianta Alexandre Meireles.

Junto da população com mais de 23 anos, o objetivo é outro: recolha de dados. “Queremos saber quais as áreas com potencial de desenvolvimento no território, recolhendo informação de qualidade no terreno para apoiarmos o desenvolvimento de políticas económicas na região“, esclarece o presidente da ANJE.

O modelo foi criado para Viseu Dão Lafões, mas a associação de jovens empresários admite estender a iniciativa a outras zonas do país, pois tem “sido desafiada para avançar com iniciativas similares noutras regiões.”

“As autarquias percebem bem o momento de viragem em que estamos: é preciso fixar a população nos territórios; é preciso manter a criação de valor nos territórios; é fundamental aproveitar a indústria criativa e a cultura local para reforçar o posicionamento das marcas – sobretudo para as marcas que pretendem ser globais. Não vamos ficar por aqui”, promete Alexandre Meireles.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

📹 As 10 ruas mais caras de Portugal

  • ECO
  • 10 Setembro 2023

Oito das dez ruas mais caras para comprar casa em Portugal ficam em Lisboa. Veja o ranking.

O Idealista fez um ranking que mostra o preço médio absoluto de apartamentos e moradias anunciados na mesma rua. Oito das dez ruas mais caras para comprar casa em Portugal ficam em Lisboa, veja o ranking completo:

http://videos.sapo.pt/yPUyhU6CmeQ8NhfsB4bj

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comité das Regiões Europeu quer que UE priorize habitação no financiamento

  • Capital Verde
  • 10 Setembro 2023

O presidente do Comité das Regiões Europeu vê dificuldade na execução dos fundos europeus e considera que a habitação devia ser prioridade.

O presidente do Comité das Regiões Europeu e líder do PS Açores, Vasco Cordeiro, considera que os valores do quadro comunitário de apoio podem ter de ser revistos tendo em conta o contexto de inflação mas que, para já, o principal entrave está relacionado com a execução destes fundos à escala europeia.

Na sequência, espera que as regras excecionais que se aplicaram em relação ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) possam servir de exemplo, agilizando-se os processos no futuro, indica o mesmo em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios.

Em relação ao destino dos fundos do quadro plurianual de apoio, Vasco Cordeiro acredita que a União Europeia deve ter como “prioridade” a questão da habitação, além de dever atuar nesta frente ao nível da regulação, colocando-se desta forma alinhado com a posição do primeiro-ministro português, António Costa, que enviou uma carta a Bruxelas neste sentido.

Na entrevista fica ainda o alerta de que o Portugal 2030 pode ser o último quadro de apoio para Portugal, mas que tanto as ilhas como outras regiões continuam a precisar de apoios comunitários. Neste sentido, apela à criação de novos mecanismos.

Já fora do quadro comunitário, Vasco Cordeiro defendeu que o Banco Central Europeu deveria pôr um travão na subida das taxas de juro, caso contrário pode dar azo a “fenómenos extremistas”, que aproveitam o momento para “cavalgar a insatisfação” das famílias.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TAP reforça voos desde Marrocos na segunda-feira

Vão ser operados dois voos com capacidade adicional a partir de Marrakech e outros dois a partir de Casablanca.

A companhia aérea TAP irá reforçar as rotas entre Marrocos e Portugal esta segunda-feira, depois de já o ter feito este domingo, informa fonte oficial da empresa. Vai fazê-lo através de uma troca de aeronaves, que permite transportar aproximadamente o dobro dos passageiros.

Vão ser operados dois voos com capacidade adicional a partir de Marrakech e outros dois a partir de Casablanca nesta segunda-feira, na sequência do sismo que abalou Marrocos na noite da passada sexta-feira.

Nestes voos vão ser utilizadas aeronaves com maior capacidade, Airbus 321 em vez de Embraer 190 ou 195. Este avião Airbus tem capacidade para transportar 221 pessoas, aproximadamente o dobro da capacidade das aeronaves da Embraer, permitindo transportar um total de cerca de 884 passageiros.

Fonte oficial esclarece que “os voos estão com bastante procura”, o que motivou o reforço de capacidade. Em relação aos preços, fonte oficial não avançou informação.

