Euribor sobe e a três meses para um novo máximo desde novembro de 2008

  • Lusa
  • 7 Agosto 2023

A taxa Euribor subiu esta segunda-feira a três, a seis meses e a 12 meses, no prazo mais curto para um novo máximo desde novembro de 2008.

A taxa Euribor subiu esta segunda-feira a três, a seis e a 12 meses, no prazo mais curto para um novo máximo desde novembro de 2008.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou para 4,055%, mais 0,010 pontos, depois de ter subido até 4,193% em 07 de julho, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados referentes a maio de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representava 40,3% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 34,4% e 22,8%, respetivamente. A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 4,007% em junho para 4,149% em julho, mais 0,142 pontos.
  • No mesmo sentido, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 07 de julho de 2022, subiu esta segunda-feira, ao ser fixada em 3,949%, mais 0,009 pontos do que na sexta-feira e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,972%, verificado em 21 de julho. A média da Euribor a seis meses subiu de 3,825% em junho para 3,942% em julho, mais 0,117 pontos.
  • A Euribor a três meses também avançou para 3,754%, mais 0,011 pontos e um novo máximo desde novembro de 2008. A média da Euribor a três meses subiu de 3,536% em junho para 3,672% em julho, ou seja, um acréscimo de 0,136 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 27 de julho, o BCE voltou a subir os juros, pela nona sessão consecutiva, em 25 pontos base – tal como em 15 de junho e 04 de maio –, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 14 de setembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de 120 concelhos do interior Norte e Centro e do Algarve em perigo máximo de incêndio

  • Lusa
  • 7 Agosto 2023

Mais de 120 concelhos do interior Norte e Centro e dos distritos de Beja e Faro estão esta segunda-feira em perigo máximo de incêndio. Governo está a ponderar declarar situação de alerta.

Mais de 120 concelhos do interior Norte e Centro e dos distritos de Beja e Faro estão esta segunda-feira em perigo máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com o IPMA, estão em perigo muito elevado cerca de 60 concelhos dos distritos de Faro, Beja, Évora, Portalegre, Lisboa, Leira, Aveiro, Viseu, Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança.

Em perigo elevado estão cerca de 70 concelhos dos distritos de Viana do Castelo, Porto, Braga, Aveiro, Leiria, Coimbra, Lisboa, Santarém, Portalegre, Beja, Évora, Setúbal e Faro.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Face às previsões meteorológicas para os próximos dias, o Governo está a ponderar declarar situação de alerta devido ao elevado perigo de incêndios rurais, disse esta segunda-feira a secretária de Estado da Proteção Civil.

Desde o início do ano, as mais de 5.529 ocorrências de fogo já afetaram 19.106 hectares de espaços rurais.

Para esta segunda-feira, o IPMA prevê uma pequena subida da temperatura no Norte e Centro, e a continuação de tempo quente com céu limpo. O vento vai soprar mais intenso nas terras altas.

Quanto a temperaturas, as mínimas vão variar entre os 14º Celsius (Bragança) e os 28ºC (Portalegre) e as máximas entre os 29ºC (Faro e Sines) e os 44ºC (Évora).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Receitas da Altice Portugal sobem 11,8% no segundo trimestre, para 718 milhões de euros

As atenções viram-se agora para a teleconferência de Patrick Drahi com os obrigacionistas, na qual deverá ser questionado sobre as consequências da Operação Picoas.

As receitas da Altice Portugal subiram 11,8% no segundo trimestre, em termos homólogos, para 718 milhões de euros, informou esta segunda-feira a Altice International, grupo que controla a operadora portuguesa de telecomunicações.

O EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – da dona da Meo avançou 9,5% face ao mesmo período ano, para 254 milhões de euros, adiantou o grupo, que inclui operações em Israel e na República Dominicana e ainda a Teads, uma empresa de marketplace de publicidade em vídeo.

“A Altice Portugal apresentou crescimento de receita em todos os segmentos no segundo trimestre de 2023, bem como crescimento de EBITDA e crescimento do fluxo de caixa operacional livre homóloga”, referiu a Altice Internacional, em comunicado.

Em termos da distribuição de receitas, o segmento residencial contribuiu com 336 milhões de euros, enquanto o empresarial representou 382 milhões, disse a Altice Internacional na mesma nota distribuída esta segunda-feira.

A Altice Portugal, por sua vez, salientou em comunicado que o investimento entre abril e junho deste ano foi de 120 milhões de euros, “reafirmando-se a aposta na transformação global das infraestruturas, na inovação e no investimento em Portugal”.

“A Altice Portugal mantém-se na vanguarda da inovação e do progresso tecnológico, atingindo, no segundo trimestre de 2023, 95,0% da população com 5G, e
6,3 milhões de casas passadas com fibra, lares e empresas, em todo o país”, disse a operadora liderada por Ana Figueiredo.

