Governo italiano adiciona IA e cibersegurança a setores económicos a proteger

  • Lusa
  • 8 Agosto 2023

Com o mecanismo “Golden Power”, o Estado pode vetar qualquer influência de terceiros em setores sensíveis. Em julho, o governo italiano interviu na Pirelli para limitar acesso chinês à empresa.

O governo italiano acrescentou inteligência artificial, cibersegurança, produção de semicondutores e tecnologia quântica aos setores sensíveis da economia em que pode intervir, no âmbito de uma medida que visa impedir interferências estrangeiras.

A decisão, anunciada esta terça-feira no final de um Conselho de Ministros, inclui também a indústria aeroespacial, armazenamento de energia e tecnologias nucleares, além da produção alimentar “relativa a uma ou mais entidades fora da União Europeia”.

Com este mecanismo, chamado “Golden Power”, o Estado pode vetar qualquer influência de terceiros em setores sensíveis, um poder que já exerceu, em 2016, no setor das telecomunicações para conter a crescente influência do grupo francês Vivendi.

“Fica estabelecido que os poderes especiais do governo em áreas estratégicas também podem ser exercidos dentro do mesmo grupo no caso de atos, transações e deliberações relativos a direitos de propriedade intelectual”, detalha ainda o texto que altera a lei.

Em julho, o governo italiano liderado por Giorgia Meloni confirmou a intervenção na empresa do setor automóvel Pirelli, para limitar o acesso do grupo acionista chinês CNRC (China National Tire and Rubber Corporation) à tecnologia que faz funcionar os seus sensores de pneus, uma vez que podem recolher informação sensível. “Estes sensores são capazes de recolher dados do veículo relativos, entre outras coisas, ao estado das estradas, à geolocalização e ao estado das infraestruturas”, defendeu o governo italiano na altura, em comunicado.

O executivo de Meloni referiu que “o uso indevido desta tecnologia pode acarretar riscos consideráveis não só para a confidencialidade dos dados do utilizador, mas também para a possível transferência de informações relevantes de segurança”.

O novo decreto do governo italiano inclui também medidas do Plano Nacional de Microeletrónica, que vai contribuir com 700 milhões de euros para o setor, quer para investigação, quer para iniciativas empresariais.

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Países ocidentais “devem cumprir promessas” à Rússia no acordo de cereais, diz Erdogan

  • Lusa
  • 8 Agosto 2023

“A solução deste problema depende do respeito pelos países ocidentais das suas promessas", diz o presidente turco.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considerou esta terça-feira que a solução para o escoamento de cereais ucranianos no Mar Negro “depende dos países ocidentais, que devem cumprir as suas promessas”.

“A solução deste problema depende do respeito pelos países ocidentais das suas promessas. Não foram tomadas as medidas que teriam permitido transformar num cessar-fogo a atmosfera positiva criada pela Iniciativa do Mar Negro, e de seguida num acordo de paz duradouro”, acusou o chefe de Estado turco, discursando perante a conferência de embaixadores em Ancara.

“Penso que pode ser encontrada uma solução”, acrescentou, numa referência ao recente contacto telefónico com o Presidente russo Vladimir Putin, que recusou prolongar o acordo que expirou em 17 de julho e do qual eram garantes a ONU e a Turquia. “Na semana passada, no decurso da nossa conversa telefónica com Putin, tomámos conhecimento das exigências da Rússia”, indicou, sem adiantar mais pormenores.

A par das Nações Unidas, a Turquia foi um dos mediadores da Iniciativa do Mar Negro, acordo firmado em Istambul no verão de 2022 que permitiu a exportação de cereais por esta via marítima a partir de portos ucranianos. O acordo foi suspenso em meados de julho passado, após a saída unilateral de Moscovo.

A Rússia suspendeu o acordo após meses de críticas ao texto acordado, argumentando que os seus envios de produtos agrícolas e de fertilizantes estavam bloqueados pelas sanções ocidentais, impostas na sequência da invasão do território ucraniano em fevereiro de 2022.

“A nossa posição é clara”, insistiu Erdogan, que na semana passada apelou a Putin para “evitar a escalada”. “Caso a guerra alastre ao Mar Negro, será um desastre para a nossa região”, prognosticou Erdogan.