O sismo que abalou Marrocos na sexta-feira provocou, de acordo com o levantamento mais recente, do Ministério do Interior marroquino, 1.305 mortos e 1.832 feridos. O epicentro foi em Ighil, a 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe mas a magnitude de 7 na escala de Richter foi suficiente para ter sido sentido, com moderação, em Portugal e Espanha.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Inteligência Artificial: que efeitos no mercado de trabalho?

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Setembro 2023

Mais produtividade, melhor gestão e melhores condições de trabalho são algumas promessas da IA, mas há riscos de que impacto económico seja desigual. Solução passa por treinar algoritmos.

Quando foi inventada a Spinning Jenny, em plena Revolução Industrial, augurou-se que aumentaria o desemprego. O seu inventor teve de abandonar a cidade onde vivia sob ameaça dos operários que viram diminuir a procura pelo seu trabalho e, consequentemente, o seu salário. Mas, apesar da destruição de vários postos de trabalho, houve uma adaptação dos trabalhadores para outras funções.

À semelhança do tear mecânico, a inteligência artificial (IA) não irá apenas destruir trabalho, também o irá criar. “Historicamente, qualquer revolução ou rutura tecnológica provoca desaparecimento de empregos, reconversão e aparecimento de outros, e o saldo não tem sido negativo“, resume o presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), José Eduardo Carvalho, em declarações ao ECO.

Diversas organizações têm traçado cenários, uns mais otimistas, outros mais pessimistas, sobre a dimensão dos impactos da IA no mercado laboral. A consultora norte-americana McKinsey, por exemplo, aponta para um equilíbrio no saldo de emprego, enquanto o Fórum Económico Mundial prevê o desaparecimento de 14 milhões de postos de trabalho nos próximos cinco anos, devido à diferença entre os 69 milhões de empregos criados e a eliminação de 89 milhões.

Já o Goldman Sachs fala de um largo número de empregos que serão afetados, mas também aponta que o número de postos de trabalho a serem criados é muito difícil de prever. Mais recentemente, um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) diz ser mais provável que a inteligência artificial, em particular os modelos generativos como o ChatGPT, amplie mais os empregos do que os destrua na íntegra.

Segundo Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia do Porto (FEP), os impactos da inteligência artificial no mercado de trabalho vão depender “da forma como a tecnologia é desenvolvida, implementada e regulamentada”. No entanto, as mudanças, sejam positivas ou negativas, não acontecem do dia para a noite. “Leva um tempo para absorver a tecnologia para a indústria”, adverte Scott Marcus, investigador no think tank Bruegel, sediado em Bruxelas.

O estudo da OIT refere que a maioria dos setores de atividade e dos empregos estão parcialmente expostos a estes desenvolvimentos tecnológicos, salientando que essas ferramentas funcionarão, provavelmente, mais como um complemento do que como um substituto. O maior impacto, de acordo com a agência das Nações Unidas, deverá incidir sobretudo na qualidade do emprego, nomeadamente ao nível da “autonomia” e da “intensidade laboral”.

Ganhos significativos de produtividade, redução do tempo de trabalho, diminuição do risco laboral, redução e/ou eliminação de tarefas rotineiras, trabalho direcionado para tarefas mais criativas, melhor funcionamento dos serviços públicos, melhor planificação económica, melhoria da capacidade de gestão e das condições de trabalho estão entre as vantagens da inteligência artificial para os trabalhadores.

Para as empresas e organizações, a inteligência artificial pode promover “a automatização de processos” – dado que, ao automatizar tarefas repetitivas e demoradas, aumenta a eficiência operacional; a “análise de dados avançada, uma vez que permite processar grandes volumes de dados para extrair insights valiosos, auxiliando na tomada de decisões mais informadas”; a oferta de “produtos e serviços mais personalizados”; e “a otimização da gestão da cadeia logística, reduzindo custos e melhorando as previsões”, aponta Óscar Afonso.

É esta tónica positiva que, segundo a CGTP-IN, deve ser evidenciada. “O potencial da inteligência artificial para resolver problemas e melhorar a vida das pessoas deve constituir o grande vetor do seu desenvolvimento e da sua aplicação”, sublinha Andrea Araújo, membro da comissão executiva da central sindical, ressalvando, contudo, que pode implicar a supressão de postos de trabalho “se não for desenvolvida a um ritmo equilibrado e acompanhada de uma rede de serviços públicos que não deixem cair os trabalhadores afetados na miséria”.

