Como é que o negócio da Tranquilidade com a Liberty muda o mercado em Portugal

O negócio segurador do ano produz novas lideranças em Portugal, inquieta sindicato e vai reorganizar de novo a Tranquilidade/Generali com a integração da Liberty. Saiba o que muda com este negócio.

A compra da unidade europeia da Liberty pela Generali está a levantar interrogações sobre o futuro do mercado português e sobre a forma como a Tranquilidade, a marca da seguradora italiana em Portugal, e a Liberty, se vão orientar e posicionar no mercado a partir de agora.

Para começar, a soma aritmética da produção e quotas de mercado com base em dados relativos a 2022 da Associação Portuguesa de Seguros (APS) indica que, neste momento, a Tranquilidade/Generali reforça a terceira posição no ranking português, estando mais próxima do Grupo Ageas Portugal.

Todo o negócio da compra da Liberty Europa terminou com o sucesso da Generali pelo valor de 2,3 mil milhões de euros, significando ter sido fechado muito acima dos mil milhões inicialmente previstos. Com 1,2 mil milhões de prémios emitidos, pouco mais de 200 milhões de euros de resultados líquidos, considerados contabilisticamente, mas legalmente empolados, parece um valor elevado, tanto que a sua carteira europeia é essencialmente automóvel e habitação, setores que atravessam uma conjuntura pouco favorável, com a inflação a causar aumentos invulgares nos custos com sinistros.

As justificações para este valor, para o negócio, são apenas lidos nos comunicados da Liberty Seguros, a empresa europeia da Liberty Mutual que foi agora vendida e que centralizava em Madrid as operações da Portugal, Espanha, Irlanda e Irlanda do Norte, e da Generali que afirma que “a transação gera economias de escala adicionais em todo o Grupo Generali, graças à redução de custos, à otimização de TI e à venda cruzada de produtos”.

Acrescenta-se que a Liberty Seguros está fortemente capitalizada, apresentava um rácio de solvabilidade de 330% no final de 2022, mais do triplo dos 100% que os reguladores consideram o limite abaixo do qual os fatores de solvência de uma seguradora precisam ser corrigidos. No balanço da Generali, o impacto da operação na solvência será negativa em -9,7%, pouco significativo, já que em março deste ano a seguradora italiana contava com 227% neste indicador.

Com esta aquisição, a Generali passa a ser a quarta maior seguradora Não Vida em Espanha, reforça nesse segmento o seu segundo lugar em Portugal com uma quota de 22,3% e entra diretamente para o top 10 irlandês. O preço elevado acaba por resultar igualmente de uma competição pelo negócio entre grupos financeiramente poderosos, a Allianz, a Axa e a Grupo Catalana Occidente. Encarado como investimento de longo prazo, fontes próximas da Generali identificam a compra como estratégica em ramos que, acreditam, no médio prazo voltarão a um equilíbrio técnico.

Apesar destas explicações, o preço final acabou sempre por ser surpresa, até por que ao longo das negociações pouco se foi sabendo. O Bank Of America, nomeado para a condução da venda, foi várias vezes solicitado a prestar declarações a ECOseguros, e a todas respondeu que não comentava. O secretismo também valeu para os advogados da Liberty, o escritório Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom. Também do lado italiano nada transpareceu. O Citigroup e o Credit Suisse foram consultores financeiros, a Clifford Chance, a Morais Leitão e a Matheson atuaram como consultores jurídicos da transação. Liberty e Generali remeteram para os comunicados oficiais detalhes sobre o negócio.

Ainda do ponto de vista legal, a operação precisa da aprovação dos reguladores de todos os países envolvidos, ou seja, dos Estados Unidos, Itália, Irlanda, Espanha e Portugal, embora não se vislumbrem problemas de concorrência.

Depois, ainda há a eventual separação dos ativos e negócios da Liberty por cada um dos três mercados. A Generali está a estudar diversos cenários de organização legal mas, para já, a aquisição foi realizada pela casa-mãe Assicurazioni Generali SpA à holding europeia da Liberty Mutual.

Outra vez um processo de integração para colaboradores

A Liberty em Portugal é um negócio de 253 milhões de euros por ano, 833 mil clientes e conta – segundo dados da empresa – com 533 colaboradores, distribuídos entre a sede, em Lisboa, o Polo Técnico no Porto, e nas principais cidades do continente e ilhas. Tem ainda mais de 1550 agentes profissionais de seguros que funcionam como parceiros de negócio sendo o canal preferencial de distribuição da seguradora.

