Obras no Pavilhão de Portugal vão ficar 30% mais caras

Governo autorizou mais 2,8 milhões de euros para as obras de reabilitação e requalificação do Pavilhão de Portugal, a cargo da Universidade de Lisboa. Obras paradas devido à falência da construtora.

A obra pública de reabilitação e requalificação do Pavilhão de Portugal, a cargo da Universidade de Lisboa, vai custar um total 12,1 milhões de euros, mais 30% do que a despesa que tinha sido autorizada pelo Governo numa primeira fase, em que a obra estava orçamentada em 9,3 milhões de euros.

“Verifica-se, contudo, a necessidade de um novo ajustamento, na fase de execução da empreitada, sendo indispensável uma nova prorrogação de prazo para conclusão da obra, da qual resulta um acréscimo de despesa, em virtude da revisão ordinária e extraordinária dos preços e de trabalhos complementares, por factos não imputáveis à Universidade de Lisboa”, lê-se na resolução do Conselho de Ministros.

O diploma publicado esta segunda-feira em Diário da República prevê que as obras de reabilitação e requalificação do edifício vão decorrer até 2024, estando autorizada uma despesa até ao montante de 12,1 milhões de euros, a que acresce o IVA à taxa legal em vigor.

De acordo com o mesmo documento, os “encargos financeiros decorrentes da presente resolução são suportados por verbas do orçamento da Universidade de Lisboa, estando assegurada a respetiva cobertura orçamental por receitas de impostos e por receitas próprias, na proporção de 33,84 % e 66,16 %, respetivamente”.

Pavilhão de Portugal | Créditos: Universidade de LisboaUniversidade de Lisboa

O vice-reitor da Universidade de Lisboa, Vítor Leitão, confirmou há dias ao Jornal de Negócios que as obras de reabilitação do Pavilhão de Portugal estão paradas desde outubro do ano passado. O motivo da estagnação prende-se com o facto de a construtora responsável pelo projeto, Tâmega Engineering, estar num Processo Especial de Revitalização (PER).

Quando as obras estiveram concluídas, naquele espaço irá nascer um centro de congressos com um auditório com capacidade para 600 pessoas e ainda nove salas com 75 a 250 lugares. O edifício do Pavilhão de Portugal foi construído para integrar a Expo’98 e foi projetado pelo arquiteto Siza Vieira.

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Biden e McCarthy fecham acordo que evita default nos EUA

  • ECO
  • 29 Maio 2023

Presidente dos EUA diz que entendimento com republicanos protege uma "recuperação económica histórica", mas o documento que prevê cortes na despesa ainda tem de ser aprovado por um Congresso dividido.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder republicano da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, selaram um compromisso relativamente a um projeto de lei para evita que o país entre em incumprimento. Até agora só se tinha falado de uma “tentativa de acordo”.

“O Presidente da Câmara McCarthy e eu chegámos a um acordo orçamental bipartidário que evitará a pior crise – um incumprimento pela primeira vez na história do nosso país”, partilhou Biden no Twitter no domingo.

O acordo é uma “boa notícia” para o povo americano, escreveu ainda o sucessor de Donald Trump. Apelou ao Congresso para que aprovasse imediatamente o acordo, que prevê o aumento do tecto da dívida dos EUA até 2025, em troca de cortes significativos na despesa. A votação na Câmara dos Representantes está agendada para quarta-feira.

O projeto de lei deve ser aprovado o mais rapidamente possível em ambas as câmaras do Congresso – a Câmara dos Representantes e o Senado – e depois assinado pelo Presidente. A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, tinha recentemente alertado que o dinheiro poderia acabar a 5 de junho. Este aviso foi precedido de uma intensa disputa que levou Biden a cancelar viagens ao estrangeiro.

Compromisso após duras negociações

No sábado, Biden antecipou que se trata de um “importante passo em frente” que reduziria a despesa, protegendo simultaneamente programas importantes para os trabalhadores e reforçando a economia para todos. Além disso, o acordo assegura as partes mais importantes da sua agenda política. No entanto, Biden reconheceu que “nem toda a gente consegue o que quer”.

McCarthy falou, por outro lado, de um “acordo digno do povo americano”. E mostrou-se confiante de que “a maioria dos republicanos vai votar a favor deste projeto de lei”. Como Joe Biden também apoia o documento, acrescentou, “penso que muitos democratas também vão votar a favor”.

A aprovação agendada para a próxima quarta-feira na Câmara dos Representantes é considerada provável, mas não garantida. A situação é particularmente tensa porque os republicanos têm uma maioria muito estreita. A bancada inclui também congressistas radicais que não mostram qualquer interesse num compromisso realista. McCarthy só foi eleito líder da sua bancada no início do ano, depois de um caos eleitoral histórico. Este facto enfraqueceu enormemente a sua posição.

