Indústria, logística, saúde, IT… Estas recrutadoras têm mais de 5.200 vagas em aberto no verão

Há cerca de duas mil vagas só para ofertas de emprego de verão em grande variedade de setores e funções. Recrutadoras assinalam procura de empregadores estrangeiros pelo talento português.

A Multipessoal, Randstad, Adecco, Manpower e Precise estão à procura do melhor talento para reforçar as equipas no verão, e não só. Estas empresas especializadas em recrutamento têm atualmente mais de 5.200 ofertas de emprego disponíveis. Só a Multipessoal conta com 1.500 vagas — das quais 450 destinadas a empregos de verão –, sobretudo nos setores da indústria transformadora, produção, retalho, restauração e hotelaria. Na Randstad há mais de 1.400 vagas para quem procura um emprego durante o verão.

“Atualmente, temos mais de 1.000 ofertas de trabalho disponíveis no nosso website clan.pt, que correspondem a aproximadamente 1.500 vagas de emprego para candidatos em busca de novos desafios profissionais”, adianta Susana Dionísio, sourcing experience & performance associate director da Multipessoal, ao Trabalho by ECO.

“Este elevado número de vagas reflete o dinamismo do mercado de trabalho atual, abrangendo uma grande variedade de setores e funções”, continua a responsável.

A maioria dos clientes da Multipessoal são oriundos dos setores da indústria transformadora, produção, retalho, restauração e hotelaria, pelo que a maioria das ofertas de emprego se encontra nestas mesmas áreas de atividade.

Este elevado número de vagas reflete o dinamismo do mercado de trabalho atual, abrangendo uma grande variedade de setores e funções.

Susana Dionísio

Sourcing experience & performance associate director da Multipessoal

No que toca aos perfis mais procurados, Susana Dionísio refere que se observa “uma procura significativa por operadores de produção e armazém, cujas competências e experiência são essenciais para garantir a eficiência e qualidade das operações industriais e logísticas, no nosso país”.

Mas não só. “Também são bastante solicitados os promotores, profissionais responsáveis por impulsionar a visibilidade e comercialização de produtos e serviços, e os comerciais, que desempenham um papel crucial no estabelecimento de parcerias comerciais e conquista de novos clientes”.

Adicionalmente, destaca-se a necessidade de assistentes de call center, “profissionais capacitados para fornecer um suporte eficaz e cordial aos clientes, contribuindo para a sua satisfação e fidelização”.

Na área do turismo, funções como empregados de mesa, andares e copa são “fundamentais para assegurar uma experiência positiva e memorável aos 25 milhões de turistas que se espera visitarem o país em 2023”. E, nesta área, há ainda uma particularidade: “Paralelamente, temos inclusive sido procurados por clientes internacionais, que pretendem recrutar profissionais portugueses para garantirem funções ligadas ao setor hoteleiro no estrangeiro“, conta a sourcing experience & performance associate director da Multipessoal.

As oportunidades podem ser consultadas na plataforma de recrutamento da Multipessoal — o Clan — onde os candidatos têm acesso a todas as informações detalhadas e às condições relacionadas com as vagas.

A Manpower também está à procura de profissionais para preencher as mais de 1.000 vagas já publicadas. E detalha os perfis mais procurados: “profissionais com competências em TI e data”, “perfis com competências em operações e logística, como operadores de armazém, operadores de empilhador e motoristas de pesados”, “profissionais para funções de recursos humanos”, “candidatos com competências em engenharia”, “perfis para a indústria e produção, como operadores de produção” ou “técnicos de manutenção” e ainda na “área de vendas e marketing, como é o caso dos revisores de conteúdos, assistentes de apoio ao cliente e gestores de clientes”, aponta Daniela Lourenço, brand leader da Manpower.

As vagas podem ser consultadas no site da empresa, no Facebook ou no próprio Instagram, onde a Manpower irá lançar brevemente um canal de broadcast com foco exclusivo em oportunidades de trabalho.

Saúde e IT em busca de talento

A Precise abriu recentemente mais de 100 vagas de emprego para as áreas da saúde e de tecnologias de informação (TI) em todo o território nacional, abrangendo o arquipélago dos Açores. Para a área da saúde, a recrutadora está à procura de médicos com e sem especialidade, enfermeiros, assistentes operacionais e equipas de medicina dentária. Já no setor das tecnologias, as vagas são, principalmente, para developers de fullstack, backend, frontend, mobile e data scientist, em regime de trabalho remoto.

“Uma das vantagens de trabalhar com a Precise é a flexibilidade de horários, permitindo que o profissional defina a sua carga horária e, consequentemente, o seu rendimento. No setor da saúde, as vagas podem ser para trabalho em período integral ou parcial, dependendo da disponibilidade do profissional. Já as oportunidades de emprego que temos para a área das TI são todas em período integral”, indica Nuno Neves, CEO da Precise.

Em relação aos prazos para a submissão das candidaturas, é recomendado que os interessados enviem as suas candidaturas o mais rápido possível. “Na área da saúde, uma resposta rápida aumenta a probabilidade de integração do profissional, considerando que a taxa de resposta da Precise é próxima de 100%. Já na área de TI, temos urgência em entregar perfis de qualidade aos clientes, tornando a rapidez na submissão das candidaturas um fator também importante”, diz ainda Nuno Neves.

No site da empresa de recrutamento estão listadas as ofertas de emprego disponíveis, bem como perfis requeridos, com indicação das condições oferecidas.

Reforço de verão

Há ainda uma série de vagas destinadas a quem procura uma oportunidade de trabalho apenas durante os meses de verão. Só a Randstad abriu 1.400 vagas para este verão, enquanto a Adecco tem 1.200 vagas publicadas. Existem oportunidades para os setores de indústria e logística, turismo e hotelaria, restauração, eventos, vendas e agricultura.