O grupo controlado pelo magnata franco-israelita Patrick Drahi registou uma subida homóloga de 4,6% nas receitas do segundo trimestre, para 1,277 mil milhões de euros, enquanto o EBITDA cresceu 4,3% para 456 milhões, segundo o comunicado da Altice International.

A dívida líquida do grupo, apontada pelos analistas como o “calcanhar de Aquiles”, fixou-se em 8,6 mil milhões de euros a 30 de junho deste ano.

As atenções viram-se agora para a teleconferência de Patrick Drahi com os obrigacionistas esta segunda-feira (12h00 de Lisboa), na qual poderá ser questionado sobre a Operação Picoas, uma investigação do Ministério Público português conhecida em julho, depois de as autoridades terem promovido buscas em vários locais no país, incluindo na quinta do cofundador da Altice, Armando Pereira, e na residência do ex-líder da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, que era até essa altura co-CEO do grupo Altice a nível internacional.

A 19 de julho, a Altice Internacional colocou de licença vários representantes legais, gestores e trabalhadores chave em Portugal e no estrangeiro, avançando também que a investigação interna que tinha sido anunciada pela Altice Portugal abrange ainda “outras jurisdições” além do mercado português. No comunicado sobre os resultados esta segunda-feira a Altice Internacional reiterou essa mensagem.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Insolvências em Portugal sobem pelo terceiro mês seguido, com aumento de 23% em julho

Nos primeiros sete meses do ano, os setores mais fustigados por encerramentos foram os transportes, serviços, construção, agricultura e comércio a retalho. Criação de empresas também baixa em julho.

As insolvências em Portugal aumentaram mais de 23% em julho face ao mesmo período do ano passado, equivalente a um total de 286 casos. Os dados da Iberinform confirmam a tendência de subida neste indicador, após os crescimentos de 21% em maio e de 28% em junho. O acumulado de ações até julho ascende agora a 2.341 insolvências, menos 0,1% do que em igual período de 2022.

Nos primeiros sete meses do ano, as declarações de insolvências requeridas por terceiros subiram 20% (mais 75 pedidos), enquanto as declarações apresentadas pelas próprias empresas cresceram 13% (mais 48 apresentações). Segundo a filial da Crédito y Caución, os encerramentos com plano de insolvência diminuíram 8%, com um total de 23 ações, a mesma percentagem de decréscimo registada no encerramento de processos, que baixou de 1.552 para 1.429.

Neste período, os setores mais fustigados por encerramentos foram os transportes (17%), os serviços (8%), a construção (6.3%), a agricultura (+2,4%) e o comércio a retalho (1,1%). Em termos geográficos, os distritos de Lisboa (550) e Porto (515) concentram o maior número de casos, mas abaixo dos registos de 2022 (14% e 5,2%, respetivamente). O mesmo acontece na Guarda (-41%), Santarém (-30%), Ponta Delgada (-29%), Castelo Branco (-27%) e Setúbal (-3,6%).

Por outro lado, seis em cada dez regiões portuguesas já estão “no vermelho” neste indicador: Vila Real (53%); Faro (35%); Leiria (34%); Horta (33%); Angra do Heroísmo (29%); Braga (26%); Coimbra (21%); Portalegre (18%); Évora (16%); Viana do Castelo (15%); Madeira (15%); Aveiro (11%) e Viseu (1,8%).

Menos empresas criadas desde o início do verão

Também a baixar, neste caso pelo segundo mês consecutivo, está a criação de empresas em Portugal. As constituições registadas em julho — num total de 3.371 –, diminuíram 9,2% face ao mesmo mês do ano passado. No entanto, no acumulado dos primeiros sete meses do ano, o total de novas empresas (30.405) ainda supera os parciais de 2022 (+4,1%) e de 2021 (+24%).

O número de constituições mais significativo regista-se no distrito de Lisboa, com 10.293 novas empresas criadas até final de julho deste ano (+2,9% face a 2022), seguido pelo distrito do Porto com 5.088 (+3,9%). Com acréscimos destacam-se igualmente os distritos de Beja (17%); Viana do Castelo (9,1%); Viseu (9%); Setúbal (8,8%); Aveiro (8,2%); Faro (7,8%); Coimbra (6,3%); Portalegre (5,6%); Leiria (4,5%); Santarém (4,5%) e Braga (3,7%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comunicação pode fazer a diferença para as marcas em caso de ciberataque

As consequências de um ciberataque podem ser "devastadoras" para as marcas, diz Bruno Castro, da VisionWare. A resposta, em termos de comunicação, pode fazer a diferença.