A disputa sobre o teto da dívida é um teste importante para McCarthy, já que tem de apresentar resultados para o seu partido. Ao fazê-lo, deve também conseguir reunir alguns apoiantes em torno do acordo, a fim de obter uma maioria tão ampla quanto possível no seu partido. Se tiver de contar com um número particularmente elevado de votos democratas numa votação, porque os seus colegas de partido se opuseram, isso irá enfraquecê-lo ainda mais.

Disputa sobre impostos dos ricos

O compromisso agora alcançado consiste em congelar a dimensão do orçamento federal, que os democratas, sob a liderança de Joe Biden, queriam aumentar. Em troca, os orçamentos de muitas agências e departamentos federais seriam ajustados.

McCarthy falou de “cortes históricos na despesa”, sem acrescentar novos impostos ou programas governamentais. Os democratas queriam aumentar as receitas públicas através de mais impostos para os ricos. Os republicanos opuseram-se. Durante as negociações, tinham apelado para que Biden fizesse cortes no setor social, por exemplo, em troca de um aumento do teto da dívida.

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Contribuições extraordinárias já renderam 3.282 milhões de euros aos cofres do Estado

  • ECO
  • 29 Maio 2023

A nova contribuição extraordinária sobre o alojamento local, no âmbito do pacote Mais Habitação, junta-se a várias outras em vigor há vários anos e que já geraram 3.282 milhões de euros ao Estado.

As contribuições extraordinárias que estão em vigor já geraram perto de 3.282 milhões de euros, segundo o Público (acesso pago), que analisou os relatórios da Conta Geral do Estado. A contribuição que incide sobre os bancos é a mais antiga, em vigor desde 2011, e a que movimenta mais fundos, tendo alcançado 2.067 milhões até 2022. Somam-se 105,4 milhões do adicional de solidariedade sobre o setor bancário (ASSB).

A contribuição extraordinária sobre o setor energético gerou 957 milhões de euros desde 2014, a que incide sobre a indústria farmacêutica acrescentou 113,5 milhões desde 2015 e a contribuição extraordinária sobre os fornecedores de dispositivos médicos chegou a 39 milhões de euros desde 2021. No ano passado surgiram as contribuições de solidariedade temporárias sobre os setores da energia e distribuição alimentar, referente a 2022 e de 2023. A estas, junta-se agora a contribuição extraordinária sobre o alojamento local (CEAL), no âmbito do pacote da habitação, com os primeiros pagamentos em 2024 e as receitas consignadas ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.

A contribuição sobre as embalagens de utilização única de plástico, alumínio ou multimaterial com plástico ou com alumínio (em vigor desde o ano passado para os plásticos, mas ainda sem dados sobre receita gerada), e “a contribuição especial para a conservação dos recursos florestais, reintroduzida pela Lei do Orçamento do Estado para 2023” ainda não têm dados sobre receita gerada, nota o mesmo jornal.

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Há 255 mil pessoas com um segundo emprego em Portugal, o valor mais alto desde 2011

  • ECO
  • 29 Maio 2023

Entre janeiro e março, 255 mil pessoas tinham, pelo menos, dois empregos, o que representa um valor máximo desde 2011. Destes, perto de 90% faziam-no no setor dos serviços.

No primeiro trimestre deste ano, 255 mil pessoas tinham, pelo menos, dois empregos, o que representa um aumento de 4,5% face ao final de 2022, de acordo com os dados mais recentes do inquérito ao emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE). É o valor mais alto desde 2011, escreve o Jornal de Negócios (acesso pago).

Das 255 mil pessoas que no primeiro trimestre acumulavam, pelo menos, dois empregos, quase 230 mil faziam-no no setor dos serviços, isto é, 90% do total. E, destes, 210 mil tinham como atividade principal precisamente este setor, enquanto oito mil tinham o setor da indústria como atividade principal e pouco mais de sete mil tinham o primeiro emprego na agricultura.

Contas feitas, estas 255 mil pessoas, que no inquérito do INE responderam ter mais do que uma atividade profissional, representam 5,2% da população empregada no país. De sublinhar que o setor dos serviços, com elevado peso na restauração e no alojamento, foi dos mais penalizados com a pandemia, na sequência dos confinamentos. Além disso, são tendencialmente empregos mais precários e por isso mais expostos a variações súbitas da atividade.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 29 de maio

  • ECO
  • 29 Maio 2023

Ao longo desta segunda-feira, 29 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Hoje nas notícias: emprego, contribuições extraordinárias e passaportes

  • ECO
  • 29 Maio 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Entre janeiro e março, 255 mil pessoas tinham, pelo menos, dois empregos, isto é, um máximo desde 2011. As contribuições extraordinárias que estão atualmente em vigor já geraram receitas de 3.282 milhões de euros. No ano passado, a Imprensa Nacional Casa da Moeda produziu e entregou mais de 920 mil passaportes. Conheça estas e outras notícias nas manchetes nacionais desta segunda-feira.

