Portugal paga cerca de 3,5% para emitir dívida a 18 e 21 anos
O IGCP fez três leilões de dívida que resultou na emissão de 1.699 milhões de euros. As operações foram realizadas com obrigações a 4, 18 e 21 anos. Nas emissões mais longas a yield atingiu os 3,5%.
Ao fim de quatro meses de ausência no mercado de dívida de longo prazo, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) voltou a testar o mercado de dívida através da realização de três leilões de obrigações do Tesouro com maturidades entre 4 e 21 anos.
Os primeiros leilões de obrigações do Tesouro de 2024 promovidos pela entidade liderada por Miguel Martín resultaram na emissão de 1.699 milhões de euros em títulos de dívida e contaram com uma procura acima da oferta e com yield acima da taxa registada nos últimos leilões de características semelhantes.
Recorde-se que o IGCP tinha apontado como montante indicativo para estas três operações uma cifra entre 1.500 milhões e 1.750 milhões de euros.
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No leilão a 4 anos, promovido através da linha OT 2,125%17OCT28, a República financiou-se em 345 milhões de euros pela qual pagou 2,471%, cerca de 0,694 pontos percentuais acima do que pagou a 14 de setembro de 2022 (1,777%), quando realizou o último leilão de obrigações do Tesouro a 4 anos, para colocar no mercado 470 milhões de euros. A procura por estes títulos superou em 2,76 vezes a oferta.
Na emissão a 18 anos, realizada através da linha com vencimento a 11 de abril de 2042, o Estado financiou-se em 675 milhões de euros, contou com uma procura 1,42 vezes acima da oferta e pagou 3,462%. Esta yield compara com uma taxa de 1,896% paga no leilão de 10 de abril de 2019, na última emissão que o Estado realizou a 18 anos e que resultou no financiamento da República em 400 milhões de euros.
O terceiro leilão realizado esta quarta-feira pelo IGCP foi promovido pela linha de obrigações do Tesouro com maturidade a 15 de fevereiro de 2045 (a 21 anos) numa operação que, além de contar com uma procura 1,4 vezes acima da oferta resultou na emissão de 679 milhões de euros com uma yield de 3,527%.
O preço pago pela República nesta operação não tem uma base de comparação imediata, dado que pelo menos nos últimos cinco anos Portugal não realizou qualquer emissão a 21 anos. O leilão com a maturidade mais próxima desta foi realizado a 9 de setembro de 2020 através da obrigação com vencimento a 15 de fevereiro de 2045 (25 anos), em que Portugal pagou 1,045% para se financiar em 247 milhões de euros.
“No último leilão de obrigações de longo prazo, em setembro de 2023, Portugal depois de um movimento acentuado no ano passado, onde assistimos a uma subida dos prémios de risco, para o prazo de 12 anos pagou uma taxa de 3,587%, superior ao conseguido hoje para os leilões de 18 e 21 anos“, destaca Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.
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