“Muitos setores registam um aumento de atividade sazonal, com vagas para responder a esta que é considerada uma época alta. Coincidindo com o período de férias dos estudantes, estas são excelentes oportunidades para os que procuram ganhar experiência de trabalho ou ganhar um rendimento extra”, comenta Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal.

Conheça todas as oportunidades e saiba como pode candidatar-se aqui.

Também na Adecco há uma campanha de verão a decorrer até setembro, que reúne cerca de 1.200 ofertas de emprego, em diversas zonas do país. “Estamos entusiasmados em lançar a campanha de empregos de verão e fornecer oportunidades únicas para os talentos em todo o país”, afirma Vanda Santos, diretora de serviço e qualidade.

“Acreditamos na força do trabalho e em fornecer aos talentos portugueses oportunidades para desenvolverem as suas competências e prosperar profissionalmente, assim como estamos empenhados em dar resposta eficiente às empresas que estão a reforçar as suas equipas nesta altura do ano. Esta campanha é um reflexo do nosso compromisso em apoiar o crescimento e o desenvolvimento dos recursos humanos em Portugal”, reforça.

Motoristas de pesados, operadores de lojas, rececionista de hotel ou assistente de call center são algumas das funções para as quais a empresa está a recrutar. A candidatura pode ser feita online.

Muitos setores registam um aumento de atividade sazonal, com vagas para responder a esta que é considerada uma época alta. Coincidindo com o período de férias dos estudantes, estas são excelentes oportunidades para os que procuram ganhar experiência de trabalho ou ganhar um rendimento extra.

Isabel Roseiro

Diretora de marketing da Randstad Portugal

Entre as 1.500 vagas da Multipessoal, Susana Dionísio diz que 450 dizem respeito a ofertas de emprego de verão, e abrangem “diversas áreas e localizações, proporcionando oportunidades nas mais variadas indústrias”.

“Destacamos a existência de 150 posições para cozinheiros e empregados de refeitório, estando estas oportunidades distribuídas por ambientes empresariais e hospitalares, com uma abrangência nacional. As 300 vagas remanescentes estão associadas às empresas Italagro e FIT, ambas pertencentes ao Grupo HIT. Neste contexto, estamos à procura de profissionais qualificados para posições como operadores de produção, operadores de armazém, operadores de classificação, operadores de controlo de qualidade, analistas de qualidade e assistentes administrativos. Estas oportunidades visam atender às demandas da indústria da transformação do tomate e estão situadas em Castanheira do Ribatejo e Marateca”, detalha a sourcing experience & performance associate director da Multipessoal.

Este ano, e em termos de número de número de vagas, a profissional considera que o recrutamento de verão está a ser “mais intenso do que o de 2022”, e justifica-o com uma série de fatores. Entre elas a “recuperação económica”, a “crescente escassez de mão de obra em alguns setores” e o “aumento da procura de produtos e serviços”.

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16% dos deputados portugueses desempenham mais de cinco cargos

No registo de interesses, os deputados comunicam os cargos e funções que desempenham e alguns contabilizam mais de cinco posições. A maioria diz respeito a funções dentro do partido e não remuneradas.

Há vários deputados que desempenham mais cargos para além daquele na Assembleia da República, ainda que a maioria deles diga respeito a funções no âmbito do partido político e não remuneradas. Segundo os dados da plataforma Integrity Watch Portugal, desenvolvida pela Transparência Internacional Portugal, são cerca de 16% os deputados que, atualmente, têm mais de cinco cargos.

A plataforma permite analisar os cargos / funções atuais, ou seja, que são exercidos pelos deputados (em funções) na atualidade, com base na informação declarada no seu registo de interesses. Aí, a fatia de deputados com mais de cinco cargos ou funções chega aos 16%. Entre os 230 deputados em funções, 31 têm entre cinco e dez cargos registados e seis chegam mesmo a ter mais de dez.

É Sónia Ramos, do PSD, que tem mais interesses atuais, contabilizando 18. Entre as funções que indica, após ter sido técnica superior de reinserção social, incluem-se artigos de opinião para órgãos de comunicação social locais, sem remuneração, bem como cargos dentro da estrutura do partido, também identificados nestes registos. Segue-se Cláudia Santos, do PS, que tem 16 registos. A professora universitária desempenha funções de investigadora, tendo também participações em conferências / docência em cursos breves.

A maioria dos deputados que se incluem neste grupo com mais cargos são do PS ou PSD, sendo de notar que muitas vezes são funções ligadas ao aparelho partidário, que têm ainda assim de ser incluídas nas declarações. Além destes partidos, há também duas deputadas do Bloco de Esquerda neste grupo (Joana e Mariana Mortágua, que além de cargos dentro do partido desenvolveram funções enquanto cronista, no primeiro caso, e comentadora televisiva e colunista, no segundo) e um do Chega (Diogo Pacheco de Amorim, que desempenha funções dentro do partido e também na Assembleia Municipal de Cascais).

É de salientar que estes dados têm como base o registo de interesses, que é obrigatório. Já se tivermos como base as informações no registo biográfico, que não é obrigatório, são 15 os deputados que indicaram têm entre cinco e dez cargos, divididos quase igualmente entre o PSD (oito) e o PS (sete).

Além dos cargos há também outros interesses, que podem ser de três tipos: apoios, uma sociedade ou serviços prestados. No que diz respeito às sociedades, destaca-se Pedro Coimbra, do PS, que tem o registo de 14 participações (a maioria em ações). Já nos serviços prestados destaca-se Pedro Delgado Alves, do PS, com cinco, que dizem respeito à lecionação de aulas e também a participação nos programas “Sem Moderação” e “Linhas Vermelhas”. Finalmente, na categoria dos apoios é de destacar João Torres, atual secretário-geral adjunto do PS, que tem registados cinco apoios, nomeadamente relativos a deslocações.