À perda de emprego acrescem riscos como a ausência de regulamentação clara, que pode criar incertezas legais em relação ao uso da inteligência artificial; a falta de dados ou dados incompletos, que pode limitar a eficácia da implementação da IA; o uso inadequado de dados sensíveis, podendo originar violações de privacidade e ameaças à segurança; e ainda desinformação e uma desumanização das relações laborais.

Destaca-se, ainda assim, o risco de bias, particularmente na contratação de trabalhadores. “Algoritmos de inteligência artificial podem herdar enviesamentos existentes nos dados de autoaprendizagem e de autoaperfeiçoamento, resultando em decisões injustas ou discriminatórias”, explica o docente da FEP, dando como exemplo os processos de recrutamento, em que os algoritmos “podem inadvertidamente favorecer certos grupos demográficos, ajudando a perpetuar desigualdades”.

Carlos Alves, da União Geral de Trabalhadores (UGT), sublinha a este respeito que não é o algoritmo que é responsável por uma eventual tomada de decisão que não tem em conta os impactos humanos, mas antes quem o constrói. “Se o algoritmo estiver a trabalhar com base em premissas erradas, arriscamo-nos a ter aquilo que o próprio ser humano faz, que é tomar decisões com base em critérios puramente economicistas“, afirma o secretário executivo da UGT.

A inteligência artificial pode promover diversos benefícios para as empresas/organizações portuguesas, tais como: a automatização de processos, dado que ao automatizar tarefas repetitivas e demoradas, a inteligência artificial aumenta a eficiência operacional; análise de dados avançada, uma vez que permite processar grandes volumes de dados para extrair insights valiosos, auxiliando na tomada de decisões mais informadas; permite que as empresas possam oferecer produtos e serviços mais personalizados; pode ainda promover a otimização da gestão da cadeia logística, reduzindo custos e melhorando as previsões.

Óscar Afonso

Professor e Diretor da Faculdade de Economia do Porto

Empresas que exploram plataformas digitais, como a Ubereats e a Glovo, recorrem precisamente a sistemas algorítmicos para a gestão logística, financeiras, comunicacional e de recursos humanos. Os seres humanos ficam, por um lado, com as tarefas altamente qualificadas (gestão estratégica, marketing, programação), e, por outro, com as tarefas mais desqualificadas, como levar os produtos a casa dos consumidores. Precisamente este último consiste num emprego precário, inseguro, sem proteção social ou laboral e mal remunerado.

“Aplicou-se a inteligência artificial nas atividades cujo retorno financeiro é maior e cuja relação custo/benefício é mais vantajosa para a empresa, mantendo o trabalho humano, não nas atividades com maior qualidade e remuneração, mas nas que representam uma relação custo/benefício desfavorável ou cuja substituição de seres humanos por inteligência artificial ainda não é tecnologicamente possível”, critica a CGTP. Em cima disso, os ganhos podem ficar concentrados nos proprietários dos algoritmos.

É por isso que estes mecanismos têm de ser treinados. Os direitos à proteção da qualidade de emprego e das condições de trabalho, segundo aponta Carlos Alves, “não deixam de existir pelo facto de estarem a trabalhar com um algoritmo” e, nesse sentido, a política social e laboral “tem de ser articulada” com os desenvolvimentos da inteligência artificial para minimizar os impactos negativos.

Scott Marcus, do Bruegel, destaca, nesse sentido, que mesmo que o número total de trabalhos não se reduza, há pessoas que não terão trabalho em alguma altura porque os seus trabalhos desapareceram e, portanto, “os sistemas de proteção social vão ter de se adaptar” para que as pessoas não sofram em períodos de transição tecnológica.

Por forma a garantir que a IA contribui para um mercado de trabalho mais justo e menos desigual é preciso ter em conta “o design dos sistemas de inteligência artificial”, “a autoaprendizagem e o autoaperfeiçoamento com base em dados imparciais”, “a regulamentação eficaz para evitar práticas discriminatórias e a implementação de políticas sociais e económicas que atenuem os impactos negativos da automação”, aponta o diretor da FEP.

