Municípios da UE queixam-se de défices de investimento e falta de competências na transição ecológica
Seis em cada dez municípios da UE consideram que os investimentos em infraestruturas de mitigação e adaptação ao impacto das alterações climáticas, realizados nos últimos três anos, são insuficientes.
“A falta de financiamento assim como a incerteza e a demora dos processos administrativos continuam a desencorajar os municípios [da União Europeia] a planearem investimentos cruciais. Paralelamente, em termos de execução, a escassez de mão-de-obra qualificada e as dificuldades na cadeia de abastecimento impõem restrições significativas”, de acordo com as conclusões de um inquérito do Banco Europeu de Investimento (BEI). E também dá conta que 60% dos 744 municípios inquiridos aponta défices de investimento.
As conclusões revelam ainda que “69% dos municípios não dispõem de peritos com competências de avaliação ambiental e climática, o que representa um grave problema para a execução dos programas locais de investimento”. Assim como “cerca de 80% dos municípios identificam a falta de financiamento, a demora dos processos administrativos e a incerteza sobre a regulamentação como obstáculos ao investimento“.

Para o BEI é essencial priorizar as transições ecológica e digital, já que a “mitigação das alterações climáticas, a adaptação aos seus efeitos e as infraestruturas digitais desempenham um papel central nos planos de investimento dos municípios para os próximos três anos“.
Ainda assim, o BEI dá conta que “mais de seis em dez municípios mostram-se insatisfeitos com os investimentos anteriores na atenuação das alterações climáticas e na adaptação aos seus efeitos, ao mesmo tempo que 40% manifestam o seu descontentamento com os investimentos em infraestruturas digitais”. Segundo o mesmo documento, existe disparidade regional nesta aposta, já que “nos municípios europeus, a transição digital está mais avançada do que a transição ecológica”.
“Enquanto a proporção de municípios que investem ativamente nas duas transições é maior nas regiões de rendimento mais elevado, as regiões menos desenvolvidas registam dificuldades em alcançar progressos semelhantes”, conclui.
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