Quanto às profissões, aquela em maioria é jurista, seguido de advogados e economistas. No “top 10” das profissões encontram-se ainda professores, gestores, engenheiros civis e empresários.

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Limite de crédito para a compra de casa aumenta até 18% com alívio da taxa de esforço do Banco de Portugal

O corte em 50% da taxa de esforço para aceder ao crédito à habitação vai permitir às famílias obter até mais 18,4% de crédito junto do banco para comprar casa face ao que acontece hoje.

O Banco de Portugal quer tornar a contratação de crédito à habitação mais acessível. Foi nesse sentido que, na sexta-feira, anunciou um alívio de 50% da taxa de esforço que é aplicada sobre a taxa de juro dos empréstimos à habitação. Se até agora os bancos aplicavam um “teste de stress” de 3% sobre a taxa de juro contratualizada no crédito à habitação, a partir de outubro essa “pressão” passa para 1,5%, no caso dos empréstimos a mais de 10 anos.

Para as famílias com crédito à habitação, essa mudança tem pouco ou mesmo nenhum significado, pois com esta folga não se traduz numa redução da prestação ou em qualquer outra alteração do contrato. Mas para quem está à procura de casa, o alívio do Banco de Portugal irá traduzir-se numa maior margem de manobra na negociação do empréstimo à habitação que, segundo cálculos do ECO, poderá traduzir-se num montante de financiamento até 18,4% superior ao valor que poderá ambicionar atualmente.

Por exemplo, uma família com um rendimento médio disponível de 2.768 euros por mês (média do país), sem outros créditos bancários, contratualizasse hoje um crédito à habitação pelo prazo de 32 anos indexado à Euribor a 12 meses e um spread de 1,1% (perfil típico dos créditos à habitação realizados em 2022), poderia obter um financiamento até 187 mil euros, por forma a cumprir o limite de 50% da taxa de esforço — calculada através do rácio debt service-to-income (DSTI), exigido pelo Banco de Portugal no âmbito das medidas macroprudenciais que estão em vigor desde 1 de julho de 2018.

No entanto, em breve, como resultado do alívio da “taxa de stress” que o regulador pretende colocar em prática a partir de setembro, poderá contar com um crédito até 217 mil euros (mais 16,4%), mantendo o limite do DSTI abaixo dos 50%, e desde que cumpra todos os outros requisitos exigidos pelo Banco de Portugal pelo próprio banco.

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O impacto na carteira das famílias é considerável e aumenta quando mais largo for o prazo do contrato do empréstimo bancário.
Se em vez de ter uma maturidade de 32 anos o crédito à habitação fosse feito a 40 anos (limite máximo permitido, desde que os mutuários não tenham mais de 30 anos no momento da celebração do contrato), o montante que o banco estaria disponível a emprestar aumentaria 18,4% face aos valores atuais, passando de 194 mil euros para 229 mil euros.

Naturalmente que os montantes de financiamento variam consoante o rendimento das famílias, mas os aumentos percentuais sobre o limite de crédito como resultado do alívio da taxa de esforço proposto pelo Banco de Portugal são os mesmos, assumindo para o efeito a celebração de um crédito à habitação indexado à atual taxa Euribor a 12 meses e um spread de 1,1%. Caso seja tido em conta uma taxa de juro e um spread mais baixo, o incremento do limite de crédito será maior, e menor caso a taxa de juro e o spread sejam maiores.

Segundo os nossos números, 74% dos processos acabaram por não avançar devido aos limites impostos pelo Banco de Portugal e desse número mais de metade (cerca de 56%) seriam aprovadas com a taxa de stress fixada a 1,5%”, revela João Melo do ComparaJá.

João Melo

Diretor de crédito habitação do ComparaJá

Crédito à habitação com margem para aumentar

Apesar da contínua subida das taxas de juro, o crédito à habitação não está a abrandar. Pelo contrário: desde o início do ano que o montante de novos empréstimos à habitação tem registado taxas homólogas médias de 7%. Segundo dados do Banco de Portugal, com exceção do mês de abril, que registou uma contração homóloga de 4% face a abril de 2022, todos os outros meses tiveram aumentos anuais — maio e junho contabilizaram mesmo subidas homólogas de quase 9%.

É certo que em termos de stock, o crédito à habitação está a abrandar, somando atualmente cerca de 99,45 mil milhões de euros de crédito, o valor mais baixo desde junho do ano passado. Mas isso deve-se, em larga medida, ao aumento dos reembolsos antecipados dos créditos. Por isso, o mercado de crédito à habitação está longe de estar em crise e a necessitar de estímulos para o revitalizar. Mas é justamente isso que anteveem a maioria dos intermediários de crédito à habitação contactados pelo ECO, como resposta ao alívio da taxa de esforço por parte do Banco de Portugal.

“É possível que a concessão do crédito aumente sem que o ritmo da procura sofra uma alteração significativa”, refere João Melo, diretor de crédito habitação do ComparaJá, que trabalha com 13 instituições bancárias, notando que “é seguro afirmar que esta medida não fará com que as pessoas procurem mais a solução do crédito, mas fará com que os bancos concedam o crédito mais facilmente.

A mesma expectativa é partilhada por Hugo Pinheiro, CEO da Credível, um intermediário de crédito à habitação que trabalha com 12 bancos, que considera que a medida do regulador “vem ajudar e peca por tardia”, notando que, apesar de não antecipar um aumento substancial na concessão de crédito “vai permitir que clientes que até agora só conseguiam ir à taxa fixa possam novamente considerar a solução de taxa variável.

Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças, um intermediário de crédito à habitação que tem parcerias com 11 instituições financeiras, nota também que mais do que visar um aumento da concessão de crédito para a compra da casa, a folga do Banco de Portugal vai “garantir que as famílias com condições financeiras não são penalizadas por uma medida que estava desajustada à realidade de hoje.”