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Diplomacia “é a melhor via a seguir” na crise no Níger, defende presidente nigeriano

  • Lusa
  • 8 Agosto 2023

"Todas as vidas humanas contam e isso significa que todas as decisões tomadas pelo bloco (da África Ocidental) serão tomadas tendo em conta a paz, a estabilidade e o desenvolvimento", indica.

O Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, que preside atualmente à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), considera que a “diplomacia” é a “melhor via” para resolver a crise no Níger.

Tinubu e os dirigentes dos outros países da CEDEAO “preferem uma resolução por via diplomática, por meios pacíficos, em vez de qualquer outra”, acrescentou esta terça-feira o porta-voz Ajuri Ngelale, especificando que esta posição se manteria “enquanto se aguarda qualquer outra resolução que possa ou não resultar da cimeira extraordinária” da organização, prevista para quinta-feira.

Todas as vidas humanas contam e isso significa que todas as decisões tomadas pelo bloco (da África Ocidental) serão tomadas tendo em conta a paz, a estabilidade e o desenvolvimento não só da sub-região, mas também do continente africano”, afirmou, sem indicar se a opção de intervenção militar no Níger tinha sido abandonada.

A CEDEAO tinha ameaçado com uma eventual intervenção militar para restabelecer o Presidente Mohamed Bazoum, derrubado por um golpe de Estado em 26 de julho. Esta ameaça, sob a forma de um ultimato de sete dias dado aos militares golpistas nigerinos em 30 de julho pelos dirigentes da CEDEAO, não foi cumprida quando expirou no domingo à noite.

Uma nova cimeira dos chefes de Estado da CEDEAO sobre a situação no Níger está prevista para quinta-feira em Abuja, capital da Nigéria, que detém atualmente a presidência rotativa da organização regional. Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse esta terça que a diplomacia norte-americana ainda tem esperança de que o golpe de Estado no Níger chegue ao fim, mas continua “realista” quanto à situação.

A tomada de posição norte-americana surge horas depois de se saber que a junta militar no poder no Níger recusou receber em Niamey uma delegação tripartida, que incluía representantes da CEDEAO, da União Africana e ONU. “Continuamos esperançados, mas também somos muito realistas”, declarou Matthew Miller.

A visita de segunda-feira a Niamey de uma alta dirigente do Departamento de Estado, Victoria Nuland, que se reuniu com os autores do golpe de Estado, não marcou qualquer progresso significativo na procura de uma solução diplomática.

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Amazónia “não é um tesouro a saquear”, avisa Lula

  • Lusa
  • 8 Agosto 2023

A cimeira reúne os oito países amazónicos e as conversas serão estendidas aos países convidados, entre os quais Indonésia, República do Congo e República Democrática do Congo.

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a Cimeira da Amazónia iniciada esta terça-feira em Belém marcará um “antes e um depois” na história da região. “Tenho convicção de que a história da Amazónia será medida a partir deste encontro. Que haverá um antes e um depois”, disse Lula da Silva na cimeira em que participam líderes dos oito países da região.

O dirigente brasileiro, anfitrião da cimeira, sublinhou que a Amazónia “não é um tesouro a saquear” onde os recursos podem ser explorados em benefício de poucos e previu que a floresta será um passaporte para os países da região estabelecerem uma nova relação com o mundo. Lula da Silva destacou que até agora era o mundo que opinava sobre a maior floresta do planeta e, a partir de agora, “é a Amazónia que levanta a voz para falar ao mundo”.

O Presidente brasileiro reviu a história, lamentando que um sistema internacional imposto de fora tenha atribuído aos países latino-americanos um papel de produtores de matérias-primas e, na Amazónia, os sucessivos ciclos económicos “geraram prosperidade para poucos, pobreza para muitos” e “destruição ambiental”.

Para mudar esse cenário, o chefe de Estado brasileiro destacou que não é possível resolver a situação da Amazónia “sem resolver os problemas estruturais” que afetam os 50 milhões de pessoas que vivem na região, como a falta de água potável, a fome e a insegurança causadas pelas organizações criminosas transnacionais.