Há 255 mil pessoas com segundo emprego em Portugal, o valor mais alto desde 2011

No primeiro trimestre deste ano, 255 mil pessoas tinham, pelo menos, dois empregos, o que representa um aumento de 4,5% face ao final de 2022, de acordo com os dados mais recentes do inquérito ao emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE). É o valor mais alto desde 2011.

Leia a notícia completa Jornal de Negócios (acesso pago).

Contribuições extraordinárias em vigor com receitas de 3.282 milhões de euros

As contribuições extraordinárias que estão atualmente em vigor já geraram receitas de 3.282 milhões de euros, segundo as contas do Público a partir dos relatórios da Conta Geral do Estado. O setor da banca é aquele que tem o maior contributo, tendo gerado 2.067 milhões até 2022. A este valor soma-se 105,4 milhões do adicional de solidariedade sobre o setor bancário (ASSB), criado em 2020.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Corrida aos passaportes com fim da pandemia

No ano passado, a Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM) produziu e entregou mais de 920 mil passaportes, isto é, mais 400 mil documentos do que os produzidos em 2021, ano marcado por ainda algumas limitações à circulação devido à pandemia. Em 2022, os passaportes renderam mais de 30 milhões de euros, o que representa um aumento de 65% face ao ano anterior.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Ricos aumentaram 16% em 2021

Segundo as estatísticas de IRS da Autoridade Tributária (AT) referentes aos rendimentos de 2021, o número de agregados a pagar a taxa adicional de solidariedade – que se aplica a quem tem rendimentos superiores a 80 mil euros brutos por ano – subiu 16% em 2021 face ao ano anterior.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Exames marcados para feriados municipais

Comunidade escolar terá que prestar provas nacionais em datas comemorativas nos seus municípios. Diretores de agrupamentos de escolas com sobreposição de calendário estão a ser pressionados, mas remetem responsabilidades para o Ministério da Educação (ME) que justifica com regulamento. ANDAEP diz não se lembrar de nenhum ano com marcação de exames em dias de feriado e levanta questões de caráter operacional e laboral.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

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PP fala em “novo ciclo político” em Espanha. Imprensa em “descalabro” socialista em eleições

  • Lusa
  • 29 Maio 2023

Ganhou a centralidade frente ao radicalismo", afirmou Alberto Núñez Feijóo, reivindicando uma vitória clara nas eleições regionais e municipais em Espanha. PSOE de Sánchez foi o grande derrotado.

O líder do Partido Popular de Espanha (PP, direita), atualmente na oposição, reivindicou uma vitória clara nas eleições regionais e municipais de domingo, que considerou serem o início de “um novo ciclo político” no país.

Espanha iniciou um novo ciclo político”, disse Alberto Núñez Feijóo, numa declaração a milhares de apoiantes do PP que se concentraram esta noite em frente da sede do partido, em Madrid, para celebrar os resultados das eleições regionais e municipais de domingo em Espanha, país que terá legislativas nacionais em dezembro e cujo Governo nacional é liderado pelos socialistas desde 2018.

Feijóo, antigo presidente do governo regional da Galiza, foi eleito presidente do PP há pouco mais de um ano e teve no domingo o seu primeiro teste eleitoral. “Ganhou a centralidade frente ao radicalismo”, afirmou Feijóo, que considerou que o PP recuperou “a melhor versão” do partido, aquele que “que sintoniza com a maioria de Espanha”, “centrado, amplo, onde cabe a imensa maioria dos espanhóis”.

Para o líder do PP, o novo ciclo que se iniciou no domingo em Espanha vai prosseguir “nos próximos meses”. “Sei que o meu momento chegará se os espanhóis quiserem”, disse o líder do PP.

Quem também reivindicou vitória nas eleições de domingo foi o VOX (extrema-direita), tanto nas regionais, onde aumentou a representação nos parlamentos autonómicos, como nas municipais, onde alcançou 7,19% dos votos globais (tinha tido 3,56% nas autárquicas anteriores, de 2019).

Além disso, o PP só conseguirá governar em algumas das regiões e municípios onde ganhou as eleições no domingo com o apoio do VOX. Para o líder do partido da extrema-direita, Santiago Abascal, no domingo, o VOX “consolidou-se como projeto nacional” e como partido “absolutamente necessário” para construir uma alternativa à esquerda em Espanha.

O grande derrotado nas eleições foi o partido socialista (PSOE), atualmente no governo do país. O líder do partido e primeiro-ministro, Pedro Sánchez, não fez declarações após serem conhecidos os resultados. Coube à porta-voz do PSOE e ministra da Educação, Pilar Alegria, fazer uma breve declaração aos jornalistas em que admitiu o “mau resultado”. “Não é o resultado que esperávamos depois destas semanas de campanha eleitoral e temos de fazer uma reflexão face aos próximos meses”, afirmou. Líderes regionais dos socialistas admitiram também a derrota e falaram num “tsunami” que atingiu o PSOE por todo o território.