O grupo pró-russo de cibercriminosos NoName057(16) terá atacado recentemente diversas páginas de internet espanholas. As implicações de um ataque deste género para as marcas podem ser “devastadoras” e ditar mesmo o seu fim. A ameaça é real, e em Portugal já afetou marcas como a Vodafone, a Impresa ou a Tap, podendo as consequências, no entanto, serem diferentes consoante a resposta de comunicação dada por parte da marca, observa Bruno Castro, especialista em cibersegurança e análise forense e CEO da VisionWare, em entrevista por escrito ao +M.

Em Espanha, no final de julho, alguns meios de comunicação – como o ABC, El Mundo ou Expansión – terão sido alvo de ataques por parte do grupo de hackers pró-Rússia, tendo os seus sites enfrentado vários problemas técnicos. Estes ataques, no entanto, surgiram já depois de outros ciberataques terem afetado várias páginas oficiais de diferentes entidades espanholas, como sucedeu com sites da família real espanhola, de diversos bancos ou do governo. O site do Ministério do Interior, inclusive, esteve inativo durante várias horas.

Embora a tendência seja “crescente e exponencial para todo o mundo Ocidental” – como avisa Bruno Castro – entre os os dias 19 e 26 de julho, a Visionware registou um total de 56 ataques em Espanha. E as consequências para a “marca” Espanha são várias, sendo desde logo “gigantes” os danos reputacionais e a exposição mediática (negativa) dada ao país e às instituições espanholas com este acontecimento.

“Por um lado, ficou patente perante todo o mundo, o alcance e o impacto causados pelos ciberataques de sucesso instaurados por este grupo cibercriminoso; por outro lado, deixou assim bem visível a enorme fragilidade e vulnerabilidade dos principais sistemas e infraestruturas digitais espanholas”, explica Bruno Castro.

Segundo o especialista, os ciberataques têm custos elevados para a economia (pela quebra, interrupção ou inatividade total dos negócios), ao mesmo tempo que minam a confiança nos Estados (naquela que é uma questão de imagem e de gestão da reputação).

Um ciberataque a uma PME pode mesmo levar à falência da empresa e à extinção de uma marca, alerta Bruno Castro.

No caso das marcas, as implicações e consequências de um ataque deste género podem ser “devastadoras”, principalmente quando se tratam de casos de ransomware (software malicioso que encripta os dados, indisponibilizando os sistemas, para posteriormente solicitar resgates financeiros) “altamente violentos” que “minam” todo o sistema. Tratando-se o alvo, por exemplo, de uma PME (a grande fatia do tecido empresarial português), o ataque pode mesmo levar à falência da empresa e à extinção de uma marca.

Contudo o impacto destes ciberataques vai além da própria empresa ou marca alvo do ataque. Segundo dados da Cybersecurity Venture, em 2021, os ciberataques em todo o mundo custaram mais de cinco mil milhões de euros à economia mundial, estimando-se ainda que este custo continue a subir 15% todos os anos até ultrapassar os oito mil milhões de euros em 2025.

Estes ataques informáticos “têm custos elevados para economia e minam totalmente a confiança nos Estados, sendo que o seu impacto vai muito além das perdas económicas, com ciberataques recorrentes a infraestruturas críticas a corroerem a confiança dos cidadãos nos seus governantes“, aponta Bruno Castro.

Estes “danos” incluem a destruição de dados, a perda de produtividade das diferentes entidades afetadas, o roubo de propriedade intelectual e o custo da reparação e/ou recuperação total dos estragos gerados.

A própria imagem do país sai ‘hackeada’ ao revelar-se frágil, violável, delicada, gerando instabilidade política, económica, social, promovendo e fazendo o elogio do caos e da anarquia, tão desejados e procurados pelas ações levadas a cabo por este tipo de grupos criminosos“, afirma o especialista em cibersegurança.

Em Portugal…

Mas não é só no país vizinho que decorrem estes ataques. Entre marcas presentes em Portugal, Bruno Castro destaca os ataques que tiveram maior impacto mediático no ano passado, em particular aqueles feitos ao grupo Impresa e o “super mediático ciberataque” à Vodafone, “algo inédito no nosso país, e que abriu um precedente em todo o setor IT e no próprio mundo (ou submundo) da área da atuação da cibersegurança”.