Lula da Silva tem defendido a atribuição de recursos próprios à Organização do Tratado de Cooperação Amazónica (OTCA), a “revitalização” do Parlamento Amazónico e a promoção da participação de jovens, mulheres e indígenas nas discussões.

A cimeira reúne os oito países amazónicos e na quarta-feira as conversas serão estendidas aos países convidados, entre os quais Indonésia, República do Congo e República Democrática do Congo, que têm grandes áreas de floresta tropical.

São Vicente e Granadinas também estarão presentes nesta cimeira ampliada por ocupar atualmente a presidência ‘pro tempore’ da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), assim como a França, pela Guiana Francesa, Alemanha e Noruega, contribuintes do Fundo Amazónia, que promove projetos sustentáveis ??na região.

Este é o quarto encontro de líderes da OTCA, criado em 1995 e integrado pelos oito países amazónicos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), e o primeiro desde 2009.

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Empresa mãe da Ibersol esclarece que vendeu posição de 10,74% por 34,1 milhões de euros

A sociedade Fergie, controlada pelos filhos de António Pinto de Sousa e de Alberto Teixeira, pagou 7,5 euros por ação da Ibersol.

A sociedade Fergie, detida na totalidade pela IES, adquiriu mais de 4,5 milhões de ações da Ibersol à ATPS por um valor de 34,1 milhões de euros, segundo foi revelado em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Com esta operação, realizada no final de julho, a sociedade dos filhos de António Pinto de Sousa e Alberto Teixeira passou a deter 10,74% do capital e dos direitos de voto da empresa sediada no Porto.

Segundo o comunicado da Ibersol, a Fergie pagou 7,5 euros por cada ação da empresa. Tendo em conta que adquiriu mais de 4,5 milhões de ações, o valor do negócio acabou por se situar nos 34,1 milhões de euros.

A sociedade Fergie – Serviços de Gestão, S.A. é 100% detida pela IES – Engenharia Indústria e Serviços, que por sua vez é detida por Pedro André Gonçalves Teixeira (50%), Pedro Barbosa Vaz Pinto de Sousa (25%) e Diogo Barbosa Vaz Pinto de Sousa (25%) – que partilham apelidos com os atuais presidente e vice-presidentes da Ibersol, António Leal Teixeira e António Pinto de Sousa, respetivamente.

Na sequência da transação, realizada no dia 28 de julho, a ATPS passou a deter 21.452.754 ações da empresa portuguesa, correspondentes a 50,64% do capital e dos direitos de voto. Antes da operação, a ATPS detinha 26.004.204 ações.

É de sinalizar que a Ibersol, cotada no índice de referência português PSI, fechou a sessão desta terça-feira a cotar nos 6,7 euros, depois de ter desvalorizado 1,47%.

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Violento incêndio em Odemira agita turismo e economia local

O empreendimento Teima, em São Teotónio, foi destruído pelas chamas e outros foram evacuados. As autoridades consideram ser prematuro avançar com valor dos prejuízos.

O violento incêndio que está a fustigar a região de Odemira e a alarmar a comunidade, por não dar tréguas desde sábado, está a causar grande agitação no turismo e restauração com pelo menos um empreendimento turístico destruído pelas chamas, crescente evacuação e consequente realojamento de turistas para Vila Nova de Milfontes e até Porto Covo, assim como restauração fechada. Autarquia e agentes de economia local garantem ser prematuro avançar com valores dos prejuízos, que se estimam avultados.

O empreendimento turístico TEIMA, em Vale Juncal, São Teotónio, foi um dos locais destruídos pelas chamas. “Queridos amigos e clientes. É com um enorme desgosto que vos venho contar que a nossa TEIMA hoje foi consumida pelas chamas. Talvez uma das casas resista. Ainda não sabemos. Não houve um bombeiro a defender-nos”, lê-se na página de Facebook do empreendimento turístico. Mais, continua, “a nossa tristeza e revolta é incomensurável. Vamos ter de fechar por uns meses. Espero que… até breve”.