Essa realidade é sentida por todos os intermediários financeiros, notando que, nos últimos seis meses, foram muitas as propostas que não avançaram por conta da aplicação de um “teste de stress” de 3% que poderiam ter chegado a bom porto caso o teste de esforço tivesse ficado pelos 1,5%, como propõe agora o Banco de Portugal para créditos a mais de 10 anos.

“Segundo os nossos números, 74% dos processos acabaram por não avançar devido aos limites impostos pelo Banco de Portugal e desse número mais de metade (cerca de 56%) seriam aprovadas com a taxa de stress fixada a 1,5%“, revela João Melo do ComparaJá.

A mesma barreira é notada pela Twinkloo, um intermediário financeiro conta com parcerias com 12 bancos. “Estimamos que aproximadamente 20% dos créditos não foram aprovados por falta de capacidade dos clientes em cumprirem o rácio de taxa de esforço/DSTI“, revela fonte oficial da empresa ao ECO.

Para os bancos e para as famílias, o alívio da taxa de esforço proposto pelo Banco de Portugal são boas notícias. Recorde-se que as medidas macroprudenciais do Banco de Portugal foram colocadas em prática numa altura em que as taxas de juro estavam em valores negativos e num ambiente de menor restritividade dos critérios de concessão de crédito por parte das instituições financeiras.

Atualmente, nenhuma dessas condições de mercado persiste: as taxas de juro deixaram de estar em valores negativos e negoceiam em máximos de quase 15 anos; e a gestão do risco por parte dos bancos é mais apertada. E, por essas razões, tanto os intermediários de crédito à habitação como os próprios bancos aplaudem a medida do Banco de Portugal.

Mas é também muito importante haver prudência por parte das famílias na utilização de crédito e dos bancos na sua concessão, para não abrir a porta a situações de sobre-endividamento como se assistiu no passado.

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LA Fageda celebra 13 anos de trajetória no setor de sorvetes

  • Servimedia
  • 7 Agosto 2023

A La Fageda comemora 13 anos de experiência e sucesso no setor de sorvetes, pois em 2010 comprou as instalações da cooperativa Coinre, que estava em liquidação.

Por trás da primeira produção de sorvete de La Fageda esconde-se uma história de solidariedade e perseverança, que permitiu que oito pessoas com deficiência intelectual mantivessem seu trabalho graças à vontade e solidariedade de La Fageda.

Em 2010, La Fageda recebeu uma proposta do Ministério do Trabalho da Generalitat de Catalunya para assumir o comando de um Centro de Trabalho Especial em Badalona. Era uma empresa de laticínios de propriedade da cooperativa Coinre, que em 2010 estava em liquidação por meio de um processo de falência. La Fageda adquiriu as instalações de Badalona, assumindo a produção e comercialização de sorvete sob a mesma marca de La Fageda e com matéria-prima da fábrica de La Garrotxa, Girona.

Assim começou a incursão da La Fageda no setor de sorvetes, que foi uma nova oportunidade após ter se firmado como referência no mercado de iogurtes. Essa nova atividade empresarial salvou dez empregos, oito dos quais para pessoas com deficiência. O trabalho de La Fageda foi crucial para estabilizar a fábrica de Badalona, que operou em bom ritmo por quatro anos.

Em 2014, a La Fageda tomou a decisão de transferir a produção de sorvete para sua sede em Santa Pau, devido às dificuldades logísticas envolvidas no transporte do leite para a fábrica de Badalona. O projeto evoluiu favoravelmente e, dois anos depois, em 2016, a La Fageda apresentou seis novas referências de sorvetes para a indústria hoteleira e comunitária em um formato de 2.500 mililitros. Atualmente, o volume de negócios dos gelados da La Fageda já ultrapassa um milhão de euros.

Nos últimos anos, a La Fageda ampliou sua gama de sorvetes e atualmente conta com sete referências em potes de 500 mililitros e oito referências em formato reduzido em potes de 100. Os últimos lançamentos ocorreram neste verão de 2023, com três novidades de sorvete em potes de meio litro: caramelo com amêndoas caramelizadas com ponto de sal, morangos com nata e biscoitos de chocolate.

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Costa diz que Portugal tem motivos de orgulho e considera polémicas sobre JMJ absurdas

  • Lusa
  • 6 Agosto 2023

"Como foram absurdas há 25 anos as polémicas sobre a Expo, como foram absurdas as polémicas sobre o Euro2004", apontou o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro defendeu este domingo que os portugueses têm motivos para estar “satisfeitos e orgulhosos” porque o país mostrou ser capaz de organizar um evento como a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e afirmou que as polémicas são absurdas.

Acho que temos boas razões para estarmos todos satisfeitos e orgulhosos porque, mais numa vez, o país mostrou que, polémicas à parte, somos capazes“, afirmou António Costa, após a despedida do Papa Francisco

Falando aos jornalistas na base aérea de Figo Maduro, em Lisboa, o chefe de Governo considerou que, terminada a JMJ, se pode concluir que “as polémicas, mais uma vez, foram absurdas”.

Como foram absurdas há 25 anos as polémicas sobre a Expo, como foram absurdas as polémicas sobre o Euro2004“, apontou.

António Costa salientou que, “como se viu, o país tem capacidade para organizar e organizar bem, e colher os frutos daqui que semeia, e esses frutos muitas vezes não são frutos imediatos, são frutos que vêm mais tarde“.

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📹Como têm evoluído os preços dos carros usados?

  • ECO
  • 6 Agosto 2023

Há mais de três anos que o mercado de carros usados está em alta, dado que aos efeitos da Covid-19 se juntou a inflação. O ECO preparou um vídeo sobre a evolução dos preços dos automóveis usados. 