O PP venceu as eleições regionais e municipais de domingo em Espanha, cujo resultado inverteu o mapa anterior, dominado pelo PSOE. No conjunto, o PP poderá ficar a governar oito das 12 regiões que foram a votos, a que se juntam Andaluzia e Castela e Leão, que anteciparam para 2022 as eleições e que o Partido Popular também ganhou.

O PP só governava duas das regiões que no domingo foram a votos (Madrid e Múrcia, que manteve). Nas eleições municipais, que se celebraram em todo o país, o PP foi também o partido mais votado e conquistou à esquerda grandes cidades, como Sevilha e Valência, além de ter tido uma maioria absoluta em Madrid.

Os resultados das municipais e das regionais refletem uma mudança em relação às eleições anteriores, de 2019, em que o PSOE tinha sido o partido globalmente mais votado e com mais vitórias nas regionais. Esta é também considerada a primeira vitória eleitoral do PP em Espanha desde 2015. Os resultados confirmam, em paralelo, o avanço do VOX na generalidade do território e o quase desaparecimento do Cidadãos, também de direita.

Estas eleições foram a primeira ida a votos este ano em Espanha, que tem também legislativas nacionais previstas para dezembro, no final de uma legislatura marcada pela primeira coligação governamental no país, entre o PSOE e a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos. As eleições de domingo estão a ser vistas como um prenúncio das legislativas de dezembro.

Imprensa espanhola fala em “descalabro” socialista em eleições

A imprensa espanhola destaca esta segunda-feira “o descalabro” do partido socialista (PSOE) e do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, nas eleições municipais e regionais de domingo em Espanha e como o PP “arrasou” com uma vitória “sem paliativos”.

“O PP arrasa em Madrid e multiplica o seu poder territorial”, lê-se na manchete da edição impressa de hoje do jornal El País, que no editorial escreve que o Partido Popular (direita) conseguiu no domingo “um êxito sem paliativos”, embora enfrente agora a decisão de aceitar ou não alianças com o VOX (extrema-direita) para governar várias regiões autónomas e cidades espanholas. Num outro título, o mesmo jornal escreve que foi o “antisanchismo” que levou o PSOE a esta derrota e prejudicou vários barões regionais e locais do partido.

O jornal El Mundo escreve também que “o PP arrasa e o castigo a Sánchez apaga o PSOE do mapa”. No editorial, o diário defende que “Espanha castiga a forma de governar de Sánchez” e que o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, “impulsiona a mudança” num país governado pelos socialistas desde 2018 e que terá dentro de seis meses, em dezembro, eleições legislativas nacionais.

Para o El Mundo, as eleições de domingo, que Feijóo transformou num referendo ao “sanchismo”, acabaram por ditar uma condenação às “alianças com populistas e independentistas” de Pedro Sánchez, que governa Espanha coligado com a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos e que tem feito pactos com partidos catalães e bascos para aprovar leis como os orçamentos do Estado.

O ABC, outro jornal de âmbito nacional espanhol, escreve igualmente que o “PP arrasa e Sánchez arrasta o PSOE para o descalabro” e que a “perda de poder territorial” por parte dos socialistas “não encontra precedentes”.

O La Vanguardia, que se publica na Catalunha, destaca que o PP ganhou as eleições numa noite “aziaga” para o PSOE, que Feijóo “se consolida” face às legislativas nacionais “com uma reviravolta no mapa territorial e em número de votos” e que “Sánchez sofre um duro golpe a apenas meio ano das eleições gerais”.

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Subida de 4% do imposto IABA leva a queda de quase 10% nas bebidas espirituosas

  • Lusa
  • 29 Maio 2023

Estudo da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas e EY Portugal mostra que aumento de 4% do imposto sobre o álcool e bebidas (IABA) provocou quebra de 900 mil euros na receita fiscal.

A introdução ao consumo de bebidas espirituosas em Portugal continental diminuiu quase 10% no primeiro trimestre, influenciada pelo aumento de 4% do imposto sobre o álcool e bebidas (IABA), menos 900 mil euros em receita fiscal.

Esta é uma das conclusões sobre o impacto do imposto IABA no setor das bebidas espirituosas divulgado esta segunda-feira pela Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE) e a EY Portugal, a que a Lusa teve acesso.

“A diminuição de quase 10% da introdução ao consumo de bebidas espirituosas em Portugal continental no primeiro trimestre”, adiantam em comunicado, “está relacionada, por um lado, com uma antecipação dos produtores à entrada em vigor no início do ano do aumento de 4% do IABA (que já havia aumentado 1% a meio do ano de 2022)”.

Por outro lado, “à quebra da procura e das vendas, tanto pelo lado do aumento dos preços devido à indexação natural do aumento da taxa no PVP dos produtos, como pelo impacto da inflação no poder de compra dos consumidores”.