“Nunca se falou tanto da importância e dos impactos da cibersegurança como até essa altura (e ainda hoje), e esse é um fator e uma consequência altamente positiva resultante de uma situação negativa e prejudicial para diversas empresas e inúmeros consumidores/particulares”, afirma o especialista.

 epa03664110 A no-parking sign is pictured next to a Vodafone logo at the Vodafone campus in Duesseldorf, Germany, 16 April 2013. According to media reports, telecommunications company Vodafone will cut 500 positions in Germany by 2015. EPA/DANIEL NAUPOLD
Para Bruno Castro, o ciberataque à Vodafone em Portugal resultou num “autêntico case study de sucesso (em termos de comunicação) no nosso país”, ao contrário do ataque à TAP.EPA/DANIEL NAUPOLD

Bruno Castro salienta e elogia o posicionamento e a comunicação veiculada por parte da marca de telecomunicações que, num episódio inédito no país, optou por uma comunicação “clara e transparente” perante os clientes afetados, com conferências de imprensa e comunicados “quase em real time“, a reconhecerem uma falha e a confirmação de um possível comprometimento de dados pessoais e confidenciais.

Um autêntico case study de sucesso (em termos de comunicação) no nosso país“, sumariza o especialista em cibersegurança e análise forense.

Já em sentido contrário, a gestão dos ciberataques infligidos à TAP (que também ocorreram em 2022) “foi algo que deixou muito a desejar, gerando os também já conhecidos impactos negativos na opinião pública e na imagem geral da nossa companhia de bandeira perante os seus clientes”.

Esta visão negativa deriva de dois erros “crassos” na opinião de Bruno Castro, começando pela comunicação de que o ciberataque havia sido contido a tempo (sem comprometimento de serviço ou dados e informações) à qual se seguiu um desmentido – que já era um facto publicado no canal do grupo cibercriminoso – que veio revelar como “óbvia” a perceção da fuga e roubo de dados dos clientes da companhia aérea.

Num âmbito geral, segundo Bruno Castro, são “vários os leaks que já aconteceram em Portugal associados à NATO e à defesa portuguesa“, também estes desencadeados por grupos pró-Kremlin, sendo prova disso os ataques registados a serviços estatais portugueses nos últimos meses. No entanto, Portugal tem feito “imensos esforços a nível do Estado e a nível empresarial para aumentar a sua maturidade em termos de segurança cibernética“, nota o CEO da Visionware.

De acordo com os dados da quarta edição do “Relatório Cibersegurança em Portugal – Riscos & Conflitos”, do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), as ciberameaças que mais afetaram o ciberespaço de interesse nacional em 2022 foram o “ransomware” a cibersabotagem/indisponibilidade, o “phishing” (emails fraudulentos) e “smishing” (SMS fraudulentos), a burla online e o roubo de credenciais e usurpação de identidades.

Entre as principais vítimas de incidentes de cibersegurança encontram-se os setores da banca (sobretudo clientes), da educação e ciência, tecnologia e dos transportes, da saúde e da comunicação social. O mesmo relatório revela ainda que, “a perceção de risco de alguma entidade no ciberespaço de interesse nacional poder sofrer um incidente de cibersegurança aumentou em 2022 e 2023“, enquanto diminuiu “a perceção de que o ciberespaço está mais resiliente a ciberataques”.

O que fazer

Embora não exista nenhuma “fórmula mágica” para restringir estes ataques e o seu impacto nas empresas, marcas e pessoas, “é necessário prevenir e investir em modelos de segurança contínuos, conhecer bem as infraestruturas, e sobretudo, ‘stressar’ constantemente os sistemas, procurando falhas e fragilidades, corrigindo-as de forma perseverante, de modo a ‘blindar’ a organização contra quaisquer eventuais tentativas de ataques“, refere Bruno Castro.

A sensibilização e a maior “evangelização” sobre estes temas da cibersegurança é também um fator de proteção adicional em matéria de segurança uma vez que, caso as pessoas evitem clicar em certos links e ignorem emails de endereços desconhecidos, podem evitar desta forma muitos riscos desnecessários e fugas de dados, ajudando a impedir um ataque bem-sucedido.

Dentro de um contexto empresarial, é também “fundamental” uma crescente consciencialização e sensibilização dos colaboradores, “devendo fazer parte da estratégia do programa de segurança de qualquer organização”, desenvolvendo-se, por exemplo, ações de phishing simuladas.

A recolha de dados dos utilizadores por parte das marcas acarreta também perigos adicionais, contudo “o incentivo para a recolha maximal de dados é demasiado grande (e vantajosa) para as empresas/marcas não o aproveitarem“, refere Bruno Castro, pelo que deixa o alerta de que “um dos principais erros que as pessoas cometem quando utilizam uma aplicação é presumir que esta, simplesmente por estar disponível, é completamente segura“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sindicato dos médicos pede audiência ao Presidente da República sobre “situação de emergência” no SNS

  • Lusa
  • 7 Agosto 2023

A Federação Nacional dos Médicos pede um mediador independente que seja “capaz de sintetizar e acelerar um plano de emergência” para desbloquear o impasse das negociações com o Ministério da Saúde.