Em declarações ao Local/Online, Mónica Mcgill, presidente da direção da associação Casas Brancas – turismo rural do sudoeste alentejano e Costa Vicentina e com 60 associados – assegura ser ainda “cedo e difícil quantificar os prejuízos” resultantes do incêndio que atingiu a região. Na realidade, frisa, “não se sabe o valor dos prejuízos, pois as pessoas ainda não tiveram tempo para fazer contas à vida“.

“O que sabemos é que as casas, situadas em zonas mais perigosas e onde estavam turistas hospedados, foram evacuadas pelas autoridades; outras pessoas ficaram assustadas e saíram antecipadamente, e outras foram avisadas para já não virem para as unidades turísticas”, conta Mónica Mcgill.

A presidente da associação Casas Brancas elenca outros casos de unidades de turismo rural em São Teotónio, de onde os turistas também tiveram de “fugir” das chamas, como Craveiral Farmhouse by Belong staying and feeling, “com mais de 30 casas, e a unidade Pé no Monte, com duas dezenas de casas rurais”.

Mónica Mcgill adianta ainda ao ECO que “alguns restaurantes ficaram ontem sem poder trabalhar, na zona da Zambujeira do Mar, porque houve corte de luz”.

O incêndio, que já progrediu para Monchique, Aljezur e Odeceixe, continua a mobilizar cerca de 1.000 operacionais, apoiados por 322 veículos e 16 meios aéreos, de acordo com a Proteção Civil.

Já arderam 7.000 hectares e foram evacuadas 20 povoações e um parque de campismo, num total de 1.424 pessoas deslocadas. Há registo de 40 pessoas assistidas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

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UE já não é dependente de combustíveis fósseis russos, avança Bruxelas

  • Lusa
  • 8 Agosto 2023

"Já não estamos dependentes dos combustíveis fósseis russos em geral", referiu um porta-voz da Comissão, que adiantou que as importações de carvão cessaram e as de petróleo são apenas uma fração.

A Comissão Europeia indicou esta terça-feira que acabou a dependência da União Europeia (UE) em relação aos combustíveis russos, considerando ainda que o gás natural russo está “a desaparecer rapidamente” do mercado europeu, segundo o porta-voz Adalbert Jahnz.

“Já não estamos dependentes dos combustíveis fósseis russos em geral”, indicou, salientando, numa conferência de imprensa da Comissão Europeia, citada pela Efe, que “as importações de carvão cessaram e as importações de petróleo são apenas uma fração do que eram antes da guerra”.

Em abril de 2022, os países da União Europeia (UE) concordaram em vetar as compras de carvão russo em resposta à invasão da Ucrânia, enquanto em junho do ano passado também chegaram a acordo para um embargo parcial ao petróleo russo.

No que se refere ao gás natural, o porta-voz da Comissão Europeia afirmou que, em março de 2023, apenas 8% de todas as importações de gás provinham da Rússia, em contraste com a situação anterior à guerra, quando o gás russo representava mais de 50% das importações da UE. “Isto deve-se a um programa muito intensivo para encontrar fornecedores alternativos, no qual a Comissão tem estado muito empenhada”, disse Jahnz na conferência de imprensa.

A este respeito, o porta-voz sublinhou que, no último ano, a UE “ultrapassou os objetivos” do plano RepowerEU, concebido por Bruxelas para reduzir a dependência do gás, do petróleo e do carvão de Moscovo e reforçar a soberania energética europeia.

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Médicos lançam manifesto a exigir seriedade nas negociações do Governo com a classe

  • Lusa
  • 8 Agosto 2023

"Não aceitamos a arrogância de quem esperou 15 meses, até ao último fôlego, para apresentar uma proposta devidamente redigida com 1,6% de aumento na grelha salarial", indicam os médicos.

Mais de duas centenas de médicos divulgaram esta terça-feira um “Manifesto de Insubmissão Médica” a refutar “a arrogância” de quem levou 15 meses a apresentar uma proposta de aumentos de 1,6% e a exigir “uma negociação de boa-fé”.

Não aceitamos a arrogância de quem esperou 15 meses, até ao último fôlego, para apresentar uma proposta devidamente redigida com 1,6% de aumento na grelha salarial. Exigimos uma negociação de boa-fé”, lê-se no manifesto, que já conta com quase 220 assinaturas de profissionais de todo o país e que foi divulgado hoje, na véspera de negociações com o Ministério da Saúde e do início de uma greve regional de dois dias decretada pelo Sindicato Independente dos Médicos.