Há mais de três anos que o mercado de carros usados está em alta, dado que aos efeitos da Covid-19 no fornecimento das peças, a guerra na Ucrânia juntou o combustível da inflação e agravou as dificuldades em renovar a frota dos portugueses. O ECO preparou um vídeo sobre a evolução dos preços dos automóveis usados.

http://videos.sapo.pt/K8Qm3TTunPSg55mugy8U

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Receitas do filme Barbie devem ultrapassar este domingo 900 milhões de euros

  • Lusa
  • 6 Agosto 2023

Greta Gerwig (que dirigiu e coescreveu o filme) bate o recorde para mulheres realizadoras que antes pertencia a Patty Jenkins, em "Mulher Maravilha".

O filme “Barbie” deverá ultrapassar mil milhões de dólares (mais de 900 milhões de euros à taxa de câmbios atual) em vendas de bilhetes em todo o mundo até ao final do dia de hoje, segundo as estimativas do estúdio Warner Bros.

Com este resultado em três semanas de exibição, Greta Gerwig (que dirigiu e coescreveu o filme) bate o recorde para mulheres realizadoras que antes pertencia a Patty Jenkins, em “Mulher Maravilha”.

Em Portugal, no fim de semana de estreia (20 a 23 de julho), o filme “Barbie” teve 189.709 espetadores e rendeu mais de 1,1 milhões de euros de bilheteira, disse o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).

filme de Greta Gerwig, protagonizado por Margot Robbie e Ryan Gosling, foi produzido pela Warner e pela Mattel, a empresa que comercializa a boneca Barbie, com um orçamento de 145 milhões de dólares (130 milhões de euros) e tem superado as expectativas de audiência e de lucro.

“Barbie”, que o jornal New York Times descreve como “um manifesto feminista embrulhado em papel de pastilha elástica rosa-choque”, representa também um recorde para a própria realizadora, atriz e argumentista norte-americana, autora de filmes como “Mulherzinhas” (2019) e “Lady Bird” (2017).

“Barbie” teve estreia a 20 de julho, na mesma semana em que também se estreou, globalmente, o filme “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, que aborda a história do cientista J. Robert Oppenheimer na criação da bomba atómica. Radicalmente distintos entre si, os dois filmes motivaram uma campanha de ‘marketing’ de distribuição e exibição intitulada “Barbenheimer”.

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“Grande sucesso para Portugal”, diz Marcelo sobre a JMJ

  • Lusa
  • 6 Agosto 2023

O chefe de Estado falava aos jornalistas no passeio marítimo de Algés, concelho de Oeiras e distrito de Lisboa, onde marcou presença no encontro do Papa Francisco com os voluntários da JMJ.

O Presidente da República considerou este domingo que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) foi “um sucesso para Portugal” e confirmou que irá marcar presença na próxima, que decorre na Coreia do Sul em 2027.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a JMJ foi “um grande sucesso para Portugal lá fora”, realçando também a “grande projeção cá dentro”, com uma “mobilização muito grande de todo o país”.

O chefe de Estado falava aos jornalistas no passeio marítimo de Algés, concelho de Oeiras e distrito de Lisboa, onde marcou presença no encontro do Papa Francisco com os voluntários da JMJ, antes de regressar ao Vaticano.

No seu balanço da JMJ, Marcelo Rebelo de Sousa incluiu o “sinal de esperança, a mensagem de esperança do Papa, de juventude, de futuro”, que considerou “espetacular, porque é o que o país precisa, e o mundo e a juventude têm direito a isso“.

Questionado se tenciona deslocar-se a Coreia do Sul para a próxima jornada, que acontecerá em 2027, quando já não será chefe de Estado, indicou: “Já está no meu calendário ir a Seul, obviamente, já lá vou. Não posso, portanto, voltar a desmaiar tão depressa.”

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Combate Musk vs Zuckerberg em direto no X, diz o dono da rede social

  • + M
  • 6 Agosto 2023

"É uma forma civilizada de guerra. Os homens adoram a guerra", respondeu Musk quando um utilizador do antigo Twitter perguntou qual o objetivo da luta. 

Elon Musk anunciou este domingo, num post que escreveu na X, que o seu combate com o CEO da Meta terá transmissão ao vivo no antigo Twitter.

A luta Zuck x Musk será transmitida ao vivo no X. Todas as receitas serão doadas aos veteranos”, escrevia o multimilionário na manhã deste domingo sem avançar mais detalhes.

Os donos das redes sociais têm vindo a falar de uma luta de artes marciais mistas (MMA) desde junho, recorda a Reuters. O tema começou quando o dono do agora X escreveu um post, a 20 de junho, no qual qual dizia que estava “pronto para uma luta na jaula” com Zuckerberg, praticante de jiujitsu.

No Instagram, um dia depois, Zuckerberg terá respondido para Musk enviar o local, ao que o patrão da Tesla indicou o “Vegas Octagon”, espaço no qual têm lugar os combates de MMA.

É uma forma civilizada de guerra. Os homens adoram a guerra”, respondeu Musk quando um utilizador do antigo Twitter perguntou qual o objetivo da luta.

 

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Termina prazo da CEDEAO para reinstalar PR no Níger e população prepara-se para o pior

  • Lusa
  • 6 Agosto 2023

Grupos humanitários alertaram para os "efeitos devastadores" na vida de mais de 4,4 milhões de pessoas que necessitam de ajuda.

O prazo dado pela CDEAO à junta militar para reinstalar, até este domingo, o Presidente nigerino, deposto em 26 de julho, terminou sem que a exigência fosse cumprida, pelo que a população prepara-se agora para o pior.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ameaçou recorrer à força se a junta militar que depôs o regime do Presidente democraticamente eleito do Níger, Mohamed Bazoum, não o reconduzisse até ao meio-dia de hoje, havendo, agora apelos internacionais para procurar meios pacíficos para tentar repor a legalidade institucional.

No sábado, o Senado da vizinha Nigéria insurgiu-se contra o plano da CEDEAO, instando o Presidente da Nigéria, Bola Ahmed Adekunle Tinubu, que também lidera o bloco até ao final do ano, a explorar outras opções que não o uso da força.

