Iogurte líquido, óleo e atum tiveram as maiores subidas com fim do “IVA zero”

Entre 4 e 8 de janeiro, preço do cabaz alimentar essencial subiu de 141,97 euros para 149,48 euros. Iogurte líquido, óleo e atum enlatado foram os produtos que mais aumentara, segundo a Deco Proteste.

O fim do “IVA zero” numa série de bens essenciais levou a um aumento imediato de preços, como era esperado. Mas alguns acabaram por ter aumentos muito superiores à mera restituição do imposto, concluiu uma análise da Deco Proteste.

No espaço de quatro dias, entre 4 e 8 de janeiro, a variação dos preços de 14 produtos que compõem o cabaz alimentar essencial foi superior ao aumento que resultaria da restituição do IVA no preço final. O iogurte natural, o óleo alimentar e o atum enlatado foram os artigos cujo preço mais subiu, traduzindo-se em aumentos que, no caso do iogurte, ascendeu os 52 cêntimos, ou quase 26%.

Além destes, há outros produtos do cabaz essencial que ficaram mais caros. Segundo as contas da Deco Proteste, enquanto o pão de forma sem côdea encareceu 20 cêntimos, para 2,24 euros, o preço da pescada fresca subiu 1,03 euros, para 12,93 euros, e o leite UHT meio gordo ficou sete cêntimos mais caro, para 0,96 euros por litro.

Produtos com maior aumento de preço com fim do “IVA zero”:

Fonte: Deco ProtesteDeco Proteste

Segundo a associação de defesa do consumidor, o aumento médio dos 41 produtos no período em análise foi de 5,29%, totalizando 7,51 euros e elevando o custo médio do cabaz de 141,97 euros para 149,48 euros.

Esta primeira análise, indica a Deco Proteste, “revela que as retalhistas aumentaram os preços abaixo dos 6% em mais de 21 produtos”, o que significa que “poderá ter havido uma tentativa de mitigação do impacto imediato da reintrodução do IVA através de promoções em produtos abrangidos pela isenção”, considera Rita Rodrigues, diretora de comunicação da associação. No entanto, também pode “ser possível que, especialmente no primeiro dia da reintrodução do IVA, tenha havido algum atraso na atualização dos preços afixados”.

O aumento dos preços acima da percentagem do IVA (6% na maioria dos produtos abrangidos) já tinha sido antecipado pelo diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), que representa as principais cadeias de super e hipermercados. Ao Expresso, Gonçalo Lobo Xavier admitiu que na maioria dos produtos, “os aumentos poderão andar à volta dos 5%“, o que, juntando aos 6% da reposição do IVA, poderia traduzir-se num aumento superior a 10%. “Mas há produtos que aumentarão mais“, alertou, referindo a título de exemplo o azeite, cujo aumento de preços poderia atingir os 15%.

Em todo o caso, acrescentou Gonçalo Xavier, o maior impacto junto do consumidor vai fazer-se sentir no final de janeiro, quando já tiverem sido escoa­dos das prateleiras todos os produtos que ainda tinham os preços antigos.

Recorde-se que, com o fim do “IVA Zero”, a 4 de janeiro, os produtos do cabaz essencial retornaram à taxa de 6% de IVA, com exceção do óleo alimentar, que passou para a taxa de 13%, contra a anterior, de 23%.

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