Banca e medicina entre setores mais afetados

Artigos académicos que analisam os impactos da robotização no mercado de trabalho em determinadas regiões e setores industriais detetaram uma tendência decrescente, tanto no emprego como nos salários, dos empregos de baixa e média qualificação, evidenciando que estas qualificações foram as mais afetadas pela automatização.

“A maior parte dos estudos diz que trabalhadores de nível de competências baixo, como construtores, cabeleireiros, esteticistas, não vão ver tantas alterações decorrentes da inteligência artificial ou da automação, os trabalhos deles vão continuar a existir. A mudança com a nova inteligência artificial terá mais impacto em trabalhadores com mais competências do que prevíamos há uns anos“, assinala Scott Marcus.

Há setores mais expostos do que outros, até porque trabalham com áreas com grande impacto do ponto de vista social, mas também há riscos transversais. Entre as categorias profissionais com maior risco de serem afetadas incluem-se os trabalhadores de serviços, operadores das linhas de produção, secretariado, atendimento, recursos humanos, finanças, seguros e caixas de supermercado, enquanto os setores mais criativos – profissões artísticas, de consultoria e científicas – estão mais protegidos.

Deste modo, deixam de ser apenas os trabalhadores de linhas de montagem em fábricas que estão ameaçados, mas também trabalhadores de escritórios, que classificam mensagens, organizam agendas e documentos, ou que fazem deteção de padrões, como os médicos na sua prática diagnóstica.

No setor financeiro, por exemplo, a utilização de dados pessoais para criar sistemas de sinais de alerta em algoritmos de concessão de crédito pode levantar preocupações sobre a privacidade e a discriminação; na área da saúde, a falta de um histórico de dados médicos digitais abrangentes pode dificultar a criação de modelos de diagnóstico precisos; empresas tradicionais, por sua vez, podem enfrentar desafios ao incorporar a inteligência artificial devido à necessidade de alterar estruturas hierárquicas e processos já aparentemente consolidados.

A inteligência artificial coloca ainda uma série de desafios, sendo um dos principais a necessidade de investimentos significativos para a sua aplicação eficaz. É o caso da indústria transformadora, em que a adoção da robótica e da automação decorrente da IA pode envolver elevados custos iniciais, para além de poder impactar o emprego por tipo de qualificações, os salários e a desigualdade salarial entre trabalhadores.

Neste âmbito, Óscar Afonso chama a atenção para o facto de a adoção e o desenvolvimento de tecnologias avançadas poderem estar mais disponíveis para empresas ou para países mais ricos, criando um “maior fosso” entre países e não apenas dentro de cada país.

A ausência de regulamentação específica da IA pode também ser um desafio, em concreto para o uso de veículos autónomos, já que a falta de leis próprias pode dificultar a determinação de responsabilidades em situações de acidentes. Há ainda a salientar que a transição para a inteligência artificial pode exigir tempo de aprendizagem e de ajustes, podendo gerar interrupções temporárias, por exemplo, na logística.

“O que determina estes impactos é a natureza das tarefas realizadas, independentemente de terem um maior ou menor teor cognitivo. É hoje mais fácil usar inteligência artificial para diminuir a necessidade de médicos de diagnóstico do que, talvez, de jardineiros”, considera Pedro Brinca, economista e professor da NOVA SBE.

Como tal, Andrea Araújo defende que a própria IA “tem um papel na gestão, planeamento e antecipação” destes cenários, prevendo, a título de exemplo, “que tarefas têm mais probabilidade de desaparecer e quais as competências necessárias e a gestão dos recursos no tempo e no espaço, de forma a, preventivamente, adaptar e desenvolver as competências às novas realidades”.

Setores mais criativos, com tarefas menos rotineiras – profissões artísticas, trabalho de consultoria e científico, etc. – estão mais protegidos. Outros setores, como o administrativo, será sem dúvida um dos mais impactados. O que determina estes impactos é a natureza das tarefas realizadas, independentemente de terem um maior ou menor teor cognitivo. É hoje mais fácil usar inteligência artificial para diminuir a necessidade de médicos de diagnóstico do que, talvez, de jardineiros.