Também a Tranquilidade tem uma distribuição baseada em agentes, informando que conta com 2.500 pontos de venda – 80 Corretores, 2100 Agentes multimarca e 350 Agentes exclusivos e anuncia quase 2 milhões de clientes. Tem um negócio de 1,2 mil milhões de prémios por ano, cerca de 1.100 trabalhadores diretos e quase 2 mil pessoas no total, considerando a Advance Care e a Europ Assistance como parte integrante do grupo Generali em Portugal.

Tendo o grupo terminado em 2019, um processo de incorporação da Tranquilidade na Generali, avizinha-se um novo episódio de integração. José António Sousa, que liderou a Liberty Portugal até 2018, altura em que se deu a centralização em Madrid da operação europeia da mutualista, escreveu no Twitter uma recomendação a Pedro Carvalho. Disse-lhe para escolher “the best talent to get the job done” (o melhor para fazer o trabalho), que permita uma avaliação justa e meritocrática para todas as posições em que haja redundâncias, e não o método “Gengis Khan” com que habitualmente os compradores tratam os comprados”, conclui.

Patrícia Caixinha, presidente da Direção do STAS – Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Seguradora, o mais representativo dos seguros e afeto à UGT, confirma que já foram efetuadas comunicações referentes a este processo quer aos colaboradores/trabalhadores, tanto na Liberty, como na Generali, e também aos sindicatos e demais estruturas representativas dos trabalhadores.

“Não posso deixar de expressar algumas emoções relativas a esta venda”, referiu Patrícia Caixinha a ECOseguros, acrescentando que “enquanto sindicato mais representativo do setor estamos, obviamente, preocupados com os trabalhadores/as da Liberty, mas também como os da Generali, que têm vindo a sofrer os efeitos de sucessivos processos de fusões, que nem sempre são geridos da melhor forma”. A presidente do STAS comenta: “bem sabemos, que por ora não se fala em fusão, e sim mudança de acionista, mas como se costuma dizer, em bom português, gato escaldado de água fria tem medo”.

Reconhecendo a postura quer da Liberty, quer da Generali, que “prontamente se disponibilizaram para, em conjunto com os sindicatos, levarem este processo de aquisição da forma mais serena possível e acautelando os direitos dos trabalhadores de ambas as partes envolvidas”, a sindicalista lembra que a Liberty é, neste momento, a única empresa de seguros a operar em Portugal em regime exclusivo de teletrabalho, o que pressupõe que possa existir uma integração menos evasiva deste negócio. Já quanto à Generali, refere que “as reservas são maiores até pelo histórico decorrente das já sucessivas fusões, que as pessoas desta empresa têm vivenciado nos últimos tempos, apesar da boa vontade manifestada pela administração”, conclui.

Em relação aos recursos humanos, ECOseguros conseguiu apurar que as situações serão hoje mais favoráveis. A Liberty já tinha funções centrais espalhadas por Espanha, Portugal e Irlanda, a Tranquilidade acabou de passar por um processo de fusão. Na área tecnológica a Liberty tem valor real nas áreas do CRM (software de relação com clientes) e em Inteligência Artificial e os talentos destas áreas são para manter.

Marcas, agentes e quotas de mercado

A Liberty, enquanto marca, vai desaparecer dos três mercados, a Génesis talvez não, comenta uma fonte conhecedora do negócio. É normal que a Liberty Mutual queira conservar as suas marcas, é de resto normal isso acontecer. A própria Generali, quando em 2021 comprou a filial da AXA na Grécia, tornando-se a segunda maior seguradora do país a seguir à Allianz, dispôs de poucos meses para fazer desaparecer toda a imagem do grupo francês.

E, se a Generali portuguesa conseguiu convencer Trieste (cidade onde fica a sede) a conservar as marcas Tranquilidade em Portugal – e Açoreana no arquipélago – mais óbvio é substituir toda a imagem Liberty rapidamente. A autonomia da companhia portuguesa é, segundo a mesma fonte, muito respeitada e as relações com o grupo não passam necessariamente por Espanha, vão diretamente para as diferentes unidades na Europa. “A deslocalização não está mesmo no horizonte”, conclui.