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) apresentou uma carta aberta a alertar para a “situação de emergência” no Serviço Nacional de Saúde, documento endereçado ao Presidente da República, a quem foi pedida uma audiência, anunciou no domingo a organização sindical.

Os médicos querem um acordo célere e, por isso, sugerimos ao Governo que nomeie um mediador independente, capaz de dar às negociações o pragmatismo que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] precisa“, lê-se na carta aberta da FNAM, que foi enviada na sexta-feira ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e divulgada pela organização.

Na perspetiva da FNAM, organização que junta o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, o processo negocial entre o Ministério da Saúde e os médicos “não se pode render à lógica do eterno retorno”, em que “repetidamente as boas intenções nunca se concretizam nas propostas escritas”, que até “chegam a demonstrar o contrário do que foi dito no plano dos desígnios”.

“Entendemos que chegou a hora de chegarmos a conclusões capazes de fazer avançar um programa de emergência para salvar a carreira médica e o futuro do Serviço Nacional de Saúde”, afirmou a FNAM, em comunicado.

No âmbito do processo de negociação, esta organização sindical propõe “um mediador independente, capaz de sintetizar e acelerar um plano de emergência, que desbloqueie e ultrapasse o impasse a que se chegou ao fim de 15 meses de negociações com o Ministério da Saúde”.

“Esta carta aberta, e o pedido de audiência que a acompanha, não pretende sugerir que seja o senhor Presidente o mediador — sabemos que não é essa a sua função, nem a Saúde o seu campo de conhecimento –, mas pedimos que reforce, ao lado dos médicos, ao nosso lado, essa sugestão ao senhor primeiro-ministro”, apelou a FNAM.

Para esta organização sindical representativa dos médicos, o custo das medidas necessárias no SNS “está longe de ser inacessível” para a realidade financeira do Estado.

Aumentos e 35 horas de trabalho por semana

A FNAM reivindica um aumento salarial para todos os médicos, que compense a perda do poder de compra da última década e a inflação; a colocação do horário semanal nas 35 horas, que reponha as 12 horas semanais do horário normal em serviço de urgência; e a recuperação do regime de dedicação exclusiva, opcional e devidamente majorado, que incluía o internato médico no 1º grau da carreira médica.

Estas medidas “custam bem menos ao Estado” do que o preço que a ser cobrado caso o país não esteja à altura de recuperar o SNS, alertou esta organização.

A carta aberta e o pedido de audiência ao Presidente da República pretendem ser “um momento de desbloqueio, onde o Governo seja alertado para as fissuras constitucionais da sua proposta, sobretudo quando condiciona o ato médico a critérios economicistas”, sustentou a Fnam, afirmando que “o SNS não pode esperar mais”.

Na quarta-feira, 2 de Agosto, terminou uma greve de médicos de dois dias convocada pela Fnam, que segundo fonte sindical teve uma adesão de 90% e que teve como um dos principais motivos a valorização salarial.

Em causa, segundo argumentou a Fnam, está a “proposta totalmente inaceitável” que o Governo apresentou na última semana aos sindicatos, no âmbito das negociações que se iniciaram ainda em 2022, e que “não contempla” a valorização salarial aplicada de forma transversal a todos os médicos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Venda do Finibanco Angola conduz Banco Montepio a perdas consolidadas de 48,3 milhões no primeiro semestre

Banco Montepio fechou a primeira metade deste ano com lucros recorrentes de 67,8 milhões de euros, “determinada pelo aumento do produto bancário".

O Banco Montepio reportou esta segunda-feira um resultado líquido consolidado recorrente de 67,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2023, o que representa um aumento de 191% face aos 23,3 milhões registados no período homólogo de 2022, com o rácio Common Equity Tier 1 e o rácio de Capital Total (fully implemented) a ascender a 14,4% e 17,1%, respetivamente.

“A evolução favorável dos resultados recorrentes foi determinada pelo aumento do produto bancário, suportado na variação positiva da margem financeira e das comissões. Na sequência da redução significativa dos ativos não produtivos, do reforço dos rácios de capital e do sucesso registado no cumprimento dos objetivos do plano de ajustamento operacional, as agências de rating têm atribuído ao Banco Montepio sucessivas subidas de notação de risco, tendo a Fitch, nomeadamente, aumentado o rating da dívida sénior não garantida por três vezes consecutivas em 12 meses”, salienta em comunicado enviado à CMVM.

A instituição financeira assinala que, com a concretização da venda de 51% do Finibanco Angola, comunicada no início de julho, foi “concluído com sucesso mais um importante compromisso assumido no programa de ajustamento que contribui para a simplificação da estrutura societária e para o reforço do enfoque no mercado doméstico”.