A CEDEAO ainda pode avançar, uma vez que as decisões finais são tomadas por consenso pelos Estados-membros, mas o aviso na véspera do término do prazo levantou questões sobre o destino da intervenção.

A ameaça de intervenção militar surgiu na sequência do golpe de Estado de 26 de julho, quando soldados amotinados instalaram o seu líder, general Abdourahamane Tiani, como novo chefe de Estado do Níger.

Enquanto Tiani pedia apoio nacional e internacional, crescia o receio de que a crise política do país pudesse prejudicar a luta contra os ‘jihadistas’ e aumentar a influência da Rússia na África Ocidental.

O golpe de Estado, aliás, observa a agência noticiosa Associated Press (AP), vem acrescentar mais uma nova camada de complexidade à região da África Ocidental, que se debate com a tomada de poder pelos militares, como Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso, o extremismo islâmico e uma mudança de atitude de alguns Estados em relação à Rússia e ao seu representante, o grupo mercenário Wagner.

A Argélia e o Chade, países vizinhos não pertencentes à CEDEAO e com fortes forças armadas na região, afirmaram que se opõem ao uso da força ou que não irão intervir militarmente, e os vizinhos Mali e Burkina Faso – ambos governados por juntas militares – afirmaram que uma intervenção seria também uma “declaração de guerra” contra eles.

O Presidente destituído do Níger, Mohamed Bazoum, disse que está a ser mantido “refém” pelos soldados amotinados e uma delegação da CEDEAO não conseguiu reunir-se com Tiani, que, segundo os analistas, liderou o golpe para evitar ser demitido. Agora, a junta pediu ajuda ao grupo Wagner e cortou os laços de segurança com a antiga potência colonizadora, França.

Durante a madrugada de hoje, horas antes do fim do prazo de domingo, e em resposta ao apelo da junta para que se tenha cuidado com a intervenção estrangeira e espiões, centenas de jovens juntaram-se às forças de segurança nas ruas escuras da capital do Níger, Niamey, para montarem guarda numa dúzia de rotundas até de manhã, verificando as viaturas à procura de qualquer tipo de armamento.

“Estou aqui para apoiar os militares. Somos contra (o bloco regional). Vamos lutar até ao fim. Não concordamos com o que a França está a fazer contra nós. Estamos fartos da colonização”, disse Ibrahim Nudirio, um dos residentes em patrulha.

Passado o prazo, desconhece-se o que irá agora a CEDEAO fazer.

“O bloco regional não deveria ter dado à junta um prazo de uma semana para reintegrar Bazoum, mas sim de 48 horas. Agora está a arrastar-se, o que dá tempo à junta para se entrincheirar“, disse Peter Pham, antigo enviado especial dos Estados Unidos para a região do Sahel, na África Ocidental, e membro destacado do Conselho Atlântico.

Para Pham, o cenário mais favorável para uma intervenção seria a entrada de uma força com a ajuda dos que estão no interior.

A intentona é um rude golpe para os Estados Unidos e aliados que viam o Níger como o último grande parceiro antiterrorista no Sahel, uma vasta área a sul do deserto do Saara onde os ‘jihadistas’ ligados à Al-Qaida e ao grupo Estado Islâmico (EI) têm vindo a expandir o seu raio de ação e a ameaçar Estados costeiros como o Benim, o Gana e o Togo.

Os Estados Unidos, a França e os países europeus injetaram centenas de milhões de dólares de assistência militar no Níger. A França tem 1.500 soldados no país, embora o seu destino esteja agora em causa. Os EUA também têm 1.100 militares no Níger, onde operam uma importante base de ‘drones’ (aparelhos voadores não tripulados) na cidade de Agadez.

Embora os líderes golpistas do Níger tenham afirmado que agiram devido à crescente insegurança, os incidentes de conflito diminuíram quase 40% no país em comparação com o semestre anterior, de acordo com o projeto Armed Conflict Location and Event Data.

Tal contrasta com o aumento dos ataques no Mali, que expulsou as forças francesas e se associou aos mercenários do grupo Wagner, e no Burkina Faso, que também se livrou das forças francesas.

A incerteza no Níger está a piorar a vida quotidiana de cerca de 25 milhões de pessoas num dos países mais pobres do mundo. Os preços dos alimentos estão a aumentar depois de a CEDEAO ter imposto sanções económicas e de viagem na sequência do golpe de Estado. A Nigéria, que fornece cerca de 90% da eletricidade no Níger, cortou parte do abastecimento.

Grupos humanitários no Níger alertaram para os “efeitos devastadores” na vida de mais de 4,4 milhões de pessoas que necessitam de ajuda. Alguns dos residentes do Níger, já em dificuldades, afirmaram que a intervenção militar não é a resposta.

“Só o facto de comer é um problema para nós. Por isso, se houver uma guerra, isso não vai resolver nada”, frisou Mohamed Noali, um residente de Niamey que anda a patrulhar as ruas.

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Estas são as penas de prisão dos crimes a que Salgado está sujeito no caso BES

A Ricardo Salgado foram imputados 65 crimes, nomeadamente associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento de capitais.

Na passada segunda-feira o juiz de instrução do processo BES/GES decidiu que Ricardo Salgado ia a julgamento. Uma decisão que surgiu nove anos depois da queda do banco que Salgado liderou durante décadas e que terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

Mas não vai sozinho, todos os arguidos foram pronunciados, ou seja, vão a julgamentos nos exatos termos da acusação, à exceção de cinco. No caso de Ricardo Salgado, são lhe imputados 65 crimes, nomeadamente associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada, branqueamento, infidelidade e manipulação de mercado.

Um dos crimes é o de associação criminosa. Este é um crime público e punido com uma pena de prisão de um a cinco anos.Destina-se a quem “promova ou funde o grupo, organização ou associação cuja finalidade ou atividade seja dirigida à prática de um ou mais crimes”.