A gestão das duas redes já existentes e aproveitar para assegurar uma distribuição geograficamente mais completa do país será um dos desafios de Pedro Carvalho, CEO da Tranquilidade. Outro ponto importante e complementar é o facto de a Liberty não ter privilegiado relações com corretores, ao contrário da marca da Generali.

Característica comum à Tranquilidade e Liberty é igualmente uma presença pouco relevante no ramo Vida, que representa metade do valor do mercado nacional, e uma forte presença nos segmentos Acidentes de Trabalho e Automóvel.

Entre os 10 maiores grupos ou seguradoras únicas em 2022, apenas a Generali e Liberty, em conjunto, contam com 7% das suas vendas através de seguros de Vida. Este segmento é essencialmente alimentado pelo canal bancassurance, em que a Tranquilidade está agora a dar os primeiros passos pós-BES, depois de ter tomado capital no Banco CTT e assinado um acordo igualmente com os Correios para começar a vender produtos poupança.

Com a fusão com a Liberty, a Tranquilidade passa a ser a líder de mercado nos ramos acidentes de trabalho e automóvel, mantendo-se a Fidelidade como a maior seguradora em todos os outros ramos. No entanto, é uma liderança que será disputada nesses segmentos. Já no conjunto dos seguros multirriscos, a Tranquilidade distancia-se do Grupo Ageas Portugal.

Para o mercado português, esta nova realidade significa menos opção para agentes, corretores, prestadores de serviços. Esta fusão mantém os passos de consolidação geral do mercado das companhias, numa fase em que são as distribuidoras que procuram dimensão para poder debater condições e negócios num mesmo plano de igualdade.

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Intel investe quase 23 mil milhões de euros em nova fábrica em Israel

  • Lusa
  • 18 Junho 2023

A tecnológica norte-americana Intel vai investir quase 23 mil milhões de euros numa nova fábrica em Israel. Esta unidade deve ver a "luz do dia" em 2027 e operar pelo menos até 2035.

A tecnológica norte-americana Intel vai investir 25.000 milhões de dólares (22.800 milhões de euros) numa nova unidade em Israel, anunciou este domingo o primeiro-ministro israelita, tornando-se “no maior investimento estrangeiro” no país.

Benjamin Netanyahu classificou o acordo de “uma tremenda conquista para a economia israelita”, pois trata-se “do maior investimento feito por uma empresa internacional em Israel”, ao fazer o anúncio na reunião semanal com o seu gabinete.

Segundo o “acordo de princípio”, a Intel, que tem sede em Santa Clara, Califórnia, e é um das maiores fabricantes de semicondutores do mundo, vai construir uma unidade em Kiryat Gat, no sul de Israel, segundo um comunicado do Ministério das Finanças.

Esta unidade deve ver a “luz do dia” em 2027 e continuar a sua atividade pelo menos até 2035, acrescenta.

O imposto da multinacional norte-americana para o Estado israelita aumentará dos atuais 5% para 7,5% e receberá em troca uma subvenção de 12,8% das suas despesas, de acordo com a lei de incentivo ao investimento.

Durante quase cinco décadas de operações em Israel, a Intel cresceu até converter-se no “maior empregador e exportador privado do país e líder da indústria local de eletrónica e informação”, de acordo com a empresa, que destacou, em comunicado, que as suas operações em Israel têm “desempenhado um papel crucial no êxito global” da tecnológica.

A gigante de Silicon Valley está avaliada em 150.000 milhões de dólares (cerca de 136,8 mil milhões de euros), emprega à volta de 130.000 trabalhadores em todo o mundo, incluindo 12.000 em Israel, onde está presente desde a década de 1970 e tem vários centros de produção e desenvolvimento.

Em 2017, a Intel adquiriu a israelita Mobileye, com atividade nas tecnologias de condução autónoma, por mais de 15.000 milhões de dólares.

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Conferências do Casino discute IA e a criação artística

  • ECO
  • 18 Junho 2023

Museu Nacional de Arte Antiga vai receber, na quarta-feira, um novo debate das Novas Conferências do Casino 2023, desta vez para discutir o papel da Inteligência Artificial e a criação artística. 