No documento, os clínicos, de várias especialidades e pontos do país, começam por fazer uma apresentação com uma resenha das lutas reivindicativas dos médicos desde a década de 1950 e que se misturaram sempre com as exigências crescentes dos cidadãos e de um sistema de Saúde geral e universal.

Lembram igualmente que “a Saúde era na altura da ditadura fascista uma subsecretaria de Estado do Ministério do Interior e que só ficava isento do pagamento integral dos cuidados de Saúde quem apresentasse um atestado de indigência emitido pela respetiva junta de freguesia”.

Falam do enorme passo que foi a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), em 1979, mas também da degradação que este tem vindo a conhecer ao longo dos anos e de sucessivos governos, em particular dos últimos executivos, dirigidos por António Costa.

No texto do manifesto, os profissionais dizem que “não aceitam, nunca, compactuar com tanta hipocrisia” e consideram “que as medidas em desenvolvimento nos últimos anos acabam por se traduzir na destruição progressiva do SNS, incluindo também pela via da omissão”.

“Declaramos energicamente que a profissão médica, independentemente de ser exercida nos setores público, privado ou social, tem sempre os mesmos valores humanistas e solidários. Em todos esses setores exigiremos o mesmo respeito pela nossa profissão”, afirmam.

Para os subscritores do manifesto “é impossível aceitar que não há alternativas a conseguir reerguer o SNS e devolver a esperança e as perspetivas de carreira médica atrativa, respeitada e dignamente remunerada”. Pela razão apresentada, vincam que “é inadiável democratizar a organização e o funcionamento dos serviços de saúde, valorizando significativamente os cargos de chefia médica como os diretores de serviço e de departamento, e implementando medidas que visem a eleição dos diretores clínicos”.

“Exigimos à Ordem dos Médicos e às duas organizações sindicais médicas nacionais que, independentemente das especificidades das suas competências legais e da existência dos seus órgãos estatutários de decisão autónoma, sejam responsáveis e respeitem os interesses dos médicos portugueses, estabelecendo pontes permanentes de entendimento e de convergência, não abrindo brechas que facilitem aos poderes político e económico golpearem a nossa classe profissional”, afirmam.

Os médicos adiantam que “têm a razão e a defesa da vida” do seu lado e que “os governos vão passando, os ministros passam ainda mais depressa, mas os médicos continuam a insubstituível tarefa de tratar os doentes, de promover a saúde e de prevenir a doença”.

“Finalmente, apelamos ao prosseguimento e ampliação desta luta, rejeitando a proletarização insultuosa do trabalho médico e a introdução de elementos de mercenarização do seu desempenho, exigindo a imediata definição de uma Carreira Médica com condições de trabalho adequadas e um sistema remuneratório justo e atrativo, de modo a assegurar a viabilidade do SNS ao serviço de todos os cidadãos, tal como estabelece a Constituição da República”, concluem os subscritores do manifesto.

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Misericórdia da Lousã vende antigo hospital a fundação por 1,75 milhões

  • Lusa
  • 8 Agosto 2023

A fundação ADFP pagará um milhão e 350 mil euros, no momento da assinatura do contrato de promessa de compra e venda, mais 150 mil euros no ato na celebração da escritura.

A Misericórdia da Lousã vai vender o antigo Hospital de São João à Fundação ADFP por um milhão e 750 mil euros, disseram esta terça-feira fontes da instituição à agência Lusa.

Numa reunião realizada na segunda-feira, os membros da Santa Casa da Misericórdia da Lousã (SCML) decidiram em assembleia geral, por maioria, alienar o imóvel à instituição de Miranda do Corvo, liderada pelo médico Jaime Ramos, antigo deputado do PSD.

O edifício primitivo do Hospital de São João foi construído, no século XIX, com donativos particulares de um grupo encabeçado pelo benemérito João Montenegro, que fundou a colónia Nova Louzã, no estado São Paulo, com recurso a mão-de-obra livre numa época em que a escravatura ainda não tinha sido abolida no Brasil. Os sócios presentes na sessão aprovaram o negócio com a ADFP por 29 votos a favor, um voto contra e uma abstenção.