No entanto, explica, “a desconsolidação da totalidade da participação implica o registo contabilístico de um efeito não recorrente desfavorável resultante da reciclagem da reserva cambial negativa no valor de 116,1 milhões de euros, mas sem qualquer impacto ou alteração nos capitais próprios do Grupo Banco Montepio, e que determinou o apuramento de um resultado líquido consolidado negativo de 48,3 milhões de euros”.

Num semestre em que fechou com menos 18 balcões do que tinha um ano antes e reduziu em 136 (-4,4%) o número de trabalhadores em relação ao período homólogo, o banco assinala que o produto bancário core ascendeu a 259,7 milhões de euros (+54,2% YoY), com a margem financeira a aumentar 83,9 milhões (+76,1%) e as comissões 7,3 milhões (+12,7%). O segmento de empresas representa 44% do crédito a clientes (bruto) e os depósitos de clientes totalizaram 12,9 mil milhões, com o segmento de particulares a valer 72% do total.

No capítulo da qualidade dos ativos, o Montepio contabiliza um custo do risco de crédito de 0,1% (vs. -0,1% no final do primeiro semestre de 2022) e que as exposições não produtivas (NPE) totalizaram 531 milhões de euros, “materializando uma redução de 399 milhões (-43% YoY), com o rácio NPE a fixar-se em 4,5% e comparando favoravelmente com os 7,5% apurados no final de junho de 2022”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa deixa Moedas de fora do “almoço de agradecimento” pela organização da JMJ

Primeiro-ministro só convidou D. Manuel Clemente, D. Américo Aguiar e a ministra Ana Catarina Mendes para um “almoço de agradecimento” pela organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

O primeiro-ministro convidou o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, o Presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, D. Américo Aguiar, e a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, para um “almoço de agradecimento” pela organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

A avaliar pela nota de informação de agenda enviada às redações esta segunda-feira, de fora desta iniciativa promovida por António Costa ficaram os autarcas. Entre eles, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, que, a par de Marcelo Rebelo de Sousa – o Presidente da República disse que a JMJ foi “um grande sucesso para Portugal lá fora” –, foi o responsável político em maior destaque durante o mega evento que terminou no domingo na capital portuguesa.

Em declarações aos jornalistas, após a despedida do Papa Francisco, o primeiro-ministro defendeu que os portugueses têm motivos para estar “satisfeitos e orgulhosos” porque o país mostrou ser capaz de organizar um evento como a JMJ. O chefe de Governo concluindo ainda que “as polémicas, mais uma vez, foram absurdas”. “Como foram absurdas há 25 anos as polémicas sobre a Expo, como foram absurdas as polémicas sobre o Euro 2004”, acrescentou Costa.

A JMJ, o maior evento da Igreja Católica, começou na terça-feira e terminou no domingo. Pela primeira vez, realizou-se na capital portuguesa, que terá recebido mais de um milhão de peregrinos. A próxima JMJ, em 2027, será organizada em Seul, na Coreia do Sul, como anunciou no fim de semana o Papa Francisco após a missa de encerramento no Parque Tejo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Desdobramento de escalões de IRS “aumentou desigualdades”, conclui estudo das Finanças

  • ECO
  • 7 Agosto 2023

Estudo do Ministério das Finanças conclui que no desdobramento dos escalões de IRS, realizado em 2018, foi nos grupos mais elevados que se deu a maior redução da taxa efetiva.

O desdobramento dos escalões de IRS realizado em 2018 e que, na altura, alargou os intervalos de rendimento considerados na aplicação de taxas progressivas do imposto de cinco para sete, contribuiu para agravar as desigualdades, de acordo com um estudo do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério das Finanças, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

Na análise ao desdobramento de escalões feito em 2018, o GPEARI conclui que o imposto ficou mais progressivo. Contudo, com desdobramento do segundo e do terceiro patamares de IRS, o estudo conclui que foi nos grupos mais elevados que se deu a maior redução da taxa efetiva de IRS final. Nesse contexto, foi entre os 17.115 e os 25.623 euros de rendimento total anual que se deu a maior redução de taxa efetiva, que caiu de 13,78% para 12,71% (-0,97 pontos percentuais).

entre os rendimentos mais baixos, de 10.804 a 13.085 euros, a taxa efetiva caiu apenas 0,40 pontos percentuais, dos 5,45% para os 5,05%. Por outro lado, as mudanças deixaram de fora 60% dos agregados, com rendimento coletável abaixo do segundo escalão, tendo rendimentos mensais de trabalho dependente ou pensões inferiores a 800 euros.