Na próxima quarta-feira, dia 22 de junho, o Museu Nacional de Arte Antiga vai receber um novo debate das Novas Conferências do Casino 2023, desta vez, para discutir o papel da Inteligência Artificial (IA) e a criação artística.

Inspirado pelas Conferências do Casino de 1871, — onde Eça de Queiroz, Antero Quental e Oliveira Martins, entre outros, tentaram refletir sobre o país e os seus desafios perante uma realidade económica e social que ficava aquém das expectativas — as Novas Conferências do Casino 2023 estão de regresso e são promovidas pelo Círculo Eça de Queiroz, pelo Grémio Literário e pelo Centro Nacional de Cultura. O primeiro debate decorreu no mês passado e debruçou-se sobre a invasão russa à Ucrânia.

Já “a segunda Conferência deste ciclo das Novas Conferências do Casino de 2023 vai levar-nos ao altar da criação artística que marcou a nossa História, o Museu Nacional de Arte Antiga, onde iremos ser confrontados com informação sobre um desafio dramático que o futuro nos reserva”, lê-se na apresentação da conferência.

Em causa, está a “possibilidade dos algoritmos virem a dispensar o contributo dos humanos para o exercício de uma das mais nobres evidências do valor da vida: o ato da criação artística“, explica a organização.

Nesse sentido, a conferência irá debruçar-se sobre o papel da IA e da criação artística, dado que “nos últimos anos, o mundo digital trouxe-nos problemas sérios de identificação e de proteção do criador artístico, face à gratuitidade da cópia e à impossibilidade de controlo da edição”.

“Será que a “criação artística” desaparecerá com os algoritmos, deixando de existir como um desafio à sensibilidade e inteligência humana? Como poderá a Arte continuar a sua missão histórica de enobrecimento da alma humana?”, questionam.

Para discutir estes temas, a conferência conta com um painel de três especialistas, nomeadamente Arlindo Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico, presidente do Instituto de Sistemas e Computadores e administrador da Caixa Geral de Depósitos, José de Guimarães, artista plástico, e Massimo Sterpi, autor e advogado de muitos dos maiores nomes do mundo da Arte.

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Suíços aprovam lei que estabelece neutralidade carbónica até 2050 e IRC mínimo de 15%

  • Lusa
  • 18 Junho 2023

Os suíços aprovaram, este domingo, em referendo, uma nova lei que estabelece a neutralidade carbónica no país até 2050 e um novo imposto de 15% sobre as grandes empresas com atividade internacional.

Os suíços aprovaram este domingo, em referendo, uma nova lei que estabelece a neutralidade carbónica no país até 2050 e um novo imposto de 15% sobre as grandes empresas com atividade internacional, adianta a AFP.

A agência de notícias francesa refere que o “sim” à chamada “Lei Federal sobre os Objetivos de Proteção do Clima, a Inovação e o Reforço da Segurança Energética” atingiu os 57,95%, de acordo com a contagem oficial em 24 dos 26 cantões, e que o novo imposto teve uma taxa de aprovação de 78,24%, num referendo que teve uma taxa de participação de cerca de 42%.

A nova lei tinha o apoio de todos os grandes partidos e do governo federal, sendo que apenas o partido radical de direita, o SVP, fez campanha pelo “não”, acenando com o fantasma da escassez de energia e do aumento desproporcional dos preços.

“O povo suíço está a enviar um sinal forte, a lei para levar o país a zero emissões foi aprovada hoje (…) Estou muito contente por os argumentos da ciência climática terem sido ouvidos”, escreveu na rede social Twitter o especialista climático Matthias Huss, citado pela AFP.

A energia é uma questão delicada naquele país dos Alpes, que depende em 75% das importações e cuja fragilidade energética foi dramaticamente evidenciada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

A nova lei tem como objetivo reduzir a dependência suíça de fontes de energia estrangeiras, ao mesmo tempo que pretende reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, sem impor quaisquer proibições ou novos impostos.

O projeto de lei prevê uma redução gradual do consumo de petróleo e de gás, sem o proibir, e a produção de mais energia de fonte renovável, assim como apoiar sistemas de aquecimento mais respeitadores do clima.

