Miguel Albuquerque demite-se “sem efeitos imediatos”
Social-democrata já apresentou a demissão, que foi aceite, mas representante da República confirmou que não terá "efeitos imediatos". Calendário da queda do Governo fica por decidir.
O presidente do Governo regional da Madeira apresentou a demissão esta segunda-feira, mas o pedido, já aceite, não produz efeitos imediatos. Fica em aberto a possibilidade de ocorrer somente após a aprovação do orçamento regional.
“Essa demissão foi aceite e, depois, o sr. representante [da República na Madeira, Ireneu Barreto] irá anunciar em altura própria quando é que produzirá efeitos essa demissão”, afirmou Miguel Albuquerque, em declarações transmitidas pela RTP a partir do Funchal. “Não é por minha causa que não haverá estabilidade política na Madeira”, afirmou, depois de uma reunião com Barreto.
Miguel Albuquerque e Ireneu Barreto disseram estar a ponderar qual a melhor altura para oficializar a renúncia ao cargo, pelo facto de ainda estar em discussão o orçamento regional. O processo de auscultação dos partidos só pode ter início após a demissão do Governo.
“Vamos ver os interesses da região e depois vamos tomar a decisão de acordo. Pode ser que seja ainda esta semana, pode ser que seja só depois do orçamento aprovado”, disse o representante da República.
Para o presidente demissionário do Executivo madeirense, é necessário avaliar os “interesses fundamentais da região”. “Não podemos ter uma gestão por duodécimos num orçamento que tem, neste momento, no global, 2.170 milhões de euros“, assinalou Albuquerque.
Quanto à liderança do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque disse que irá manter-se no cargo até ser marcado um congresso do partido e que irá reunir a comissão política para escolher o sucessor, garantindo que não está “agarrado” à posição.
“Vou voltar à minha vida privada, se puder”, declarou, adiantando que não vai ocupar o respetivo lugar na assembleia regional.
A 24 de janeiro, a Polícia Judiciária efetuou buscas em várias localizações, incluindo na Câmara Municipal do Funchal e na residência de Miguel Albuquerque. O ainda presidente do Governo regional foi depois constituído arguido, indiciado de oito tipos de crimes, incluindo corrupção ativa e passiva.
Albuquerque tinha anunciado na sexta-feira que se iria demitir do cargo, depois de, inicialmente, ter recusado fazê-lo. Outro dos visados, Pedro Calado, que era presidente da Câmara Municipal do Funchal e que também foi constituído arguido, renunciou à liderança da autarquia no sábado.
(Notícia atualizada às 14h40 com mais informação)
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