Biden autoriza sanções contra colonos que promovam violência na Cisjordânia

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2024

Biden defende que os níveis de violência, a deslocação forçada de pessoas e destruição de propriedades, representam "uma séria ameaça à paz, segurança e estabilidade da Cisjordânia e de Gaza".

O Presidente dos Estados Unidos assinou esta quinta-feira uma ordem executiva autorizando sanções a colonos israelitas que promovam violência na Cisjordânia, decisão já contestada pelo Governo de Telavive, assegurando que a “maioria absoluta” dos seus cidadãos “respeita a lei”.

Para o Presidente norte-americano, Joe Biden, os níveis de violência, somados à deslocação forçada de pessoas e à destruição de propriedades, representam “uma séria ameaça à paz, segurança e estabilidade da Cisjordânia e de Gaza, de Israel e da região do Médio Oriente”.

Essas ações minam os objetivos da política externa dos Estados Unidos, incluindo a viabilidade de uma solução de dois Estados e a garantia de que israelitas e palestinianos possam alcançar medidas iguais de segurança, prosperidade e liberdade”, argumentou Biden numa nota divulgada pela Casa Branca. Neste contexto, Biden ordenou sanções contra as propriedades das pessoas identificadas pelo Governo como sendo responsáveis ou cúmplices de ações violentas na Cisjordânia ou que ameaçam a segurança da população local.

Em resposta, Israel rejeitou “medidas excecionais” contra os colonos israelitas na Cisjordânia ocupada, onde a violência aumentou à margem da guerra em Gaza. “A maioria absoluta dos colonos da Judeia e Samaria (Cisjordânia) são cidadãos respeitadores da lei, muitos dos quais atualmente lutam pela defesa de Israel. Israel está a agir contra todos aqueles que violam a lei em todos os lugares”, afirmou em um comunicado o gabinete do primeiro-ministro.

O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, foi mais longe e acusou os EUA de defenderem uma “campanha imoral”. “Continuaremos a agir destemidamente para fortalecer e desenvolver os colonatos judaicos em toda a terra de Israel e para lutar por uma paz duradoura, que só será alcançada quando a esperança dos árabes de estabelecer um Estado árabe sobre as ruínas do Estado judeu for frustrada”, defendeu o ministro, numa mensagem nas redes sociais.

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, explicou que o Presidente Biden reiterou em inúmeras ocasiões o direito de Israel de se defender e de retaliar pelos ataques do grupo islamita Hamas no início de outubro, que provocaram quase 1.200 mortos. Contudo, Sullivan lembrou que o Governo norte-americano está preocupado com “o aumento da violência” registado na Cisjordânia “por parte de atores extremistas”, referindo o “aumento da violência por parte de colonos extremistas”.

“Esta violência representa uma grave ameaça à paz, segurança e estabilidade na Cisjordânia, Israel e na região do Médio Oriente, e ameaça a segurança nacional e os interesses da política externa dos Estados Unidos”, disse Sullivan. O conselheiro de Segurança Nacional acrescentou que a ordem executiva de Biden permitirá a emissão de sanções financeiras contra aqueles que dirigem ou participam em atos de violência, intimidação ou deslocamento forçado de civis, ou participam em atos terroristas na Cisjordânia.

“O Departamento de Estado também anunciará hoje um conjunto inicial de designações no âmbito desta nova ordem executiva”, prometeu Sullivan.

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