A votos esteve também uma alteração constitucional que permite que os grandes grupos empresariais ativos a nível internacional sejam tributados a uma taxa de pelo menos 15%, no âmbito de um projeto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do G20. A tributação mínima aplicar-se-á aos grupos de empresas com um volume de negócios anual de, pelo menos, 750 milhões de euros.

As autoridades suíças estimam que este novo imposto vá afetar “várias centenas” de grupos económicos suíços e calcula que as receitas do imposto suplementar atinjam entre 1 e 2,5 mil milhões de francos suíços no primeiro ano.

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Israel opõe-se a acordos provisórios entre EUA e Irão sobre programa nuclear

  • Lusa
  • 18 Junho 2023

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, manifestou-se contra qualquer acordo provisório negociado entre os Estados Unidos e o Irão sobre o programa nuclear iraniano.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse este domingo que se opõe a qualquer acordo provisório negociado entre Washington e Teerão sobre o programa nuclear iraniano.

Nos últimos dias, os media israelitas noticiaram que estão a ser conseguidos entendimentos entre Washington e Teerão para conter o programa nuclear iraniano, em troca do alívio de algumas sanções ocidentais contra o Irão.

Este domingo, Netanyahu disse que Israel informou os EUA da sua oposição aos entendimentos provisórios, que têm sido classificados de “mini-acordos”, criticando o seu propósito.

As autoridades israelitas acreditam que já tenham sido obtidos alguns resultados nas negociações entre os EUA e o Irão, nomeadamente no que diz respeito ao nível de enriquecimento do urânio autorizado.

O site de notícias israelita Walla noticiou na semana passada que, ao abrigo dos “mini-acordos”, o Irão limitará o enriquecimento de urânio a 60% em troca do alívio das sanções.

Contudo, dias depois desta notícia, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, garantiu que “não há qualquer acordo”, acrescentando que os relatórios que tinham sido a base das notícias eram falsos.

Netanyahu recorda que Israel se opõe ao acordo de 2015 entre o Irão e as potências mundiais, negociado pelo ex-Presidente norte-americano Barack Obama, que procurava limitar o programa nuclear iraniano, e que foi depois abandonado unilateralmente pelo ex-Presidente Donald Trump, em 2018.

O Irão alega que o seu programa nuclear se limita a fins civis, mas Israel desafia esta versão e considera que a posse de armas nucleares por parte de Teerão é uma séria ameaça à estabilidade na região.

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Exportações de carros elétricos da UE para o Reino Unido em risco devido ao Brexit

  • ECO
  • 18 Junho 2023

Os fabricantes de automóveis europeus estimam que as novas regras poderão traduzir-se num aumento de custos de cerca de três mil milhões de euros para a indústria, caso acordo não seja reajustado.

As exportações de carros elétricos da União Europeia (UE) para o Reino Unido estão em risco, caso o acordo comercial do Brexit não seja reajustado, alertam os representados do setor, ao The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

De acordo com o jornal britânico, três dos maiores fabricantes automóveis a nível mundial já pediram ao governo liderado por Rishi Sunak que abra as negociações sobre as novas regras, que visam impor taxas de 10% sobre as exportações para o bloco comunitário, caso 45% do valor do carro elétrico não for originário da UE ou do Reino Unido.

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), que representa 75% da indústria automóvel europeia, estima que estas novas regras poderão traduzir-se num aumento de custos de cerca de três mil milhões de euros para a indústria europeia, que seriam repassados ao consumidor, absorvidos pela indústria ou uma mistura de ambos.

No ano passado, as vendas de veículos elétricos de membros da ACEA para o Reino Unido atingiram os 4,3 mil milhões de euros, contudo, com a recuperação na cadeia de fornecimento e com o crescente afastamento dos motores a combustão, o mercado deverá crescer. “Esperamos que as vendas totais fiquem em torno entre 25 mil milhões a 30 mil milhões de euros até 2026“, afirmou o diretor de comércio internacional da ACEA, ao The Guardian.

Segundo a ACEA, a China domina o fornecimento de produtos químicos, que representam até 45% do custo de total de um veículo elétrico. Assim, se as novas regras avançarem, isto significará que os carros elétricos importados da UE, já considerados bastante caros por muitos consumidores, iriam custar ainda mais a partir do próximo ano. Em maio, a Stellantis, dona de 14 marcas automóveis, alertou que poderá ter que fechar as operações no Reino Unido, caso as novas regras entrassem em vigor.

