Fosun conclui venda de 5,60% do BCP por 235,2 milhões

O grupo chinês fica assim a deter 20,04% do banco liderado por Miguel Maya, depois de ter vendido 5,60% por 0,278 euros por ação.

A chinesa Fosun concluiu esta segunda-feira a venda uma participação de 5,6% do capital do BCP por 235,188 milhões de euros, informou o banco liderado por Miguel Maya.

Em comunicado divulgado no site da CMVM, o BCP referiu que foi informado pela CHIADO (LUXEMBOURG) S.À.R.L., sociedade através da qual a Fosun detém a participação no BCP, que esta que “concluiu com sucesso a venda, por meio de oferta particular através de um processo de accelerated bookbuilding dirigido exclusivamente a investidores institucionais qualificados de 846 milhões de ações”.

Adiantou ainda que o preço por ação na colocação foi de 0,2780 euros.

A liquidação da colocação ocorrerá a 25 de janeiro de 2024. “Após a liquidação, a Chiado passará a deter 3.027.936.381 ações do BCP, sujeitas a um lock-up de 60 dias, sujeito a certas exceções” explicou.

A UBS AG, Sucursal em Londres atuou como bookrunner da colocação, concluiu.

Acima dos 20%

A operação de venda tinha sido anunciada no final da tarde de segunda-feira. Fonte oficial do banco disse ao ECO que “o BCP foi informado que a intenção da Fosun é de manter uma participação acima dos 20%, permanecendo como acionista de referência“.

Ao ECO, fonte oficial da Fosun referiu também que a redução da participação no BCP “não tem qualquer relação com a situação financeira e de cash flow” da empresa que, entre outros desafios, enfrenta a gestão de uma dívida de quase 40 mil milhões de euros.

“Nos últimos anos, o grupo Fosun tem continuado a otimizar a sua estrutura de dívida, a reduzir a escala das suas dívidas/passivos com juros e a melhorar continuamente a sua posição de cash flow. Até ao final de 2023, as responsabilidades financeiras do grupo continuaram a diminuir em comparação com o final de 2022″, salientou fonte oficial da empresa.

Sobre a operação de alienação do capital no banco português, que faz com que a Fosun passe a deter uma posição de 20,04% no BCP, a empresa chinesa adianta ainda que a decisão é “um comportamento de investimento normal e uma operação financeira”, considerando “a forte subida no preço das ações dos bancos portugueses e do BCP num período recente”.

As ações do BCP duplicaram de valor em 2023, impulsionadas pelos bons resultados. Até setembro, o banco liderado por Miguel Maya lucrou 650,7 milhões de euros, beneficiando da subida das taxas de juro. Este ano acumula uma valorização de 4%, tendo fechado a sessão desta segunda-feira nos 0,2875 euros.

A 30 de junho de 2023, o segundo maior acionista do BCP era a petrolífera angolana Sonangol, com 19,49%.

[Notícia atualizada às 23h08]

 

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