No período em análise, os operadores portugueses de bebidas espirituosas “diminuíram em quase 8,6% o valor das introduções ao consumo em Portugal continental”, face ao primeiro trimestre de 2022, “o que levou a um decréscimo da receita fiscal na ordem dos 900 mil euros”.

Em 2022, “o setor das bebidas espirituosas, que representa 11% do consumo de bebidas alcoólicas em Portugal, contribuiu com 50% do total do imposto IABA arrecadado no nosso país, garantindo ao Estado 156,7 milhões de euros (mais cerca de 45,6 milhões de euros do que em 2021), o que revela uma grande dinâmica económica do setor”.

O relatório “demonstra ainda que o congelamento do IABA, que vigorou em Portugal entre 2019 e os primeiros seis meses de 2022, teve resultados muito positivos e permitiu ao Estado, sem o aumento da taxa do imposto, garantir receita fiscal”.

Para os produtores, “possibilitou estabilidade fiscal para investimento em recursos humanos, marketing, inovação e potenciação dos seus negócios para os mercados externos. Uma política fiscal com claras consequências positivas para a economia”.

O relatório conclui também que “é crucial efetuar o devido acompanhamento da arrecadação de receita deste imposto, bem como determinar a sua execução concreta face ao valor orçamentado, considerando que uma tax policy eficiente pode gerar uma maior receita e garantir a sustentabilidade do setor, sobretudo dos pequenos operadores da indústria das bebidas espirituosas”, lê-se no documento.

“Afigura-se, assim, fundamental voltar à política de congelamento da taxa observado desde 2019, por forma a que o Governo não contribua, de forma direta ou indireta, em primeiro lugar, para o incremento do fenómeno inflacionista”, afirma o secretário-geral da ANEBE, João Vargas, citado em comunicado.

Em segundo, “aproveitando a dinâmica da nossa economia ancorada no turismo, o Estado sem cair na tentação política do aumento de imposto, continuar a arrecadar acompanhando este movimento positivo da economia. E, por fim, permitir às nossas empresas investir mais, criar mais postos de trabalho, aumentar o seu investimento em marketing, em ‘marketplaces’, em acompanhar as novas tendências do mercado, em inovação, e sobretudo, com a estabilidade fiscal, promover as suas marcas nos mercados externos”, acrescenta.

Por sua vez, Amílcar Nunes, ‘Tax Partner’ EY, também citado no comunicado, adianta que “este [relatório] Shadow Forecast vem demonstrar a importância de uma política fiscal adequada à realidade do setor”.

Nomeadamente “a estimativa de podermos ter já ultrapassado o ótimo potencial atual ao nível da tributação para a categoria das bebidas espirituosas, atentas as condições de mercado e dimensão dos operadores no contexto da realidade portuguesa, uma pequena economia aberta ao exterior”, refere.

Ora, “a existência de um clima de estabilidade fiscal em matéria de tributação especial sobre o consumo, através da adoção de uma cláusula de ‘stand-still’ por um período específico de tempo, pode ser vista como uma abordagem efetiva de relançamento económico no setor, incentivando-se assim as decisões de investimento e criação de emprego pelos produtores de bebidas espirituosas”, conclui.

O relatório conjunto de prestação de contas relativa à execução orçamental do imposto especial sobre o consumo IABA (imposto sobre o álcool, as bebidas alcoólicas e as bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes) é apresentado numa conferência subordinada ao tema “O paradigma do setor das bebidas espirituosas — A fiscalidade do setor no contexto de recuperação pós-pandemia, inflação e disrupção das cadeias de abastecimento”, que se realiza esta manhã no ISEG, em Lisboa.

“Este relatório da ANEBE e da EY Portugal insere-se numa abordagem de monitorização e prestação de contas que a indústria das bebidas espirituosas, em parceria com a EY, adotou como modelo de ‘accountability’ para avaliar e melhorar políticas públicas que afetam um setor económico e a sua cadeia de valor” e é “o primeiro documento enviado desde que o Governo decidiu aumentar o IABA na categoria de espirituosas em 4% em sede de Orçamento de Estado para 2023”, terminando um período de congelamento da taxa que vigorava desde 2019.

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Comissão eleitoral confirma vitória de Erdogan na Turquia

  • Lusa
  • 29 Maio 2023

Erdogan reeleito na segunda volta das eleições presidenciais, com opositor Kemal Kiliçdaroglu a expressar a sua "tristeza" pelo futuro da Turquia. Líderes internacionais já felicitaram o líder turco.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi reeleito este domingo na segunda volta das eleições presidenciais do país, confirmou a Alta Comissão Eleitoral da Turquia.

“Com base nos resultados provisórios, foi constatado que o senhor Recep Tayyip Erdogan foi reeleito Presidente da República”, disse o presidente da Alta Comissão Eleitoral da Turquia, Ahmet Yener, citado pela agência estatal Anadolu.