Assim o GPEARI explica que “devido à redução na coleta em valor absoluto ter sido superior para os decis mais elevados, verifica-se que o peso destes decis para o total do rendimento disponível aumentou, ao contrário dos restantes decis, onde se registou uma diminuição”. “Este aumento do peso dos escalões mais elevados no rendimento disponível total vai aumentar a desigualdade, diminuindo a capacidade redistributiva do imposto”, conclui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: escalões de IRS, casas e Altice

  • ECO
  • 7 Agosto 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O desdobramento dos escalões de IRS em 2018 contribuiu para aumentar as desigualdades, revela um estudo do Ministério das Finanças. O preço das casas em Portugal deverá aumentar cerca de 8,2% por ano durante os próximos 10 anos. Este ano, quase seis mil alunos perderam a bolsa de estudo por falta de aproveitamento no Ensino Superior. Conheça estas e outras notícias nas manchetes nacionais desta segunda-feira.

Desigualdade aumentou com desdobramento de escalões de IRS

O desdobramento dos escalões de IRS, criado pela primeira vez em 2018 e que, na altura, alargou os intervalos de rendimento considerados na aplicação de taxas progressivas do imposto de cinco para sete, contribuiu para agravar as desigualdades, de acordo com um estudo do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério das Finanças.

Leia a notícia com o Jornal de Negócios (acesso pago).

Preço das casas deve aumentar mais de 8% ao ano na próxima década

O preço das casas em Portugal deverá aumentar cerca de 8,2% por ano durante os próximos 10 anos, segundo um estudo realizado pelo instituto IFO da Universidade de Munique, na Alemanha. Já no conjunto de todos os países do Sul da Europa, os economistas estimam que o valor da venda das casas possa subir entre 10 e 15% na próxima década.

Leia a notícia completa na CNN (acesso livre).

Patrick Drahi sob pressão para vender ativos da Altice

Patrick Drahi, fundador da Altice e que, à semelhança de Armando Pereira, é um dos principais suspeitos da Operação Picoas, vai falar esta segunda-feira aos atuais e potenciais investidores em dívida do grupo. Alguns analistas apontam que Drahi está sob pressão para vender ativos. “É necessária uma ação tangível”, afirma François Baudet, analista de High Yield na Spread Research. “Drahi só acalmará [os investidores] dizendo que haverá uma venda de ativos muito brevemente”, acrescenta Alberto Gesualdi, partner da Ver Capital e especialista em emitentes europeus de High Yield.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Mais alunos perdem bolsa por falta de aproveitamento

Este ano, quase seis mil alunos perderam a bolsa de estudo por falta de aproveitamento no Ensino Superior, o que representa 22% do total de indeferimentos, de acordo com os dados disponibilizados no site da Direção-Geral do Ensino Superior. Contas feitas, trata-se de mais 1.750 face ao ano passado, quando 18% das recusas se deveram à falta de aprovação nos créditos exigidos pelo regulamento de atribuição de bolsa.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso condicionado).

Procuradora do caso Rui Pinto pediu autorização para afastar Judiciária da investigação

Durante a investigação que culminou na acusação de Rui Pinto, a procuradora do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Vera Camacho, escreveu por diversas vezes ao diretor do DCIAP, queixando-se da atuação pouco célere ou mesmo desinteressada da Polícia Judiciária, que poderia contribuir para a prescrição dos ilícitos menos graves que tenham sido cometidos em 2016 ou 2017.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Petróleo na Amazónia é tema tabu no Brasil antes da cimeira para salvar a floresta

  • Lusa
  • 7 Agosto 2023

Desconforto está relacionado com estudo para exploração de petróleo perto da foz rio Amazonas, no estado do Amapá, que tem como senador eleito Randolfe Rodrigues, um político próximo de Lula da Silva.

O Brasil acolhe a partir de terça-feira a Cimeira da Amazónia, considerada pelo Presidente Lula da Silva como um “marco histórico” rumo à desflorestação zero, mas com a exploração de petróleo no bioma a ser tabu entre as autoridades brasileiras.

Desde sexta-feira, com o início dos Diálogos Amazónicos, até quarta-feira com o culminar da Cimeira da Amazónia, a maior floresta do planeta será o mais importante tema da América do Sul, numa consciência coletiva de que salvar a Amazónia é salvar o planeta.

“Queremos preparar, pela primeira vez, um documento conjunto de todos os países que têm florestas para que a gente chegue unida na COP-28, nos Emirados Árabes, e possamos ter uma discussão séria com os países ricos, que desde 2009 prometeram liberação de 100 biliões de dólares para criar um fundo de ajuda à manutenção da floresta e da preservação da diversidade”, afirmou Lula da Silva, durante um encontro organizado para a imprensa internacional, em que a Agência Lusa esteve presente, no Palácio do Planalto, em Brasília. “O mundo precisa não apenas admirar a Amazónia, mas ajudar a preservar e a fazer desenvolvimento na Amazónia”, acrescentou.

