Estratégia nacional para chips mobiliza 121 milhões até 2027

FCT e ANI autorizadas a realizar despesa de pouco mais de 121 milhões de euros até 2027 para expandir setor que produz componentes críticos.

A Estratégia Nacional para os Semicondutores, aprovada pelo Governo no mês passado, mobiliza mais de 121 milhões de euros de fundos nacionais para apoiar a inovação nesta área, atrair produção de chips para solo nacional e responder a situações de crise ou escassez, como a que se sucedeu depois da pandemia, aos quais acrescem 207 milhões de euros de fundos europeus.

A Resolução do Conselho de Ministros que aprova a estratégia foi publicada esta segunda-feira no Diário da República. Autoriza a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e a Agência Nacional de Inovação (ANI) a despender cerca de 121,12 milhões de euros até 2027 para alcançar os objetivos delineados, dos quais 5,3 milhões já neste ano de 2024.

“À medida que a transição digital acelera e a procura mundial de chips aumenta rapidamente, prevendo-se que duplique até ao final da década, ultrapassando um valor de mercado de um trilião de dólares, os semicondutores estão no centro de fortes interesses geoestratégicos e da corrida tecnológica mundial”, justifica o Governo.

O diploma caracteriza também o setor dos semicondutores em Portugal, com 12 empresas de chips instaladas em Lisboa, três em Setúbal, três no Porto e duas em Aveiro, uma “forte presença empresarial especialmente direcionada às áreas do desenho de chips e encapsulamento avançado”.

“Portugal conta com mais de 30 anos de experiência no desenvolvimento da microeletrónica, fomentada por uma excelente formação universitária, por startups reconhecidas a nível mundial e por centros dedicados de caráter internacional”, refere o diploma. São identificadas 600 pessoas empregadas pelo ecossistema de startups ligadas a esta área.

Além da atração de mais investimento para Portugal, a estratégia determina ainda que “seja criado em Portugal um centro de competências dedicado às áreas da microeletrónica e semicondutores”, que, entre outras coisas, avalie as necessidades do país “ao nível de talento e formação específica”.

Quando foi aprovada, no início de dezembro, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior explicou em comunicado que, “a Estratégia Nacional para os Semicondutores tem como objetivos a capacitação de Portugal no setor da microeletrónica e semicondutores, garantindo uma contribuição para a resiliência conjunta da União Europeia e uma maior autonomia estratégica, o envolvimento e promoção da indústria no processo de desenvolvimento estratégico, assim como a potenciação do sistema científico e tecnológico nacional, estabelecendo linhas estratégicas de ação em áreas inovadoras”.

“A Estratégia define ainda três eixos de ação, nomeadamente, o reforço da formação especializada e competências específicas na área da microeletrónica e semicondutores, a expansão do ecossistema nacional de desenho de chips e encapsulamento avançado, e o aumento da transferência tecnológica, em áreas emergentes, promovendo uma abordagem ‘do laboratório para a fábrica’, esclareceu também o gabinete da ministra Elvira Fortunato.

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