Os resultados oficiais finais devem ser anunciados no início desta semana. O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já tinha reivindicado a vitória na segunda volta das eleições presidenciais que decorreram hoje no país, enquanto o adversário lamentou o resultado.

“A nossa nação confiou-nos a responsabilidade de governar o país nos próximos cinco anos”, afirmou Erdogan, em frente à sua residência em Istambul, para onde uma multidão entusiasmada convergiu nas últimas horas. Perante os apoiantes, o chefe de Estado, que está há 20 anos no poder, garantiu que vai cumprir “todas as promessas feitas ao povo” e salientou que cada eleição é “um renascimento”.

Por seu lado, o opositor Kemal Kiliçdaroglu expressou a sua “tristeza” pelo futuro da Turquia. “Estou profundamente triste com as dificuldades que o país enfrenta”, disse o candidato derrotado e líder do principal partido da oposição da Turquia, falando na sede do seu partido, em Ancara, após a reeleição do Presidente Erdogan.

Resultados preliminares e não oficiais colocavam o atual Presidente da Turquia à frente na segunda volta das eleições, quando estavam apuradas 98% das mesas de voto. A agência de notícias estatal Anadolu adiantou que Erdogan já obteve 52,1% dos votos, enquanto o seu adversário, Kemal Kilicdaroglu, teve 47,9%. Já a agência de notícias ANKA, próxima da oposição, avançou com 51,9% para Erdogan e 48,1% para Kilicdaroglu.

As assembleias de voto encerraram às 17:00 locais, menos duas horas em Lisboa. A oposição turca denunciou irregularidades na segunda volta das eleições presidenciais, como ataques físicos contra observadores eleitorais na região Sudoeste e votos falsos.

A Turquia tem cerca de 85 milhões de habitantes e mais de 61 milhões de eleitores inscritos num processo em que o voto é obrigatório.

Líderes internacionais felicitam reeleição

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, felicitou no domingo o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pela reeleição, de acordo com o porta-voz da organização. Guterres “espera poder reforçar a cooperação entre a Turquia e as Nações Unidas”, declarou Stephane Dujarric.

Outras felicitações têm chegado, nas últimas horas, de todo o mundo. Os presidentes do Conselho e da Comissão Europeia também felicitaram Erdogan pela reeleição nas presidenciais turcas de domingo e manifestaram-se disponíveis para “construir” e “aprofundar” a relação com a Turquia.

“Parabéns Recep Tayyip Erdogan pela sua reeleição como Presidente da Turquia. Estou ansioso por trabalhar consigo novamente para aprofundar as relações UE-Turquia nos próximos anos”, adiantou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na sua conta oficial no Twitter.

Ursula Von der Leyen, chefe do executivo comunitário, também endereçou, na mesma rede social, as felicitações a Erdogan pela vitória na segunda volta das eleições e expressou “esperança em continuar a construir a relação UE-Turquia”.

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, foi outro dos líderes que reagiu à vitória de Erdogan. “O Presidente da República felicitou o Presidente da Turquia, Recep T. Erdogan, pela sua reeleição para um novo mandato à frente dos destinos da Turquia, nossa aliada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)”, lê-se na página da Presidência da República.

Do outro lado do Atlântico, o Presidente dos EUA, Joe Biden, felicitou no Twitter o presidente turco reeleito e manifestou-se “ansioso para continuar a trabalhar juntos como aliados da NATO em questões bilaterais e desafios globais”.

A partir de Londres, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, expressou “vontade de continuar a estreita colaboração” entre o Reino Unido e a Turquia, “seja expandindo o comércio ou abordando ameaças à segurança como aliados da NATO”.

Também no Twitter, o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse esperar que a reeleição de Erdogan dê “um novo impulso” às relações entre os dois países para “fazer avançar a sua agenda comum” e lembrou que os “seus povos e economias estão profundamente interligados”.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, saudou a reeleição: “A nossa segurança comum é uma prioridade para o futuro”. A Suécia, candidata à adesão à NATO, ainda enfrenta o veto da Turquia, que acusa o país de ser um refúgio para “terroristas”, especialmente membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

 

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5 coisas que vão marcar o dia

Esta segunda-feira ficará marcada por novos dados relativos ao setor imobiliário, numa altura em que a SEDES organiza debate sobre o estado da economia.

Esta segunda-feira, ficaremos a conhecer novos dados relativos à avaliação bancária na habitação, num dia em que a SEDES debate o estado da economia em plena crise política. Lá fora, a semana para os mercados internacionais será mais curta devido aos feriados nos Estados Unidos e Reino Unido, o que deverá influenciar a negociação nas praças europeias.

Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação

A manhã de segunda-feira vai começar com a divulgação do Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação, referente ao mês de abril, logo pelas 11h00. O relatório elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística sucede aos resultados de março, altura em que o gabinete de estatística revelou que o valor mediano de avaliação bancária na habitação, naquele mês, aumentou cinco euros, para 1.483 euros por metro quadrado (m2), o que corresponde a uma subida homóloga de 11,4%.