Segundo o número 3 do artigo 299.º do Código Penal, “quem chefiar ou dirigir os grupos, organizações ou associações (…) é punido com uma pena de prisão de dois a oito anos”.

Salgado está também acusado de 12 crimes de corrupção ativa no setor privado. Este crime é punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa. Segundo o artigo 9.º da Lei n.º 20/2008, de 21 de abril, destina-se a “quem por si ou, mediante o seu consentimento ou ratificação, por interposta pessoa der ou prometer a pessoa prevista no artigo anterior [trabalhador do setor privado], ou a terceiro com conhecimento daquela, vantagem patrimonial ou não patrimonial, que lhe não seja devida, para prosseguir o fim aí indicado”.

Mas se o comportamento criminal tiver como objetivo prejudicar a concorrência ou um prejuízo patrimonial para terceiros, o agente é punido com pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 dias.

Já o crime de burla qualificada (artigo 218.º do Código Penal (CP)) recai sobre quem, por meio de erro ou engano sobre factos provocados, com “intenção de obter para si ou para terceiro enriquecimento ilegítimo”, determinar outro a praticar atos que causem, a ele ou a outra pessoa, prejuízo patrimonial de valor elevado. O ex-banqueiro está acusado de 29 crimes de burla qualificada.

Neste crime público — que não depende de queixa — o agente é punido com pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 dias. Ainda assim, a pena de prisão pode aumentar para dois a oito anos caso o “prejuízo patrimonial for de valor consideravelmente elevado“, caso o agente “fizer da burla modo de vida” ou “se aproveitar de situação de especial vulnerabilidade da vítima, em razão de idade, deficiência ou doença”, ou até em caso de “a pessoa prejudicada ficar em difícil situação económica”.

Ricardo Salgado está também acusado de sete crimes de branqueamento de capitais. Este crime é um processo que tem por objetivo a ocultação de bens, capitais ou produtos com a finalidade de lhes dar uma aparência final de legitimidade, procurando, assim, dissimular a origem criminosa de capitais, bens ou produtos. O agente que incorra neste crime é punido com pena de prisão de dois a doze anos, segundo o artigo 368.º-A/ do Código Penal (CP).

Ainda assim, a lei refere que quando houver reparação integral do dano causado ao ofendido, sem dano ilegítimo a um terceiro, a pena é especialmente atenuada.

Enquanto crime público, a falsificação ou contrafação de documentos (artigo 256.º do CP) pune o agente com pena de prisão até três anos ou com pena de multa. Salgado está acusado de nove crimes de falsificação de documentos.

Neste crime está em causa a intenção do agente de “causar prejuízo a outra pessoa ou ao Estado”, de “obter para si ou para outra pessoa benefício ilegítimo”, ou de “preparar, facilitar, executar ou encobrir outro crime” através de várias formas, entre elas a de “fabricar ou elaborar documento falso” ou “abusar da assinatura de outra pessoa para falsificar ou contrafazer documento”.

Caso a falsificação recaia sobre documento autêntico ou com igual força, a testamento cerrado, a vale de correio, a letra de câmbio, a cheque ou a outra documento comercial transmissível por endosso, ou a qualquer outro título de crédito, a pena de prisão vai de seis meses a cinco anos e a pena de multa de 60 a 600 dias. Mas caso seja funcionário e o crime decorra no exercício das suas funções, o agente é punido com pena de prisão de um a cinco anos.

Na acusação lê-se ainda que a Ricardo Salgado estão também seis crimes de infidelidade, um crime semipúblico. “Quem, tendo-lhe sido confiado, por lei ou por ato jurídico, o encargo de dispor de interesses patrimoniais alheios ou de os administrar ou fiscalizar, causar a esses interesses, intencionalmente e com grave violação dos deveres que lhe incumbem, prejuízo patrimonial importante é punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa”, lê-se no artigo 224.º do CP.

Agenda pessoal de Ricardo Salgado foi um dos documentos apreendidos pelo Ministério Público na investigação ao “Universo Espírito Santo”.

Por fim, o ex-banqueiro está acusado de um crime de manipulação de mercado que cinge-se a “quem divulgue informações falsas, incompletas, exageradas, tendenciosas ou enganosas, realize operações de natureza fictícia ou execute outras práticas fraudulentas que sejam idóneas para alterar artificialmente o regular funcionamento do mercado de valores mobiliários ou de outros instrumentos financeiros”.

O agente é punido com pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa. Caso a conduta provoque ou contribua para uma alteração artificial do regular funcionamento do mercado, o agente é punido com pena de prisão até oito anos ou pena de multa até 600 dias.

Os titulares do órgão de administração e as pessoas responsáveis pela direção ou pela fiscalização de áreas de atividade de um intermediário financeiro que tenham conhecimento dos atos de manipulação e não coloquem termos a estes são punidos com pena de prisão até quatro anos ou pena de multa até 240 dias, se pena mais grave não lhes couber por força de outra disposição legal.

Juiz diz que condenação é o “mais provável” devido à “prova assoberbante”

Atendendo à “natureza e dimensão da prova” que sustenta a acusação do Ministério Público (MP), sendo esta “verdadeiramente assoberbante”, conclui-se existir uma “maior probabilidade de condenação dos arguidos do que a sua absolvição”. A conclusão é de Pedro Santos Correia, o juiz de instrução que decidiu a ida a julgamento de 20 dos 25 arguidos do caso BES. Porém, não será este o magistrado a julgar por uma condenação ou absolvição dos arguidos.

Numa breve leitura da decisão instrutória, sem sequer enumerar os crimes em causa, o juiz validou quase na íntegra os crimes pelos quais os 25 arguidos vinham acusados. Introduziu apenas pequenas alterações, deixando cair alguns crimes de infidelidade em relação a três arguidos, por prescrição e lapso da acusação, e deixou de fora o arguido José Manuel Espírito Santo, que morreu entretanto.