Pedro Brinca

Economista e professor na NOVA SBE

Esta ideia é defendida também pelo diretor da Faculdade de Economia do Porto, para evitar a destruição de emprego nos diferentes setores. “A implementação da inteligência artificial pode exigir que os trabalhadores adquiram novas competências de modo a poderem adaptar-se às mudanças tecnológicas“, afirma Óscar Afonso.

Por outro lado, a criação, implementação e manutenção de sistemas de IA podem ainda gerar novas oportunidades de emprego em certos setores como, por exemplo, análise de dados, cibersegurança, engenharia de inteligência artificial e ética da inteligência artificial. Segundo o presidente da AIP, estas posições “estão a ser fortemente pressionadas pelos países e mercados que lideram a atual revolução tecnológica”. Silicon Valley tinha, até há pouco tempo, especialistas destas áreas oriundos de 193 países.

A realidade da IA em Portugal

Precisamente a atração de especialistas da área da IA constitui um dos maiores desafios da economia portuguesa, alerta José Eduardo Carvalho. A isso soma-se a maior lentidão da disrupção destas tecnologias em Portugal face aos outros países. “Pelo relativo baixo custo da força de trabalho, que faz com que o custo de oportunidade da adoção da tecnologia não seja tão alto”, justifica o economista Pedro Brinca.

Embora note que os salários mais baixos têm subido muito acima da produtividade, “ao ponto de que cerca de um quarto dos trabalhadores já estão a ganhar o salário mínimo”, o professor da NOVA SBE vê a “ameaça do desemprego tecnológico” cada vez mais como uma realidade.

Mas o secretário executivo da UGT assinala um outro “problema” por resolver em Portugal, que será ainda mais urgente. “Nós nem estamos mal posicionados nas competências digitais, mas temos um conjunto de população, nomeadamente em faixas etárias mais elevadas, que não têm a formação suficiente de base. Aquilo que temos de resolver primeiro, se calhar, é um défice de formação de base“, considera Carlos Alves.

Já a outra central sindical nacional diz estar em falta uma “análise objetiva e extensa sobre as potencialidades de modernização”, que “depende de setor para setor”. “Desde a agricultura ao setor extrativo, o uso de ferramentas de inteligência artificial é muito incipiente, para não dizer quase inexistente”, assinala Andrea Araújo, apontando que o uso destas ferramentas assenta “em empresas de pequena dimensão, baixo valor acrescentado e baixos salários e qualificação”.

Converter o modelo económico de baixos salários e baixas qualificações num modelo de maior valor acrescentado, segundo a CGTP, é fundamental, para o que apela ao desenvolvimento de “políticas de valorização dos trabalhadores, do trabalho e das qualificações, que previnam a perda constante dos trabalhadores mais qualificados para concorrentes externos”.

Existe, simultaneamente, a necessidade de criar infraestruturas tecnológicas adequadas, particularmente, redes internet de alta velocidade, que funcionem em todo o território nacional. “Ainda hoje há locais onde o 4G não chega, quanto mais o 5G. Não existe indústria 2.0 sem internet 5G”, aponta Andrea Araújo.

Em Portugal falta uma análise objetiva e extensa sobre as potencialidades de modernização e esta depende de setor para setor. Mas desde a agricultura ao setor extractivo, o uso de ferramentas de inteligência artificial é muito incipiente, para não dizer quase inexistente. Talvez se utilize a geolocalização na distribuição, mas não se usam ferramentas de inteligência artificial para a gestão dos recursos como a água, para a exploração e melhoria das colheitas, para a rega… O mesmo no setor extrativo ou na própria indústria, muito assente em empresas de pequena dimensão, baixo valor acrescentado e baixos salários e qualificação.

Andrea Araújo

Comissão Executiva da CGTP-IN

Por fim, a CGTP defende a necessidade de “uma política de substituição de importações que canalize para território nacional a produção e consumo de produtos de alto valor acrescentado”, bem como “a democratização do acesso ao conhecimento, à educação e ao ensino superior, apostando numa rede pública capaz de formar pessoal especializado em áreas como a inteligência artificial, sem que se percam para outros países”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Professores obrigados a viver em quartos alugados “em situações indignas”

  • Lusa
  • 10 Setembro 2023

O aumento das rendas levou a que a habitação passasse a ser um problema de cada vez mais pessoas, nomeadamente professores e médicos. Os sindicatos têm reivindicado subsídios.