“Entre 400 e 500 mil euros são para gastos imediatos, designadamente dívidas e outros compromissos. A restante verba fica cativa e depois veremos o destino a dar-lhe”, disse à Lusa um membro da mesa administrativa da SCML. Uma das vozes mais críticas da venda foi Amândio Torres, antigo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, que contestou uma alegada falta de informação prévia aos irmãos da proposta de compra, o que o levou a votar contra.

A ADFP pagará à SCML um milhão e 350 mil euros, no momento da assinatura do contrato de promessa de compra e venda, mais 150 mil euros no ato na celebração da escritura, que deverá ser realizada dentro de um ano. Ao abrigo do acordo com a mesa da Misericórdia da Lousã, cujo provedor, João da Franca, está no poder há 33 anos, o comprador começará em 2025 a entregar os restantes 250 mil euros, em prestações anuais de 25 mil euros e sem juros, a saldar até 2035.

No edifício do antigo Hospital de São João, cujo interior foi desmantelado há alguns anos por uma empresa arrendatária que nunca chegou a concluir as obras, a ADFP prevê instalar uma unidade de cuidados continuados, entre outras valências na área da saúde.

Uma empresa de Odivelas, com a qual a Misericórdia rescindiu o contrato de arrendamento, em 2020, não concretizou o projeto negociado, mas veio a receber uma indemnização de 85 mil euros para abandonar o imóvel, já parcialmente desmantelado.

A primeira verba a receber da ADFP destina-se a pagar dívidas aos trabalhadores e aos fornecedores da Misericórdia, cujas contas do exercício de 2022 registaram um saldo negativo de 167 mil euros.

Na década de 1980, na vigência dos governos de Cavaco Silva, o antigo Hospital de São João, importante exemplar da arquitetura da vila, foi demolido para no seu lugar ser construído o Centro de Saúde, que por sua vez seria desocupado na década passada. Nesse período, o Estado pagou uma elevada renda mensal à SCML, até à transferência do Centro de Saúde para um novo edifício fora da área urbana da Lousã.

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Zoom dá ordem de regresso ao escritório. É “mais eficiente”, diz a empresa de videoconferência

  • Trabalho
  • 8 Agosto 2023

O novo modelo na empresa de videoconferências, que viu o negócio crescer com o teletrabalho durante a pandemia, deverá ser implementado ao longo de agosto e setembro.

A Zoom está a dar ordem de regresso aos trabalhadores ao escritório, argumentando que é “mais eficiente”. Os colaboradores que residam a cerca de 50 milhas (cerca de 80 quilómetros) da empresa, que possibilitou a explosão do trabalho remoto durante a pandemia, terão de ir ao escritório dois dias por semana. O novo modelo deverá ser implementado ao longo de agosto e setembro.

“Acreditamos que uma forma híbrida e estruturada – o que significa que os trabalhadores que vivam perto de um escritório precisam de ir ao escritório duas vezes por semana para interagir com as equipas – é mais eficiente para a Zoom”, disse Colleen Rodriguez, head of global PR da Zoom, num comentário citado pela The Verge (conteúdo em inglês/acesso não condicionado).

“Como empresas estamos em melhor posição para usar a nossa tecnologia, continuar a inovar e apoiar os nossos clientes globais. Iremos continuar a alavancar a nossa plataforma Zoom para manter os nossos trabalhadores e equipas dispersas a se manterem ligadas e a trabalhar de forma eficiente “, disse ainda.

A empresa – que registou grande crescimento com a explosão do trabalho remoto durante a pandemia – não é a única tecnológica a determinar o regresso ao escritório, mesmo que em alguns dias por semana. Google, Amazon ou a Salesforce também deram indicações no mesmo sentido.

A companhia também – à semelhança de outras tecnológicas – também já fez redução de pessoal, tendo em fevereiro cortado 15% da sua força de trabalho, cerca de 1.300 pessoas. Membros da liderança executiva reduziram o seu salário base em 20% para o próximo ano fiscal e não avançaram com os bónus previstos no ano fiscal de 2023.