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📹 Acesso a cuidados de saúde piorou em 2022

O acesso dos cidadãos a cuidados de saúde piorou no ano passado, em especial para as famílias mais desfavorecidas. Estudo revela ainda que procura por genéricos aumenta com dificuldades económicas.

O acesso dos cidadãos a cuidados de saúde está a regredir. O ano passado “foi, em vários aspetos, um ano pior” no acesso a cuidados de saúde, em especial para as famílias mais desfavorecidas, segundo um estudo dos investigadores Pedro Pita Barros e Eduardo Costa.

Além disso, a procura por medicamentos genéricos em detrimento dos de marca aumenta quando há mais dificuldades económicas. O ECO preparou um resumo das principais conclusões. Veja o vídeo.

http://videos.sapo.pt/cwT0ZgPvIqHOEdUNhSUt

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Governo garante “transparência” na utilização do Fundo Revita

Após as críticas dos partidos da oposição, Ana Abrunhosa garante que as verbas do Fundo Revita vão continuar a ser geridas "da mesma maneira", apesar de terem passado a ser integradas no OE.

A ministra da Coesão Territorial garante que as verbas do Fundo Revita, criado para apoiar a reconstrução e reabilitação das áreas afetadas pelos incêndios de 2017 em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, vão continuar a ser geridas “da mesma maneira”, embora tenham passado a ser integradas no Orçamento do Estado (OE).

A alteração “resulta de uma orientação do Tribunal de Contas no sentido de integrar nas contas do Orçamento do Estado por uma questão de transparência“, justificou Ana Abrunhosa, em declarações à RTP1.

A reação surge depois de o secretário-geral do PSD ter criticado o Executivo por ter nacionalizado o Fundo Revita. Se não houvesse carências e o fundo não tivesse dinheiro, isto poderia ter alguma lógica, agora quando há dinheiro dos cidadãos e das empresas e muitas carências por suprir, é inacreditável que esse dinheiro não possa ser usado para aquilo que foi doado”, afirmou Hugo Soares, no sábado durante uma visita à Associação de Vítimas dos Incêndios de Pedrógão Grande (AVIPG), no dia em que passam seis anos sobre os incêndios de 2017, que vitimaram 66 pessoas.

A partilha desta crítica estende-se também à Iniciativa Liberal, ao Bloco de Esquerda e ao PCP. “O mais impressionante é que os fundos que foram mobilizados não tenham sido utilizados para a gestão territorial que foi prometida”, afirmou Mariana Mortágua, em declarações transmitidas pela RTP, referindo que há pessoas a viver no interior, pelo que o Governo deve “garantir um território seguro”. Já o secretário-geral do PCP apelou a que “os apoios criados cheguem às pessoas”.

Perante estas críticas, a ministra nega qualquer desvio de fundos. “Fica aqui a garantia de que o fundo continuará a funcionar da mesma maneira”, afirmou Ana Abrunhosa, acrescentando que “os 1,4 milhões de euros que existem só podem ser utilizados no território sobre proposta dos autarcas do território e, por isso, nada se alterou no funcionamento”, concluiu. A governante descartou ainda a possibilidade de se criar mais uma entidade para gerir o fundo.

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Ana Abrunhosa pede desculpa por ausência do Governo em Pedrógão Grande

Ana Abrunhosa pediu desculpa pela ausência de membros do Governo na região no dia em que passam seis anos sobre os incêndios de Pedrógão Grande. Ministra promete "a devida homenagem" em data oportuna.

A ministra da Coesão Territorial reiterou este domingo que as vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande “jamais serão esquecidas” e pediu desculpa pela ausência de membros do Governo na região no dia em que passam seis anos sobre os incêndios. Ana Abrunhosa prometeu “a devida homenagem” em data oportuna.

“Queria dizer, em nome do Governo, que lamentamos muito se se esta nossa decisão causou qualquer sentimento de abandono às vítimas e às famílias das vítimas“, afirmou a ministra da Coesão Territorial, em declarações à RTP, na sequência das críticas feitas pela Associação de Vítimas do Incêndios de Pedrógão Grande devido à ausência de figuras de Estado na região no dia em que passam seis anos sobre os incêndios, que se assinalou no sábado.