Ordem dos Economistas e SEDES debatem futuro da economia

A Ordem dos Economistas e a SEDES organizam a conferência “Por onde vai a Economia Portuguesa” de homenagem a João Salgueiro, na Fundação Gulbenkian. Durante o dia, a lista de convidados para os vários painéis de debate inclui Paulo Macedo, Vítor Bento, Augusto Mateus e Carlos Tavares.

Apresentação do relatório anual da negociação coletiva

Enquanto decorre o debate dos economistas, o Centro de Relações Laborais vai apresentar o relatório anual sobre a evolução da negociação coletiva em 2022. A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Ana Mendes Godinho encerra os trabalhos, que incluem um debate com sindicatos sobre experiências em torno da negociação coletiva e as eventualidades abrangidas no âmbito das relações laborais.

Memorial Day

A semana será mais curta nas praças norte-americanas e britânica. Nos EUA, os mercados estão encerrados devido ao Memorial Day, feriado homenageia os militares americanos que morreram em combate. Já no Reino Unido comemora-se o feriado de Primavera da banca. Devido a estes dois feriados, a negociação deverá ser mais reduzida nas bolsas europeias.

Assembleia-geral eleitoral da AEP

A Associação Empresarial de Portugal elege esta segunda-feira os órgãos sociais para o quadriénio de 2023/2026. Para a assembleia-geral concorre a lista única, com o lema “Valorizar as Empresas, Servir Portugal”, liderada por Luís Miguel Ribeiro.

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Sonae exporta iServices para a Europa e “repara” mais dez lojas em Portugal

Empresa de reparação de equipamentos, desde 2019 nas mãos da Worten, faturou 30 milhões em 2022. Com 45 lojas em Portugal e duas nas Canárias, vai abrir mais uma dezena no país e nove no estrangeiro.

Com um total de 45 lojas em Portugal e nas ilhas Canárias (Espanha), a iServices prepara-se para abrir mais dez novas lojas em território nacional e outras nove espalhadas por vários países europeus, adiantou ao ECO o presidente executivo da marca especializada na reparação de dispositivos móveis, que há pouco mais de três anos foi comprada pela retalhista de eletrónica Worten.

Em Portugal, Bruno Borges traça o objetivo de “chegar primeiramente a todos os distritos nos quais ainda não [tem] presença física e, gradualmente, vir a estar presente em todas as principais cidades do país”. No mercado internacional, o plano da empresa pertencente ao grupo Sonae passa por abrir as primeiras lojas nos países onde já tem o negócio online “bastante consolidado”.

“Atualmente, já exportamos os nossos produtos para diversos países europeus, nomeadamente Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha e Itália, através dos diferentes marketplaces onde estamos presentes através do nosso negócio online. Vamos continuar a avaliar as oportunidades noutros marketplaces e, desta forma, chegar cada vez mais a outros países europeus”, perspetiva o gestor.

Bruno Borges, CEO da iServices

Por outro lado, estando a iServices focada em expandir internacionalmente a marca através dos serviços de reparação de smartphones, tablets e computadores, Bruno Borges sublinha que “este tipo de serviço implica, necessariamente, a abertura de lojas físicas” – e vai começar pelos países nos quais já está presente através do negócio online.

Foi em maio do ano passado que a empresa fundada em 2011 abriu a primeira loja no estrangeiro, em Tenerife, tendo acrescentado em novembro outro espaço comercial na ilha vizinha de Gran Canária. O CEO justifica que o arquipélago, que “possui as mesmas características das economias insulares dos Açores e Madeira”, representa “uma oportunidade enorme para empresas com uma logística bastante organizada e com muita disponibilidade de stock”.

Temos a decorrer um processo de recrutamento de novos técnicos de eletrotécnica para várias localidades. Este ano esperamos criar entre 40 e 50 novos postos de trabalho.

Bruno Borges

CEO da iServices

A iServices conta atualmente com perto de 252 funcionários, esperando criar este ano entre 40 a 50 novos postos de trabalho. “Todas estas aberturas representam também a criação de novos postos de trabalho e, por isso, temos a decorrer um processo de recrutamento de novos técnicos de eletrotécnica para as várias localidades”, acrescenta o responsável da marca, sem pormenorizar as localizações ou o valor global do investimento.

Vendas de 30 milhões em 2022

A iService, que abriu nas últimas semanas lojas no LeiriaShopping, a segunda na cidade, e em Vila Real, no Nosso Shopping, tem três áreas de negócio, mas o core business e a “principal fonte de receita líquida” são os serviços de reparação de smartphones, tablets e computadores. Por mês, contabiliza cerca de 20 mil reparações em equipamentos multimarca, como destaque para Apple, Samsung, Huawei, Xiaomi, Oneplus e Oppo.