Há cada vez mais professores a dividirem apartamentos e até quartos, segundo a associação Chão das Lutas, que tem ouvido relatos de docentes que se queixam de “transtornos familiares” e de viverem “situações indignas”.

Quem começa por procurar um apartamento para arrendar, depressa descobre que “o céu é o limite” no que toca aos preços pedidos pelos proprietários, contou à Lusa Vasco Barata, da Chão das Lutas — Associação pelo Direito à Habitação.

“É muito comum vermos rendas de T0 a 900 euros e até um T3 por dois mil e tal euros. É a loucura em que vivemos, em que a renda média pode ser quase o dobro do salário mínimo ou o triplo, ou seja, é uma situação verdadeiramente insustentável”, criticou o advogado, dando exemplos de preços da zona de Lisboa.

O aumento das rendas levou a que a habitação passasse a ser um problema de cada vez mais pessoas, nomeadamente professores e médicos, que agora recorrem à associação “para pedir ajuda ou apenas desabafar”.

Os ativistas, juristas e advogados da associação têm ouvido muitos relatos de professores desesperados. Vasco Barata diz que o problema não é de agora e que é cada vez mais usual ver docentes a dividir casa e até quarto.

“Veem-se com graves problemas por falta de salário que lhes permita pagar as rendas. Com o aumento de rendas, os professores são obrigados a viver em situações indignas ou que lhes causam grande transtorno familiar”, alertou.

A Lusa falou com quatro professoras do norte que, durante a semana, vivem longe das famílias, em quartos arrendados na região de Lisboa.

Uma das docentes, que dava aulas de Matemática numa escola secundária de Lisboa, desistiu este ano da carreira e voltou para Viana do Castelo, para junto do marido e dos dois filhos.

“Ter de partilhar quarto numa fase da vida em que já deveriam ter autonomia é muito violento. Estamos a falar de pessoas com 50 ou até mais anos, não estamos a falar de um início de carreira, que já de si não é desejável“, lamentou Vasco Barata.

As professoras defenderam que se conseguissem arrendar um apartamento, seria mais fácil manter a família junta. Os sindicatos de professores e diretores escolares têm reivindicado um subsídio para os deslocados.

Em alternativa, o Ministério da Educação anunciou este ano a disponibilização de 29 apartamentos a preços acessíveis nas zonas de Lisboa e Portimão, uma oferta que os professores dizem ficar aquém das necessidades.

É na zona e Lisboa e do Algarve que se nota mais a falta de professores e essas são as zonas onde as rendas são mais altas, lembrou Vasco Barata.

Lisboa é atualmente uma das cidades com as rendas mais elevadas do mundo, mas Portugal aparece na cauda da Europa no que toca a salários, lembrou o advogado.

A Lusa fez uma pesquisa esta semana em ‘sites’ na internet e os únicos quartos que encontrou na zona de Lisboa abaixo de 400 euros eram partilhados.

Em São Marcos, em Sintra, por exemplo, o senhorio oferecia uma cama por 200 euros, mas num quarto com dois beliches.

Na Pontinha, havia uma “vaga de cama em quarto partilhado para homens” por 220 euros, sendo que o quarto tinha cinco camas: dois beliches e uma cama individual.

Por outro lado, a Lusa encontrou um quarto com casa de banho privativa e zona de estudo em São Domingos de Rana, Cascais, por dois mil euros.

No centro de Lisboa, no Bairro de São Miguel, havia um apartamento T4 com quartos para alugar: A partir de 550 euros em quarto duplo e 800 euros para ficarem sozinhos.

Aos preços dos quartos, é preciso somar as contas do gás, água, eletricidade, conta de supermercado e despesas inesperadas, como uma avaria do carro.

A professora Ana Rita, 50 anos, contou à Lusa o dia em que teve de levar à oficina o seu “carro velhinho, que usava para dar aulas em várias escolas”.

“Eu ganhava muito mal e quando o mecânico me apresentou a fatura, que era praticamente o meu ordenado, até lágrimas me caíram”, recordou a professora do 1.º ciclo, que ficou sem dinheiro para pagar os 400 euros do quarto alugado no bairro de Benfica.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.