Na quinta-feira, foi aberto ao público o memorial de homenagem às vítimas dos incêndios de 2017, mas não houve uma cerimónia oficial de inauguração. No sábado, Ana Abrunhosa já tinha referido à Lusa que tal aconteceu porque “não se conseguiu conciliar datas” e que o Executivo “está a articular com a Comunidade Intermunicipal [CIM] da Região de Leiria e com a associação das vítimas” uma data oportuna para a cerimónia.

“As Infraestruturas de Portugal informaram os autarcas e a presidente da associação de vítimas de que o monumento ficaria aberto ao público e que iríamos ter um momento de homenagem posterior”, explicou este domingo, à RTP. Nesse sentido, a ministra garante que “Pedrógão jamais será esquecido” e reiterou que fará “a devida homenagem” em data oportuna.

Os incêndios que deflagraram em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande, e que alastraram a concelhos vizinhos, provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos noutras 253, sete das quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas. A maioria das vítimas mortais foi encontrada na Estrada Nacional (EN) 236-1, que liga Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, junto à qual foi erguido o memorial.

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Taxa mínima global de IRC vai a votos na Suíça este domingo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 18 Junho 2023

Empresas apoiam aumento do imposto para 15%, argumentando que a Suíça deixará de ser vista como um paraíso fiscal. Governo federal defende que medida vai proteger empregos.

Os suíços votam este domingo, dia 18 de junho, o aumento do imposto sobre as multinacionais que exercem atividade no país, de 11% para 15%. O objetivo é alinhar-se com o acordo alcançado no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) para uma taxa mínima global de IRC, mas, mesmo com o aumento, a Suíça continuará a ter um dos níveis mais baixos deste imposto a nível mundial.

De acordo com uma sondagem realizada pela GFS Bern, 73% dos eleitores apoiam a mudança ao abrigo do sistema suíço de democracia direta, em que a legislação é submetida a votação pública. Se for aprovada, a taxa entra em vigor em 2024. Cerca de 2.000 empresas estrangeiras, incluindo a Google, têm escritórios na Suíça, existindo ainda 200 multinacionais suíças, como a Nestlé, que serão afetadas por este aumento caso seja aprovado.

Cada um dos 26 cantões suíços poderá definir a sua própria taxa de IRC, que se aplica sobre empresas com receitas superiores a 750 milhões de euros estabelecidas em mais de um país. Porém, o Governo federal irá impor um imposto adicional para garantir que as empresas paguem os 15% de imposto, arrecadando até 2,5 mil milhões de francos suíços (2,76 mil milhões de dólares) em receitas fiscais.

De acordo com a proposta, 75% do dinheiro arrecadado com este aumento será para os cantões e 25% para o Governo federal. Este regime permitirá aos cantões gastar as receitas extras em subsídios para atrair e manter empresas ou para medidas como cuidados infantis, bolsas de investigação e formação complementar.

A proposta tem o apoio do Governo federal, que defende que o aumento do IRC vai manter as multinacionais na Suíça e protegerá os postos de trabalho, bem como de vários grupos empresariais e da Swiss Holdings, uma organização que representa 62 multinacionais no país, incluindo a Nestlé, a Johnson & Johnson e a IKEA.

“Um sim garantiria que a Suíça estaria pronta a tempo. Enviaria um sinal à comunidade internacional de que não devemos mais ser considerados um paraíso fiscal“, argumenta a Swiss Holdings, citada pela Reuters.

Christian Frey, do sindicato empresarial Economiesuisse, defende que “a receita fiscal adicional permaneça no país e seja usada para melhorar a sua atratividade para as empresas”, enquanto o diretor da área fiscal e jurídica da KPMG Suíça, Stefan Kuhn, disse que o imposto “dá aos cantões o dinheiro para fazer algo inteligente para se manterem competitivos”.

No entanto, a organização não-governamental Alliance Sud criticou a reforma, apelidando-a de plano de “dumping fiscal” que garantirá que as empresas irão “sugar” os lucros tributáveis dos países em desenvolvimento para os paraísos fiscais ricos.

Em outubro de 2021, 137 países, incluindo a Suíça, chegaram a um acordo sobre a reforma da tributação internacional no quadro da OCDE, depois de um longo processo de anos para combater a prática de colocar uma parte dos lucros em locais que oferecem uma tributação muito baixa ou mesmo nula.