Nos últimos anos, a coleção de acessórios e gadgets de marca própria, com mais de 1.100 referências, tem vindo a “crescer a um ritmo muito acelerado” e representa já perto de 20% da faturação da empresa. Entretanto, começou também a comercializar equipamentos recondicionados da Apple (iPhones, iPads, Apple Watchs e Macbooks), depois de os consumidores portugueses terem ultrapassado “uma certa desconfiança” em relação a estes aparelhos, que associa a “preconceitos com os produtos em segunda mão, em geral”.

A iServices alcançou um volume de faturação de 30 milhões de euros em 2022, com o negócio online a valer cerca de 20% do total.

“No entanto, fruto das muitas alterações que têm sido promovidas nos hábitos de consumo e da atual consciencialização dos consumidores para a necessidade de adoção de comportamentos mais sustentáveis, podemos verificar que o negócio dos recondicionados está a ganhar bastante espaço no mercado e este aspeto é verificável também no negócio da iServices. Esta área de negócio é a que, atualmente, mais cresce no panorama geral do nosso setor”, sublinha Bruno Borges.

No ano passado, apesar das “adversidades inerentes à conjuntura nacional e internacional”, a iServices alcançou um volume de faturação de 30 milhões de euros, com o negócio online a representar cerca de 20% do total. O CEO justifica o crescimento de vendas “superior a dois dígitos” nos últimos exercícios com a procura dos clientes por “marcas nas quais sentem maior confiança” e pela “proximidade” viabilizada pelas duas dezenas de lojas que inaugurou entre 2021 e 2022.

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Concessão do Palácio de Seteais vai a concurso público pela primeira vez

  • Ana Petronilho
  • 29 Maio 2023

O hotel Palácio Seteais é explorado há 68 anos, desde 1955, pelo Tivoli sem nunca ter ido a concurso público. O prazo para as candidaturas termina a 1 de junho.

Pela primeira vez, a concessão do hotel Palácio de Seteais, em Sintra, vai a concurso público. Há 68 anos, desde 1955, que o Palácio de Seteais está a cargo da rede Tivoli – que até 2016 pertencia ao Grupo Espírito Santo – e nunca foi a concurso público.

Tendo em conta todos os prazos do concurso público internacional, a nova concessão da unidade hoteleira de cinco estrelas em Sintra, com o prazo de 30 anos, só vai entrar em vigor a partir de meados de setembro.

Antes disso, segundo o anúncio publicado em Diário da República, o prazo para a apresentação de candidaturas termina a 1 de junho e a Parques de Sintra – empresa pública que faz a gestão dos imóveis turísticos em Sintra – tem então um prazo de 44 dias (até 14 de julho) para analisar as candidaturas. Só depois dessa análise a gestora vai convidar as concorrentes que cumprem os requisitos exigidos a apresentar, num prazo de 27 dias, a proposta final para a concessão, que será adjudicada pelo critério do preço.

Para explorar o hotel – cuja propriedade é do Estado, através do Turismo de Portugal – é exigido aos candidatos que tenham “experiência na gestão hoteleira superior a dez anos” em Portugal ou num país da União Europeia e que se encontrem a gerir atualmente “pelo menos três hotéis de 4 a 5 estrelas” com “pelo menos 200 quartos”.

Ficam fora do concurso os candidatos que em 2022 tiveram receitas na atividade hoteleira abaixo de dez milhões de euros. O valor da renda paga ao Estado pelo Tivoli é de 0,5% da receita líquida de impostos.

O Palácio Seteais foi construído no século XVIII, comprado pelo Estado em 1946 e convertido em hotel pelo arquiteto Raul Lino. Começou a funcionar como unidade hoteleira em 1955 com o Tivoli, a rede hoteleira fundada em 1933 que até 2016 pertencia à Espírito Santo Hotéis, holding do falido Grupo Espírito Santo.

O primeiro contrato assinado, à data de 24 de setembro de 1955, com os Serviços de Turismo não tinha qualquer prazo para o fim da concessão. Mas este contrato, que previa o pagamento de uma renda mensal de 0,5% da receita bruta, foi revisto em 1983.

Foi então que se impôs um prazo para a concessão do hotel, que termina este ano, e este vínculo desonera o Estado de todo o passivo acumulado desde 1991, relativo aos investimentos e despesas de conservação que, segundo o anterior contrato, eram de responsabilidade pública.

A gestão do Palácio de Seteais passou em 2008 do Turismo de Portugal para a Parques de Sintra, na mesma altura em que o edifício esteve encerrado por um ano para obras profundas de conservação e os custos que ascenderam a 6,5 milhões de euros foram suportados pelo Tivoli.

A rede hoteleira Tivoli – à data composta por 14 hotéis – foi comprada em 2016 ao falido Grupo Espírito Santo pelo grupo tailandês Minor International por 294 milhões.

Contactada pelo ECO, até à hora da publicação deste texto, a Minor não respondeu se vai, ou não, apresentar candidatura ao concurso para a exploração do Palácio Seteais.

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