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Nova campanha do Crédito Agrícola convida a “abraçar a vida com segurança”

A campanha é dirigida a três segmentos de clientes do banco: o CA Jovem Adulto, o CA Vida Activa e o CA 55+, abrangendo todo o agregado familiar através das várias ofertas.

“Abrace a vida com segurança” é o mote da nova campanha do Crédito Agrícola direcionada às famílias portuguesas. Contando com a criatividade da agência Addiction, a campanha marca presença nas Caixas regionais/locais e redes sociais do Grupo Crédito Agrícola, bem como em anúncios de imprensa e spots de rádios de âmbito regional, até 29 de setembro.

A campanha surge com o objetivo de “dar resposta a todas as necessidades da família”, englobando diversas soluções do Crédito Agrícola, como o Seguro de Vida CA Protecção Família (que perante a ausência ou redução de rendimento assegura o equilíbrio financeiro do agregado familiar), o Seguro de Vida CA Protecção Hospitalar (que garante o apoio em caso de necessidade de uma intervenção cirúrgica ou internamento) e o Seguro CA Saúde (que permite o acesso a soluções de saúde para toda a família), explica-se em nota de imprensa.

“A adesão aos serviços disponibilizados na campanha CA Solução Família conta com condições especiais atrativas: os Seguros de Vida CA Protecção Família e CA Protecção Hospitalar oferecem pelo período de dois anos um desconto de 10% no prémio aos Clientes Associados e de 5% aos Clientes Não Associados; e o Seguro CA Saúde contempla a oferta da 12ª mensalidade na primeira anuidade, bem como vales de desconto no Pingo Doce, no valor de 10€, 25€, 30€, 40€ ou 50€ por pessoa segura, conforme a opção de seguro subscrita”, refere a entidade bancária em comunicado.

Durante o período da campanha, o Crédito Agrícola oferece a cada cliente que subscreva uma apólice de seguro um cartão presente de 15 euros para utilizar na FNAC.

A campanha é dirigida a três segmentos de clientes do banco: o CA Jovem Adulto, o CA Vida Activa e o CA 55+, abrangendo todo o agregado familiar através das várias ofertas.

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Fábrica de chips da TSMC vai ser construída na Alemanha num investimento de 10.000 milhões

  • Lusa
  • 8 Agosto 2023

A coligação governamental liderada pelo chanceler Olaf Scholz vai conceder um subsídio no valor de 5.000 milhões de euros para a construção da fábrica que se localizará em Dresden.

A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. concordou esta terça-feira em construir uma fábrica de chips, em Dresden, na Alemanha, em parceria com a Infineon Technologies, NXP Semiconductors e a Robert Bosch GmbH, num investimento de 10.000 milhões de euros.

Nesse sentido, será criada uma joint-venture detida em 70% pela Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), com a Infineon, a NXP e a Bosch a deterem, respetivamente, 10% do capital da sociedade, referem as empresas num comunicado conjunto.

A unidade fabril, cuja operação ainda está sujeita à aprovação dos diferentes reguladores do mercado alemão, deverá iniciar a sua construção no segundo semestre de 2024, começar a produção no final de 2027 e criar cerca de aproximadamente 2.000 postos de trabalho diretos, segundo a agência financeira Bloomberg, que cita o comunicado.

A fábrica, a primeira da TSMC na Europa, vai fornecer chips aos setores automóvel e industrial, sendo que constitui um importante passo para contrariar os riscos do aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China. Com a construção da nova fábrica, a Alemanha pretende reduzir sua dependência de chips da Ásia, o que é visto com grande interesse pelos fabricantes da indústria automóvel, caso da Volkswagen e Porsche.

Segundo a Bloomberg, a coligação governamental liderada pelo chanceler Olaf Scholz vai conceder um subsídio no valor de 5.000 milhões de euros para a construção da fábrica que se localizará em Dresden.

Atualmente, os governos em todo mundo estão a competir pela localização de novas fábricas de chips para garantirem um maior controlo sobre os semicondutores que são fundamentais para o fabrico dos produtos eletrónicos e tecnologias de próxima geração, incluindo Inteligência Artificial (IA).

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