Com o objetivo de evitar a evasão fiscal, a taxa mínima global de IRC, que não pode ser inferior a 15%, deverá gerar receitas adicionais de 150.000 milhões de dólares em todo o mundo.

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Viagens estão mais caras, mas não afastam portugueses

  • ECO
  • 18 Junho 2023

Se em anos anteriores, os portugueses chegavam às agências de viagens com o destino escolhido, com a escalada da inflação fazem depender a sua escolha em função do seu orçamento.

Já passaram três anos desde que a pandemia apareceu no país e o turismo, que foi um dos setores mais afetados, está totalmente recuperado de todo o impacto. Ainda assim, se anteriormente os portugueses chegavam às agências de viagens com o destino escolhido, agora fazem depender a sua escolha em função do orçamento, avança o Jornal de Notícias (acesso condicionado).

O perfil do consumidor este ano é o de ‘eu quero ir e tenho este orçamento’, e os operadores encaixam a oferta de acordo com estes termos da procura“, afirma António Loureiro, diretor regional da Travelport em Portugal, que detém a Galileo, sinalizando que ainda assim as reservas de viagens estão com um crescimento de 5% face ao ano passado.

A situação é corroborada por Pedro Quintela, diretor de vendas e marketing da Agência Abreu, que, ao mesmo jornal, diz ser “inegável o impacto da inflação se tivermos em conta que o valor dos transportes, hotelaria e outros serviços terrestres” que foram ajustados em alta pelos fornecedores”. No entanto, sublinha que “houve um esforço em colocar oferta diversificada e que sirva todo o leque de clientes”. Marrocos, Porto Santo, Cabo Verde, Tunísia, ilhas espanholas, Albânia e Zanzibar são algumas das preferências.

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Marcelo não vê “problema político específico” na escala de Costa na Hungria

  • Lusa
  • 18 Junho 2023

Chefe de Estado diz não ver qualquer "problema político específico" na escala de Costa na Hungria, onde assistiu a um jogo de futebol com Orbán, sublinhando que os dois países são aliados na UE.

O Presidente da República disse no sábado não ver qualquer “problema político específico” na escala do primeiro-ministro na Hungria, onde assistiu a um jogo de futebol com Viktor Orbán, sublinhando que os dois países são aliados na União Europeia.

“A Hungria é um estado da União Europeia (UE). [Viktor Orbán] é um primeiro-ministro da União Europeia. Podemos concordar ou discordar dele nas migrações, na política económica e social e em muita coisa, mas faz parte do grupo de países que são nossos aliados naturais na UE”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado português falava, em declarações à RTP1, em Belém, antes de assistir ao jogo da seleção de Portugal, que defrontou a Bósnia-Herzegovina, no Estádio da Luz, em Lisboa.

Em 31 de maio, António Costa, que viajava num Falcon 50 da Força Aérea, fez uma escala em Budapeste quando seguia a caminho da Moldova para a cimeira da Comunidade Política Europeia, sem que a paragem constasse da sua agenda pública, segundo noticiou o Observador.

De acordo com o mesmo jornal, o chefe do Governo português assistiu ao jogo da final da Liga Europa de futebol entre o Sevilha e a Roma, equipa italiana orientada por José Mourinho, ao lado do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

A paragem na Hungria foi criticada pela oposição, que reclama esclarecimentos de António Costa. A agência Lusa questionou o gabinete do primeiro-ministro sobre este assunto, mas não obteve resposta até ao momento.

O facto de no caminho ter feito uma escala ou ter parado durante uma hora e meia ou duas horas para dar apoio a um português e ver um jogo de futebol, francamente não vejo que politicamente haja qualquer problema específico”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Na sexta-feira, o Presidente da República tinha já adiantado que o primeiro-ministro o tinha informado da escala em Budapeste. No sábado, questionado sobre se a paragem não deveria constar da agenda pública do primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa remeteu a pergunta para António Costa, mas mostrou-se convencido de que se tratou de uma decisão de “última hora”.

“Acho que decidiu à ultima hora. Veio a uma audiência e saiu diretamente para a Moldova. Tenho impressão que lhe deve ter ocorrido que calhava no caminho, era preciso fazer uma escala técnica e aproveitou para ver o futebol”, sublinhou.

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