Além dos oito países que compõem a Amazónia (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), foram convidados a Indonésia, a República Democrática do Congo e a República do Congo, nações que, juntamente com o Brasil, possuem as maiores florestas tropicais do mundo, bem como a França, pela Guiana Francesa.

Quase todos os chefes de Estado dos países da Amazónia marcarão presença no evento, com a exceção do Equador e Suriname. O Presidente de França, Emmanuel Macron, que é chefe de Estado da Guiana Francesa, ainda não confirmou presença. Noruega e Alemanha, países que financiam o Fundo da Amazónia, foram também convidados.

Aqui, os oito países amazónios deverão atualizar o Tratado de Cooperação Amazónica (TCA), assinado em Brasília em 1978, que prevê ações conjuntas para equilibrar a proteção da floresta e o desenvolvimento económico. A atualização, segundo o Governo brasileiro, terá como tónica o “respeito pelos direitos humanos, a abordagem intercultural e a soberania”.

“Seremos muito duros em relação ao desmatamento”, disse o Presidente brasileiro, que se comprometeu a reduzir a zero o desmatamento ilegal da maior floresta tropical do mundo até 2030.

Apesar da ambição brasileira para esta cimeira, a diminuição da exploração de petróleo na região tem sido tema tabu, que, desde diplomatas, a Lula da Silva, até à própria ministra do Ambiente, Marina Silva, têm procurado esquivar-se na questão. O assunto “ainda está na negociação”, responderam os diplomatas, após consecutivas perguntas dos jornalistas numa conferência de imprensa no Palácio do Itamaraty, sobre a Cimeira da Amazónia.

A Colômbia, para além de insistir no desmatamento zero, anunciou o fim de novas licenças para explorar petróleo no início do ano e esperava que o assunto fosse discutido nesta cimeira de líderes. O próprio presidente Gustavo Petro, já mostrou preocupação com a exploração de petróleo e gás na Amazónia, mas a ministra do Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, já veio esfriar as ambições dizendo que a situação é “muito mais complexa”.

Também numa conferência de imprensa para demonstrar os bons resultados no ataque ao desmatamento ilegal da Amazónia, Marina Silva foi questionada sobre se a redução de petróleo no bioma seria tratado e se da cimeira poderia sair um pacto contra mais perfuração. “A declaração conjunta vai ser anunciada pelos presidentes, eu não tenho como antecipar o que os presidentes vão anunciar”, começou por dizer.

“A Colômbia, por exemplo, está tratando da questão do petróleo, e existe o Presidente Lula que está tratando muito fortemente da questão do desmatamento”, disse, acrescentando que os países estão em diferentes estágios no debate interno.

No cerne do desconforto poderá estar o estudo para exploração de petróleo perto da foz rio Amazonas, no estado do Amapá, norte do país, que tem como senador eleito Randolfe Rodrigues, um político próximo de Lula da Silva que até ao início do ano estava filiado ao partido Rede Sustentabilidade, que tem como bandeira as ações em prol do ambiente, da emergência climática e da proteção de biomas.

“A Amazónia é a maior floresta tropical do globo, o maior manancial de água potável do planeta […], mas a Amazónia também são 25 milhões de humanos que aqui estão e para isso tem que se debater com eles as alternativas de geração de emprego e de renda”, disse, o senador de um dos estados mais pobres do país e líder do Governo de Lula da Silva no Congresso Nacional.

Ainda assim, frisou que respeitará a decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), baseada na ciência, que, para já, não deu aval a exploração. A maior petrolífera estatal brasileira, Petrobras, disse sexta-feira estar muito confiante em poder começar a explorar um controverso campo de petróleo offshore perto da foz do rio Amazonas, apesar de uma recusa recente por parte das autoridades ambientais.

O diretor de Exploração e Produção da empresa, Joelson Mendes, disse durante uma apresentação para investidores que todas as informações solicitadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) já foram enviadas, depois de esta instituição ter negado as licenças. Para tentar tirar as dúvidas dos ambientalistas, a petrolífera garante que o poço mais próximo da foz do Amazonas fica a 500 quilómetros dali e a 2.880 metros de profundidade.

Também na sexta-feira, o Presidente brasileiro afirmou que o país deve continuar a pesquisar a existência de petróleo na região conhecida como “margem equatorial”. “É uma decisão que o Estado brasileiro precisa tomar, mas o que a gente não pode é deixar de pesquisar”, disse Lula da Silva. “E quando a gente achar, a gente vai tomar uma decisão do Estado brasileiro – o que a gente vai fazer, como é que a gente pode explorar”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 7 de agosto

  • ECO
  • 7 Agosto 2023

Ao longo desta segunda-feira, 7 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.