“Ante a natureza e a dimensão da prova que sustenta a acusação (verdadeiramente assoberbante), conclui-se que a mesma se mostra, em si mesma, suficientemente indiciadora para, se reproduzida e sustentada em julgamento, se concluir pela maior probabilidade de condenação dos arguidos do que pela sua absolvição, critério que norteia a pronúncia ou não pronúncia dos arguidos”, escreve o magistrado, no seu despacho de pronúncia, a que o ECO/Advocatus teve acesso.

E acrescenta, explicando que, “do mesmo passo, os requerimentos de abertura de instrução apresentados pelos arguidos e a prova por si apresentada revelam-se incapazes de contrariar a conclusão que acima se tirou, quer porque não infirmam o juízo probabilístico a que se chegou, quer porque manifestamente procuram discutir matérias que são objeto da fase de julgamento, como acima se deixou dito, não cabendo no âmbito da instrução nem sendo, aliás, aptas a contrariar a suficiência dos indícios existentes”.

Pedro Correia dos Santos, no mesmo despacho, lembra que o MP, depois de uma investigação que durou seis anos, sustenta a acusação deduzida “em inúmeros, extensos e diversificados elementos probatórios, consubstanciados em prova documental proveniente de várias jurisdições, prova resultante de inquirições de testemunhas e arguidos, de buscas, de interceções telefónicas, de correio eletrónico apreendido, de registos fonográficos pré existentes (gravações de sala de mercado, do Conselho de Supervisão), de plataformas de conversação instantânea – bloomberg, CPS, Citrix e de pareceres técnicos elaborados por especialistas, entre eles do Núcleo de Assessoria Técnica da PGR, assessores do BdP e da CMVM”.

A 5 de setembro de 2022, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) transferiu o processo das mãos de Ivo Rosa para Pedro dos Santos Correia, juiz auxiliar com apenas dois anos de experiência e que tinha sido recentemente colocado no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, em substituição do recém juiz presidente da comarca de Lisboa.

A saída de Ivo Rosa deveu-se assim ao movimento de juízes, embora Ivo Rosa não possa ainda ser colocado na Relação, já que tem um processo disciplinar contra si pendente. Contactado pelo ECO, na altura, o CSM explicou que “neste caso, o juiz Pedro Correia manifestou vontade de preencher esta vaga de auxiliar de substituição de titular, não tendo havido outros candidatos com classificação superior no que toca à antiguidade e ao mérito”, garantindo que “o presente movimento judicial ordinário dos magistrados judiciais foi realizado de acordo com os critérios legais constantes do disposto na Lei da Organização do Sistema Judiciário e do Estatuto dos Magistrados Judiciais”.

E foi precisamente este facto que levou o advogado de Amílcar Morais Pires, Raul Soares da Veiga, a dizer que a decisão de levar o seu cliente a julgamento “era expectável”, afirmando que o juiz foi colocado no processo para se atingir “um certo fim”.

“Era muito expectável. Pelo modo como correu a instrução, outra coisa não era de esperar, porque a instrução não foi verdadeiramente respeitadora dos direitos de defesa. Designadamente à mudança do juiz”, disse Raul Soares da Veiga, advogado de Morais Pires. Para Soares da Veiga, neste processo a justiça “esteve malíssima”, nomeadamente com a substituição de Ivo Rosa a meio da fase de instrução do processo, comentando que “nunca se viu isso”.

Ricardo Salgado e o advogado Francisco Proença de CarvalhoEPA/JOSE SENA GOULAO

Críticas que vieram também do lado da defesa de Salgado, liderada por Francisco Proença de Carvalho. O advogado defendeu que a substituição do juiz de instrução a meio do processo transformou a instrução num “mero cumprimento de calendário”, com o qual apenas se pretendia “tirar uma fotografia e fingir que está tudo bem com a Justiça”, o que tornou previsível a decisão.

“Devo confessar: quando para um advogado passa a ser tão previsível a decisão que se vai tomar, algo está muito mal na Justiça. Uma Justiça de sentido único é uma Justiça que não serve a ninguém porque se percebe que não está a fazer o seu papel de árbitro, de distanciamento e de capacidade de ter coragem para precisamente enfrentar, enfim, as ondas de opinião pública, de alguma que é natural que se sinta enfim perturbada com determinado tipo de casos, mas a Justiça e a democracia serve para isso”, disse.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o MP, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas.

É composto por 767 volumes, entre autos principais, arrestos, incidentes de oposição e apensos bancários e 186 volumes de autos principais, processados até à data da distribuição em 687.398 folhas. Mais todos os apensos bancários, de buscas e diversos (mais de duas centenas) e equipamentos informáticos apreendidos. A acusação conta com 3.552 folhas, assinadas por sete procuradores.

A realização do debate instrutório ocorreu um ano após o arranque da fase de instrução no Tribunal Central de Instrução Criminal, no dia 26 de abril de 2022, então ainda nas mãos do juiz Ivo Rosa e quase três anos depois de ser conhecida a acusação.

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Perto de 4 mil pessoas apoiadas por perda de habitação de janeiro a junho

  • ECO
  • 6 Agosto 2023

Despejos, incêndios, inundações ou rutura familiar foram as causas que mais contribuíram para a necessidade de apoio.

No primeiro semestre do ano foram apoiadas 3.993 pessoas devido a situações de desalojamento. Despejos, incêndios, inundações ou rutura familiar foram as causas que mais contribuíram para a necessidade de apoio.

Os números são avançados este domingo pelo Jornal de Notícias. De acordo com o título, a Linha Nacional de Emergência Social recebeu 2.372 pedidos de ajuda por perda de habitação de janeiro a junho, um aumento de 396 chamadas na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados constam do Observatório Nacional de Emergência Social.

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